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UFSCar – Universidade Federal de São Carlos

CCET – Departamento de Física


1002900 – Física Experimental 4: Ondulatória

Ondas em uma corda e retificação de ondas


Roteiro 1 do Grupo 3 – Turma B

Henrique Borges de Abreu R.A: 811731


Felipe Lopes Meneguine de Oliveira R.A: 811611
João Vitor da Silva Lucio R.A: 710876

Professor da disciplina: Dr. Maycon Motta

São Carlos, SP
12 de abril de 2024
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Objetivos

Neste trabalho, inicialmente, busca-se o estudo de ondas estacionárias, restritas a


ondas mecânicas transversais, por meio de um sistema formado por uma corda fixa a qual é
possível induzir uma oscilação vertical constante em uma de suas extremidades com
frequência definida.
Neste sentido, busca-se utilizar os conceitos de ondas estacionarias e a equação de
Taylor para cordas, de forma que as ondas formadas sejam estudadas verificando-se
experimentalