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Programação

2021

• 07h30 | Ética e Estatuto e Direito Tributário • Maria Christina 03

• 09h | Direito Processual do Trabalho • Aryanna Linhares 06

• 09h45 | Direito do Trabalho • Rafael Tonassi 08

• 10h30 | Direito Constitucional • Ana Paula Blazute 10

• 11h15 | Direito Penal • Michelle Tonon 11

• 12h | Direito Administrativo • Gustavo Brígido 15

• 12h45 | Direito Civil • Roberta Queiroz 25

• 13h30 | Direito Processual Civil • Raquel Bueno 29

• 14h15 | ECA e Direito do Consumidor • Patrícia Dreyer 35

• 15h | Direito Ambiental • Nilton Coutinho 38

• 15h45 | Filosofia do Direito • Odair José 46

• 16h30 | Direitos Humanos e Direito Internacional • Alice Rocha 49

• 17h15 | Direito Processual Penal • Lorena Ocampos 54

• 18h | Direito Empresarial • Eugênio Brügger 58


ÉTICA E ESTATUTO E DIREITO TRIBUTÁRIO
Maria Christina Barreiros

Maria Christina Barreiros


Pós Graduada em Direito Público, Civil e Processo Civil. Doutoranda pela UMSA. Professora na Faculdade Pro-
cessus nas disciplinas de Direito Administrativo, Constitucional, Tributário e Estatuto e Ética para OAB na Gradu-
ação, Pós Graduação, Exame de Ordem 1° e 2° Fase e preparatórios para Concurso Público há 12 anos. Pro-
fessora na AMAGIS - Escola da Magistratura do DF há 3 anos. Advogada especialista em Direito Tributário, Cível,
Constitucional e Administrativo

ÉTICA E ESTATUTO E DIREITO TRIBUTÁRIO


1. João foi aprovado no concurso para analista do 3. Vinícius devidamente inscrito como estagiário nos
Ministério Público requerendo a sua licença para quadros da OAB praticou ato infracional de quebra
o exercício da advocacia. Joel tomou posse como de sigilo tendo sido instaurado processo adminis-
auditor do TCU. Diante dos fatos, assinale a alter- trativo disciplinar. Diante dos fatos, assinale a op-
nativa correta. ção correta.
a. João e Joel se tornarão incompatíveis definitivos a. Vinícius será excluído dos quadros da OAB.
para o exercício da advocacia. b. Vinícius será suspenso de 30 dias a 12 meses.
b. João e Joel se tornarão incompatíveis provisórios c. Vinícius será censurado e multado pela gravidade
para o exercício da advocacia. dos atos.
c. João se tornará incompatível e Joel impedido de d. Vinicius será apenas censurado.
advogar contra a União.
d. João se tornará incompatível provisório e Joel Comentário
impedido de advogar contra toda a administra- Art. 34, XXIX, do Estatuto da OAB.
ção pública.
4. A seccional do Distrito Federal convocou as elei-
Comentário ções com 40 dias de antecedência inscrevendo
Arts. 28 e 30 do EOAB. as chapas no mesmo momento da convocação.
Diante dos fatos, assinale a alternativa correta.
2. Rita é advogada, mas sofre com embriaguez vo- a. A convocação e a inscrição das chapas deve ocor-
luntária sendo encontrada esporadicamente larga- rer com uma antecedência mínima de 40 dias da
da às traças na porta do Tribunal. Diante dos fatos, data designada para eleição que deverá ser rea-
assinale a alternativa correta. lizada no mês de novembro em 8 horas corridas.
a. Rita será declarada inidônea e excluída dos qua- b. A convocação das eleições deverá ocorrer com
dros da OAB. uma antecedência mínima de 45 dias, a inscrição
b. Rita será suspensa do exercício da profissão das chapas com uma antecedência mínima de 30
por exercer uma conduta incompatível com a dias devendo as eleições serem realizadas na pri-
advocacia. meira quinzena de novembro em 8 horas corridas.
c. Rita sofrerá penalidade de censura. c. As eleições deverão ser convocadas com uma
d. Rita sofre penalidade de multa de uma a quinze antecedência mínima de 40 dias, a inscrição das
anuidades da OAB. chapas com 30 dias de antecedência e as elei-
ções ocorrerão no mês de novembro em 8 horas
Comentário corridas.
Art. 34, inciso XXV e parágrafo único do Estatuto da d. As eleições deverão ser convocadas com uma an-
OAB. tecedência mínima de 45 dias, as chapas deverão
ser inscritas com uma antecedência mínima de
30 dias e as eleições para as seccionais deverão
ocorrer na segunda quinzena de novembro em 8h
corridas.

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ÉTICA E ESTATUTO E DIREITO TRIBUTÁRIO
Maria Christina Barreiros

5. Márcio, advogado, em uma briga de trânsito atro- 6. De acordo com o Sistema Tributário Nacional e as
pelou uma mulher deixando- a em coma no hospi- normas do ICMS, assinale a opção correta.
tal por mais de 3 meses. Diante dos fatos, assinale a. Resolução do Senado Federal, de iniciativa do
a alternativa correta. Presidente da República ou de um terço dos Se-
a. Márcio poderá ser suspenso preventivamente do nadores, aprovada pela maioria absoluta de seus
exercício da profissão diante da grande reper- membros, estabelecerá as alíquotas aplicáveis às
cussão pública do caso após ser ouvido preven- operações e prestações, interestaduais.
tivamente pelo Conselho seccional do local da in- b. Resolução do Senado Federal, de iniciativa do
fração devendo o processo ser finalizado em no Presidente da República ou de um terço dos Se-
máximo 60 dias. nadores, aprovada pela maioria simples de seus
b. Márcio ao ser suspenso preventivamente não per- membros, estabelecerá as alíquotas aplicáveis às
dera suas prerrogativas como advogado e somen- operações e prestações.
te poderá ser preso antes do trânsito em julgado c. É facultado ao Senado Federal estabelecer alí-
em sala de estado maior ou caso não exista em quotas mínimas nas operações internas, median-
prisão domiciliar. te resolução de iniciativa de um terço e aprovada
c. Márcio caso interponha recurso administrativo pela maioria simples de seus membros.
contra a decisão desfavorável a sua pessoa de- d. Fixar alíquotas máximas nas mesmas operações
verá fazê-lo no prazo de 15 dias e requerer a atri- para resolver conflito específico que envolva inte-
buição de efeito suspensivo em decorrência da resse de Estados, mediante resolução de iniciativa
suspensão preventiva. da maioria simples e aprovada por dois terços de
d. Caso a autoridade administrativa viole as prerro- seus membros.
gativas do advogado deverá ser punida pela práti- e. Cabe ao senado federal estabelecer as alíquotas
ca de crime com pena de reclusão de 3 meses a 1 mínimas de ITCMD.
ano somado com penalidade de multa.
Comentário
Comentário a. Art. 155, § 2º, IV, CF/1988.
a. Em caso de SUSPENSÃO preventiva, o processo b. Art. 155, § 2º, IV, CF/1988: maioria absoluta.
administrativo tramita no local da inscrição principal. c. Art. 155, § 2º, V, “a”, CF/1988: maioria absoluta. CI.
b. Art. 7º, IV, do Estatuto da OAB. d. Art. 155, § 2º, V, “b”, CF/1988: maioria absoluta.
c. Recursos em processo eleitoral: suspensão pre- e. Art. 155, § 1º, CF/1988: alíquota máxima.
ventiva do advogado e cancelamento da OAB por
falsa prova não terão efeito suspensivo. 7. João faleceu e seu inventário foi instaurado no es-
d. A autoridade responderá com pena de detenção tado do Ceará. O de cujus deixou um carro e uma
conforme o art. 7-B do Estatuto da OAB. moto no Ceará e outro apartamento em Minas Ge-
rais. Diante do caso posto, assinale a alternativa
correta.
a. O ITCMD da casa no Ceará será devido para o
próprio estado por ser o local do inventário.
b. O ITCMD da casa no Ceará será devido para o
próprio estado por ser o local do bem.
c. O ITCMD do apartamento em Minas Gerais será
devido para o Ceará por ser o local do inventário.
d. O ITCMD da moto e da casa no Ceará serão devi-
dos para o Ceará.
e. O ITCMD da moto, da casa é do apartamento se-
rão devidos para o Ceará.

Comentário
O ITCMD de bem imóvel é devido para o local do
bem. Vide art. 155, § 1º, II e III, CF/1988.

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ÉTICA E ESTATUTO E DIREITO TRIBUTÁRIO
Maria Christina Barreiros

8. Sobre o Sistema Tributário Nacional, assinale a e. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas
alternativa correta. ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados,
a. O imposto extraordinário de guerra será criado ao Distrito Federal e aos Municípios cobrar tributo
pela União por meio de lei complementar. após decorridos noventa dias da data em que haja
b. O empréstimo compulsório é de competência ex- sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou.
clusiva a União podendo em caso de guerra ser
criado por medida provisória. Comentário
c. O imposto extraordinário de guerra será criado a. Art. 150, I, CF/1988.
pela União por meio de medida provisória. b. Art. 150, II, CF/1988.
d. O imposto extraordinário de guerra será criado c. Art. 150, III, “a”, CF/1988.
pela União por meio de lei complementar diante
d. Art. 150, III, “b”, CF/1988.
de calamidade pública.
e. Art. 150, III, “c”, CF/1988.
e. O empréstimo compulsório será criado pela União
por meio de lei complementar diante da iminência
de calamidade.

Comentário
a. Art. 154, II, CF/1988.
b. Art. 148, CF/1988. Só por LC.
c. Art. 154, II, CF/1988. O imposto de guerra pode
ser criado por meio lei ordinária sendo cabível me-
dida provisória.
d. Impostos de guerra não podem ser criados diante
de calamidade.
e. Não pode diante de iminência de calamidade.

9. Diante das limitações ao poder de tributar, assina-


le a opção correta.
a. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao
contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao
Distrito Federal e aos Municípios exigir ou aumen-
tar tributo com lei que o estabeleça.
b. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas
ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados,
ao Distrito Federal e aos Municípios instituir tra-
tamento desigual entre contribuintes que se en-
contrem em situação equivalente, permitida qual-
quer distinção em razão de ocupação profissional
ou função por eles exercida, independentemente
da denominação jurídica dos rendimentos, títulos
ou direitos.
c. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao
contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao
Distrito Federal e aos Municípios cobrar tributos
em relação a fatos geradores ocorridos após do
início da vigência da lei que os houver instituído
ou aumentado.
d. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao
contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao
Distrito Federal e aos Municípios no mesmo exer-
cício financeiro em que haja sido publicada a lei
que os instituiu ou majorou.

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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Aryanna Linhares

Aryanna Linhares
Professora de Direito do Trabalho e de Processo do Trabalho e Advogada. Mestranda em Direito do Trabalho pela
Universidade de Coimbra, Portugal. Autora de obras jurídicas da área trabalhista publicadas pela editora Juspo-
divm. Palestrante. Especialista em Direito e Processo do Trabalho e Processo Civil.

DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO


1. (XXVII EXAME) Em reclamação trabalhista ajuiza- 3. (XXXI EXAME) Heloísa era empregada doméstica
da em fevereiro de 2018, os pedidos formulados e ajuizou, em julho de 2019, ação contra sua ex-
por Paulo em face do seu ex-empregador foram -empregadora, Selma Reis. Após regularmente
julgados totalmente procedentes. Em relação à instruída, foi prolatada sentença julgando o pedido
verba honorária, de acordo com a CLT, sabendo- procedente em parte. A sentença foi proferida de for-
-se que o patrocínio de Paulo foi feito por advoga- ma líquida, apurando o valor devido de R$ 9.000,00
do particular por ele contratado, assinale a afirma- (nove mil reais) e custas de R$ 180,00 (cento e oi-
tiva correta. tenta reais). A ex-empregadora, não se conforman-
a. Não haverá condenação em honorários do com a decisão, pretende dela recorrer.
advocatícios, porque o autor não está assistido
pelo sindicato de classe. Indique a opção que corresponde ao preparo que
b. Haverá condenação em honorários de, no mínimo, a ex-empregadora deverá realizar para viabilizar
10% e de, no máximo, 20% em favor do advogado. o seu recurso, sabendo-se que ela não requereu
c. Haverá condenação em honorários de, no mínimo, gratuidade de justiça porque tem boas condições
5% e de, no máximo, 15% em favor do advogado. financeiras.
d. Somente se a assistência do advogado do autor for a. Tratando-se de empregador doméstico, só haverá
gratuita é que haverá condenação em honorários, necessidade de recolher as custas.
de até 20%. b. Deverá recolher integralmente as custas e o
depósito recursal.
2. (XXIX EXAME) O réu, em sede de reclamação tra- c. Por ser empregador doméstico, basta efetuar o re-
balhista, ajuizada em 20/04/2018, apresentou de- colhimento do depósito recursal.
fesa no processo eletrônico, a qual não foi ofereci- d. Deverá recolher as custas integralmente e metade
da sob sigilo. Feito o pregão, logo após a abertura do depósito recursal.
da audiência, a parte autora manifestou interesse
em desistir da ação. Sobre a desistência da ação
pela parte autora, assinale a afirmativa correta.
a. O juiz deverá, imediatamente, homologar a
desistência.
b. Não é possível desistir da ação após a proposi-
tura desta.
c. Oferecida a contestação, ainda que eletronica-
mente, o reclamante não poderá, sem o consenti-
mento do reclamado, desistir da ação.
d. O oferecimento da defesa pelo réu em nada se
relaciona à questão da desistência de pedidos ou
da demanda.

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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Aryanna Linhares

4. (XXXI EXAME) José da Silva, que trabalhou em 6. Eraldo ajuiza reclamação trabalhista em face da
determinada sociedade empresária de 20/11/2018 empresa Fleck Ltda. em São Paulo capital, porém
a 30/04/2019, recebeu, apenas parcialmente, as o autor sempre trabalhara em Curitiba/PR que, na
verbas rescisórias, não tendo recebido algumas ótica da reclamada, é o local onde deve tramitar o
horas extras e reflexos. A sociedade empresária feito. Neste caso:
pretende pagar ao ex-empregado o que entende a. o reclamado deve apresentar exceção de incom-
devido, mas também quer evitar uma possível petência em 48 horas.
ação trabalhista. b. o reclamado deve apresentar exceção de incom-
petência em 5 dias contados do recebimento da
Sobre a hipótese, na qualidade de advogado(a) da notificação.
sociedade empresária, assinale a afirmativa correta. c. o reclamado deve arguir a incompetência territorial
a. Deverá ser indicado e custeado um advogado em preliminar de contestação.
para o empregado, a fim de que seja ajuizada uma d. é incabível a alegação de incompetência territorial.
ação para, então, comparecerem para um acor-
do, que já estará previamente entabulado no valor 7. (XXX EXAME) No decorrer de uma reclamação
pretendido pela empresa. trabalhista, que transitou em julgado e que se en-
b. Deverá ser instaurado um processo de contra na fase executória, o juiz intimou o autor
homologação de acordo extrajudicial, proposto em a apresentar os cálculos de liquidação respecti-
petição conjunta, mas com cada parte representa- vos, o que foi feito. Então, o juiz determinou que
da obrigatoriamente por advogado diferente. o cálculo fosse levado ao setor de Contadoria da
c. Deverá ser instaurado um processo de Vara para conferência, tendo o calculista confir-
homologação de acordo extrajudicial, proposto mado que os cálculos estavam adequados e em
em petição conjunta, mas cada parte poderá ser consonância com a coisa julgada. Diante disso, o
representada por advogado, ou não, já que, na juiz homologou a conta e determinou que o execu-
Justiça do Trabalho, vigora o jus postulandi. tado depositasse voluntariamente a quantia, sob
d. Deverá ser instaurado um processo de pena de execução forçada.
homologação de acordo extrajudicial, proposto em
petição conjunta, mas com advogado único repre- Diante dessa narrativa e dos termos da CLT, assi-
sentando ambas as partes, por se tratar de acordo nale a afirmativa correta.
extrajudicial. a. Equivocou-se o juiz, porque ele não poderia ho-
mologar o cálculo sem antes conceder vista ao
5. (XXXI EXAME) Após tentar executar judicialmente executado pelo prazo de 8 dias.
seu ex-empregador (a empresa Tecidos Suaves b. Correta a atitude do magistrado, porque as contas
Ltda.) sem sucesso, o credor trabalhista Rodri- foram conferidas e foi impressa celeridade ao pro-
go instaurou o incidente de desconsideração de cesso do trabalho, observando a duração razoável
personalidade jurídica, objetivando direcionar a do processo.
execução contra os sócios da empresa, o que foi c. A Lei não fixa a dinâmica específica para a
aceito pelo magistrado. De acordo com a CLT, as- liquidação, daí porque cada juiz tem liberdade
sinale a opção que indica o ato seguinte. para criar a forma que melhor atenda aos anseios
a. O sócio será citado por oficial de justiça para pa- da justiça.
gar a dívida em 48 horas. d. O juiz deveria conceder vista dos cálculos ao exe-
b. O sócio será citado para manifestar-se e requerer cutado e ao INSS pelo prazo de 5 dias úteis, pelo
as provas cabíveis no prazo de 15 dias. que o procedimento adotado está errado.
c. O juiz determinará de plano o bloqueio de bens e
valores do sócio, posto que desnecessária a sua
citação ou intimação.
d. Será conferida vista prévia ao Ministério Público
do Trabalho, para que o parquet diga se concorda
com a desconsideração pretendida.

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DIREITO DO TRABALHO
Rafael Tonassi

Rafael Tonassi
Graduado em Ciências Jurídicas e Sociais pela Universidade Gama Filho. Especializado em Direito do Trabalho
e Previdenciário pela UESA e mestre em Direito do Trabalho pela Universidade de Coimbra. Possui Diploma de
Estudos Avançados do Curso de Doutorado da Universidad Alcalá de Henares, em Madri. Foi procurador-geral
do município de Nova Iguaçu.Foi procurador-geral autárquico do Conselho Regional de Enfermagem do Rio de
Janeiro. Professor de Direito do Trabalho do Gran Cursos Online. Palestrante de diversos seminários e congres-
sos. Professor de pós-graduação da Academia Brasileira de Direito Constitucional e da Faculdade Baiana de
Direito. Autor de várias obras jurídicas.

DIREITO DO TRABALHO
1. Assinale a única opção que enseja a interrupção 4. Maria, empregada de uma panificadora, adotou
do contrato de trabalho. uma criança de 10 anos de idade. Quando da
a. Férias. adoção, obteve a informação de que faria jus à li-
b. Eleição para cargo de direção sindical. cença-maternidade, daí decorrente. Em conversa
c. Aposentadoria provisória, sendo o trabalhador com seu empregador, Maria foi informada que não
considerado incapaz para trabalhar. desfrutava do mencionado benefício. Na dúvida a
d. Prisão provisória do empregado. empregada requereu a licença-maternidade junto
ao INSS.
2. Os requisitos necessários à caracterização do vín-
culo de emprego abrangem Diante do caso apresentado, assinale a afirmativa
a. onerosidade, exclusividade, subordinação jurídica correta.
e alteridade. a. A duração da licença-maternidade de Maria tem va-
b. eventualidade, pessoalidade, onerosidade e su- riação de acordo com a idade da criança adotada.
bordinação jurídica. b. Maria não tem direito à licença-maternidade,
c. subordinação, não eventualidade, onerosidade e pois se trata de adoção e a legislação não prevê
pessoalidade. essa hipótese.
d. dependência econômica, continuidade, subordina- c. Maria tem direito à licença-maternidade de 120
ção e alteridade. dias, sem prejuízo do emprego e do salário, inde-
e. onerosidade, exclusividade, subordinação jurídica pendentemente da idade da criança adotada.
e não eventualidade. d. Maria tem direito a duas semanas de licença-ma-
ternidade correspondentes ao período de adapta-
3. Segundo expressa previsão em nossa ordem jurí- ção necessário na adoção.
dica, assinale a afirmativa que indica o trabalhador
que possui igualdade de direitos com os que têm 5. Com relação ao contrato de trabalho, assinale a
vínculo empregatício permanente. opção correta.
a. Trabalhador doméstico. a. O empregado poderá deixar de comparecer ao
b. Trabalhador voluntário. serviço sem prejuízo do salário nos dias em que
c. Trabalhador avulso. estiver comprovadamente realizando prova de
d. Trabalhador estatutário. exame vestibular para ingresso em estabeleci-
mento de ensino superior.
b. A suspensão do empregado por mais de quinze
dias consecutivos importa na rescisão injusta do
contrato de trabalho.
c. Constitui justa causa para rescisão do contrato de
trabalho pelo empregador a condenação criminal
do empregado proferida pelo juiz de primeiro grau.
d. A suspensão do empregado por mais de vinte dias
consecutivos importa na rescisão injusta do con-
trato de trabalho.

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DIREITO DO TRABALHO
Rafael Tonassi

6. Relativamente à alteração do contrato de trabalho,


é correto afirmar que
a. é considerada alteração unilateral vedada em lei a
determinação ao empregador para que o empre-
gado com mais de dez anos na função reverta ao
cargo efetivo.
b. o empregador pode, sem a anuência do emprega-
do exercente de cargo de confiança, transferi-lo,
com mudança de domicílio, para localidade diver-
sa da que resultar do contrato, independentemen-
te de real necessidade do serviço.
c. o empregador pode, no tocante empregado cujo
contrato tenha como condição, implícita ou explí-
cita, transferi-lo, com mudança de domicílio, para
localidade diversa da que resultar do contrato, no
caso de real necessidade do serviço.
d. o adicional de 25% é devido nas transferências
provisórias e definitivas.

7. Uma empresa põe anúncio em jornal oferecendo


emprego para a função de vendedor, exigindo que
o candidato tenha experiência anterior de 11 me-
ses nessa função. Diante disso, assinale a alter-
nativa correta.
a. A exigência é legal, pois a experiência até 1 ano
pode ser exigida do candidato a qualquer empre-
go, estando inserida no poder diretivo do futuro
empregador.
b. A exigência não traduz discriminação no emprego,
de modo que poderia ser exigido qualquer período
de experiência anterior.
c. A exigência é ilegal, pois o máximo que o futuro
empregador poderia exigir seriam 3 meses de
experiência.
d. A exigência é ilegal, pois o máximo que o futuro
empregador poderia exigir seriam 6 meses de
experiência.

8. A idade mínima para que alguém seja contratado


como empregada doméstica e aprendiz é de, res-
pectivamente,
a. 16 anos, 14 anos.
b. 21 anos, 16 anos.
c. 14 anos, 16 anos.
d. 18 anos, 14 anos.

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DIREITO CONSTITUCIONAL
Ana Paula Blazute

Ana Paula Blazute


Graduação em Direito. Pós-Graduação em Direito Público. Ministra cursos preparatórios para concursos e
Exame da Ordem na área de Conhecimentos de Direito Administrativo e Direito Constitucional. Aprovada nos
concursos de Analista Judiciário, área judiciária, TRT 14° Região, e Técnico Judiciário, área administrativa,
TRT 3° Região.

DIREITO CONSTITUCIONAL
1. A decisão do Tribunal de Justiça do Estado X con- 3. O Estado Alfa, com a intenção de amenizar a cri-
trariou expressamente a orientação da Súmula se ocasionada pela pandemia da Covid-19, editou
Vinculante n. 55 do Supremo Tribunal Federal - uma lei que determinava a suspensão por até 180
STF, que dispõe que o direito ao auxílio-alimenta- dias da cobrança dos empréstimos consignados
ção não se estende aos servidores inativos. Nes- contratados por servidores públicos estaduais, e a
se caso, a medida constitucional devida perante o não incidência de juros sobre os meses que fica-
STF seria: rem em aberto.
a. Mandado de segurança.
b. Reclamação constitucional. Considerando o caso concreto, marque a alterna-
c. Ação Popular. tiva correta, que esteja de acordo com a Constitui-
d. Ação direta de inconstitucionalidade. ção Federal e a jurisprudência.
a. A lei estadual é inconstitucional, pois viola a com-
2. A Constituição do Estado de Minas Gerais de 1989, petência privativa da União para legislar sobre di-
no artigo 70, § 2º, permite que o vício de iniciativa reito civil e política de crédito.
em projeto de lei seja validado por ato posterior b. A lei estadual é constitucional, pois compete à
do governador, que sancione a lei expressamen- União, aos Estados e ao Distrito Federal legis-
te ou tacitamente. Ocorre que o Procurador-Geral lar concorrentemente sobre direito civil e política
da República ingressou com uma Ação Direta de de crédito.
Inconstitucionalidade contra o artigo 70, § 2º, da c. A lei estadual é constitucional, pois a competência
Constituição do Estado de Minas Gerais. De acor- para legislar sobre o assunto de direito civil e polí-
do com a Constituição Federal e a Jurisprudência, tica de crédito é comum da União, dos Estados, do
responda a alternativa correta: Distrito Federal e dos Municípios.
a. O Procurador-Geral da República tem razão ao d. A lei estadual é inconstitucional, pois viola a com-
ajuizar a Ação Direta de Inconstitucionalidade, petência do Município para legislar sobre assuntos
pois a sanção, enquanto ato de competência do de interesse local.
chefe do Poder Executivo (no caso, o Governador
do estado), não tem força normativa para sanar 4. Caso hipotético: A lei municipal X de 2021 está em
vício de inconstitucionalidade formal subjetiva, desconformidade com a Constituição Federal de
mesmo que se trate de usurpação de iniciativa do 1988. A via adequada para exercer o controle de
próprio chefe do Executivo. constitucionalidade da referida norma no STF é o(a)
b. O Procurador-Geral da República não tem razão a. arguição de Descumprimento de Preceito
ao ajuizar a Ação Direta de Inconstitucionalidade, Fundamental.
pois embora tenha legitimidade para propor ação b. ação direta de inconstitucionalidade
do controle concentrado, a medida adequada se- c. ação declaratória de constitucionalidade.
ria a Arguição de Descumprimento de Preceito d. mandado de segurança.
Fundamental.
c. O Procurador-Geral da República não é legitima-
do para propor ação do controle concentrado, logo
não poderia ajuizar a Ação Direta de Inconstitu-
cionalidade.
d. O Procurador-Geral da República não tem razão
ao ajuizar a Ação Direta de Inconstitucionalidade,
pois o vício de iniciativa em projeto de lei pode ser
validado por ato posterior do Governador.

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DIREITO PENAL
Michelle Tonon

Michelle Tonon
Bacharel em Direito pela Universidade de Brasília - UnB (2005). Atuou, de 2005 a 2007, como assessora de
Subprocuradores-Gerais da República na PGR. Ingressou na Defensoria Pública do Distrito Federal em 2008,
com atuação predominante na área criminal e Tribunal do Júri. Possui pós-graduação lato sensu em Direito,
Estado e Constituição pela Jurplac/Faciplac (2009). É coautora das obras "Série Defensoria Pública. Teses jurídi-
cas dos Defensores Públicos do Distrito Federal. Direito Penal e Processual Penal. Coordenação da ADEP-DF",
"Manual de mediação judicial", "Estudos de arbitragem, mediação e negociação. Volumes 2 e 3", "O novo Direito
Administrativo brasileiro - o Estado, as agências e o terceiro setor" e "O novo Direito Administrativo - o público e
o privado em debate." Professora de cursos preparatórios para concursos desde 2017. Membro da comissão
criminal permanente do Colégio Nacional dos Defensores Públicos Gerais – CONDEGE. Na Defensoria Pública
do Distrito Federal, exerce atualmente a função de Coordenadora do NUDEM – Núcleo de Assistência Jurídica
de Defesa das Mulheres.

DIREITO PENAL
1. Em julho de 2021, Hugo, inconformado com o tér- 2. (FGV/TJ-PR/2021/ADAPTADA) João subtraiu um
mino de seu relacionamento amoroso com Caro- celular de Maria, no dia 24/12/2019, mediante gra-
lina, passa a enviar dezenas de mensagens por ve ameaça consistente na promessa de ofender
aplicativos de conversas todos os dias, questio- sua integridade corporal, exercida com o emprego
nando a moça sobre o rompimento e desejando de uma faca de 22 cm de lâmina. A ação foi per-
marcar um encontro. Em redes sociais, também cebida por guardas municipais, em patrulhamen-
envia mensagens, em tom ameaçador, mencio- to, que detiveram João de imediato, ainda com a
nando que cometeria um ato de loucura caso Ca- faca na mão e com o celular subtraído. A tipicidade
rolina não o respondesse. Além disso, durante cer- adequada dessa conduta é:
ca de duas semanas, Hugo se dirigiu ao trabalho a. roubo simples tentado.
de Carolina e permanecia na porta, observando- b. roubo simples consumado.
-a, por algumas horas, sendo notado pelos cole- c. roubo qualificado pelo emprego de arma.
gas de trabalho de Carolina. Em determinado dia, d. roubo qualificado pelo emprego de arma bran-
após perseguir a ex-namorada na saída do traba- ca, tentado.
lho, Hugo é preso em flagrante. A família procura
você, advogado/a, para aconselhamento jurídico. 3. (FCC/DPE-BA/2021/ADAPTADA) Em 12/3/2021,
Nessa situação: Fernando chegou em casa alcoolizado e após dis-
a. A conduta descrita caracteriza a contravenção pe- cussão por ciúme, desferiu dois fortes socos no
nal de perturbação da tranquilidade, infração de olho de sua esposa Vitória. Em seguida, Fernando
menor potencial ofensivo, cabendo a aplicação dos disse que “não quer que ela fique novamente de
institutos despenalizadores da Lei n. 9.099/1995, conversa com outros homens na rua” e saiu de
como a transação penal. casa. Vitória pediu ajuda a vizinhos que a encami-
b. Hugo praticou o delito de perseguição ou stalking, nharam ao pronto-socorro para os devidos cuida-
previsto no art. 147-A do Código Penal, na forma dos. Em razão dos ferimentos, Vitória precisou ser
majorada, pois praticado contra mulher em con- submetida a pequena cirurgia, que necessitou de
texto de violência doméstica e familiar, sob a égide cinco dias de observação no hospital, mas após
da Lei Maria da Penha. O crime é de ação penal alta médica poderia voltar às suas atividades ha-
pública condicionada, dependendo de representa- bituais normalmente. Contudo, no último dia se
ção de Carolina. sentiu mal e realizou exames no hospital, tendo
c. Ainda que Hugo praticasse um único ato de ob- sido constatada infecção por Covid-19, que ocor-
servação de Carolina em seu local de trabalho rera no hospital. Em razão das complicações do
já estaria caracterizado o crime de perseguição, vírus, Vitória seguiu internada no hospital e morreu
o qual não exige um comportamento reiterado vinte e um dias depois. Diante dos fatos narrados,
do agressor. Fernando deve responder por
d. A conduta de Hugo é atípica, pois seria necessário a. lesão corporal em situação de violência doméstica.
o efetivo ingresso no local de trabalho de Carolina, b. lesão corporal seguida de morte.
assim como a prática de violência física contra a c. feminicídio.
moça, o que não se verificou no caso. d. tentativa de homicídio.

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DIREITO PENAL
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4. (FGV/TJ-PR/2021/ADAPTADA) Antônio, 19 anos 6. (FGV/SEFAZ/2021/ADAPTADA) Durante uma


de idade, filho de José, agrediu reiteradas vezes fiscalização de rotina in loco de um determinado
Pedro, marido de seu pai. O agressor residia com estabelecimento comercial, dois fiscais solicitam
o casal, na casa de seu genitor. Chegando o pro- ao comerciante a documentação pertinente. O co-
cesso ao Judiciário, o juiz impôs medida protetiva merciante exibe os documentos aos fiscais e estes
em favor do casal, José e Pedro, determinando constatam a ocorrência de irregularidades que os
que o agressor se afastasse de ambos, proibindo- obrigariam a autuar o estabelecimento. Os fiscais
-o de manter contato ou se aproximar das vítimas. comunicam ao comerciante que ele será autuado,
Houve descumprimento da medida por parte do momento em que este oferece a quantia de R$
agressor, com ingresso na casa paterna, mas com 10.000,00 (dez mil reais) para que eles deixassem
consentimento de José, e nova agressão a Pedro, de fazer a autuação. Os fiscais responderam que
que chamou força policial, sendo Antônio levado à estariam de acordo mediante o pagamento de R$
delegacia policial. Nesse caso, as figuras típicas 50.000,00 (cinquenta mil reais). O comerciante
em análise são: afirma que não tem essa quantia e os fiscais reali-
a. lesão corporal (art. 129, caput, do CP). zam a autuação na forma da lei. Diante da narrati-
b. lesão corporal (art. 129, caput, do CP), invasão va, assinale a afirmativa correta.
de domicílio (art. 150, caput, do CP) e descumpri- a. O comerciante e os fiscais não cometeram ne-
mento de medida protetiva (art. 24-A, caput, da Lei nhum crime, pois não foi efetivado o pagamento
n. 11.340/2006). de dinheiro e o estabelecimento foi regularmen-
c. violência doméstica (art. 129, § 9º, do CP). te autuado.
d. violência doméstica (art. 129, § 9º, do CP) e des- b. O comerciante cometeu o crime de corrupção e os
cumprimento de medida protetiva (art. 24-A, ca- fiscais cometeram o crime de concussão, todos na
put, da Lei n. 11.340/2006). modalidade tentada.
c. O comerciante cometeu o crime de corrupção ati-
5. (FGV/SEFAZ/2021) José trabalha como guarda- va na modalidade tentada e os fiscais não come-
-vidas da piscina do Clube Romano, aberto ao teram nenhum crime.
público das 8h às 22h, diariamente. A piscina do d. O comerciante cometeu o crime de corrupção
clube funciona das 9h às 21h, de terça a domingo, ativa e os fiscais cometeram o crime de corrup-
sendo aberta por Antônio, que trabalha como ze- ção passiva.
lador no mesmo clube. José é sempre o primeiro
a entrar na área da piscina, tão logo ela é aber-
ta, para assumir seu posto no alto da cadeira de
guarda-vidas. Contudo, no dia 1º de novembro
de 2020, ele não chegou no horário porque sua
condução atrasou. O espaço da piscina foi aberto
por Antônio no horário habitual, mas José somen-
te chegou ao clube às 10h. Ao entrar na área da
piscina deparou-se com uma cena terrível: o corpo
de uma criança morta, boiando na piscina. Sobre
a conduta de José, assinale a afirmativa correta.
a. José não praticou nenhum crime.
b. José omitiu-se na prestação de socorro (art.
135 do CP).
c. José cometeu homicídio culposo (art. 121, §
3º, do CP).
d. José cometeu homicídio culposo na modalidade
comissiva por omissão, pois exercia a função de
garantidor (art. 121, § 3º, c/c. art. 13, § 2º, am-
bos do CP).

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7. (FGV/MPE-RJ/ESTÁGIO/2020/ADAPTADA) Jor- 8. (FGV/SEFAZ/2021/ADAPTADA) Desejando apro-


ge ingressou em uma loja de conveniência de priar-se de dinheiro público, Caio, funcionário con-
determinado posto de gasolina com a intenção cursado da Prefeitura de Manaus, elabora o se-
de praticar um crime de roubo, portando um si- guinte plano criminoso:
mulacro de arma de fogo. Após ingressar no local
e anunciar o assalto, verifica que a única pessoa 1) Valendo-se de seu cargo e função na secretaria
presente e que estava responsável pelo caixa era de fazenda daquele município, Caio cadastra
o adolescente Caio, de 16 anos de idade, que aju- a conta corrente da empresa de seu cunhado
dava seu pai idoso, verdadeiro proprietário do es- Tício como sendo uma das contas de uma das
tabelecimento. Lamentando o fato de o adolescen- empresas que vencera uma licitação para exe-
te estar trabalhando, Jorge retira-se do local sem cução de serviços à prefeitura;
subtrair qualquer bem. Os fatos são descobertos
2) Ao realizar a autorização para pagamento des-
pela autoridade policial após divulgação das ima-
sa empresa, Caio destina apenas 95% dos va-
gens da câmera de segurança, mas Caio e seu
lores à conta corrente da empresa regularmente
pai optam por não comparecer em sede policial
contratada e 5% para a conta corrente da em-
por não terem interesse em ver Jorge responsa-
presa de seu cunhado;
bilizado, diante da decisão do autor de não sub-
trair bens durante a execução do delito. Com base 3) Tício, por sua vez, saca os valores, dividindo-os
nas informações expostas, é correto afirmar que a com Caio na proporção de 50% para cada um;
conduta de Jorge configura: 4) Mévio, também funcionário concursado da
a. conduta atípica, em razão do arrependimento efi- prefeitura e trabalhando na mesma secretaria,
caz e do desinteresse de Caio e seu representante cuja responsabilidade é conferir os pagamentos
em verem o autor do fato responsabilizado pelo autorizados por Caio antes da liberação, dei-
delito residual. xa, por negligência, de fazer a conferência, de
b. conduta atípica, em razão da desistência voluntá- modo que o desvio ocorre.
ria e do desinteresse de Caio e seu representante
em verem o autor do fato responsabilizado pelo A responsabilidade penal de Caio, Tício e Mévio,
delito residual. respectivamente, configura-se como:
c. crime de roubo simples, devendo ser reconhecida a. peculato doloso, estelionato qualificado, pecula-
a causa de diminuição de pena em razão do arre- to culposo.
pendimento posterior. b. peculato doloso, peculato doloso, pecula-
d. crime de roubo majorado pelo emprego de arma de to culposo.
fogo, com causa de redução de pena da tentativa. c. peculato culposo, peculato doloso, nenhum crime.
d. peculato doloso, peculato doloso, nenhum crime.

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9. (FGV/MPE-RJ/ESTÁGIO/2020/ADAPTADA) Ra-
mon foi denunciado pela prática de um crime de
estupro simples, sendo constatado ao longo da
instrução, por meio de exame de insanidade men-
tal, que, na data dos fatos, ele era inteiramente
incapaz de entender o caráter ilícito do fato em ra-
zão de desenvolvimento mental incompleto. Con-
firmada a autoria e a materialidade, no momento
das alegações finais, caberá à defesa buscar:
a. a absolvição imprópria de Ramon, aplicando-se
medida de segurança, diante da inimputabilidade
do agente.
b. a absolvição própria do agente, não sendo apli-
cada qualquer pena privativa de liberdade ou
medida de segurança, diante da inimputabilidade
do agente.
c. a absolvição imprópria de Ramon, aplicando-se
pena privativa de liberdade, com causa de dimi-
nuição de pena em razão da inimputabilidade.
d. a condenação do réu, reduzindo-se a pena apli-
cada, porém, em um a dois terços em razão da
semi-imputabilidade do agente.

10. (FGV/PC-RN/2021/ADAPTADA) Saulo se desen-


tendeu, na fila do caixa de um supermercado, com
outra consumidora, Viviane, que estava no 8º mês
de gestação, e lhe desferiu um fortíssimo soco no
rosto. Em razão do golpe, Viviane perdeu o equi-
líbrio e caiu com a barriga no chão. Ao ser levada
ao hospital, foi constatado que Viviane apresen-
tava lesão leve na face, mas que havia perdido o
bebê em decorrência da queda. Considerando o
estado gravídico evidente de Viviane, a conduta
praticada por Saulo configura o crime de:
a. lesão corporal seguida de morte.
b. lesão corporal qualificada pelo aborto.
c. aborto na modalidade dolo eventual, apenas.
d. lesão corporal leve em concurso formal com abor-
to na forma culposa.

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DIREITO ADMINISTRATIVO
Gustavo Brígido

Gustavo Brígido
Bacharel em Direito pela UFC. Especialista em Direito e Processo Administrativo pela UNIFOR. Mestre
em Políticas Públicas e Sociedade pela UECE. Doutor em Direito Constitucional pela UNIFOR. Advogado.
Membro da Comissão Nacional de Estudos Constitucionais da OAB. Professor há mais de 20 anos.

DIREITO ADMINISTRATIVO
1. (FGV/2021/TCE-AM) A Lei n. 11.079/2004 prevê I – cujo valor do contrato seja inferior a R$
que parceria público-privada é o contrato adminis- 10.000.000,00 (dez milhões de reais); (Reda-
trativo de concessão, na modalidade patrocinada ção dada pela Lei nº 13.529, de 2017)
ou administrativa. De acordo com a mencionada II – cujo período de prestação do serviço seja
lei, é vedada a celebração de contrato de parceria inferior a 5 (cinco) anos; ou
público-privada: III – que tenha como objeto único o forneci-
a. cujo valor do contrato seja superior a R$
mento de mão-de-obra, o fornecimento e ins-
10.000.000,00 (dez milhões de reais).
talação de equipamentos ou a execução de
b. cujo valor do contrato seja inferior a R$
obra pública.
1.000.000,00 (um milhão de reais).
c. cujo período de prestação do serviço seja inferior
a 10 (dez) anos. Art. 10. A contratação de parceria público-
d. que tenha como objeto único o fornecimento de -privada será precedida de licitação na mo-
mão de obra, o fornecimento e instalação de equi- dalidade concorrência ou diálogo competiti-
pamentos ou a execução de obra pública. vo, estando a abertura do processo licitatório
condicionada a: (Redação dada pela Lei nº
Comentário 14.133, de 2021)

Lei n. 11.079, de 30 de dezembro de 2004 2. (FGV/2021/TCE-AM) No ano de 2020, o Municí-


Art. 2º Parceria público-privada é o contrato pio Alfa no Estado do Amazonas contratou, sem
administrativo de concessão, na modalidade prévia licitação, sociedade empresária de notória
patrocinada ou administrativa. especialização para prestação de serviços técni-
§ 1º Concessão patrocinada é a concessão cos de assessoria e consultoria técnica e auditoria
de serviços públicos ou de obras públicas de financeira, de natureza singular. O corpo instrutivo
que trata a Lei nº 8.987, de 13 de fevereiro do Tribunal de Contas do Estado verificou que a
de 1995, quando envolver, adicionalmente à contratação realizada teve valor total de duzen-
tarifa cobrada dos usuários contraprestação tos mil reais e atendeu ao princípio da economi-
pecuniária do parceiro público ao parceiro cidade. No caso em tela, de acordo com a Lei n.
privado. 8.666/1993, em tese, a contratação é:
§ 2º Concessão administrativa é o contrato a. legal, caso tenha sido realizada com dispensa de
de prestação de serviços de que a Adminis- licitação, por expressa previsão legal.
tração Pública seja a usuária direta ou indire- b. legal, caso tenha sido realizada com inexigibilida-
ta, ainda que envolva execução de obra ou de de licitação, por expressa previsão legal.
fornecimento e instalação de bens. c. ilegal, pois deveria ter sido precedida de licitação,
§ 3º Não constitui parceria público-privada a na modalidade concorrência, pelo valor estimado
concessão comum, assim entendida a con- do contrato.
cessão de serviços públicos ou de obras pú- d. ilegal, pois deveria ter sido precedida de licita-
blicas de que trata a Lei nº 8.987, de 13 de ção, na modalidade convite, pelo valor estimado
fevereiro de 1995, quando não envolver con- do contrato.
traprestação pecuniária do parceiro público
ao parceiro privado.
§ 4º É vedada a celebração de contrato de
parceria público-privada:

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Comentário

Lei n. 8.666/1993 Lei n. 14.133/2021


Art. 25.  É inexigível a licitação quando houver Art. 74. É inexigível a licitação quando inviável a
inviabilidade de competição, em especial: competição, em especial nos casos de:
I – para aquisição de materiais, equipamentos, I – aquisição de materiais, de equipamentos ou
ou gêneros que só possam ser fornecidos por de gêneros ou contratação de serviços que só
produtor, empresa ou representante comer- possam ser fornecidos por produtor, empresa
cial exclusivo, vedada a preferência de marca, ou representante comercial exclusivos;
devendo a comprovação de exclusividade ser
feita através de atestado fornecido pelo órgão de
registro do comércio do local em que se realizaria
a licitação ou a obra ou o serviço, pelo Sindicato,
Federação ou Confederação Patronal, ou, ainda,
pelas entidades equivalentes;
II – para a contratação de serviços técnicos III – contratação dos seguintes serviços técni-
enumerados no art. 13 desta Lei, de natureza sin- cos especializados de natureza predominante-
gular, com profissionais ou empresas de notória mente intelectual com profissionais ou empresas
especialização, vedada a inexigibilidade para ser- de notória especialização, vedada a inexigibili-
viços de publicidade e divulgação; dade para serviços de publicidade e divulgação:
III – para contratação de profissional de qualquer II – contratação de profissional do setor artístico,
setor artístico, diretamente ou através de empre- diretamente ou por meio de empresário exclusivo,
sário exclusivo, desde que consagrado pela crítica desde que consagrado pela crítica especializada
especializada ou pela opinião pública. ou pela opinião pública;
IV – objetos que devam ou possam ser contrata-
dos por meio de credenciamento;
V – aquisição ou locação de imóvel cujas caracterís-
ticas de instalações e de localização tornem neces-
sária sua escolha. (art. 24, X, Lei n. 8.666/1993)

3. (FGV/2021/TCE-AM) Os procedimentos licitató- d. da vedação ao sigilo da proposta, segundo o qual


rios devem observar os princípios expressos e todas as propostas feitas pelos interessados de-
implícitos da Administração Pública. Além disso, a vem ser imediatamente publicadas, sob pena de
nova Lei de Licitações (Lei n. 14.133/2021) trouxe nulidade do certame e realização de nova licitação.
princípios que devem ser aplicados de forma dire-
ta às licitações públicas, como o princípio:
a. da segregação de funções, com a separação das
competências e das atividades de cada servidor
ao longo do procedimento licitatório e de suas fa-
ses, para evitar equívocos, fraudes e utilização ir-
regular de verba pública.
b. da vinculação ao edital, que estabelece normas
que obrigam os interessados em participar da lici-
tação, mas não a Administração Pública, que tem
discricionariedade para alterar o edital, a qual-
quer tempo.
c. do julgamento objetivo, devendo a Administração
contratante julgar e escolher o vencedor de acordo
com o critério previsto no edital, que não pode, em
qualquer hipótese, indicar modelo ou marca.

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Comentário

Lei n. 8.666/1993 Lei n. 14.133/2021


Art. 3º A licitação destina-se a garantir a Art. 5º Na aplicação desta Lei, serão obser-
observância do princípio constitucional da vados os princípios da legalidade, da impes-
isonomia, a seleção da proposta mais vanta- soalidade, da moralidade, da publicidade,
josa para a administração e a promoção do da eficiência, do interesse público, da pro-
desenvolvimento nacional sustentável e será bidade administrativa, da igualdade, do pla-
processada e julgada em estrita conformi- nejamento, da transparência, da eficácia, da
dade com os princípios básicos da legali- segregação de funções, da motivação, da
dade, da impessoalidade, da moralidade, vinculação ao edital, do julgamento objetivo,
da igualdade, da publicidade, da probi- da segurança jurídica, da razoabilidade, da
dade administrativa, da vinculação ao competitividade, da proporcionalidade, da
instrumento convocatório, do julgamento celeridade, da economicidade e do desen-
objetivo e dos que lhes são correlatos.       volvimento nacional sustentável, assim como
as disposições do Decreto-Lei nº 4.657, de 4
de setembro de 1942 (Lei de Introdução às
Normas do Direito Brasileiro).

4. (FGV/2021/TCE-AM) O Estado do Amazonas foi Comentário


condenado a indenizar a contribuinte Maria, que
sofreu danos materiais decorrentes de ato ilícito Art. 37. (...)
praticado, no exercício da função, pelo Auditor Fis- § 6º As pessoas jurídicas de direito público e
cal de tributos estaduais Antônio. A Procuradoria as de direito privado prestadoras de serviços
Geral do Estado pretende ingressar com ação de públicos responderão pelos danos que seus
regresso em face do Auditor Antônio, visando ao
agentes, nessa qualidade, causarem a ter-
ressarcimento do prejuízo causado ao Estado. De
ceiros, assegurado o direito de regresso con-
acordo com o texto constitucional e com a doutrina
tra o responsável nos casos de dolo ou culpa.
de Direito Administrativo, a ação indenizatória ajui-
zada por Maria contra o Estado está lastreada na
responsabilidade civil: Estado não tem responsabilidade civil por atos
a. objetiva, assim como a ação regressiva do Estado praticados por presos foragidos (14/09/2020)
contra o Auditor Antônio, não havendo que se per- O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que, no
quirir acerca do dolo ou culpa do agente, eis que caso de danos decorrentes de crime praticado por
ambos os processos têm os mesmos fatos como pessoa foragida do sistema prisional, só é caracteri-
causa de pedir. zada a responsabilidade civil objetiva do Estado (ar-
b. subjetiva, assim como a ação regressiva do Esta- tigo 37, parágrafo 6º, da Constituição Federal) quan-
do contra o Auditor Antônio, havendo que se com- do for demonstrado o nexo causal entre o momento
provar a existência do dolo ou culpa do agente, da fuga e o delito. A decisão foi proferida no Recurso
eis que ambos os processos têm os mesmos fatos Extraordinário (RE) 608880, com repercussão geral
como causa de pedir. (Tema 362), que servirá orientará a resolução de ca-
c. subjetiva do ente público, em que há necessidade
sos semelhantes sobrestados em outras instâncias.
de se demonstrar o dolo ou culpa do Auditor Antô-
O julgamento foi realizado na sessão virtual encer-
nio, mas é inviável a ação de regresso do Estado
rada em 4/9.
contra o agente público, pois agiu no exercício das
funções, exceto se tiver cometido algum crime. Tese: “Nos termos do artigo 37 §6º da Constituição
d. objetiva do ente público, em que não há necessi- Federal, não se caracteriza a responsabilidade civil
dade de se demonstrar o dolo ou culpa do Auditor objetiva do Estado por danos decorrentes de crime
Antônio, mas a ação de regresso do Estado contra praticado por pessoa foragida do sistema prisional,
o agente público está baseada na responsabilida- quando não demonstrado o nexo causal direto entre
de civil subjetiva, sendo imprescindível a demons- o momento da fuga e a conduta praticada”.
tração do elemento subjetivo do agente.

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5. (FGV/2021/TCE-AM) João, Auditor Técnico de de parcerias firmadas pela administração pú-


Controle Externo do Tribunal de Contas do Estado blica com entidades privadas.
do Amazonas, deixou de praticar, indevidamente, IX – deixar de cumprir a exigência de requisi-
ato de ofício, na medida em que, dolosamente, tos de acessibilidade previstos na legislação.
ignorando determinação exarada pelo Presidente X – transferir recurso a entidade privada, em
da Corte, deixou de fazer publicar no Diário Oficial razão da prestação de serviços na área de
determinado ato administrativo, negando publici-
saúde sem a prévia celebração de contrato,
dade aos atos oficiais. Consoante dispõe a Lei n.
convênio ou instrumento congênere, nos ter-
8.429/1992, em tese, João:
mos do parágrafo único do art. 24 da Lei nº
a. não praticou ato de improbidade administrativa,
8.080, de 19 de setembro de 1990. (Incluído
pois se trata de conduta omissiva, que apresenta
repercussão nas esferas criminal e administrativa; pela Lei nº 13.650, de 2018)
b. não praticou ato de improbidade administrativa,
pois não houve dano ao erário, mas deve ser res- Art. 12. Independentemente das sanções
ponsabilizado nas esferas funcional e penal; penais, civis e administrativas previstas na
c. praticou ato de improbidade administrativa, razão legislação específica, está o responsável
pela qual está sujeito a sanções, como cassação pelo ato de improbidade sujeito às seguintes
dos direitos políticos e pagamento de multa civil de cominações, que podem ser aplicadas iso-
até cem vezes o valor de sua remuneração; lada ou cumulativamente, de acordo com a
d. praticou ato de improbidade administrativa, razão gravidade do fato:
pela qual está sujeito a sanções, como perda da I – na hipótese do art. 9°, perda dos bens ou
função pública e suspensão dos direitos políticos valores acrescidos ilicitamente ao patrimô-
de três a cinco anos.
nio, ressarcimento integral do dano, quando
houver, perda da função pública, suspensão
Comentário
dos direitos políticos de oito a dez anos,
pagamento de multa civil de até três vezes
Art. 11. Constitui ato de improbidade admi-
o valor do acréscimo patrimonial e proibição
nistrativa que atenta contra os princípios
de contratar com o Poder Público ou receber
da administração pública qualquer ação ou
benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios,
omissão que viole os deveres de honestida-
direta ou indiretamente, ainda que por inter-
de, imparcialidade, legalidade, e lealdade às
médio de pessoa jurídica da qual seja sócio
instituições, e notadamente:
majoritário, pelo prazo de dez anos;
I – praticar ato visando fim proibido em lei ou
II – na hipótese do art. 10, ressarcimento in-
regulamento ou diverso daquele previsto, na
tegral do dano, perda dos bens ou valores
regra de competência;
acrescidos ilicitamente ao patrimônio, se
II – retardar ou deixar de praticar, indevida-
concorrer esta circunstância, perda da fun-
mente, ato de ofício;
ção pública, suspensão dos direitos po-
III – revelar fato ou circunstância de que tem
líticos de cinco a oito anos, pagamento
ciência em razão das atribuições e que deva
de multa civil de até duas vezes o valor do
permanecer em segredo;
dano e proibição de contratar com o Poder
IV – negar publicidade aos atos oficiais;
Público ou receber benefícios ou incentivos
V – frustrar a licitude de concurso público;
fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente,
VI – deixar de prestar contas quando esteja
ainda que por intermédio de pessoa jurídica
obrigado a fazê-lo;
da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de
VII – revêlar ou permitir que chegue ao co-
cinco anos;
nhecimento de terceiro, antes da respectiva
III – na hipótese do art. 11, ressarcimento in-
divulgação oficial, teor de medida política ou
tegral do dano, se houver, perda da função
econômica capaz de afetar o preço de mer-
pública, suspensão dos direitos políticos
cadoria, bem ou serviço.
de três a cinco anos, pagamento de mul-
VIII – descumprir as normas relativas à cele-
ta civil de até cem vezes o valor da remu-
bração, fiscalização e aprovação de contas

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DIREITO ADMINISTRATIVO
Gustavo Brígido

neração percebida pelo agente e proibição Comentário


de contratar com o Poder Público ou receber
benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, Lei n. 12.527, de 18 de novembro de 2011
direta ou indiretamente, ainda que por inter- Art. 1º Esta Lei dispõe sobre os procedimentos
médio de pessoa jurídica da qual seja sócio a serem observados pela União, Estados, Dis-
majoritário, pelo prazo de três anos. trito Federal e Municípios, com o fim de garan-
IV – na hipótese prevista no art. 10-A, perda tir o acesso a informações previsto no inciso
da função pública, suspensão dos direitos XXXIII do art. 5º, no inciso II do § 3º do art. 37
políticos de 5 (cinco) a 8 (oito) anos e mul- e no § 2º do art. 216 da Constituição Federal.
ta civil de até 3 (três) vezes o valor do benefí-
cio financeiro ou tributário concedido. (Inclu- Art. 24. A informação em poder dos órgãos e
ído pela Lei Complementar nº 157, de 2016) entidades públicas, observado o seu teor e em
razão de sua imprescindibilidade à segurança
6. (FGV/2021/TCE-AM) A Secretaria de Segurança da sociedade ou do Estado, poderá ser classifi-
Pública do Amazonas considerou imprescindíveis cada como ultrassecreta, secreta ou reservada.
à segurança da sociedade as informações cons- § 1º Os prazos máximos de restrição de aces-
tantes em um relatório de inteligência sobre or- so à informação, conforme a classificação
ganizações criminosas que atuam no Estado, de prevista no caput, vigoram a partir da data de
maneira que sua divulgação ou acesso irrestrito sua produção e são os seguintes:
poderia comprometer atividades de inteligência, I – ultrassecreta: 25 (vinte e cinco) anos;
bem como de investigações em andamento, rela- II – secreta: 15 (quinze) anos; e
cionadas com a prevenção e repressão de infra-
III – reservada: 5 (cinco) anos.
ções. Com base na Lei de Acesso à Informação,
observado o interesse público da informação e
7. (FGV/2021/TCE-AM) A Lei n. 13.709 /2018 (Lei
utilizados os critérios menos restritivos possíveis,
Geral de Proteção de Dados Pessoais – LGPD)
o mencionado relatório foi classificado quanto ao
dispõe sobre o tratamento de dados pessoais, in-
grau de sigilo como informação reservada. De
clusive nos meios digitais, por pessoa natural ou
acordo com a Lei Federal n. 12.527/2011, o prazo
por pessoa jurídica de direito público ou privado,
máximo de restrição de acesso a tal informação
com o objetivo de proteger os direitos fundamen-
reservada é de:
tais de liberdade e de privacidade e o livre desen-
a. um ano e, transcorrido esse prazo ou consumado o
volvimento da personalidade da pessoa natural.
evento que definiu o seu termo final, a informação
De acordo com tal lei, o tratamento de dados pes-
tornar-se-á, automaticamente, de acesso público.
soais sensíveis somente poderá ocorrer sem o for-
b. três anos e, transcorrido esse prazo ou consuma- necimento de consentimento do titular, nas hipóte-
do o evento que definiu o seu termo final, o órgão ses em que for indispensável para, por exemplo:
público fará nova análise sobre a conveniência de a. cumprimento de obrigação contratual referente a
liberação da informação a acesso público. negócio jurídico, desde que o valor global seja su-
c. cinco anos e, transcorrido esse prazo ou consu- perior a cem salários mínimos.
mado o evento que definiu o seu termo final, a in- b. realização de estudos científicos por órgão de pes-
formação tornar-se-á, automaticamente, de aces- quisa, vedada a anonimização dos dados pesso-
so público. ais sensíveis para a lisura do resultado empírico.
d. quinze anos e, transcorrido esse prazo ou consu- c. comunicação ou uso compartilhado entre contro-
mado o evento que definiu o seu termo final, o ór- ladores com o objetivo de obter vantagem econô-
gão público fará nova análise sobre a conveniên- mica, que não poderá ser objeto de vedação por
cia de liberação da informação a acesso público. parte da autoridade competente.
e. vinte e cinco anos e, transcorrido esse prazo ou d. tratamento compartilhado de dados necessários à
consumado o evento que definiu o seu termo final, execução, pela administração pública, de políticas
o órgão público fará nova análise sobre a conveni- públicas previstas em leis ou regulamentos.
ência de liberação da informação a acesso público. e. proteção da vida ou da incolumidade física do titu-
lar, e não de terceiro, por estar relacionado a direi-
to fundamental próprio, cuja tutela deve ser a mais
ampla possível.

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DIREITO ADMINISTRATIVO
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Comentário 8. (FGV/2021/TCE-AM) O servidor público estadual


do Amazonas João, insatisfeito com a decisão do
Art. 11. O tratamento de dados pessoais sen- Diretor do Departamento de Recursos Humanos
síveis somente poderá ocorrer nas seguintes que lhe negou um benefício a que entendia ter
hipóteses: direito, ingressou com recurso administrativo. O
I – quando o titular ou seu responsável legal servidor Antônio, autoridade competente para jul-
gamento do recurso, não deu provimento ao recur-
consentir, de forma específica e destacada,
so interposto por João, mas não motivou seu ato,
para finalidades específicas;
deixando de indicar os fatos e os fundamentos ju-
II – sem fornecimento de consentimento
rídicos de sua decisão. Levando em consideração
do titular, nas hipóteses em que for indis-
que, à luz das normas de regência e da situação
pensável para: fática, João realmente não tinha direito subjetivo
a) cumprimento de obrigação legal ou regula- ao benefício pleiteado, o ato administrativo de
tória pelo controlador; desprovimento do recurso praticado por Antônio:
b) tratamento compartilhado de dados ne- a. está viciado, por ilegalidade no elemento motivo.
cessários à execução, pela administração b. está viciado, por ilegalidade no elemento forma.
pública, de políticas públicas previstas c. está viciado, por ilegalidade no elemento finalidade.
em leis ou regulamentos; d. não está viciado, pela teoria dos motivos de-
c) realização de estudos por órgão de pes- terminantes.
quisa, garantida, sempre que possível, a
anonimização dos dados pessoais sensíveis; Comentário
d) exercício regular de direitos, inclusive em
contrato e em processo judicial, administra- Lei n. 9.784/1999
tivo e arbitral, este último nos termos da Lei Art. 50. Os atos administrativos deverão ser
nº 9.307, de 23 de setembro de 1996 (Lei de motivados, com indicação dos fatos e dos
Arbitragem); fundamentos jurídicos, quando:
e) proteção da vida ou da incolumidade física I – neguem, limitem ou afetem direitos ou in-
do titular ou de terceiro; teresses;
f) tutela da saúde, exclusivamente, em proce- II – imponham ou agravem deveres, encar-
dimento realizado por profissionais de saúde, gos ou sanções;
serviços de saúde ou autoridade sanitária; ou III – decidam processos administrativos de
(Redação dada pela Lei nº 13.853, de 2019) concurso ou seleção pública;
Vigência IV – dispensem ou declarem a inexigibilidade
g) garantia da prevenção à fraude e à segu- de processo licitatório;
rança do titular, nos processos de identifica- V – decidam recursos administrativos;
ção e autenticação de cadastro em sistemas VI – decorram de reexame de ofício;
eletrônicos, resguardados os direitos mencio- VII – deixem de aplicar jurisprudência firmada
nados no art. 9º desta Lei e exceto no caso sobre a questão ou discrepem de pareceres,
de prevalecerem direitos e liberdades funda- laudos, propostas e relatórios oficiais;
mentais do titular que exijam a proteção dos VIII – importem anulação, revogação, suspen-
dados pessoais. são ou convalidação de ato administrativo.

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9. (FGV/2021/TCE-AM) Imagine as duas situações b. frustrada e deserta, sendo que esta segunda pode
hipotéticas a seguir ocorridas no ano de 2019. dar azo à inexigibilidade de licitação, quando jus-
tificadamente não puder ser repetida a licitação
I – O Estado do Amazonas publicou regularmente sem prejuízo para a Administração, mantidas to-
edital de licitação para realização de procedi- das as condições preestabelecidas.
mento licitatório para prestação de determi- c. fracassada e deserta, sendo que esta segunda
nados serviços, mas todos os licitantes foram pode dar azo à dispensa de licitação, quando jus-
inabilitados. tificadamente não puder ser repetida a licitação
II – O Estado do Amazonas publicou regularmente sem prejuízo para a Administração, mantidas to-
edital de licitação para realização de procedi- das as condições preestabelecidas.
mento licitatório para aquisição de determina- d. deserta e perdida, sendo que esta segunda pode
dos bens, mas nenhum interessado compare- dar azo à dispensa de licitação, quando justifica-
ceu para participar do certame. damente não puder ser repetida a licitação sem
prejuízo para a Administração, mantidas todas as
De acordo com a doutrina de Direito Administrativo condições preestabelecidas.
e a Lei n. 8.666/1993, os casos narrados repre-
sentam, respectivamente, licitações:
a. perdida e frustrada, sendo que aquela primeira
pode dar azo à inexigibilidade de licitação, quando
justificadamente não puder ser repetida a licitação
sem prejuízo para a Administração, mantidas to-
das as condições preestabelecidas.

Comentário

Lei n. 8.666/1993 Lei n. 14.133/2021


Art. 24.  É dispensável a licitação:        Art. 75. É dispensável a licitação:
I – para obras e serviços de engenharia de valor até I – para contratação que envolva valores inferiores
10% (dez por cento) do limite previsto na alínea "a", a R$ 100.000,00 (cem mil reais), no caso de obras e
do inciso I do artigo anterior, desde que não se refi- serviços de engenharia ou de serviços de manuten-
ram a parcelas de uma mesma obra ou serviço ou ção de veículos automotores;
ainda para obras e serviços da mesma natureza e II – para contratação que envolva valores inferiores
no mesmo local que possam ser realizadas conjunta a R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais), no caso de
e concomitantemente; outros serviços e compras;
II – para outros serviços e compras de valor até 10% § 2º Os valores referidos nos incisos I e II do caput
(dez por cento) do limite previsto na alínea "a", do deste artigo serão duplicados para compras, obras
inciso II do artigo anterior e para alienações, nos e serviços contratados por consórcio público ou por
casos previstos nesta Lei, desde que não se refiram autarquia ou fundação qualificadas como agências
a parcelas de um mesmo serviço, compra ou aliena- executivas na forma da lei.
ção de maior vulto que possa ser realizada de uma
só vez;
§ 1º Os percentuais referidos nos incisos I e II
do caput deste artigo serão 20% (vinte por cento)
para compras, obras e serviços contratados por
consórcios públicos, sociedade de economia mista,
empresa pública e por autarquia ou fundação quali-
ficadas, na forma da lei, como Agências Executivas.

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DIREITO ADMINISTRATIVO
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Lei n. 8.666/1993 Lei n. 14.133/2021


Art. 24.  É dispensável a licitação:        Art. 75. É dispensável a licitação:
III – nos casos de guerra ou grave perturbação VII – nos casos de guerra, estado de defesa,
da ordem; estado de sítio, intervenção federal ou de grave
IV – nos casos de emergência ou de calami- perturbação da ordem;
dade pública, quando caracterizada urgência de VIII - nos casos de emergência ou de calamidade
atendimento de situação que possa ocasionar pública, quando caracterizada urgência de aten-
prejuízo ou comprometer a segurança de pes- dimento de situação que possa ocasionar pre-
soas, obras, serviços, equipamentos e outros juízo ou comprometer a continuidade dos servi-
bens, públicos ou particulares, e somente para ços públicos ou a segurança de pessoas, obras,
os bens necessários ao atendimento da situação serviços, equipamentos e outros bens, públicos
emergencial ou calamitosa e para as parcelas de ou particulares, e somente para aquisição dos
obras e serviços que possam ser concluídas no bens necessários ao atendimento da situação
prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias con- emergencial ou calamitosa e para as parcelas de
secutivos e ininterruptos, contados da ocorrência obras e serviços que possam ser concluídas no
da emergência ou calamidade, vedada a prorro- prazo máximo de 1 (um) ano, contado da data
gação dos respectivos contratos; de ocorrência da emergência ou da calamidade,
vedadas a prorrogação dos respectivos contra-
tos e a recontratação de empresa já contratada
com base no disposto neste inciso;

10. (FGV/2021/TCE-AM) Em relação aos tipos de lici-


tação, que se vinculam aos critérios de julgamento
da licitação, a nova Lei de Licitações (Lei Federal
n. 14.133/2021) estabelece que o julgamento por:
a. maior desconto terá como referência o preço par-
cial para cada espécie de bens ou serviços fixa-
da no edital de licitação, e o desconto não será
obrigatoriamente estendido aos eventuais termos
aditivos, exceto se houver acordo entre as partes
contratantes.
b. melhor técnica ou conteúdo artístico considerará
as propostas técnicas ou produções artísticas dis-
poníveis no mercado, e o edital deverá definir o
prêmio ou a remuneração que será atribuída aos
vencedores, considerando os princípios da legali-
dade e da economicidade.
c. maior retorno econômico, utilizado exclusivamente
para a celebração de contrato de eficiência, con-
siderará a maior economia para a Administração,
e a remuneração deverá ser fixada em percentual
que incidirá de forma proporcional à economia efe-
tivamente obtida na execução do contrato.
d. técnica e preço considerará a maior pontuação ob-
tida a partir da ponderação, segundo fatores obje-
tivos previstos no edital, das notas atribuídas aos
aspectos de técnica e de preço da proposta, sen-
do que o requisito de preço deverá ter valoração
de, ao menos, o dobro do de técnica.

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DIREITO ADMINISTRATIVO
Gustavo Brígido

Comentário

Lei n. 8.666/1993 Lei n. 14.133/2021


Art. 45.  § 1o  Para os efeitos deste artigo, cons- Art. 33. O julgamento das propostas será reali-
tituem tipos de licitação, exceto na modalidade zado de acordo com os seguintes critérios:
concurso: I – menor preço;
I – a de menor preço – quando o critério de sele- II – maior desconto;
ção da proposta mais vantajosa para a Adminis- III – melhor técnica ou conteúdo artístico;
tração determinar que será vencedor o licitante IV – técnica e preço;
que apresentar a proposta de acordo com as V – maior lance, no caso de leilão;
especificações do edital ou convite e ofertar o VI – maior retorno econômico.
menor preço;
II – a de melhor técnica;
III – a de técnica e preço.
IV – a de maior lance ou oferta – nos casos
de alienação de bens ou concessão de direito
real de uso.

Art. 39. O julgamento por maior retorno econômico, utilizado exclusivamente para a celebração de con-
trato de eficiência, considerará a maior economia para a Administração, e a remuneração deverá ser
fixada em percentual que incidirá de forma proporcional à economia efetivamente obtida na execução
do contrato.

11. (FGV/2021/TCE-AM) Em matéria de intervenção c. concorrente dos estados, municípios e Distrito


do Estado na propriedade, a chamada desapro- Federal, tem função pedagógica, uma vez que
priação especial urbana se dá por interesse social recai sobre imóveis urbanos subutilizados, e há
para a política urbana. A desapropriação especial necessidade de pagamento de ulterior e justa in-
urbana é de competência: denização;
a. concorrente dos estados, municípios e Distrito Fe- d. exclusiva dos municípios que possuem plano di-
deral, tem função sancionatória, uma vez que re- retor, tem função sancionatória, uma vez que re-
cai sobre imóveis urbanos que desatendam a sua cai sobre imóveis urbanos que desatendam a sua
função social, e há necessidade de pagamento de função social, e a indenização será feita com pa-
prévia e justa indenização; gamento em títulos da dívida pública de emissão
b. concorrente da União, estados, municípios e Dis- previamente aprovada pelo Senado Federal.
trito Federal, tem função pedagógica, uma vez
que recai sobre imóveis urbanos subutilizados, e Comentário
há necessidade de pagamento de ulterior e justa
indenização;

Desapropriação Tipo Indenização


Art. 5º. XXIV, CRFB/1988 Necessidade ou utilidade pública/ Justa, prévia e em dinheiro
Interesse Social
Art. 182, CRFB/1988 Política Urbana Títulos da Dívida Pública
Art. 184, CRFB/1988 Reforma Agrária Títulos da Dívida Agrária
Art. 243, CRFB/1988 Expropriação Sem indenização

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DIREITO ADMINISTRATIVO
Gustavo Brígido

Art. 182. A política de desenvolvimento urba-


no, executada pelo Poder Público municipal,
conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tem
por objetivo ordenar o pleno desenvolvimen-
to das funções sociais da cidade e garantir o
bem-estar de seus habitantes.
§ 1º O plano diretor, aprovado pela Câmara
Municipal, obrigatório para cidades com mais
de vinte mil habitantes, é o instrumento bá-
sico da política de desenvolvimento e de ex-
pansão urbana.
§ 2º A propriedade urbana cumpre sua fun-
ção social quando atende às exigências fun-
damentais de ordenação da cidade expres-
sas no plano diretor.
§ 3º As desapropriações de imóveis urbanos
serão feitas com prévia e justa indenização
em dinheiro.
§ 4º É facultado ao Poder Público municipal,
mediante lei específica para área incluída no
plano diretor, exigir, nos termos da lei federal,
do proprietário do solo urbano não edificado,
subutilizado ou não utilizado, que promova
seu adequado aproveitamento, sob pena, su-
cessivamente, de:
I – parcelamento ou edificação compulsórios;
II – imposto sobre a propriedade predial e ter-
ritorial urbana progressivo no tempo;
III – desapropriação com pagamento median-
te títulos da dívida pública de emissão previa-
mente aprovada pelo Senado Federal, com
prazo de resgate de até dez anos, em parce-
las anuais, iguais e sucessivas, assegurados
o valor real da indenização e os juros legais.

Telegram: Gustavo Brigido


https://t.me/gustavobrigido
Instagram: Gustavo Brígido
https://www.instagram.com/gustavobrigido

Caiam mil homens à tua esquerda e dez mil à tua


direita: tu não serás atingido.

Salmos, 90/91

O Senhor o protegerá de todo o mal, protegerá a


sua vida. O Senhor protegerá a sua saída e a sua
chegada, desde agora e para sempre.

Salmos, 121

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DIREITO CIVIL
Roberta Queiroz

Roberta Queiroz
Mestre em Direito pela Universidade Católica de Brasília, com dissertação na área de Direito Processual Civil
– negócios jurídicos processais. Especialista em Direito Processual Civil pela Universidade do Sul de Santa
Catarina em novembro de 2009. Graduada em Direito pela Universidade Católica de Brasília em dezembro de
2005. Foi professora universitária do curso de Direito da Universidade Católica de Brasília. Docente nas disci-
plinas de Direito Civil e Direito Processual Civil desde 2007 para Pós-Graduação, para Preparatório de Exame
de Ordem e para Concursos de Carreiras Jurídicas. Professora de cursos de aperfeiçoamento na advocacia
em Direito Civil e Processo Civil na Escola Superior da Advocacia de Brasília – ESA/DF. Coordenadora do
curso preparatório para Exame de Ordem do Gran Cursos Online. Advogada inscrita na OAB-DF.

DIREITO CIVIL
1. (FGV) João, único herdeiro de seu avô Leonardo, 2. (FGV) Gumercindo, 77 anos de idade, vinha so-
recebeu, por ocasião da abertura da sucessão frendo os efeitos do Mal de Alzheimer, que, embo-
deste último, todos os seus bens, inclusive uma ra não atingissem sua saúde física, perturbavam
casa repleta de antiguidades. sua memória. Durante uma distração de seu en-
fermeiro, conseguiu evadir-se da casa em que re-
Necessitando de dinheiro para quitar suas dívidas, sidia. A despeito dos esforços de seus familiares,
uma das primeiras providências de João foi alienar ele nunca foi encontrado, e já se passaram nove
uma pintura antiga que sempre estivera exposta anos do seu desaparecimento. Agora, seus paren-
na sala da casa, por um valor módico, ao primeiro tes lidam com as dificuldades relativas à adminis-
comprador que encontrou. tração e disposição do seu patrimônio.
João, semanas depois, leu nos jornais a notícia de
que reaparecera no mercado de arte uma pintura Assinale a opção que indica o que os parentes de-
valiosíssima de um célebre artista plástico. Sua vem fazer para receberem a propriedade dos bens
surpresa foi enorme ao descobrir que se tratava de Gumercindo.
da pintura que ele alienara, com valor milhares de a. Somente com a localização do corpo de Gumer-
vezes maior do que o por ela cobrado. Por isso, cindo será possível a decretação de sua morte e
pretende pleitear a invalidação da alienação. a transferência da propriedade dos bens para os
herdeiros.
A respeito do caso narrado, assinale a afirmativa b. Eles devem requerer a declaração de ausência,
correta. com nomeação de curador dos bens, e, após um
a. O negócio jurídico de alienação da pintura cele- ano, a sucessão provisória; a sucessão definitiva,
brado por João está viciado por lesão e chegou com transferência da propriedade dos bens, só
a produzir seus efeitos regulares, no momento de poderá ocorrer depois de dez anos de passada
sua celebração. em julgado a sentença que concede a abertura da
b. O direito de João a obter a invalidação do negócio sucessão provisória.
jurídico, por erro, de alienação da pintura, não se c. Eles devem requerer a sucessão definitiva do au-
sujeita a nenhum prazo prescricional sente, pois ele já teria mais de oitenta anos de ida-
c. A validade do negócio jurídico de alienação da de, e as últimas notícias dele datam de mais de
pintura subordina-se necessariamente à prova de cinco anos.
que o comprador desejava se aproveitar de sua d. Eles devem requerer que seja declarada a morte
necessidade de obter dinheiro rapidamente. presumida, sem decretação de ausência, por ele
d. Se o comprador da pintura oferecer suplemento se encontrar desaparecido há mais de dois anos,
do preço pago de acordo com o valor de mercado abrindo-se, assim, a sucessão.
da obra, João poderá optar entre aceitar a oferta
ou invalidar o negócio.

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DIREITO CIVIL
Roberta Queiroz

3. (FGV) Antônio, divorciado, proprietário de três 5. (FGV) Em 05/05/2005, Aloísio adquiriu uma casa
imóveis devidamente registrados no RGI, de va- de 500 m2 registrada em nome de Bruno, que lhe
lores de mercado semelhantes, decidiu transferir vendeu o imóvel a preço de mercado. A escritu-
onerosamente um de seus bens ao seu filho mais ra e o registro foram realizados de maneira usu-
velho, Bruno, que mostrou interesse na aquisição al. Em 05/09/2005, o imóvel foi alugado, e Aloí-
por valor próximo ao de mercado. sio passou a receber mensalmente o valor de R$
3.000,00 pela locação, por um período de 6 anos.
No entanto, ao consultar seus dois outros filhos Em 10/10/2009, Aloísio é citado em uma ação
(irmãos do pretendente comprador), um deles, reivindicatória movida por Elisabeth, que pleiteia
Carlos, opôs-se à venda. Diante disso, bastante a retomada do imóvel e a devolução de todos os
chateado com a atitude de Carlos, seu filho que valores recebidos por Aloísio a título de locação,
não concordou com a compra e venda do imóvel, desde o momento da sua celebração.
decidiu realizar uma doação a favor de Bruno.
Uma vez que Elisabeth é judicialmente reconhe-
Em face do exposto, assinale a afirmativa correta. cida como a verdadeira proprietária do imóvel em
a. A compra e venda de ascendente para descen- 10/10/2011, pergunta-se: é correta a pretensão da
dente só pode ser impedida pelos demais descen- autora ao recebimento de todos os aluguéis rece-
dentes e pelo cônjuge, se a oposição for unânime. bidos por Aloísio?
b. Não há, na ordem civil, qualquer impedimento à a. Sim. Independentemente da sentença de mérito, a
realização de contrato de compra e venda de pai própria contestação automaticamente transforma
para filho, motivo pelo qual a oposição feita por a posse de Aloísio em posse de má-fé desde o
Carlos não poderia gerar a anulação do negócio. seu nascedouro, razão pela qual todos os valores
c. Antônio não poderia, como reação à legítima opo- recebidos pelo possuidor devem ser ressarcidos.
sição de Carlos, promover a doação do bem para b. Não. Sem a ocorrência de nenhum outro fato, so-
um de seus filhos (Bruno), sendo tal contrato nulo mente após uma sentença favorável ao pedido de
de pleno direito. Elisabeth, na reivindicatória, é que seus argumen-
d. É legítima a doação de ascendentes para des- tos poderiam ser considerados verdadeiros, o que
cendente, independentemente da anuência dos caracterizaria a transformação da posse de boa-fé
demais, eis que o ato importa antecipação do que em posse de má-fé. Como o possuidor de má-fé
lhe cabe na herança. tem direito aos frutos, Aloísio não é obrigado a de-
volver os valores que recebeu pela locação.
4. (FGV) Alberto, adolescente, obteve autorização c. Não. Sem a ocorrência de nenhum outro fato, e
de seus pais para casar-se aos dezesseis anos uma vez que Elisabeth foi vitoriosa em seu pleito,
de idade com sua namorada Gabriela. O casal vi- a posse de Aloísio passa a ser qualificada como de
veu feliz nos primeiros meses de casamento, mas, má-fé desde a sua citação no processo – momen-
após certo tempo de convivência, começaram a to em que Aloísio tomou conhecimento dos fatos
ter constantes desavenças. Assim, a despeito dos ao final reputados como verdadeiros –, exigindo,
esforços de ambos para que o relacionamento em tais condições, a devolução dos frutos recebi-
progredisse, os dois se divorciaram pouco mais dos entre 10/10/2009 e a data de encerramento do
de um ano após o casamento. Muito frustrado, Al- contrato de locação.
berto decidiu reunir algumas economias e adquiriu d. Não. Apesar de Elisabeth ter obtido o provimento
um pacote turístico para viajar pelo mundo e tentar judicial que pretendia, Aloísio não lhe deve qual-
esquecer o ocorrido. quer valor, pois, sendo possuidor com justo título,
tem, em seu favor, a presunção absoluta de vera-
Considerando que Alberto tinha dezessete anos cidade quanto a sua boa-fé.
quando celebrou o contrato com a agência de tu-
rismo e que o fez sem qualquer participação de
seus pais, o contrato é
a. válido, pois Alberto é plenamente capaz.
b. nulo, pois Alberto é absolutamente incapaz.
c. anulável, pois Alberto é relativamente incapaz.
d. ineficaz, pois Alberto não pediu a anuência
de Gabriela.

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DIREITO CIVIL
Roberta Queiroz

6. (FGV) Arnaldo institui usufruto de uma casa em 7. (FGV) Ronaldo é proprietário de um terreno que se
favor das irmãs Bruna e Cláudia, que, no intuito de encontra cercado de imóveis edificados e decide
garantir uma fonte de renda, alugam o imóvel. Dois vender metade dele para Abílio. Dois anos após o
anos depois da constituição do usufruto, Cláudia negócio feito com Abílio, Ronaldo, por dificuldades
falece, e Bruna, mesmo sem “cláusula de acres- financeiras, descumpre o que havia sido acordado
cer” expressamente estipulada, passa a receber e constrói uma casa na parte da frente do terre-
integralmente os valores decorrentes da locação. no – sem deixar passagem aberta para Abílio – e
a vende para José, que imediatamente passa a
Um ano após o falecimento de Cláudia, Arnaldo habitar o imóvel.
vem a falecer. Seus herdeiros pleiteiam judicial-
mente uma parcela dos valores integralmente re- Diante do exposto, assinale a afirmativa correta.
cebidos por Bruna no intervalo entre o falecimento a. Abílio tem direito real de servidão de passagem
de Cláudia e de Arnaldo e, concomitantemente, a pelo imóvel de José, mesmo contra a vontade des-
extinção do usufruto em função da morte de seu te, com base na usucapião.
instituidor. b. A venda realizada por Ronaldo é nula, tendo em
vista que José não foi comunicado do direito real de
Diante do exposto, assinale a afirmativa correta. servidão de passagem existente em favor de Abílio.
a. Na ausência da chamada “cláusula de acrescer”, c. Abílio tem direito a passagem forçada pelo imóvel
parte do usufruto teria se extinguido com a morte de José, independentemente de registro, eis que
de Cláudia, mas o usufruto como um todo não se seu imóvel ficou em situação de encravamento
extingue com a morte de Arnaldo. após a construção e venda feita por Ronaldo.
b. Bruna tinha direito de receber a integralidade dos d. Como não participou da avença entre Ronaldo e
aluguéis independentemente de estipulação ex- Abílio, José não está obrigado a conceder passa-
pressa, tendo em vista o grau de parentesco com gem ao segundo, em função do caráter persona-
Cláudia, mas o usufruto automaticamente se ex- líssimo da obrigação assumida.
tingue com a morte de Arnaldo.
c. A morte de Arnaldo só extingue a parte do usufruto 8. (FGV) Aldo e Mariane são casados sob o regime
que caberia a Bruna, mas permanece em vigor no da comunhão parcial de bens, desde setembro de
que tange à parte que cabe a Cláudia, legitimando 2013. Em momento anterior ao casamento, Ru-
os herdeiros desta a receberem metade dos valo- bens, pai de Mariane, realizou a doação de um
res decorrentes da locação, caso esta permane- imóvel à filha. Desde então, a nova proprietária
ça em vigor. acumula os valores que lhe foram pagos pelos lo-
d. A morte de Cláudia extingue integralmente o usu- catários do imóvel.
fruto, pois instituído em caráter simultâneo, razão
pela qual os herdeiros de Arnaldo têm direito de No ano corrente, alguns desentendimentos fize-
receber a integralidade dos valores recebidos por ram com que Mariane pretendesse se divorciar de
Bruna, após o falecimento de sua irmã. Aldo. Para tal finalidade, procurou um advogado,
informando que a soma dos aluguéis que lhe fo-
ram pagos desde a doação do imóvel totalizava
R$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil reais), sen-
do que R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) foram
auferidos antes do casamento e o restante, após.
Mariane relatou, ainda, que atualmente o imóvel
se encontra vazio, sem locatários.

Sobre essa situação e diante de eventual divórcio,


assinale a afirmativa correta.
a. Quanto aos aluguéis, Aldo tem direito à meação
sob o total dos valores.
b. Tendo em vista que o imóvel locado por Mariane
é seu bem particular, os aluguéis por ela auferidos
não se comunicam com Aldo.

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DIREITO CIVIL
Roberta Queiroz

c. Aldo tem direito à meação dos valores recebi- 10. (FGV) Salomão, solteiro, sem filhos, 65 anos, é fi-
dos por Mariane, durante o casamento, a título lho de Lígia e Célio, que faleceram recentemente
de aluguel. e eram divorciados. Ele é irmão de Bernardo, 35
d. Aldo faz jus à meação tanto sobre a propriedade anos, médico bem-sucedido, filho único do segun-
do imóvel doado a Mariane por Rubens, quanto do casamento de Lígia. Salomão, por circunstân-
sobre os valores recebidos a título de aluguel des- cias sociais, não mantinha contato com Bernardo.
se imóvel na constância do casamento.
Em razão de uma deficiência física, Salomão nun-
9. (FGV) Arnaldo faleceu e deixou os filhos Roberto e ca exerceu atividade laborativa e sempre morou
Álvaro. No inventário judicial de Arnaldo, Roberto, com o pai, Célio, até o falecimento deste. Com fre-
devedor contumaz na praça, renunciou à herança, quência, seu primo Marcos, comerciante e grande
em 05/11/2019, conforme declaração nos autos. amigo, o visita.
Considerando que o falecido não deixou testa-
mento e nem dívidas a serem pagas, o valor líqui- Com base no caso apresentado, assinale a opção
do do monte a ser partilhado era de R$ 100.000,00 que indica quem tem obrigação de pagar alimento
(cem mil reais). a Salomão.
a. Marcos é obrigado a pagar alimentos a Salomão,
Bruno é primo de Roberto e também seu credor no caso de necessidade deste.
no valor de R$ 30.000,00 (trinta mil reais). No b. Por ser irmão unilateral, Bernardo não deve, em
dia 09/11/2019, Bruno tomou conhecimento da hipótese alguma, alimentos a Salomão.
manifestação de renúncia supracitada e, no dia c. Bernardo, no caso de necessidade de Salomão,
29/11/2019, procurou um advogado para tomar as deve arcar com alimentos.
medidas cabíveis. d. Bernardo e Marcos deverão dividir alimentos, en-
tre ambos, de forma igualitária.
Sobre esta situação, assinale a afirmativa correta.
a. Em nenhuma hipótese Bruno poderá contestar a
renúncia da herança feita por Roberto.
b. Bruno poderá aceitar a herança em nome de Ro-
berto, desde que o faça no prazo de quarenta dias
seguintes ao conhecimento do fato.
c. Bruno poderá, mediante autorização judicial, acei-
tar a herança em nome de Roberto, recebendo in-
tegralmente o quinhão do renunciante.
d. Bruno poderá, mediante autorização judicial, acei-
tar a herança em nome de Roberto, no limite de
seu crédito.

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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Raquel Bueno

Raquel Bueno
Formada em Direito pela Universidade Católica de Brasília, Especialista em Direito Civil e Processo Civil pela
Universidade Cândido Mendes-RJ, Mestranda em Direito na Universidade Católica de Brasília, professora de
Direito Civil da graduação da Universidade Católica de Brasília e IESB, da pós graduação em Direito Civil da
UniEvangélica de Anápolis-GO e professora de Direito Civil e Processo Civil do Gran Cursos Online. Advogada.

DIREITO PROCESSUAL CIVIL

Meus amores! 1. Imagine a seguinte situação: uma ação de anu-


lação de negócio jurídico proposta por Carlos em
 “(...) Ninguém nasceu no topo da montanha face de Diego. Carlos não comparece injustifica-
 E a escalada sempre vai ser árdua damente à audiência, mas seu advogado com-
 Só aquele que resistir o processo parece, tendo procuração com poderes especiais
 Vai ter direito a vista mais fantástica para transigir. Após o encerramento da audiência
 O melhor peixe é o que você pesca de conciliação/mediação sem acordo, abre-se pra-
 A melhor caça é a que você caça zo para Diego apresentar sua resposta. O juiz de
 O alívio vale seu suor da testa primeira instância fixa multa por ato atentatório à
 Porque o que vem de graça é mais sem graça dignidade da Justiça em desfavor do autor. Pos-
 (...)” teriormente, o juiz julga um dos pedidos do autor
procedente, uma vez que incontroverso. A partir
Resiliência – Tribo da Periferia. desta realidade, aponte a opção correta:
a. Neste caso não é cabível a multa, cabendo a inter-
Saibam reconhecer seus próprios sacrifícios e es- posição de agravo de instrumento para questionar
forços! Preparem-se para a batalha! É chegado sua aplicação.
o momento do desafio final e também da recom- b. Contra a decisão que julgou procedente o pedido
pensa! Pensamento positivo, equilíbrio e vontade incontroverso cabe apelação.
de vencer! Que Deus esteja no comando de suas c. Neste caso não é cabível a multa, punição esta
vidas! Assim sendo, mesmo se o barco ameaçar que poderá ser questionada posteriormente em
afundar, caminharemos sobre as águas. Confio e preliminar de apelação, ou nas contrarrazões
estou com cada um de vocês em pensamento e de apelação.
coração! d. Contra a decisão que julgou procedente o pedido
incontroverso cabe agravo de instrumento, uma
vez que a legislação não permite expressamente
o julgamento antecipado parcial de mérito.

Comentário
Da decisão que julga, em caráter definitivo, parcial-
mente o mérito, caberá agravo de instrumento, por
se tratar de uma decisão interlocutória de mérito.

CPC
Art. 356. O juiz decidirá parcialmente o méri-
to quando um ou mais dos pedidos formula-
dos ou parcela deles:
I – mostrar-se incontroverso; (...)
§ 5º A decisão proferida com base neste arti-
go é impugnável por agravo de instrumento.

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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Raquel Bueno

Caso a parte não compareça injustificadamente à audi- to ao recurso ordinário em mandado de segu-
ência de conciliação/mediação, mas seu advogado for rança, concedendo-se a segurança.
(com poderes especiais para transigir), não haverá a (AgInt no RMS 56.422/MS, Rel. Ministro
incidência da multa do § 8º, do artigo 334 do CPC. A RAUL ARAÚJO, QUARTA TURMA, julgado
decisão interlocutória que fixa a multa do artigo 334, em 08/06/2021, DJe 16/06/2021) R E -
§ 8º, do CPC, não é agravável, devendo ser impug- CURSO ESPECIAL. PROCESSUAL CIVIL.
nada em preliminar de apelação ou nas contrarrazões AGRAVO DE INSTRUMENTO. HIPÓTE-
de apelação. SES DE CABIMENTO DO RECURSO (ART.
1.015, INCISO II, DO CPC). AUSÊNCIA IN-
CONSTITUCIONAL E PROCESSUAL CIVIL. JUSTIFICADA A AUDIÊNCIA DE CONCILI-
MANDADO DE SEGURANÇA. AGRAVO ÇÃO. MULTA POR ATO ATENTATÓRIO À
INTERNO NO RECURSO ORDINÁRIO EM DIGNIDADE DA JUSTIÇA.
MANDADO DE SEGURANÇA. ATO JUDI- 1. Controvérsia em torno da recorribilidade,
CIAL ILEGAL. DECISÃO INTERLOCUTÓRIA mediante agravo de instrumento, contra a de-
DE APLICAÇÃO DA MULTA PREVISTA NO cisão cominatória de multa à parte pela ausên-
ART. 334, § 8º, DO CPC/2015, POR INEXIS- cia injustificada à audiência de conciliação.
TENTE ATO ATENTATÓRIO À DIGNIDADE 2. O legislador de 2015, ao reformar o regime
DA JUSTIÇA. DECISÃO IRRECORRÍVEL. processual e recursal, notadamente do agra-
PARTE DEVIDAMENTE REPRESENTADA vo de instrumento, pretendeu incrementar
NA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO POR a celeridade do processo, que, na vigência
ADVOGADO COM PODERES PARA TRAN- do CPC de 1973, era constantemente obs-
SIGIR. VIOLAÇÃO DE DIREITO LÍQUIDO taculizado pela interposição de um número
E CERTO (CPC, ART. 334, § 10). ORDEM infindável de agravos de instrumento, dilar-
CONCEDIDA. RECURSO PROVIDO. gando o tempo de andamento dos processos
1. A impetração de mandado de segurança e sobrecarregando os Tribunais, Federais e
contra ato judicial, a teor da doutrina e da Estaduais.
jurisprudência, reveste-se de índole excep- 3. A decisão cominatória da multa do art. 334,
cional, admitindo-se apenas em hipóteses §8º, do CPC, à parte que deixa de compare-
determinadas, a saber: a) decisão judicial cer à audiência de conciliação, sem apresen-
manifestamente ilegal ou teratológica; b) de- tar justificativa adequada, não é agravável,
cisão judicial contra a qual não caiba recurso; não se inserindo na hipótese prevista no art.
c) para imprimir efeito suspensivo a recurso 1.015, inciso II, do CPC, podendo ser, no fu-
desprovido de tal atributo; e d) quando im- turo, objeto de recurso de apelação, na forma
petrado por terceiro prejudicado por decisão do art. 1.009, §1º, do CPC.
judicial. 4. RECURSO ESPECIAL DESPROVIDO.
2. Na hipótese, é cabível o mandado de se- (REsp 1762957/MG, Rel. Ministro PAULO DE
gurança e nítida a violação de direito líquido TARSO SANSEVERINO, TERCEIRA TUR-
e certo do impetrante, pois tem-se ato judicial MA, julgado em 10/03/2020, DJe 18/03/2020)
manifestamente ilegal e irrecorrível, consis-
tente em decisão interlocutória que impôs à
parte ré multa pelo não comparecimento pes-
soal à audiência de conciliação, com base
no § 8º do art. 334 do CPC, por suposto ato
atentatório à dignidade da Justiça, embora
estivesse representada naquela audiência
por advogado com poderes específicos para
transigir, conforme expressamente autoriza o
§ 10 do mesmo art. 334.
3. Agravo interno provido para dar provimen-

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2. Mirna começa a sentir dores de cabeça, febre, § 3º O aditamento a que se refere o inciso I do
diarreia, e procura o posto de saúde mais próxi- § 1º deste artigo dar-se-á nos mesmos autos,
mo. Após teste da COVID-19 positivo, Mirna fica sem incidência de novas custas processuais.
em isolamento em seu lar, mais precisamente no § 4º Na petição inicial a que se refere o ca-
seu quarto, uma vez que mora em um apartamen- put deste artigo, o autor terá de indicar o valor
to com a tia Kátia. Após súbita piora do seu esta- da causa, que deve levar em consideração o
do de saúde, Mirna é levada pela tia ao Hospital
pedido de tutela final.
Público local e se depara com a situação precária
§ 5º O autor indicará na petição inicial, ainda,
de inexistência de leito na UTI. Desesperada, a tia
que pretende valer-se do benefício previsto
de Mirna procura a Defensoria Pública, a fim de
no caput deste artigo.
que seja tomada alguma medida judicial rápida e
eficaz, uma vez que o estado de saúde de Mirna é § 6º Caso entenda que não há elementos
grave e ela necessita urgentemente de um leito de para a concessão de tutela antecipada, o ór-
UTI. Ressalte-se que a ação foi proposta no mo- gão jurisdicional determinará a emenda da
delo simplificado, perante o plantão judicial. A par- petição inicial em até 5 (cinco) dias, sob pena
tir desta realidade fática, assinale a opção correta. de ser indeferida e de o processo ser extinto
a. O caso contempla hipótese de tutela provisória de sem resolução de mérito.
urgência cautelar antecedente.
b. O caso contempla hipótese de tutela provisória de  Obs.: TPU-AA é a única que pode estabilizar se o
urgência antecipada antecedente. réu não agravar.
c. O caso contempla hipótese de tutela provisória de
evidência liminar. 3. Suzana promoveu uma ação reipersecutória em
d. O caso contempla hipótese de tutela provisória de face de Jonas, a fim de obter a entrega de um ve-
urgência satisfativa incidental. ículo, objeto de um contrato de depósito celebrado
com aquele. Suzana cumpriu sua parte no contra-
Comentário to, mas Jonas não restituiu a coisa. Assim, muni-
Conforme o artigo 303 do CPC, in verbis: da com todas as provas documentais necessárias
e pertinentes ao caso, Suzana requereu a seu
Art. 303. Nos casos em que a urgência for advogado(a) que promovesse a ação cabível, se
contemporânea à propositura da ação, a peti- possível com um pedido de liminar e fixação de as-
ção inicial pode limitar-se ao requerimento da treintes para o caso de não cumprimento da decisão
judicial. Neste caso, o(a) advogado(a) pleiteou uma:
tutela antecipada e à indicação do pedido de
a. tutela provisória de evidência incidental.
tutela final, com a exposição da lide, do direi-
b. tutela provisória de urgência antecipada antecedente.
to que se busca realizar e do perigo de dano
c. tutela provisória de urgência cautelar antecedente.
ou do risco ao resultado útil do processo. d. ação de depósito, que é um procedimento espe-
§ 1º Concedida a tutela antecipada a que se cial de jurisdição contenciosa.
refere o caput deste artigo:
I – o autor deverá aditar a petição inicial, com Comentário
a complementação de sua argumentação, a
juntada de novos documentos e a confirma- CPC
ção do pedido de tutela final, em 15 (quinze) Art. 311. A tutela da evidência será concedi-
dias ou em outro prazo maior que o juiz fixar; da, independentemente da demonstração de
II – o réu será citado e intimado para a audi- perigo de dano ou de risco ao resultado útil
ência de conciliação ou de mediação na for- do processo, quando: (...)
ma do art. 334; III – se tratar de pedido reipersecutório funda-
III – não havendo autocomposição, o pra- do em prova documental adequada do con-
zo para contestação será contado na forma trato de depósito, caso em que será decreta-
do art. 335. da a ordem de entrega do objeto custodiado,
§ 2º Não realizado o aditamento a que se re- sob cominação de multa;
fere o inciso I do § 1º deste artigo, o processo Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos
será extinto sem resolução do mérito. II e III, o juiz poderá decidir liminarmente.

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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
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4. Isabella, dezoito anos, firmou com seu pai Jonas 5. Patrícia estava atrasada para o trabalho, razão
um acordo de alimentos, assinado por eles e seus pela qual dirigia seu veículo em alta velocidade.
respectivos advogados. Neste acordo o pai paga- Durante o percurso, se distraiu ouvindo um suces-
ria um salário mínimo para a filha, a fim de ajudar so dos “Barões da Pisadinha”, e acabou colidin-
nos custos da faculdade dela. No segundo ano do na traseira do veículo de Odair, que freou de-
o pai parou de pagar o valor ajustado, e Isabella vidamente na faixa de pedestres. Após conversa
quer exigir o pagamento judicialmente, havendo amigável, Patrícia assumiu a responsabilidade e
cinco parcelas em aberto. O advogado de Isabella se comprometeu a acionar seu seguro para o con-
promoveu a execução autônoma do título, pelo rito serto do carro de Odair. Na semana seguinte, ao
da constrição patrimonial, indicando à penhora o ser procurada por Odair, Patrícia apresentou outra
único imóvel de Jonas, onde ele mora com sua versão e disse que não era responsável pelo ocor-
nova companheira. Jonas, após ser citado, procu- rido, o que levou Odair a procurar um advogado
rou um Núcleo de Prática Jurídica de uma facul- para tomar as providências judiciais cabíveis. Nes-
dade de Direito, a fim de conseguir um advogado se contexto, assinale a alternativa correta.
para lhe patrocinar. A partir deste contexto, assina- a. Odair pode promover ação indenizatória de ma-
le a alternativa correta. neira direta e exclusiva contra a seguradora.
a. Jonas terá três dias para quitar seu débito, a con- b. Uma vez demandada Patrícia, ela deverá, obriga-
tar da citação, sob pena de multa de 10%. toriamente, denunciar à lide sua seguradora.
b. Jonas poderá requerer o parcelamento da dívida, c. Odair poderá promover a demanda indenizató-
adiantando 30% do débito atualizado, mais os ho- ria em face de Patrícia e sua seguradora, em li-
norários advocatícios e custas adiantadas pela tisconsórcio.
exequente. d. Uma vez demandada Patrícia, ela poderá promo-
c. Jonas poderá opor embargos à execução, no pra- ver o chamamento ao processo da seguradora.
zo de quinze dias a contar da juntada do mandado
de citação cumprido. Comentário
d. Jonas poderá alegar a impenhorabilidade do bem Lembre-se de que nenhuma modalidade de inter-
de família legal. venção de terceiros é obrigatória. Nesse caso, Patrí-
cia poderá promover a denunciação da lide de sua
Comentário seguradora, assim como Odair pode demandar Pa-
trícia e sua seguradora em litisconsórcio. Vide art.
CPC 125, II e § 1º do CPC, bem como Súmulas do STJ
Art. 916. No prazo para embargos, reconhe- n. 529 e 537:
cendo o crédito do exequente e comprovan-
do o depósito de trinta por cento do valor em Súmula n. 529 – STJ: No seguro de respon-
execução, acrescido de custas e de honorá- sabilidade civil facultativo, não cabe o ajuiza-
rios de advogado, o executado poderá reque- mento de ação pelo terceiro prejudicado dire-
rer que lhe seja permitido pagar o restante ta e exclusivamente em face da seguradora
em até 6 (seis) parcelas mensais, acrescidas do apontado causador do dano.
de correção monetária e de juros de um por Súmula n. 537 – STJ: Em ação de repara-
cento ao mês. ção de danos, a seguradora denunciada, se
aceitar a denunciação ou contestar o pedido
a. Não há a referida multa. do autor, pode ser condenada, direta e soli-
c. Nesse caso, o prazo para embargos é de 30 dias dariamente junto com o segurado, ao paga-
(art. 186, § 3º, CPC) mento da indenização devida à vítima, nos
d. Lei n. 8.009/1990, art. 3º, inciso III. limites contratados na apólice.

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6. Lorena promoveu a execução de um título execu- 7. Durante uma audiência de instrução e julgamento,
tivo extrajudicial em face do devedor Gustavo, no em uma ação indenizatória, com pedido de depoi-
valor de R$ 25.000,00. Após o transcurso do prazo mento pessoal de ambas as partes, além de três
para pagamento voluntário, foi penhorado um veí- testemunhas arroladas pelo autor e duas arroladas
culo de Gustavo, cujo preço mínimo fixado pelo juiz pelo réu, após tentativa de conciliação infrutífera,
foi de R$ 40.000,00. Cinco dias após a hasta pú- o juiz deu início à instrução. O juiz percebeu que a
blica, antes da expedição da carta de arrematação, testemunha Helena, arrolada pelo autor, não fora
Gustavo descobriu que o bem foi arrematado por intimada pelo respectivo advogado, bem como
R$ 30.000,00. Inconformado, ele deseja invalidar não havia pedido de intimação judicial da testemu-
a arrematação. Para tanto, o caminho indicado é: nha, razão pela qual a audiência prosseguiu sem
a. A oposição de embargos à execução em ela. Durante a audiência, as informações presta-
quinze dias. das pelo réu foram diametralmente opostas ao
b. Apresentar impugnação alegando excesso testemunho de Carlos, primeira testemunha arro-
de execução. lada pelo réu. Além disso, a segunda testemunha
c. Promover ação anulatória autônoma. do réu era sua esposa. Neste contexto, assinale a
d. Alegar preço vil por meio de petição simples, nos alternativa correta.
próprios autos da execução. a. Durante o depoimento pessoal do autor o réu não
pode estar na sala de audiência e vice-versa.
Comentário b. A segunda testemunha do réu pode ser contradita-
Nesse caso, a arrematação ocorreu por valor vil. da pelo advogado do autor.
c. A testemunha Helena deverá ser conduzida coer-
CPC citivamente.
d. Poderá o advogado do autor exigir uma contradita
Art. 891. Não será aceito lance que ofereça
entre o réu e sua testemunha Carlos, em face da
preço vil.
contradição das declarações dos dois.
Parágrafo único. Considera-se vil o preço
inferior ao mínimo estipulado pelo juiz e cons-
Comentário
tante do edital, e, não tendo sido fixado pre-
ço mínimo, considera-se vil o preço inferior
Art. 385. (...)
a cinquenta por cento do valor da avaliação.
§ 2º É vedado a quem ainda não depôs assis-
Art. 903. (...)
tir ao interrogatório da outra parte.
§ 1º Ressalvadas outras situações previstas
neste Código, a arrematação poderá, no en-
CONTRADITAR é alegar que uma testemunha é im-
tanto, ser:
pedida, suspeita ou incapaz.
I – invalidada, quando realizada por preço vil
ou com outro vício; (...)
Art. 447. Podem depor como testemunhas
§ 2º O juiz decidirá acerca das situações re-
todas as pessoas, exceto as incapazes, im-
feridas no § 1º, se for provocado em até 10
pedidas ou suspeitas. (...)
(dez) dias após o aperfeiçoamento da arre-
§ 2º São impedidos:
matação.
I – o cônjuge, o companheiro, o ascendente e
o descendente em qualquer grau e o colate-
ral, até o terceiro grau, de alguma das partes,
por consanguinidade ou afinidade, salvo se o
exigir o interesse público ou, tratando-se de
causa relativa ao estado da pessoa, não se
puder obter de outro modo a prova que o juiz
repute necessária ao julgamento do mérito;
Art. 455. Cabe ao advogado da parte infor-
mar ou intimar a testemunha por ele arrolada
do dia, da hora e do local da audiência desig-
nada, dispensando-se a intimação do juízo.

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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Raquel Bueno

§ 1º A intimação deverá ser realizada por ACAREAÇÃO


carta com aviso de recebimento, cumprindo
ao advogado juntar aos autos, com antece- Art. 461. O juiz pode ordenar, de ofício ou a
dência de pelo menos 3 (três) dias da data requerimento da parte: (...)
da audiência, cópia da correspondência de II – a acareação de 2 (duas) ou mais teste-
intimação e do comprovante de recebimento. munhas ou de alguma delas com a parte,
§ 2º A parte pode comprometer-se a levar a quando, sobre fato determinado que possa
testemunha à audiência, independentemente influir na decisão da causa, divergirem as
da intimação de que trata o § 1º, presumindo- suas declarações.
-se, caso a testemunha não compareça, que § 1º Os acareados serão reperguntados para
a parte desistiu de sua inquirição. que expliquem os pontos de divergência, re-
§ 3º A inércia na realização da intimação a duzindo-se a termo o ato de acareação.
que se refere o § 1º importa desistência da § 2º A acareação pode ser realizada por vi-
inquirição da testemunha. deoconferência ou por outro recurso tecno-
§ 4º A intimação será feita pela via judicial lógico de transmissão de sons e imagens em
quando: tempo real.
I – for frustrada a intimação prevista no § 1º
deste artigo;
II – sua necessidade for devidamente de-
monstrada pela parte ao juiz;
III – figurar no rol de testemunhas servidor
público ou militar, hipótese em que o juiz o
requisitará ao chefe da repartição ou ao co-
mando do corpo em que servir;
IV – a testemunha houver sido arrolada pelo
Ministério Público ou pela Defensoria Públi-
ca;
V – a testemunha for uma daquelas previstas
no art. 454 .
§ 5º A testemunha que, intimada na forma do
§ 1º ou do § 4º, deixar de comparecer sem
motivo justificado será conduzida e respon-
derá pelas despesas do adiamento.

CONTRADITAR

Art. 457. (...)


§ 1º É lícito à parte contraditar a testemunha,
arguindo-lhe a incapacidade, o impedimento
ou a suspeição, bem como, caso a testemu-
nha negue os fatos que lhe são imputados,
provar a contradita com documentos ou com
testemunhas, até 3 (três), apresentadas no
ato e inquiridas em separado.

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ECA E DIREITO DO CONSUMIDOR
Patrícia Dreyer

Patrícia Dreyer
Patricia Dreyer é natural de Brasília - DF, especialista em Direito Processual Civil pela PUC-SP, e em Direito
Público pela Faculdade Processus, graduada em Direito pelo Centro Universitário de Brasília (1999). Advogada
militante desde 2000, nas áreas cível e tributária. Atualmente é professora da Faculdade Processus nas disci-
plinas de Direito Civil - Obrigações, Contratos, Responsabilidade Civil; e Direito Processual Civil -Recursos. É
também professora na Escola da Magistratura, em pós graduações e diversos preparatórios para Exame de
Ordem e demais concursos públicos, das disciplinas de Direito Civil e Direito Processual Civil, Direito do Con-
sumidor e Estatuto da Criança e do Adolescente. Frequentou o Programa Intensivo de Doutorado em Direito
Civil - Família, na Universidade de Buenos Aires - Argentina. É aluna regular da Pós Graduação Stricto Sensu
em Direito da Seguridade Social e Direitos Humanos da AEUDF.

ECA E DIREITO DO CONSUMIDOR


1. A Lei n. 14.181, de 2021, trouxe a regulamentação Comentário
sobre o superendividamento, com vários novos di- A.
reitos ao consumidor. Sobre o assunto, assinale a
alternativa correta. Art. 54-A. Este Capítulo dispõe sobre a pre-
a. Entende-se por superendividamento a impossibi- venção do superendividamento da pessoa
lidade manifesta de o consumidor pessoa natural natural, sobre o crédito responsável e sobre
ou jurídica, de boa-fé, pagar a totalidade de suas
a educação financeira do consumidor. (Inclu-
dívidas de consumo, exigíveis e vincendas, sem
ído pela Lei nº 14.181, de 2021)
comprometer seu mínimo existencial.
§ 1º Entende-se por superendividamento a
b. Como forma de evitar a exclusão social, é permiti-
impossibilidade manifesta de o consumidor
do, na oferta de crédito ao consumidor, indicar que
a operação de crédito poderá ser concluída sem pessoa natural, de boa-fé, pagar a totalida-
consulta a serviços de proteção ao crédito ou sem de de suas dívidas de consumo, exigíveis
avaliação da situação financeira do consumidor. e vincendas, sem comprometer seu mínimo
c. No que diz respeito ao cartão de crédito, é permi- existencial, nos termos da regulamentação.
tido realizar ou proceder à cobrança ou ao débi- (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)
to em conta de qualquer quantia que houver sido
contestada pelo consumidor em compra realizada B.
com cartão de crédito ou similar, enquanto não for
adequadamente solucionada a controvérsia, des- Art. 54-C. É vedado, expressa ou implicita-
de que o consumidor haja notificado a administra- mente, na oferta de crédito ao consumidor,
dora do cartão com antecedência de pelo menos publicitária ou não: (Incluído pela Lei nº
10 (dez) dias contados da data de vencimento
14.181, de 2021)
da fatura.
II – indicar que a operação de crédito pode-
d. A requerimento do consumidor superendividado
rá ser concluída sem consulta a serviços de
pessoa natural, o juiz poderá instaurar processo
de repactuação de dívidas, com vistas à realiza- proteção ao crédito ou sem avaliação da situ-
ção de audiência conciliatória, presidida por ele ou ação financeira do consumidor;
por conciliador credenciado no juízo, com a pre-
sença de todos os credores de dívidas, na qual C.
o consumidor apresentará proposta de plano de
pagamento com prazo máximo de 5 (cinco) anos, Art. 54-G. Sem prejuízo do disposto no art. 39
preservados o mínimo existencial, nos termos da deste Código e na legislação aplicável à ma-
regulamentação, e as garantias e as formas de pa- téria, é vedado ao fornecedor de produto ou
gamento originalmente pactuadas. serviço que envolva crédito, entre outras con-
dutas: (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)
I – realizar ou proceder à cobrança ou ao
débito em conta de qualquer quantia que
houver sido contestada pelo consumidor em

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ECA E DIREITO DO CONSUMIDOR
Patrícia Dreyer

compra realizada com cartão de crédito ou 2. (2021/FGV/OAB/EXAME DE ORDEM UNIFICA-


similar, enquanto não for adequadamente so- DO XXXII/PRIMEIRA FASE) Maria compareceu à
lucionada a controvérsia, desde que o con- loja Bela, que integra rede de franquias de produ-
sumidor haja notificado a administradora do tos de beleza e cuidados com a pele. A vendedora
cartão com antecedência de pelo menos 10 ofereceu a Maria a possibilidade de experimen-
(dez) dias contados da data de vencimento tar gratuitamente o produto na própria loja, sen-
do questionada pela cliente se esta poderia fazer
da fatura, vedada a manutenção do valor na
uso com quadro de acne em erupção e inflamada,
fatura seguinte e assegurado ao consumidor
oportunidade em que a funcionária afirmou que
o direito de deduzir do total da fatura o valor
sim. Porém, imediatamente após a aplicação do
em disputa e efetuar o pagamento da parte
produto, Maria sentiu ardência e vermelhidão in-
não contestada, podendo o emissor lançar tensas, não o comprando. Logo após sair da loja,
como crédito em confiança o valor idêntico a situação agravou-se, e Maria buscou imedia-
ao da transação contestada que tenha sido to atendimento médico de emergência, onde se
cobrada, enquanto não encerrada a apura- constataram graves lesões na pele. Da leitura do
ção da contestação; rótulo obtido através do site da loja, evidenciou-se
erro da vendedora, que utilizou no rosto da cliente
D. produto contraindicado para o seu caso. Nessa si-
tuação, à luz do Código de Defesa do Consumidor
Art. 104-A. A requerimento do consumidor e do entendimento do Superior Tribunal de Justi-
superendividado pessoa natural, o juiz po- ça, é correto afirmar que
derá instaurar processo de repactuação de a. é objetiva a responsabilidade civil da vendedora
que aplicou o produto em Maria sem observar as
dívidas, com vistas à realização de audiência
contraindicações, afastando-se a responsabilida-
conciliatória, presidida por ele ou por conci-
de da empresa por culpa de terceiro.
liador credenciado no juízo, com a presença
b. a responsabilidade civil objetiva recai exclusi-
de todos os credores de dívidas previstas no vamente sobre a franqueadora, a quem faculta-
art. 54-A deste Código, na qual o consumidor -se ingressar com ação de regresso em face da
apresentará proposta de plano de pagamen- franqueada.
to com prazo máximo de 5 (cinco) anos, pre- c. se a franqueadora for demandada judicialmente,
servados o mínimo existencial, nos termos não poderá invocar denunciação da lide à franque-
da regulamentação, e as garantias e as for- ada, por se tratar de acidente de consumo.
mas de pagamento originalmente pactuadas. d. não há relação de consumo, uma vez que se tra-
tou de hipótese de amostra grátis, sem que tenha
se materializado a relação de consumo, em razão
de o produto não ter sido comprado por Maria.

Comentário

Art. 88. Na hipótese do art. 13, parágrafo úni-


co deste código, a ação de regresso poderá
ser ajuizada em processo autônomo, faculta-
da a possibilidade de prosseguir-se nos mes-
mos autos, vedada a denunciação da lide.
Art. 13. (...)
Parágrafo único. Aquele que efetivar o pa-
gamento ao prejudicado poderá exercer o di-
reito de regresso contra os demais responsá-
veis, segundo sua participação na causação
do evento danoso.

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ECA E DIREITO DO CONSUMIDOR
Patrícia Dreyer

3. (2020/FGV/OAB/EXAME DE ORDEM UNIFICADO Seção VII


XXXII/PRIMEIRA FASE) O adolescente João, com Da Internação
16 anos completos, foi apreendido em flagrante Art. 122. A medida de internação só poderá
quando praticava ato infracional análogo ao crime ser aplicada quando:
de furto. Devidamente conduzido o processo, de I – tratar-se de ato infracional cometido me-
forma hígida, ele foi sentenciado ao cumprimento diante grave ameaça ou violência a pessoa;
de medida socioeducativa de 1 ano, em regime de
II – por reiteração no cometimento de outras
semiliberdade. Sobre as medidas socioeducativas
infrações graves;
aplicadas a João, assinale a afirmativa correta.
III – por descumprimento reiterado e injustifi-
a. A medida de liberdade assistida será fixada pelo
cável da medida anteriormente imposta.
prazo máximo de 6 meses, sendo que, ao final
de tal período, caso João não se revele suficien-
temente ressocializado, a medida será convolada 4. (2019/FGV/OAB/EXAME DE ORDEM UNIFICA-
em internação. DO XXXII/PRIMEIRA FASE) Roberta produziu, em
b. A medida aplicada foi equivocada, pois deveria seu computador, vídeo de animação em que se
ter sido, necessariamente, determinada a interna- percebe a simulação de atos pornográficos entre
ção de João. crianças. O vídeo não mostra nenhuma imagem
c. No regime de semiliberdade, João poderia sair da reconhecível, nenhuma pessoa identificável, mas
instituição para ocupações rotineiras de trabalho e apresenta, inequivocamente, figuras de crianças,
estudo, sem necessidade de autorização judicial. e bem jovens. Sobre o fato apresentado, sob a
d. A medida aplicada foi equivocada, pois não pode- perspectiva do Estatuto da Criança e do Adoles-
ria, pelo fato análogo ao furto, ter a si aplicada me- cente, assinale a afirmativa correta.
dida diversa da liberdade assistida. a. Não é ilícito penal: o crime ocorre quando se si-
mula a atividade pornográfica com imagens reais
de crianças.
Comentário
b. É crime, pois o Estatuto da Criança e do Adoles-
cente prevê a conduta típica de simular a par-
Da Liberdade Assistida
ticipação de criança ou adolescente em cena
Art. 118. A liberdade assistida será adotada pornográfica por meio de qualquer forma de repre-
sempre que se afigurar a medida mais ade- sentação visual.
quada para o fim de acompanhar, auxiliar e c. É crime se houver a divulgação pública do filme,
orientar o adolescente. pois a mera produção de filme envolvendo simula-
§ 1º A autoridade designará pessoa capaci- cro de imagem de criança ou adolescente em situ-
tada para acompanhar o caso, a qual poderá ação pornográfica não é reprovada pelo Estatuto
ser recomendada por entidade ou programa da Criança e do Adolescente.
de atendimento. d. Não é ilícito penal, pois a animação somente se
§ 2º A liberdade assistida será fixada pelo afigura como simulação suficientemente apta a
prazo mínimo de seis meses, podendo a despertar a reprovabilidade criminal se reprodu-
qualquer tempo ser prorrogada, revogada ou zir a imagem real de alguma criança diretamente
identificável.
substituída por outra medida, ouvido o orien-
tador, o Ministério Público e o defensor.
Comentário
Do Regime de Semi-liberdade
Lei n. 8.069/1990 (...)
Art. 120. O regime de semi-liberdade pode
Art. 241-C. Simular a participação de criança
ser determinado desde o início, ou como for-
ou adolescente em cena de sexo explícito ou
ma de transição para o meio aberto, possi-
pornográfica por meio de adulteração, mon-
bilitada a realização de atividades externas,
tagem ou modificação de fotografia, vídeo ou
independentemente de autorização judicial.
qualquer outra forma de representação visual:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos,
e multa.

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DIREITO AMBIENTAL
Nilton Coutinho

Nilton Coutinho
Procurador do Estado de São Paulo, Especialista em Planejamento e Gestão Municipal pela FCT/UNESP; Espe-
cialista em Direito Público pelo complexo jurídico Damásio de Jesus; Especialista em Direito Penal e Processual
Penal pela Escola Superior do Ministério Público de São Paulo; Mestre em Direito pelo CESUMAR/PR; Doutor
em Direito Político e Econômico pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Professor na área do direito público,
direitos fundamentais e proteção da dignidade da pessoa humana, com diversas obras publicadas

DIREITO AMBIENTAL
1. (VUNESP/2019/PREFEITURA DE RIBEIRÃO síduos sólidos cujas características causem
PRETO-SP/PROCURADOR DO MUNICÍPIO) dano ao meio ambiente, à saúde pública e
Acerca da poluição por resíduos sólidos, estabe- animal e à sanidade vegetal, ainda que para
lecem-se proibições de determinadas formas de tratamento, reforma, reúso, reutilização ou
destinação ou sua disposição final, dentre as quais: recuperação. Letra e
a. lançamento “in natura”, a céu aberto, dos resíduos
de mineração. 2. (FGV/2016/CODEBA/ANALISTA PORTUÁRIO/
b. queima de resíduos, a céu aberto, ainda que de- ADVOGADO) Com a finalidade de iniciar atividade
cretada emergência sanitária. industrial de produção de móveis, João, empre-
c. lançamentos em praias, no mar ou em quaisquer sário individual, procura advogado para orientá-lo
corpos hídricos. acerca dos procedimentos administrativos prévios
d. queima em recipientes e equipamentos, não obs- às obras.
tante estejam licenciados para essa finalidade.
e. importação de resíduos sólidos perigosos cujas
Sobre o licenciamento ambiental necessário para
características não causem danos à sanida-
o início das obras, na qualidade de advogado de
de vegetal.
João, assinale a afirmativa correta.
a. A obtenção de licença ambiental é necessária pe-
Comentário rante o Município e o Estado onde o empreendi-
mento será instalado, tendo em vista o princípio da
Lei n. 12.305/2010 – Política Nacional de proteção integral.
Resíduos Sólidos b. O licenciamento ambiental deve ser procedido
Art. 47. São proibidas as seguintes formas exclusivamente pelo Estado caso o potencial im-
de destinação ou disposição final de resíduos pacto se dê em unidade de conservação estadual,
sólidos ou rejeitos: exceto em Áreas de Preservação Ambiental.
I – lançamento em praias, no mar ou em c. O licenciamento ambiental será feito, em re-
quaisquer corpos hídricos; Letra c gra, pelo IBAMA, contando com atuação su-
II – lançamento in natura a céu aberto, exce- pletiva e subsidiária técnica e administrativa de
entidades estaduais e municipais do local do em-
tuados os resíduos de mineração; Letra a
preendimento.
III – queima a céu aberto ou em recipientes,
d. O licenciamento prévio será sempre procedido
instalações e equipamentos não licencia-
pelo IBAMA. Já as licenças de instalação e de
dos para essa finalidade;
operação se darão pelo Estado ou Município, de
IV – outras formas vedadas pelo poder públi- acordo com o potencial do impacto ambiental.
co. Letra d e. O licenciamento ambiental somente será necessá-
§ 1º Quando decretada emergência sa- rio caso o empreendimento se dê em Unidade de
nitária, a queima de resíduos a céu aberto Conservação ou Área de Preservação Permanen-
pode ser realizada, desde que autorizada e te, por aplicação do princípio da prevenção.
acompanhada pelos órgãos competentes do
Sisnama, do SNVS e, quando couber, do Su- Comentário
asa. Letra b Em regra, cada ente faz o licenciamento de empre-
Art. 49. É proibida a importação de resíduos endimentos que afetem unidades de conservação
sólidos perigosos e rejeitos, bem como de re- instituídas por eles.

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Se um Estado instituir uma Estação Ecológica, é ele Comentário


que vai licenciar qualquer empreendimento nela.
A exceção são as APAs. As APAs seguem as re- Art. 4º A Política Nacional do Meio Am-
gras das competências para licenciamento da biente visará:
LC n. 140/2011. I – à compatibilização do desenvolvimento
econômico-social com a preservação da
LC n. 140/2011 qualidade do meio ambiente e do equilí-
Art. 12. Para fins de licenciamento ambien- brio ecológico;
tal de atividades ou empreendimentos utili- II – à definição de áreas prioritárias de ação
zadores de recursos ambientais, efetiva ou governamental relativa à qualidade e ao equi-
potencialmente poluidores ou capazes, sob líbrio ecológico, atendendo aos interesses da
qualquer forma, de causar degradação am- União, dos Estados, do Distrito Federal, dos
biental, e para autorização de supressão e Territórios e dos Municípios;
manejo de vegetação, o critério do ente fede- III – ao estabelecimento de critérios e padrões
rativo instituidor da unidade de conservação de qualidade ambiental e de normas relativas
não será aplicado às Áreas de Proteção Am- ao uso e manejo de recursos ambientais;
biental (APAs). IV – ao desenvolvimento de pesquisas e de
Parágrafo único. A definição do ente fede- tecnologias nacionais orientadas para o uso
rativo responsável pelo licenciamento e au- racional de recursos ambientais;
torização a que se refere o caput, no caso V – à difusão de tecnologias de manejo do
das APAs, seguirá os critérios previstos nas meio ambiente, à divulgação de dados e in-
alíneas “a”, “b”, “e”, “f” e “h” do inciso XIV do formações ambientais e à formação de uma
art. 7º, no inciso XIV do art. 8º e na alínea “a” consciência pública sobre a necessidade de
do inciso XIV do art. 9º. preservação da qualidade ambiental e do
equilíbrio ecológico;
3. (FGV/2015/CODEMIG/ANALISTA AMBIENTAL) A VI – à preservação e restauração dos recur-
Lei Federal nº 6.938/1981 determina, no capítulo sos ambientais com vistas à sua utilização
sobre os objetivos da Política Nacional do Meio racional e disponibilidade permanente, con-
Ambiente, que tal política visará: correndo para a manutenção do equilíbrio
a. à compatibilização do desenvolvimento econômi- ecológico propício à vida;
co-social com a preservação da qualidade do meio
VII – à imposição, ao poluidor e ao predador,
ambiente e do equilíbrio ecológico.
da obrigação de recuperar e/ou indenizar os
b. a especificar quais atividades potencialmente po-
danos causados e, ao usuário, da contribui-
luidoras são de competência da União, dos Esta-
ção pela utilização de recursos ambientais
dos, do Distrito Federal e dos Municípios para o
licenciamento ambiental. com fins econômicos.
c. a detalhar a forma e o conteúdo obrigatórios dos
estudos de impacto ambiental (EIA’s) e dos res-
pectivos relatórios de impacto ambiental (RIMA’s).
d. ao estabelecimento do rito, procedimento e conte-
údo obrigatórios das audiências públicas, que têm
por finalidade expor aos interessados os benefí-
cios do empreendimento.
e. à definição de áreas vedadas à ação governamen-
tal referentes à qualidade e ao equilíbrio ecológi-
co, atendendo aos interesses exclusivos da União.

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4. (CESPE/2017/PC-GO/DELEGADO DE POLÍCIA Lei n. 12.651/2012


SUBSTITUTO) A respeito da legislação que trata Art. 52. A intervenção e a supressão de ve-
da proteção das florestas e das unidades de con- getação em Áreas de Preservação Perma-
servação, assinale a opção correta. nente e de Reserva Legal para as atividades
a. O imóvel rural pode tornar-se reserva particular do eventuais ou de baixo impacto ambiental,
patrimônio natural a partir do interesse do proprie- previstas no inciso X do art. 3º, excetuadas
tário, mediante edição de lei municipal e após a
as alíneas b e g, quando desenvolvidas nos
concordância do órgão ambiental local.
imóveis a que se refere o inciso V do art. 3º,
b. Desde que haja autorização pelo órgão ambiental
dependerão de simples declaração ao ór-
estadual, admite-se a exploração econômica me-
gão ambiental competente, desde que es-
diante o manejo sustentável dos recursos naturais
do imóvel rural ou urbano localizado em área de teja o imóvel devidamente inscrito no CAR.
preservação permanente.
c. Com vistas à regularização ambiental, a reserva c. Errado.
legal do imóvel rural localizado na Amazônia Legal
poderá ser reduzida para até 50% da propriedade Lei n. 12.651/2000
mediante autorização do órgão ambiental estadu- Art. 13. Quando indicado pelo Zoneamento
al, se o proprietário demonstrar a sustentabilidade Ecológico-Econômico – ZEE estadual, reali-
do seu projeto de uso alternativo do solo. zado segundo metodologia unificada, o po-
d. Devem constar no Cadastro Ambiental Rural a der público federal poderá:
identificação do proprietário ou possuidor do imó- I – reduzir, exclusivamente para fins de regu-
vel e a comprovação da propriedade ou posse, larização, mediante recomposição, regene-
apesar de o cadastramento não constituir título de
ração ou compensação da Reserva Legal
reconhecimento de posse ou propriedade.
de imóveis com área rural consolidada, situ-
e. O Sistema Nacional de Unidades de Conservação
ados em área de floresta localizada na Ama-
da Natureza classifica essas unidades em três
grupos ou categorias, com características e objeti- zônia Legal, para até 50% (cinquenta por
vos específicos: as unidades de proteção integral, cento) da propriedade, excluídas as áreas
as unidades de uso sustentável e as unidades de prioritárias para conservação da biodiversi-
preservação permanente. dade e dos recursos hídricos e os corredores
ecológicos;
Comentário
a. Errado. d. Certo.

Lei n. 9.985/2000 Lei n. 12.651/2000


Art. 21. A Reserva Particular do Patrimônio Art. 29. (...)
Natural é uma área privada, gravada com § 1º A inscrição do imóvel rural no CAR de-
perpetuidade, com o objetivo de conservar a verá ser feita, preferencialmente, no órgão
diversidade biológica. ambiental municipal ou estadual, que, nos
§ 1º O gravame de que trata este artigo termos do regulamento, exigirá do proprietá-
constará de termo de compromisso assi- rio ou possuidor rural:
nado perante o órgão ambiental, que veri- I – identificação do proprietário ou possuidor rural;
ficará a existência de interesse público, e II – comprovação da propriedade ou posse;
será averbado à margem da inscrição no (...)
Registro Público de Imóveis. § 2º O cadastramento não será considerado
   título para fins de reconhecimento do direito
b. Errado. de propriedade ou posse, tampouco elimina
a necessidade de cumprimento do disposto
no art. 2º da Lei nº 10.267, de 28 de agosto
de 2001.

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e. Errado. 6. (CESPE/2017/PC-GO/DELEGADO DE POLÍCIA


SUBSTITUTO) No que concerne à Constituição
Lei n. 9.985/2000 Federal de 1988 (CF) e ao meio ambiente, assina-
Art. 7º As unidades de conservação integran- le a opção correta.
tes do SNUC dividem-se em dois grupos, a. Entende-se a previsão constitucional de um meio
com características específicas: ambiente ecologicamente equilibrado tanto como
um direito fundamental quanto como um princípio
I – Unidades de Proteção Integral;
jurídico fundamental que orienta a aplicação das
II – Unidades de Uso Sustentável.
regras legais.
b. O princípio da livre iniciativa impede que o poder
5. (CESPE/2019/TJ-PA/JUIZ DE DIREITO SUBSTI-
público fiscalize entidades dedicadas à pesquisa e
TUTO) Com base na jurisprudência do STJ, é cor-
à manipulação de material genético.
reto afirmar que, em matéria de proteção ambien-
c. O estudo prévio de impacto ambiental será dispen-
tal em que se verifiquem omissão no cumprimento
sado nos casos de obras públicas potencialmente
de fiscalizar, por falta de recursos, e, em consequ-
causadoras de significativa degradação ambiental
ência, o agravamento do dano causado, o Estado
quando elas forem declaradas de utilidade pública
a. poderá ser civilmente responsabilizado, em razão
ou de interesse social.
da sua omissão no dever de fiscalizar.
d. Os espaços territoriais especialmente protegidos,
b. não poderá ser responsabilizado, pois quem deve
definidos e criados por lei ambiental, poderão ser
ser responsabilizado pelo dano é quem o causou.
suprimidos por meio de decreto do chefe do Poder
c. poderá ser criminalmente responsabilizado, em
Executivo municipal para permitir a moradia de po-
razão da sua omissão no dever de fiscalizar.
pulação de baixa renda em área urbana.
d. poderá ser administrativamente responsabilizado,
e. A competência para proteger o meio ambiente e
em razão da sua omissão.
combater a poluição em todas as suas formas é
e. não poderá ser responsabilizado, pois ao caso se
concorrente entre a União, os estados, o Distrito
aplica o princípio da reserva do possível.
Federal (DF) e os municípios, de modo que a ação
administrativa do órgão ambiental da União preva-
Comentário lece sobre a ação dos demais entes federativos.
Danos ambientais. Responsabilidade solidária.
A questão em causa diz respeito à responsabiliza- Comentário
ção do Estado por danos ambientais causados pela c.
invasão e construção, por particular, em unidade de
conservação (parque estadual). A Turma entendeu CF/1988
haver responsabilidade solidária do Estado quan- Art. 225. (…)
do, devendo agir para evitar o dano ambiental, man- § 1° (…)
tém-se inerte ou atua de forma deficiente. IV – exigir, na forma da lei, para instalação
A responsabilização decorre da omissão ilícita, a de obra ou atividade potencialmente causa-
exemplo da falta de fiscalização e de adoção de ou- dora de significativa degradação do meio
tras medidas preventivas inerentes ao poder de po- ambiente, estudo prévio de impacto am-
lícia, as quais, ao menos indiretamente, contribuem biental, a que se dará publicidade;
para provocar o dano, até porque o poder de polícia
ambiental não se exaure com o embargo à obra,  Obs.: Não há essa possibilidade de dispensa trazi-
como ocorreu no caso. Há que ponderar, entretanto, da na alternativa.
que essa cláusula de solidariedade não pode impli-
car benefício para o particular que causou a degra-
dação ambiental com sua ação, em detrimento do
erário. (...)

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d. Comentário
a. Errado.
CF/1988
Art. 225. (…) Art. 8º O grupo das Unidades de Proteção In-
§ 1° (…) tegral é composto pelas seguintes categorias
III – definir, em todas as unidades da Federa- de unidade de conservação: (...)
ção, espaços territoriais e seus componentes II – Reserva Biológica;
a serem especialmente protegidos, sendo Art. 10. (...)
a alteração e a supressão permitidas so- § 1º A Reserva Biológica é de posse e do-
mente através de lei, vedada qualquer uti- mínio públicos, sendo que as áreas par-
lização que comprometa a integridade dos ticulares incluídas em seus limites serão
atributos que justifiquem sua proteção;   desapropriadas, de acordo com o que dis-
põe a lei.
e. É competência comum – art. 23, VI, CF/1988. Ação
administrativa fiscalizatória de órgão ambiental tam- b. Certo.
bém é competência comum dos entes federativos,
mas preferencialmente é do ente que concede Art. 49. A área de uma unidade de conserva-
a licença ou autorização – art. 17, § 3°, da LC n. ção do Grupo de Proteção Integral é conside-
140/2011. rada zona rural, para os efeitos legais.

7. (PC-DF) Considerando a Lei n. 9.985/2000, que c. Errado.


instituiu o sistema nacional das unidades de con-
servação, e a Lei n. 11.516/2007, que dispôs so- Art. 6º O SNUC será gerido pelos seguintes
bre a criação do instituto Chico Mendes, assinale órgãos, com as respectivas atribuições:
a alternativa correta. II – Órgão central: o Ministério do Meio Am-
a. As reservas biológicas compõem o grupo das uni-
biente, com a finalidade de coordenar o Sis-
dades de conservação de uso sustentável, sendo
tema; e
admitida a existência de áreas particulares em
III – Órgãos executores: o Instituto Chico
seus limites.
Mendes e o Ibama, em caráter supletivo, os
b. A lei do SNUC determina que a área de uma unida-
de de conservação do grupo de proteção integral é órgãos estaduais e municipais, com a função
considerada zona rural para os efeitos legais. de implementar o SNUC, subsidiar as pro-
c. O sistema nacional de unidades de conservação postas de criação e administrar as unidades
da natureza (SNUC) tem como órgão central o de conservação federais, estaduais e muni-
conselho nacional de meio ambiente e, como ór- cipais, nas respectivas esferas de atuação.
gão executor, o instituto Chico Mendes.
d. As unidades de proteção integral têm como ob- d. Errado.
jetivo básico a preservação da natureza, não se
admitindo a utilização, mesmo indireta, de seus Art. 7º As unidades de conservação integran-
recursos naturais. tes do SNUC dividem-se em dois grupos,
e. O instituto Chico Mendes é a entidade do siste- com características específicas:
ma nacional do meio ambiente (Sisnama) à qual
§ 1º O objetivo básico das Unidades de Pro-
cabe exercer, em caráter genérico, o poder de po-
teção Integral é preservar a natureza, sendo
lícia ambiental e executar as ações das políticas
admitido apenas o uso indireto dos seus
nacionais de meio ambiente relativas ao licencia-
mento ambiental e à autorização de uso dos recur- recursos naturais, com exceção dos casos
sos naturais. previstos nesta Lei.

e. Errado.

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Resolução n. 237 do CONAMA Comentário


Art. 4º Compete ao Instituto Brasileiro do A letra A está correta considerando que o art. 23 da
Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Re- CF/1988 instituiu um regime de cooperação no
nováveis – IBAMA, órgão executor do SIS- âmbito da competência material comum no que
NAMA, o licenciamento ambiental, a que se tange à proteção do meio ambiente e ao combate
refere o artigo 10 da Lei nº 6.938, de 31 de à poluição, sendo, no âmbito infraconstitucional, a
agosto de 1981, de empreendimentos e ativi- Lei Complementar n. 140/2011 o instrumento har-
dades com significativo impacto ambiental de monizador e unificador do exercício dessa compe-
âmbito nacional ou regional, a saber: tência.
A letra B está incorreta, porque ao município tam-
Lei n. 6.938/1981 bém é atribuída a competência administrativa
Art. 17-B. Fica instituída a Taxa de Controle comum, não atuando, necessariamente, de forma
e Fiscalização Ambiental – TCFA, cujo fato suplementar.
gerador é o exercício regular do poder de po- A letra C está incorreta, pois a exploração de ma-
lícia conferido ao Instituto Brasileiro do Meio teriais nucleares é de competência exclusiva da
Ambiente e dos Recursos Naturais Renová- União é não comum com os demais entes.
veis – IBAMA para controle e fiscalização das A letra D está incorreta considerando que o simples
atividades potencialmente poluidoras e utili- fato do bem está inserido nos referidos biomas,
zadoras de recursos naturais. não atrai a competência exclusiva da União, ten-
do em vista que a CF/1988 não fez qualquer ressal-
8. (FGV/2016/PREFEITURA DE PAULÍNIA-SP/PRO- va no que tange ao dever de proteger o meio am-
CURADOR) Acerca das competências ambientais biente (cabe a todos).
materiais, assinale a afirmativa correta. A letra E está também incorreta, tendo em vista que
a. É competência comum da União, dos Estados, do a competência para o licenciamento ambiental foi
Distrito Federal e dos Municípios combater a po-
disciplinada na Lei Complementar n. 140/2011, não
luição em qualquer de suas formas, tendo sido a
havendo qualquer regra que atribua à União a
Lei Complementar n. 140/2011 editada para fixar
prerrogativa de sempre realizar o procedimen-
normas de cooperação entre os entes no exercício
dessa competência. to. Na verdade, sabe-se que a regra do ente licen-
b. É competência comum da União, dos Estados e ciador deve ser atribuída aos Estados/DF, atraindo,
do Distrito Federal preservar as florestas, a fau- em alguns casos específicos, a competência da
na e a flora, competindo aos Municípios atuar de União para gerenciar o processo de licenciamento
forma suplementar, na omissão de atuação pela ambiental.
União, pelos Estados e pelo Distrito Federal.
c. É competência comum da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios explorar a pes-
quisa, a lavra, o enriquecimento e o reprocessa-
mento de minérios nucleares.
d. É competência comum da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios proteger o meio
ambiente, salvo se o bem ambiental estiver inse-
rido nos biomas da Floresta Amazônica brasileira,
da Mata Atlântica, da Serra do Mar, do Pantanal
Mato-Grossense e da Zona Costeira, caso em que
atrairão a competência exclusiva da União.
e. É competência exclusiva da União promover estu-
do prévio de impacto ambiental de obras ou ativi-
dades potencialmente causadoras de significativa
degradação ao meio ambiente, independentemen-
te da competência dos Estados, do Distrito Fede-
ral ou dos Municípios para promover o respectivo
licenciamento ambiental

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9. (CESPE/2014/MPE-AC/PROMOTOR DE JUS- 10. (FGV/2016/CODEBA/ANALISTA PORTUÁRIO/


TIÇA) No que concerne à tutela penal do meio ADVOGADO) A CRFB/88 destacou o direito ao
ambiente, assinale a opção correta com base na meio ambiente ecologicamente equilibrado como
jurisprudência dos tribunais superiores. essencial à sadia qualidade de vida. Sobre a dis-
a. O agente que dolosamente promova a queimada ciplina constitucional do meio ambiente, assinale a
de lavouras e pastagens deve responder pela prá- afirmativa correta.
tica do delito de incêndio previsto na Lei dos Cri- a. Os espaços territorialmente protegidos criados
mes Ambientais. pela Constituição são bens de uso comum do
b. Segundo entendimento consolidado do STJ, não é povo, de modo que restou excluída a possibilidade
possível a aplicação do princípio da insignificância de propriedade privada nos mesmos.
aos tipos penais que tutelam a proteção ao meio b. É vedada a manipulação de material genético em
ambiente, em razão da necessidade de prote- território nacional, tendo em conta o princípio da
ção ao direito ao meio ambiente ecologicamente precaução ambiental.
equilibrado. c. A instalação de empreendimento potencialmente
c. Entre as circunstâncias que atenuam a pena dos causador de significativa degradação do meio am-
delitos previstos na Lei dos Crimes Ambientais biente exige estudo prévio de impacto ambiental.
incluem-se o baixo grau de instrução ou escola- d. Os Estados não detêm competência constitucional
ridade do agente e o arrependimento do infrator, para legislar sobre meio ambiente, atuando de for-
manifestado pela espontânea reparação do dano ma supletiva à legislação federal.
ou limitação significativa da degradação ambien- e. Em homenagem ao princípio da norma mais favo-
tal causada. rável ao meio ambiente, lei estadual pode vedar a
d. O valor pago em dinheiro à vítima ou à entidade instalação de usina que opere com reator nuclear
pública ou privada com fim social, em razão da em seu território.
aplicação da pena restritiva de direitos de pres-
tação pecuniária, prevista na Lei dos Crimes Am- Comentário
bientais, não poderá ser deduzido do montante a. Errado. Não é verdade que os espaços territorial-
de eventual reparação civil a que for condenado mente protegidos, criados pela CF, excluem a pos-
o infrator. sibilidade de propriedade privada, visto que há, tão
e. A prática de abuso e maus-tratos a animais, como
somente, a imposição de um determinado padrão de
feri-los ou mutilá-los, prevista na Lei dos Crimes
limitação de atividades econômicas, sociais, dentre
Ambientais, incide somente nas hipóteses em que
outras. Logo, é perfeitamente admissível que pro-
o animal seja silvestre, nativo ou exótico, sendo a
priedade privada seja haurida ao patamar de espaço
conduta praticada em relação a animal doméstico
configurada apenas como contravenção penal. territorialmente protegido.
b. Errado. O princípio da precaução, norteador do
Comentário direito ambiental, não se aplica ao caso a ponto de
proibir a manipulação genética em território nacio-
Art. 14. São circunstâncias que atenuam a nal, visto que a CF faz expressa previsão no senti-
pena: do de que o Poder Público fiscalizará tais atividades
I – baixo grau de instrução ou escolaridade (art. 225, § 1º, II).
do agente; c. Certo. De fato, o art. 225 da CF institui como de-
II – arrependimento do infrator, manifestado ver do Poder Público assegurar que todos tenham
pela espontânea reparação do dano, ou limi- direito ao meio ambiente ecologicamente equilibra-
tação significativa da degradação ambiental do, bem de uso comum do povo e essencial à sadia
causada; qualidade de vida, devendo ser preservado e defen-
dido para as presentes e futuras gerações. Assim,
faz-se necessário cumprir a exigência de elaboração
de estudo prévio do impacto ambiental, mormente
em empreendimentos potencialmente causadores
de significativa degradação do meio, como no caso
da assertiva.

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DIREITO AMBIENTAL
Nilton Coutinho

d. Errado. Sim, os Estados detêm competência, vis- 12. (CESPE/2019/TJ-BA/JUIZ DE DIREITO SUBSTI-
to que a CF estabeleceu competência concorrente TUTO) De acordo com a jurisprudência do STF,
para legislar sobre meio ambiente, cabendo à União o conceito de meio ambiente inclui as noções de
a edição das regras gerais, e, aos Estados e DF, a meio ambiente
edição de leis que regulamentem, dentro de cada a. artificial, histórico, natural e do trabalho.
circunscrição, a atividade de fiscalização relativa às b. cultural, artificial, natural e do trabalho.
c. natural, histórico e biológico.
infrações ambientais, bem como a aplicação das pe-
d. natural, histórico, artificial e do trabalho.
nalidades respectivas.
e. cultural, natural e biológico.
e. Errado. No que tange às usinas nucleares, a ma-
téria está reservada à competência de lei federal.
13. (FGV/2014/Prefeitura de Florianópolis-SC/Enge-
Assim, padeceria de vício de inconstitucionalidade
nheiro Sanitarista Ambiental) A Lei nº 12.305/2010,
a referida lei estadual, ainda que impedisse a insta- que institui a Política Nacional de Resíduos Sóli-
lação da usina. dos, prevê que alguns setores são obrigados a es-
truturar e implementar sistemas de logística rever-
11. (PC-DF) Para construir, reformar, ampliar, instalar sa, mediante retorno dos produtos após o uso pelo
ou fazer funcionar, em qualquer parte do território consumidor, de forma independente do serviço pú-
nacional, estabelecimentos, obras ou serviços po- blico de limpeza urbana e de manejo dos resíduos
tencialmente poluidores, sem que se incorra em sólidos. Dentre eles, incluem-se os fabricantes,
fato tipicamente penal, é exigência legal: importadores, distribuidores e comerciantes de:
a. processo administrativo para apuração de infração a. lâmpadas fluorescentes, betume e proteína animal;
ambiental; b. pneus, óleos lubrificantes e baterias;
b. licença ou autorização dos órgãos ambientais c. fibras sintéticas, ladrilhos e pilhas;
competentes; d. próteses clínicas, eletroeletrônicos e celulose;
c. registro no Cadastro Técnico de Atividades Poten- e. porcelana, amianto e embalagens de agrotóxicos.
cialmente Poluidoras ou Utilizadoras de Recursos
Ambientais; Comentário
d. inspeção e diligência investigatória da Polí-
cia Estadual;
Art. 33. São obrigados a estruturar e imple-
e. elaboração de relatório circunstanciado da Dele-
mentar sistemas de logística reversa, me-
gacia Especial do Meio Ambiente.
diante retorno dos produtos após o uso pelo
consumidor, de forma independente do ser-
Comentário
viço público de limpeza urbana e de manejo
dos resíduos sólidos, os fabricantes, importa-
Art. 60. Construir, reformar, ampliar, insta-
dores, distribuidores e comerciantes de:
lar ou fazer funcionar, em qualquer parte do
I – agrotóxicos, seus resíduos e embalagens,
território nacional, estabelecimentos, obras
assim como outros produtos cuja embala-
ou serviços potencialmente poluidores, sem
gem, após o uso, constitua resíduo perigoso,
licença ou autorização dos órgãos am-
observadas as regras de gerenciamento de
bientais competentes, ou contrariando as
resíduos perigosos previstas em lei ou regu-
normas legais e regulamentares pertinentes:
lamento, em normas estabelecidas pelos ór-
Pena – detenção, de um a seis meses, ou
gãos do Sisnama, do SNVS e do Suasa, ou
multa, ou ambas as penas cumulativamente.
em normas técnicas;
II – pilhas e baterias;
III – pneus;
IV – óleos lubrificantes, seus resíduos e em-
balagens;
V – lâmpadas fluorescentes, de vapor de só-
dio e mercúrio e de luz mista;
VI – produtos eletroeletrônicos e seus com-
ponentes.

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FILOSOFIA DO DIREITO
Odair José

Odair José
Mestre em Sociologia pela Universidade de Brasília (2002), Bacharelado em Ciências Sociais pela Universidade
Federal de Goiás (1999) e atualmente está cursando o 6o período de Direito pelo Centro Universitário de Brasília.
É professor da Faculdade Processus-DF. Tem experiência nas áreas de Sociologia, Filosofia do Direito, História
do Direito e em Ciência Política com ênfase em Sociologia Jurídica e Teoria do Estado, atuando principalmente
nos seguintes temas: Estado, Direito e Sociedade.

FILOSOFIA DO DIREITO
1. (FGV/OAB/EXAME XXXI/2020) Temos, pois, de- 2. (FGV/OAB/EXAME XXV/2018) Uma punição só
finido o justo e o injusto. Após distingui-los assim pode ser admitida na medida em que abre chan-
um do outro, é evidente que a ação justa é inter- ces no sentido de evitar um mal maior (Jeremy
mediária entre o agir injustamente e o ser vítima Bentham).
da injustiça; pois um deles é ter demais e o outro
é ter demasiado pouco (ARISTÓTELES. Ética a Jeremy Bentham, em seu livro Princípios da Moral
Nicômaco. Coleção Os Pensadores. São Paulo: e da Legislação, afirma que há quatro casos em
Abril Cultural, 1973). que não se deve infligir uma punição. Assinale a
opção que corresponde a um desses casos cita-
Em seu livro Ética a Nicômaco, Aristóteles apre- dos pelo autor na obra em referência.
senta a justiça como uma virtude e a diferencia a. Quando a lei não é suficientemente clara na puni-
daquilo que é injusto. Assinale a opção que define ção que estabelece.
aquilo que, nos termos do livro citado, deve ser b. Quando o prejuízo produzido pela punição for
entendido como justiça enquanto virtude. maior do que o prejuízo que se quer evitar.
a. Uma espécie de meio-termo, porém não no mes- c. Quando o juiz da causa entende ser inoportuna a
mo sentido que as outras virtudes, e sim porque se aplicação da punição.
relaciona com uma quantia intermediária, enquan- d. Quando o agressor já sofreu o suficiente em fun-
to a injustiça se relaciona com os extremos. ção das vicissitudes do processo penal.
b. Uma maneira de proteger aquilo que é o mais con-
veniente para o mais forte, uma vez que a justiça Comentário
como produto do governo dos homens expressa O utilitarismo pauta-se por alguns princípios, dos
sempre as forças que conseguem fazer valer seus quais se destacam o bem-estar, o consequencia-
próprios interesses. lismo e a otimização. Nesse sentido, até mesmo a
c. O cumprimento dos pactos que decorrem da vida
punição operada pelo Estado deve se pautar pelos
em sociedade, seja da lei como pacto que vincula
princípíops do utilitarismo. Assim, para Benthan,
todos os cidadãos da cidade, seja dos contratos
existem as circunstâncias segundo as quais a puni-
que funcionam como pactos celebrados entre par-
ção não atende a esses princípios e, por esse mo-
ticulares e vinculam as partes contratantes.
d. Um imperativo categórico que define um modelo de tivo, não convém punir nas seguintes hipóteses: (i)
ação moralmente desejável para toda e qualquer não há prejuízo a evitar; (ii) a punição só pode ser
pessoa e se expressa da seguinte maneira: “Age ineficaz; (iii) prejuízo pode ser evitado; (iv) inútil ou
como se a máxima de tua ação devesse tornar-se, excesso de dispêndio.
por meio da tua vontade, uma lei universal”.

Comentário
A justiça, para Aristóteles, caracteriza-se como o
justo meio, as porções que faltam ou que excedem
ensejarão injustiça, seja por falta, seja por excesso.

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FILOSOFIA DO DIREITO
Odair José

3. (FGV/OAB/EXAME XXVII/2018) Concebo, na es- 4. (FGV/OAB/EXAME XIX/2016) Segundo o filósofo


pécie humana, dois tipos de desigualdade: uma Immanuel Kant, em sua obra Fundamentação da
que chamo de natural ou física, por ser estabeleci- Metafísica dos Costumes, a ideia de dignidade hu-
da pela natureza e que consiste na diferença das mana é entendida
idades, da saúde, das forças do corpo e das quali- a. como qualidade própria de todo ser vivo que é ca-
dades do espírito e da alma; a outra, que se pode paz de sentir dor e prazer, isto é, característica de
chamar de desigualdade moral ou política, porque todo ser senciente.
depende de uma espécie de convenção e que é b. quando membros de uma mesma espécie podem
estabelecida ou, pelo menos, autorizada pelo con- ser considerados como equivalentes e, portanto,
sentimento dos homens (ROUSSEAU, Jean-Jac- iguais e plenamente cooperantes se eles possuem
ques. Discurso Sobre a Origem e os Fundamentos dignidade.
da Desigualdade entre os Homens. Coleção Os c. como valor jurídico que se atribui às pessoas
Pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1978). como característica de sua condição de sujeitos
de direitos.
Levando em consideração o trecho acima, assi- d. como algo que está acima de todo o preço, pois
nale a afirmativa que apresenta a perspectiva de quando uma coisa tem um preço pode-se pôr em
Rousseau sobre como se coloca o problema da vez dela qualquer outra como equivalente; mas
desigualdade. quando uma coisa está acima de todo o preço e,
a. As desigualdades naturais são a causa das desi- portanto, não permite equivalência, então ela tem
gualdades morais, uma vez que as diferenças na- dignidade.
turais se projetam na vida política.
b. As desigualdades naturais são inaceitáveis; por Comentário
isso, o homem funda a sociedade civil por meio do A noção de dignidade é tida pelo filósofo Kant como
contrato social. elemento que se liga ao próprio indivíduo, à sua con-
c. As desigualdades naturais são aceitáveis, mas as dição essencial de humano. É por esse motivo que
desigualdades morais não o são, pois consistem ela não pode se submeter a precificação, a qualquer
em privilégios de uns sobre os outros.
tipo de valoração não humano.
d. Todas as formas de desigualdade consistem num
fato objetivo, devendo ser compreendidas e tole-
5. (FGV/OAB/EXAME XXXII/2021) Norberto Bobbio,
radas, pois elas geram o progresso humano e pro-
em seu livro O Positivismo Jurídico: lições de Fi-
duzem mais bens do que males.
losofia do Direito, afirma que o positivismo jurídico
é uma teoria na medida em que se propõe a des-
Comentário crever o Direito, mas que também pode ser uma
Rousseau identifica duas desigualdades: uma, na- ideologia na medida em que se propõe a ser um
tural; e outra, resultante das convenções humanas, certo modo de querer o Direito.
sendo que esta ele chama de moral ou política. As
desigualdades naturais são, na verdade, as diferen- Assinale a opção que, segundo Bobbio, no livro
ças entre os indivíduos resultantes de fatores natu- em referência, expressa essa suposta ideologia
rais, tais como idade, saúde ou força. Essas diferen- do positivismo jurídico, denominada por ele posi-
ças não têm como ser alteradas, porque estão na tivismo ético.
própria natureza, mas as desigualdades morais ou a. A ética como fundamento moral para a autoridade
políticas, que ensejam desigualdades econômicas, competente propor e aprovar a lei.
por exemplo, podem e devem ser combatidas. b. A lei só é válida se for moralmente aceitável por
parte da maioria da população.
c. A lei deve ser obedecida apenas na medida em
que se revelar socialmente útil.
d. O dever absoluto ou incondicional de obedecer a
lei enquanto tal.

Comentário
Nessa questão é preciso observar que Bobbio traba-
lha com o Positivismo a partir de duas perspectivas

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FILOSOFIA DO DIREITO
Odair José

distintas, uma teórica, nesse caso a o positivismo se


propõe a uma análise do que é o direito, portanto,
ele é descritivo; a outra é ideológica, nesse sentido,
já não se está mais no campo do ser, mas do de-
ver ser, nessa perspectiva o positivismo jurídico se
apresenta como dever absoluto ou incondicional de
obediência da lei enquanto tal.

6. (FGV/OAB/EXAME XXVI/2018) Em seu livro Le-


vando os Direitos a Sério, Ronald Dworkin cita o
caso “Riggs contra Palmer” em que um jovem ma-
tou o próprio avô para ficar com a herança. O Tri-
bunal de Nova Iorque (em 1889), ao julgar o caso,
deparou-se com o fato de que a legislação local
de então não previa o homicídio como causa de
exclusão da sucessão. Para solucionar o caso, o
Tribunal aplicou o princípio do direito, não legisla-
do, que diz que ninguém pode se beneficiar de sua
própria iniquidade ou ilicitude. Assim, o assassino
não recebeu sua herança. Com base na obra ci-
tada, assinale a opção que melhor expressa uma
das pretensões fundamentais da jusfilosofia de
Ronald Dworkin.
a. Revelar que a responsabilidade sobre o maior ou
menor grau de justiça de um ordenamento jurídico
é exclusiva do legislador, que deve sempre se es-
forçar por produzir leis justas.
b. Mostrar como as Cortes podem ser ativistas quan-
do decidem com base em princípios, não com base
na lei, e que decidir assim fere o estado de Direito.
c. Defender que regras e princípios são normas jurí-
dicas que possuem as mesmas características, de
forma que se equivalem; por isso, ambos podem
ser aplicados livremente pelos Tribunais.
d. Argumentar que regras e princípios são normas
com características distintas, mas igualmente
vinculantes e, em certos casos, os princípios po-
derão justificar, de forma mais razoável, a deci-
são judicial.

Comentário
As normas se dividem em regras e em princípios.
Importante destacar que regras e princípios não são
necessariamente excludentes entre si, mas é possí-
vel que em dada situação as regras não respondam
a contento as questões judiciais, nesses casos o jul-
gador poderá lançar mão dos princípios como justi-
ficador da decisão judicial. Esses princípios podem
estar ou não expressos, o que importa é que neles
estão presentes valores de como deve ser o direito,
julgar com base neles é responder a esses valores.

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DIREITOS HUMANOS E DIREITO INTERNACIONAL
Alice Rocha

Alice Rocha
Doutora em DIREITO INTERNACIONAL ECONÔMICO pela Université dAix-Marseille III. Possui graduação em
DIREITO pelo Centro Universitário de Brasília (2005), graduação em CIENCIA POLITICA pela Universidade de
Brasília (2004), graduação em RELAÇÕES INTERNACIONAIS pela Universidade de Brasília (2004) e mes-
trado em DIREITO DAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS pelo Centro Universitário de Brasília (2006). Atual-
mente é professora no Centro Universitário de Brasília - UniCEUB e na Faculdade Processus. Tem experiência
na área de Direito, Relações Internacionais e Ciência Politica, com ênfase em Direito Internacional Econômico
e Direitos Humanos.

DIREITOS HUMANOS E DIREITO INTERNACIONAL


Direito Internacional 3. (FGV/OAB XXIV/2017) Roger, suíço radicado no
Brasil há muitos anos, faleceu em sua casa no Rio
1. (FGV/2019) Existem disputas sobre parcelas de Grande do Sul, deixando duas filhas e um filho, to-
territórios entre países da América Latina. O Brasil dos maiores de idade. Suas filhas residem no Brasil,
e o Uruguai, por exemplo, possuem uma disputa mas o filho se mudara para a Suíça antes mesmo
em torno da chamada “ilha brasileira”, na foz do do falecimento de Roger, lá residindo. Roger pos-
Rio Uruguai. Na hipótese de o Uruguai vir a rei- suía diversos bens espalhados pelo sul do Brasil e
vindicar formalmente esse território, questionando uma propriedade no norte da Suíça. Com referência
a divisa estabelecida no tratado internacional de à sucessão de Roger, assinale a afirmativa correta.
1851, assinale a opção que indica o tribunal in- a. Se o inventário de Roger for processado no Brasil,
ternacional ao qual ele deveria endereçar o pleito. sua sucessão deverá ser regulada pela lei suíça,
a. Tribunal Permanente de Revisão do Mercosul. que é a lei de nacionalidade de Roger.
b. Corte Internacional de Justiça. b. A capacidade do filho de Roger para sucedê-lo
c. Tribunal Penal Internacional. será regulada pela lei suíça.
d. Tribunal Internacional do Direito do Mar. c. Se Roger tivesse deixado testamento, seria apli-
cada, quanto à sua forma, a lei da nacionalidade
2. (FGV/OAB XXVI/2018) Maria Olímpia é demitida dele, independentemente de onde houvesse sido
pela Embaixada de um país estrangeiro, em Bra- lavrado.
sília, por ter se recusado a usar véu como parte do d. O inventário de Roger não poderá ser processado
seu uniforme de serviço. Obteve ganho de causa no Brasil, em razão de existirem bens no estran-
na reclamação trabalhista que moveu, mas, como geiro a partilhar.
o Estado não cumpriu espontaneamente a sen-
tença, foi solicitada a penhora de bens da Embai- 4. (FGV/OAB XXIV/2017) Henrique e Ruth se casa-
xada. Nesse caso, a penhora de bens do Estado ram no Brasil e se mudaram para a Holanda, onde
estrangeiro permaneceram por quase 4 anos. Após um perí-
a. somente irá prosperar se o Estado estrangeiro tiver odo difícil, o casal, que não tem filhos, nem bens,
bens que não estejam diretamente vinculados ao decide, de comum acordo, se divorciar e Ruth pre-
funcionamento da sua representação diplomática. tende retornar ao Brasil.
b. não poderá ser autorizada, face à imunidade ab-
soluta de jurisdição do Estado estrangeiro. Com relação à dissolução do casamento, assinale
c. dependerá de um pedido de auxílio direto via Auto- a afirmativa correta.
ridade Central, nos termos dos tratados em vigor. a. O divórcio só poderá ser requerido no Brasil, eis
d. poderá ser deferida, porque, sendo os contratos que o casamento foi realizado no Brasil.
de trabalho atos de gestão, os bens que são obje- b. O divórcio, se efetivado na Holanda, precisa ser
to da penhora autorizam, de imediato, a execução. reconhecido e homologado perante o STJ para
que tenha validade no Brasil.
c. O divórcio consensual pode ser reconhecido
no Brasil sem que seja necessário proceder à
homologação.
d. Para requerer o divórcio no Brasil, o casal deverá,
primeiramente, voltar a residir no país.

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DIREITOS HUMANOS E DIREITO INTERNACIONAL
Alice Rocha

5. (FGV/OAB/2014) Túlio, brasileiro, é casado com b. Se houver discussão acerca da validade do tes-
Alexia, de nacionalidade sueca, estando o casal tamento, no que diz respeito à observância das
domiciliado no Brasil. Durante um cruzeiro maríti- formalidades, deverá ser aplicada a legislação
mo, na Grécia, ela, após a ceia, veio a falecer em portuguesa, local em que foi realizado o ato de
razão de uma intoxicação alimentar. Alexia, quan- disposição da última vontade de Alexia.
do ainda era noiva de Túlio, havia realizado um c. A autoridade judiciária brasileira não é compe-
testamento em Lisboa, dispondo sobre os seus tente para proceder ao inventário e à partilha de
bens, entre eles, três apartamentos situados no bens, porquanto Alexia faleceu na Grécia, e não
Rio de Janeiro. À luz das regras de Direito Interna- no Brasil.
cional Privado, assinale afirmativa correta. d. Se houver discussão acerca do regime sucessó-
a. Se houver discussão acerca da validade do tes- rio, deverá ser aplicada a legislação sueca, em
tamento, no que diz respeito à observância das razão da nacionalidade do de cujus.
formalidades, deverá ser aplicada a legislação
brasileira, pois Alexia encontrava se domiciliada
no Brasil.

Comentário

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DIREITOS HUMANOS E DIREITO INTERNACIONAL
Alice Rocha

Direitos Humanos 7. (FGV/OAB/2016) Alguns jovens relataram um


caso em que um outro jovem, de origem vietnami-
6. (FGV/OAB/2017) Você está advogando em um ta, foi preso sob a alegação de tráfico de drogas.
caso que tramita na Corte Interamericana de Di- O acusado não conhece ninguém no Brasil e o
reitos Humanos. O Brasil é parte passiva do pro- processo penal já se iniciou, mas ele não compre-
cesso e, finalmente, foi condenado. A condena- ende o que se passa no processo por não saber o
ção envolve, além da reparação pecuniária pela idioma e pela grande dificuldade de comunicação
violação dos direitos humanos, medidas simbóli- entre ele e seu defensor. A partir da hipótese apre-
cas de restauração da dignidade da vítima e até sentada, de acordo com o Pacto de São José da
mesmo a mudança de parte da legislação interna. Costa Rica, assinale a afirmativa correta.
Embora a União tenha providenciado o pagamen- a. O acusado tem direito de ser assistido gratuita-
to do valor referente à reparação pecuniária da mente por tradutor ou intérprete, se não compre-
vítima, há muito tempo permanece inadimplente ender ou não falar o idioma do juízo ou tribunal
quanto ao cumprimento das demais obrigações b. O acusado tem que garantir por seus próprios
impostas na sentença condenatória proferida pela meios a assistência de tradutor ou intérprete, mas
Corte. Diante disso, assinale a afirmativa correta. tem o direito de que os atos processuais sejam
a. É necessário ingressar com medida específica suspensos até que seja providenciado o intérprete.
junto ao STF para a homologação da sentença da c. A investigação e o processo penal somente pode-
Corte ou a obtenção do exequatur, isto é, a deci- rão acontecer quando o acusado tiver assistência
são de cumprir, aqui no Brasil, uma sentença que consular de seu país de origem.
tenha sido proferida por tribunal estrangeiro. d. O Pacto de São José da Costa Rica não dá ao
b. Não há nada que possa ser feito, já que não há acusado o direito de ser assistido por um intérpre-
previsão nem na legislação do Brasil, nem na pró- te providenciado pelo Estado signatário ou de ter
pria Convenção Americana dos Direitos Humanos algum rito especial no processo.
sobre algum tipo de medida quando do não cum-
primento da sentença da Corte pelo país que se
submeteu à sua jurisdição.
c. A execução da sentença pode ser feita direta-
mente no Sistema Interamericano de Direitos
Humanos, pois essa é uma das atribuições e in-
cumbências previstas no Pacto de São José da
Costa Rica para a Comissão Interamericana de
Direitos Humanos.
d. Pode-se solicitar à Corte que, no seu relatório
anual para a Assembleia Geral da OEA, indique o
caso em que o Brasil foi condenado, como aquele
em que um Estado não deu cumprimento total à
sentença da Corte.

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DIREITOS HUMANOS E DIREITO INTERNACIONAL
Alice Rocha

8. (FGV/OAB/2017) Seu cliente possui um filho com 9. (FGV/OAB/2012) O IBGE estima que nos próxi-
algum nível de deficiência mental e, após muito mos trinta anos a previsão é de que os idosos ul-
tentar, não conseguiu vaga no sistema público de trapassem cinquenta milhões de pessoas, o que
ensino da cidade, uma vez que as escolas se di- corresponderá a 28% da população brasileira. Os
ziam não preparadas para lidar com essa situação. Direitos Humanos inerentes à população idosa no
Brasil são amplamente reconhecidos. A Constitui-
Você já ingressou com a ação judicial competente ção Federal estabelece que a família, o Estado e
há mais de dois anos, mas há uma demora injus- toda a sociedade devem amparar pessoas idosas,
tificada no julgamento e o caso ainda se arrasta defendendo sua dignidade e bem-estar. Em 1994
nos tribunais. foi criado o Conselho Nacional do Idoso, por meio
Diante desse quadro, você avalia a possibilidade da Lei n. 8.842 e, atualmente, o Estatuto do Idoso
de apresentar uma petição à Comissão Interame- (Lei n. 10.741/03) contempla políticas diversas de
ricana de Direitos Humanos. proteção aos maiores de sessenta anos e estabe-
lece, ainda, que os idosos
Tendo em vista o que dispõe a Convenção Ameri- a. Tem direito a alimentos, mas a obrigação alimentar
cana sobre Direitos Humanos e seus respectivos é subsidiária e não cabe ao idoso optar por quem
protocolos, assinale a afirmativa correta. os prestará, devendo obedecer à ordem estabele-
a. Considerando a demora injustificada da decisão cida na lei civil.
na jurisdição interna, você pode peticionar à Co- b. Devem contar com direito à prioridade, nisso con-
missão, pois o direito à Educação é um dos casos sistindo, inclusive, prioridade no recebimento da
de direitos sociais previstos no Protocolo de São restituição do imposto de renda.
Salvador, que, uma vez violado, pode ensejar apli- c. Podem ser admitidos em qualquer trabalho ou em-
cação do sistema de petições individuais. prego, vedada, em qualquer hipótese, discrimina-
b. Não obstante a demora injustificada da decisão ção e fixação de limite máximo de idade.
final do Poder Judiciário brasileiro ser uma con- d. Maiores de sessenta e cinco anos tem direito à
dição que admite excepcionar os requisitos de gratuidade dos transportes coletivos públicos ur-
admissibilidade para que seja apresentada a peti- banos, mesmo os serviços seletivos e especiais,
ção, o direito à educação não está expressamente quando prestados paralelamente aos serviços
previsto nem na Convenção, nem no Protocolo de regulares.
São Salvador como um caso de petição individual.
c. Apenas a Corte Interamericana de Direitos Hu-
manos pode encaminhar um caso para a Comis-
são. Portanto, deve ser provocada a jurisdição da
Corte. Se esta entender adequado, pode enviar o
caso para que a Comissão adote as medidas e
providências necessárias para garantir o direito e
reparar a vítima, se for o caso.
d. Em nenhuma situação você pode entrar com a
petição individual de seu cliente na Comissão In-
teramericana de Direitos Humanos até que sejam
esgotados todos os recursos da jurisdição interna
do Brasil.

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DIREITOS HUMANOS E DIREITO INTERNACIONAL
Alice Rocha

10. (FGV/2020) Recentemente houve grande polêmi-


ca na cidade de Piraporanga, porque o Prefeito
proibiu o museu local de realizar uma exposição,
sob a alegação de que as obras de arte mistu-
ravam temas religiosos com conteúdos sexuais,
além de haver quadros e esculturas obscenas.

Você é contratada(o) para atuar no caso pelos


autores das obras de arte e por intelectuais. Com
base na Convenção Americana de Direitos Huma-
nos e na Constituição Federal de 1988, assinale
a opção que apresenta o argumento que você,
como advogada(o), deveria adotar.
a. A censura prévia por autoridades administrativas
competentes, como mecanismo eficaz para asse-
gurar o respeito à reputação de pessoas e como
forma de garantir a moralidade pública, deve
ser admitida.
b. O exercício da liberdade de expressão e o da cria-
ção artística estão sujeitos à censura prévia, mas
apenas por força de lei devidamente justificada,
como forma de proteção da honra individual e da
moral pública.
c. A liberdade de expressão e de criação artística
estão sujeitas à censura prévia pelas autoridades
competentes quando elas ocorrem por meio de
exposições em museus, tendo em vista a proteção
da memória nacional e da ordem pública.
d. A lei pode regular o acesso a diversões e espetá-
culos públicos, tendo em vista a proteção moral da
infância e da adolescência, sendo vedada, porém,
toda e qualquer censura prévia de natureza políti-
ca, ideológica e artística.

Comentário
Fundamento:

Artigo 13. Liberdade de pensamento e de expressão


1. Toda pessoa tem direito à liberdade de
pensamento e de expressão. Esse direito
compreende a liberdade de buscar, receber
e difundir informações e ideias de toda natu-
reza, sem consideração de fronteiras, verbal-
mente ou por escrito, ou em forma impressa
ou artística, ou por qualquer outro processo
de sua escolha. [...]
4. A lei pode submeter os espetáculos públi-
cos a censura prévia, com o objetivo exclusi-
vo de regular o acesso a eles, para proteção
moral da infância e da adolescência, sem
prejuízo do disposto no inciso 2.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL
Lorena Ocampos

Lorena Ocampos
Juíza de Direito Substituta da Justiça do Distrito Federal (TJDFT). Tomou posse aos 26 anos (6º lugar),
obtendo a maior nota na prova de Sentença Penal (8,47). Foi aprovada nos concursos para os cargos de
técnica administrativa no Ministério da Saúde, técnica administrativa da Agência Nacional de Aviação Civil
(ANAC), técnica judiciária do Ministério Público da União (MPU) e de analista judiciária do Superior Tribunal
de Justiça (STJ). Antes de ser magistrada, foi técnica judiciária e analista judiciária do Tribunal de Justiça do
Distrito Federal e Territórios (TJDFT), entre 2010 e 2014, exercendo a função de oficial de gabinete (assessora
de juiz) por quatro anos. Pós-graduada em Direito e Contemporaneidade pela União Pioneira de Integração
Social (UPIS/DF) em convênio com a Escola da Magistratura.Mestranda em Direito Constitucional no Instituto
Brasiliense de Direito Público (IDP).Ministra Processo Penal, Execução Penal e Sentença Criminal em cursos
preparatórios para concursos.

DIREITO PROCESSUAL PENAL


1. Após investigação criminal, foi identificado que 2. José, morador de Brasília, recebeu uma mensa-
Joaquim era autor de um crime de furto qualifi- gem pelo celular que oferecia a ele um emprés-
cado por arrombamento, incidindo nas penas do timo. Ele entrou em contato para receber um em-
art. 155, § 4º, do CP, o qual prevê pena de 2 a préstimo de R$ 10.000,00 e, para tanto, depositou,
8 anos de reclusão. Juntada a folha de antece- a título de “custas”, um valor de R$ 500,00 em uma
dentes criminais, verificou-se que Joaquim nunca conta corrente vinculada a uma agência bancária
respondeu a qualquer outra ação penal. Joaquim localizada em Belo Horizonte. A conta pertencia a
contrata você, como advogado, para a defesa no Henrique, morador de São Paulo. Somente depois
procedimento e requereu alguns esclarecimentos da transferência percebeu se tratar de uma fraude
sobre a situação e o que é possível de ser feito em e nunca recebeu os R$ 10.000,00. José, quando
seu benefício. Assinale a alternativa correta. percebeu, estava de férias em Recife e decidiu
a. Mesmo entendendo o Ministério Público ser o caso registrar ocorrência nesta cidade. A competência
de arquivamento da investigação, poderá propor para instruir e julgar o delito acima narrado será:
ao Joaquim o acordo de não persecução penal. a. Brasília.
b. O acordo de não persecução penal pode ser ofe- b. Belo Horizonte.
recido a Joaquim mesmo se ele já tivesse rece- c. São Paulo.
bido o benefício nos 5 (cinco) anos anteriores ao d. Recife.
cometimento da nova infração.
c. Oferecido o acordo de não persecução penal, se Comentário
o juiz recusar a homologação, o advogado pode- A competência para julgamento será do LOCAL DO
rá interpor recurso em sentido estrito no prazo DOMICÍLIO DA VÍTIMA, ou seja, EM BRASÍLIA!
de 5 dias.
d. Poderá ser realizado acordo de não persecução
A Lei n. 14.155/2021 inseriu no CPP o seguinte dis-
penal por escrito e pelo membro do Ministério Pú-
positivo:
blico, pelo Joaquim e por seu defensor, indepen-
dentemente de homologação judicial.
Art. 70. (...)
§ 4º Nos crimes previstos no art. 171 do De-
Comentário
creto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940
Nos termos do art. 28-A e art. 581, XXV, ambos do
(Código Penal), quando praticados median-
CPP.
te depósito, mediante emissão de cheques
sem suficiente provisão de fundos em poder
do sacado ou com o pagamento frustrado ou
mediante transferência de valores, a compe-
tência será definida pelo local do domicílio da
vítima, e, em caso de pluralidade de vítimas,
a competência firmar-se-á pela prevenção.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL
Lorena Ocampos

3. João, aproveitando-se de distração de Marcos, Comentário


subtraiu para si uma sacola de roupas usadas a Nos termos do art. 69, parágrafo único, da Lei n.
ele pertencentes. Marcos pretendia doá-las a ins- 9.099/1995, ao autor do fato (no caso, ANA) que,
tituição de caridade. João foi perseguido e preso após a lavratura do termo circunstanciado de ocor-
em flagrante delito por policiais que presenciaram rência, for imediatamente encaminhado ao juizado
o ato. Instaurado e concluído o inquérito policial, ou assumir o compromisso de a ele comparecer, não
o Ministério Público não ofereceu denúncia nem
se imporá prisão em flagrante, nem se exigirá fiança.
praticou qualquer ato no prazo legal. Marcos pro-
cura você, como advogado, para a adoção das
5. Em uma Vara Criminal da capital, foram separa-
providências cabíveis. Considerando a situação
dos quatro procedimentos para análise de prisões
hipotética descrita, assinale a alternativa correta.
preventivas: no primeiro, Maria encontrava-se pre-
a. Tendo em vista que o Ministério Público é o titu-
sa pelo crime de roubo com emprego de arma de
lar da ação penal pública, nada poderá ser feito, a
fogo e violência real, possuindo filho de 10 anos
não ser aguardar a atuação do promotor.
de idade; no segundo, o preso era João, senhor
b. Será possível o oferecimento da chamada ação
de 81 anos de idade respondendo à ação penal
penal privada personalíssima.
em que se imputava a prática de três crimes de
c. Será possível o oferecimento da chamada ação
estelionato; no terceiro, José estava preso pelo
penal privada propriamente dita.
crime de corrupção, sendo o único responsável
d. Será possível o oferecimento da chamada ação
pelos cuidados de seu filho de 11 anos; no quarto,
penal privada subsidiária da pública.
Larissa estava presa como acusada dos crimes de
uso de documento falso e moeda falsa, possuindo
Comentário filha de 5 anos, mas não era a única responsável
Na ação penal pública, o Ministério Público não pode pela criança, que também morava com o pai. Com
se omitir. Dessa forma, se no prazo legal o Ministé- base nas previsões do Código de Processo Penal,
rio Público não requerer diligências imprescindíveis em especial dos artigos 317 a 318-B, há possibi-
(art. 16 do CPP), não promover o arquivamento nem lidade de você, como advogado, em tese, requer
oferecer denúncia, será constatada uma situação de e ter admitida prisão domiciliar nos processos em
inércia que permite que a vítima ofereça a queixa- que figuram como acusados(as):
-crime subsidiária (ação penal privada subsidiária da a. Maria, João, José e Larissa.
pública). b. João, José e Larissa, apenas.
c. Maria e Larissa, apenas.
4. Por ter praticado infração penal contra Lúcio, Ana d. João e Larissa, apenas.
foi presa em flagrante e conduzida à delegacia,
onde se constatou que o tipo penal corresponden- Comentário
te à infração praticada por Ana prevê pena máxi- Não é possível a substituição da prisão preventiva
ma de dois anos e multa. Ana contrata advogado de Maria pela prisão domiciliar, tendo em vista ter
que, na mesma hora, comparece na Delegacia. cometido crime com violência/grave ameaça, veda-
Nessa situação hipotética, o advogado de Ana de- ção que se encontra expressa no art. 318-A, inciso
verá esclarecer que a autoridade policial: I, do CPP.
a. deverá exigir o pagamento da fiança, devido ao Atenção especial à leitura dos artigos 318 e 318-A,
fato de o crime admitir pena de multa. do CPP:
b. deverá instaurar IP mediante a lavratura do auto
de prisão em flagrante.
Art. 318. Poderá o juiz substituir a prisão pre-
c. deverá converter a prisão em flagrante em prisão
ventiva pela domiciliar quando o agente for:
preventiva, por não se tratar de crime de menor
I – maior de 80 (oitenta) anos;
potencial ofensivo.
d. deverá lavrar termo circunstanciado e encaminhá- II – extremamente debilitado por motivo de
-lo ao juizado juntamente com a autora do fato doença grave;
e a vítima. III – imprescindível aos cuidados especiais
de pessoa menor de 6 (seis) anos de idade
ou com deficiência;
IV – gestante a partir do 7º (sétimo) mês de

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DIREITO PROCESSUAL PENAL
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gravidez ou sendo esta de alto risco. rante 30 dias seguidos;


IV – gestante; II – quando, falecendo o querelante, ou so-
V – mulher com filho de até 12 (doze) anos brevindo sua incapacidade, não comparecer
de idade incompletos; em juízo, para prosseguir no processo, den-
VI – homem, caso seja o único responsável tro do prazo de 60 (sessenta) dias, qualquer
pelos cuidados do filho de até 12 (doze) anos das pessoas a quem couber fazê-lo, ressal-
de idade incompletos. vado o disposto no art. 36;
Parágrafo único. Para a substituição, o juiz III – quando o querelante deixar de compa-
exigirá prova idônea dos requisitos estabele- recer, sem motivo justificado, a qualquer ato
cidos neste artigo. do processo a que deva estar presente, ou
deixar de formular o pedido de condenação
Art. 318-A. A prisão preventiva imposta à nas alegações finais;
mulher gestante ou que for mãe ou responsá- IV – quando, sendo o querelante pessoa ju-
vel por crianças ou pessoas com deficiência rídica, esta se extinguir sem deixar sucessor.
será substituída por prisão domiciliar, desde
que: 7. João e Paulo foram condenados, em primeira ins-
I – não tenha cometido crime com violência tância, pela prática do crime de furto qualificado,
ou grave ameaça a pessoa; à pena de 02 anos de reclusão e 12 dias-multa,
II – não tenha cometido o crime contra seu por fatos que teriam ocorrido quando João tinha
filho ou dependente. 18 anos e Paulo tinha 31 anos. Na dosimetria da
pena, a pena-base foi fixada no mínimo, não sen-
do reconhecidas atenuantes ou agravantes nem
6. Pedro, advogado, ofereceu queixa-crime em face
causas de aumento ou diminuição. Intimados da
de Rita, imputando-lhe a prática dos delitos de in-
sentença, o promotor e o advogado de Paulo não
júria simples e difamação. As partes não celebra-
tiveram interesse em apresentar recurso, mas o
ram qualquer acordo e a querelada negava os fa-
advogado de João apresentou recurso de apela-
tos, não aceitando qualquer benefício previsto em
ção. Por ocasião do julgamento do recurso, enten-
lei. Após o regular processamento e a instrução
deram os desembargadores por reconhecer que
probatória, em alegações finais, Pedro requer a
o crime restou tentado, bem como que deveria
condenação de Rita pela prática do crime de difa-
ser aplicada a atenuante da menoridade relativa
mação, nada falando em sua manifestação derra-
a João. Com base nas informações expostas, os
deira sobre o crime de injúria. Diante da situação
efeitos da decisão do Tribunal
narrada, é correto afirmar que
a. poderão ser parcialmente estendidos a Paulo,
a. deverá ser extinta a punibilidade de Rita em rela-
aplicando-se a atenuante, mas não a causa de di-
ção ao crime de injúria, em razão da perempção.
minuição de pena.
b. deverá ser extinta a punibilidade de Rita em re-
b. poderão ser integralmente estendidos a Paulo.
lação ao crime de injúria, em razão do perdão
c. poderão ser parcialmente estendidos a Paulo,
do ofendido.
aplicando-se a causa de diminuição de pena da
c. deverá ser extinta a punibilidade de Rita em rela-
tentativa, mas não a atenuante.
ção ao crime de injúria, em razão da renúncia ao
d. não poderão ser estendidos a Paulo.
direito de queixa.
d. poderá Rita ser condenada pela prática de ambos
os delitos, já que houve apresentação de alega- Comentário
ções finais pela defesa técnica do querelante.
Art. 580. No caso de concurso de agentes,
Comentário a decisão do recurso interposto por um dos
réus, se fundado em motivos que não sejam
Art. 60. Nos casos em que somente se pro- de caráter exclusivamente pessoal, aprovei-
cede mediante queixa, considerar-se-á pe- tará aos outros.
rempta a ação penal:
I – quando, iniciada esta, o querelante deixar
de promover o andamento do processo du-

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DIREITO PROCESSUAL PENAL
Lorena Ocampos

8. Jonas procurou você, como advogado, pois tinha


a intenção de ingressar com queixa-crime contra
dois vizinhos que vinham lhe caluniando constan-
temente. Narrados os fatos e conferida procura-
ção com poderes especiais, você, como patrono
da vítima ingressou com a ação penal no Juizado
Especial Criminal, órgão efetivamente competen-
te, contudo o magistrado rejeitou a queixa apre-
sentada. Dessa decisão do magistrado caberá a
você interpor:
a. recurso em sentido estrito, no prazo de 05 dias.
b. apelação, no prazo de 05 dias.
c. recurso em sentido estrito, no prazo de 02 dias.
d. apelação, no prazo de 10 dias.

Comentário
Nos termos do art. 82 da Lei n. 9.099/1995, da de-
cisão de rejeição da denúncia ou queixa caberá
apelação, que será interposta no prazo de dez dias,
contados da ciência da sentença pelo Ministério Pú-
blico, pelo réu e seu defensor, por petição escrita, da
qual constarão as razões e o pedido do recorrente.

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DIREITO EMPRESARIAL
Eugênio Brügger

Eugênio Brügger
Tabelião de Notas e Registrador Civil das Pessoas Naturais de Ariquemes/RO - Conselheiro do Colégio Nota-
rial do Brasil/RO - Professor de Direito Empresarial do preparatório para o Exame de Ordem e da Pós-Gra-
duação em Direito Tributário (Faculdade Processus - Brasília/DF) – Professor convidado de Direito Notarial e
Direito Registral Imobiliário da Pós-Graduação em Direito e Gestão de Negócios Imobiliários e Pós-Gradua-
ção em Direito Empresarial (UNIFOR - Fortaleza/CE) – Graduado em Direito Pela Universidade Salgado de
Oliveira (Campus Goiânia/GO) – Especialista em Direito Civil, Direito Processual Civil e Direito Público pela
Faculdade Processus (Brasília/DF) – Exerceu o cargo de Analista Judiciário (Área Processual) TJDFT (2010-
2015) – Lecionou Direito Empresarial na Faculdade Processus e UniCeub (Brasília/DF), Direito Civil no Uni-
Ceub (Brasília/DF) e FAAr (Faculdades Associadas de Ariquemes/RO), Direito Processual Civil e Direito do
Consumidor na Faculdade Processus (Brasília/DF).

DIREITO EMPRESARIAL
1. (2021/FGV/SEFAZ-ES/AUDITOR FISCAL DA RE- Está correto o que se afirma em
CEITA ESTADUAL) No processo de falência de a. I, apenas.
Muniz, Canário & Bananal Ltda., após a realização b. II, apenas.
das intimações eletrônicas das Fazendas Públicas c. III, apenas.
federal e de todos os Estados e Municípios em d. I e II, apenas.
que a falida tem estabelecimentos, para que to- e. II e III, apenas.
mem conhecimento da falência, publicado o edital
eletrônico com a íntegra da sentença e a relação Comentário
de credores apresentada pela falida, o juiz instau- Item I – Errado.
rou, para cada Fazenda Pública credora, incidente
de classificação de crédito público. Acerca deste Lei n. 11.101/2005
incidente, analise as afirmativas a seguir.
Art. 7º-A. Na falência, após realizadas as in-
timações e publicado o edital, conforme pre-
I – O incidente de classificação de crédito público
visto, respectivamente, no inciso XIII do  ca-
pode ser instaurado de ofício ou a requerimen-
put  e no § 1º do art. 99 desta Lei, o juiz
to da Fazenda Pública ou do Ministério Público,
instaurará, de ofício, para cada Fazenda
quando qualquer destas entidades requerer a
falência do devedor com fundamento no não Pública credora, incidente de classifica-
pagamento de obrigação líquida constante de ção de crédito público e determinará a sua
título executivo devidamente protestado para intimação eletrônica para que, no prazo de
fins falimentares. 30 (trinta) dias, apresente diretamente ao ad-
II – para aplicação das disposições concernentes ministrador judicial ou em juízo, a depender
ao incidente de classificação de crédito público, do momento processual, a relação comple-
considera-se Fazenda Pública credora aquela ta de seus créditos inscritos em dívida ativa,
constante do edital eletrônico com a relação de acompanhada dos cálculos, da classificação
credores apresentada pelo falido, ou que, após e das informações sobre a situação atual.
a intimação eletrônica da sentença, alegue nos
autos, em 15 (quinze) dias, possuir crédito con- Item II – Certo.
tra o falido.
III – Instaurado o incidente de classificação de cré-
§ 1º Para efeito do disposto no caput deste
dito público, as execuções fiscais em curso
artigo, considera-se Fazenda Pública cre-
contra a falida e, eventualmente, contra seus
sócios, permanecerão suspensas até o encer- dora aquela que conste da relação do edi-
ramento da arrecadação, sendo restabelecidas tal previsto no § 1º do art. 99 desta Lei, ou
automaticamente após este termo, sem neces- que, após a intimação prevista no inciso XIII
sidade de pronunciamento judicial. do  caput do art. 99 desta Lei, alegue nos
autos, no prazo de 15 (quinze) dias, possuir
crédito contra o falido.

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DIREITO EMPRESARIAL
Eugênio Brügger

Item III – Errado: As execuções fiscais permanece- Art. 73. O juiz decretará a falência durante o
rão suspensas até o encerramento da falência. processo de recuperação judicial: (...)
V - por descumprimento dos parcelamentos
Art. 7º-A. (...) referidos no art. 68 desta Lei ou da transação
§ 4º (...) prevista no art. 10-C da Lei nº 10.522, de 19
V – as execuções fiscais permanecerão sus- de julho de 2002;
pensas até o encerramento da falência, sem
prejuízo da possibilidade de prosseguimento 3. (2021/FGV/DPE-RJ/DEFENSOR PÚBLICO) Pa-
contra os corresponsáveis; pel Feliz Papelaria Ltda. possui em seu quadro
social três sócios: José, que é também sócio ad-
2. (2021/FGV/SEFAZ-ES/AUDITOR FISCAL DA RE- ministrador; Edivânia, mulher de José; e Elias, que
CEITA ESTADUAL) O empresário individual J. é cunhado de José. Com o advento da pandemia
Monteiro requereu sua recuperação judicial e, an- de COVID-19 não foi possível manter os negó-
tes do processamento do pedido, pleiteou a liqui- cios, diante do baixíssimo movimento do empre-
dação de seus débitos com a Fazenda Nacional, endimento. Os negócios já estavam fracos desde
vencidos e vincendos até a data do protocolo da meados de 2018, agravando-se diante do quadro
petição inicial, mediante parcelamento da dívida econômico que acompanhou a pandemia. Em abril
consolidada em 120 (cento e vinte) prestações de 2021, foi apresentado o pedido de falência por
mensais e sucessivas. A partir da 36ª (trigésima um de seus credores. Nesse contexto, é correto
sexta) prestação, o devedor passou a descum- afirmar que:
prir o parcelamento. Tal fato, nos termos da Lei nº a. no curso do processo de falência, é possível es-
11.101/2005, enseja tabelecer negócios processuais entre os credores
a. a convocação de assembleia de credores para de- e o falido, desde que a decisão seja tomada pela
liberar sobre a viabilidade de prosseguimento da deliberação de credores que representem mais da
recuperação. metade do valor total dos créditos.
b. a intimação do Ministério Público e do administra- b. Elias pode ser responsabilizado pessoalmente por
dor judicial para pronunciamento no prazo de 15 dívidas do falido, após haver a desconsideração
(quinze) dias. da personalidade jurídica, hipótese em que o pro-
c. a suspensão do processo até o pronunciamento cesso de falência fica suspenso até a decisão do
da Fazenda credora. incidente.
d. o requerimento de falência pela Fazenda credora c. a decisão que decreta a falência é passível de im-
diante da prática de ato de falência. pugnação por recurso de agravo de instrumento,
e. a decretação da falência durante o processo de no prazo de quinze dias úteis, contando-se em do-
recuperação judicial. bro para a parte assistida pela Defensoria Pública.
d. o juiz pode decretar a falência da sociedade
Comentário mesmo que na notificação do respectivo protes-
to não seja identificada a pessoa que recebeu a
intimação.
Lei n. 11.101/2005
e. havendo a decretação da falência, eventual pro-
Art. 68. As Fazendas Públicas e o Instituto
cedimento arbitral já instaurado deverá ser extinto,
Nacional do Seguro Social – INSS poderão
diante do juízo universal da falência.
deferir, nos termos da legislação específica,
parcelamento de seus créditos, em sede de
Comentário
recuperação judicial, de acordo com os pa-
O CPC é aplicado subsidiariamente à Lei n.
râmetros estabelecidos na Lei nº 5.172, de
11.101/2005, nos termos do artigo 189 da referida
25 de outubro de 1966 - Código Tributário
Lei; assim, é perfeitamente aplicável o artigo 190 do
Nacional.
CPC que dá a possibilidade de negócios jurídicos
Parágrafo único. As microempresas e em-
processuais, desde que a decisão seja tomada
presas de pequeno porte farão jus a prazos
pela deliberação de credores que representem
20% (vinte por cento) superiores àqueles re-
mais da metade do valor total dos créditos, de
gularmente concedidos às demais empresas.
acordo com o artigo 42 da Lei n. 11.101/2005.

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DIREITO EMPRESARIAL
Eugênio Brügger

4. (2018/FGV/AL-RO/ADVOGADO) Sobre títulos de 5. (2018/FGV/CÂMARA DE SALVADOR-BA/ANA-


crédito, analise as afirmativas a seguir. LISTA LEGISLATIVO MUNICIPAL/LICITAÇÃO,
CONTRATOS E CONVÊNIOS) Em relação à
I – A lei brasileira permite que se faça um endosso emissão e ao pagamento do cheque, analise as
parcial, desde que seja tal circunstância anota- afirmativas a seguir.
da no verso do título de crédito transferido.
II – Nos títulos de crédito ao portador, a prestação I – Um cheque no valor de R$ 80.000,00 (oitenta
é devida ainda que o documento tenha entrado mil reais) emitido na cidade de Jacobina/BA,
em circulação contra a vontade do emitente. com praça de pagamento na cidade de Andaraí/
III – Em relações jurídicas regidas pelo direito co- BA, deverá ser apresentado a pagamento nos
mum, é válida a cláusula pela qual o avalista 30 (trinta) dias seguintes ao de sua emissão.
se responsabiliza por parte do pagamento II – Após a expiração do prazo de apresentação,
da dívida. poderá o emitente dar ao sacado contraordem
de pagamento com efeito imediato.
Está correto o que se afirma em III – A assinatura do emitente deve ser autógrafa
a. I, somente. (de próprio punho), sendo vedada emissão de
b. II, somente. cheque por chancela mecânica ou processo
c. III, somente. equivalente.
d. I e II, somente.
e. II e III, somente. Está correto o que se afirma em:
a. somente II;
Comentário b. somente III;
c. somente I e II;
Código Civil d. somente I e III;
Art. 897. O pagamento de título de crédito, e. I, II e III.
que contenha obrigação de pagar soma de-
terminada, pode ser garantido por aval. Comentário
Parágrafo único. É vedado o aval parcial. Lei de Cheque (Lei n. 7.357/1985)

Art. 905. O possuidor de título ao portador tem Item I – Errado.


direito à prestação nele indicada, mediante a
sua simples apresentação ao devedor. Art. 33. O cheque deve ser apresentado para
Parágrafo único. A prestação é devida ain- pagamento, a contar do dia da emissão, no
da que o título tenha entrado em circula- prazo de 30 (trinta) dias, quando emitido no
ção contra a vontade do emitente. lugar onde houver de ser pago; e de 60 (ses-
senta) dias, quando emitido em outro lugar
Art. 912. Considera-se não escrita no endos- do País ou no exterior.
so qualquer condição a que o subordine o
endossante. Item II – Certo.
Parágrafo único. É nulo o endosso parcial.
Art. 35. O emitente do cheque pagável no
Brasil pode revogá-lo, mercê de contra-
-ordem dada por aviso epistolar, ou por via
judicial ou extrajudicial, com as razões moti-
vadoras do ato.
Parágrafo único. A revogação ou contra-
-ordem só produz efeito depois de expira-
do o prazo de apresentação e, não sendo
promovida, pode o sacado pagar o cheque
até que decorra o prazo de prescrição, nos
termos do art. 59 desta Lei.

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DIREITO EMPRESARIAL
Eugênio Brügger

Item III – Errado.

Art. 1º O cheque contém:


I – a denominação ‘’cheque’’ inscrita no con-
texto do título e expressa na língua em que
este é redigido;
II – a ordem incondicional de pagar quantia
determinada;
III – o nome do banco ou da instituição finan-
ceira que deve pagar (sacado);
IV – a indicação do lugar de pagamento;
V – a indicação da data e do lugar de emissão;
VI – a assinatura do emitente (sacador), ou
de seu mandatário com poderes especiais.
Parágrafo único. A assinatura do emitente
ou a de seu mandatário com poderes es-
peciais pode ser constituída, na forma de
legislação específica, por chancela mecâ-
nica ou processo equivalente.

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REVISÃO DE VÉSPERA OAB – 1ª FASE DO EXAME XXXIII
Gabaritos

GABARITOS

ÉTICA E ESTATUTO E DIREITO DIREITO ADMINISTRATIVO


TRIBUTÁRIO Gustavo Brígido
Maria Christina
1 D 7 D
1 C 6 A
2 B 8 B
2 B 7 B
3 A 9 C
3 D 8 C
4 D 10 C
4 D 9 D
5 D 11 D
5 B
6 C

DIREITO PROCESSUAL DO
DIREITO CIVIL
TRABALHO
Roberta Queiroz
Aryanna Linhares
1 A 6 A
1 C 5 B
2 C 7 C
2 C 6 B
3 D 8 C
3 D 7 A
4 A 9 D
4 B
5 C 10 C

DIREITO DO TRABALHO
Rafael Tonassi DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Raquel Bueno
1 A 5 A
1 C 5 C
2 C 6 C
2 B 6 D
3 C 7 D
3 A 7 B
4 C 8 D
4 B

DIREITO CONSTITUCIONAL
Ana Paula Blazute ECA E DIREITO DO CONSUMIDOR
Patrícia Dreyer
1 B 3 A
1 D 3 C
2 A 4 A
2 C 4 B

DIREITO PENAL
Michelle Tonon
1 B 6 D
2 B 7 B
3 A 8 B
4 C 9 A
5 A 10 B

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REVISÃO DE VÉSPERA OAB – 1ª FASE DO EXAME XXXIII
Gabaritos

DIREITO AMBIENTAL
Nilton Coutinho
1 C 8 A
2 B 9 C
3 A 10 C
4 D 11 B
5 A 12 B
6 A 13 B
7 B

FILOSOFIA DO DIREITO
Odair José
1 A 4 D
2 B 5 D
3 C 6 D

DIREITOS HUMANOS E DIREITO


INTERNACIONAL
Alice Rocha
1 B 6 D
2 A 7 A
3 B 8 A
4 C 9 B
5 B 10 D

DIREITO PROCESSUAL PENAL


Lorena Ocampos
1 C 5 B
2 A 6 A
3 D 7 C
4 D 8 D

DIREITO EMPRESARIAL
Eugênio Brügger
1 B 4 B
2 E 5 A
3 A

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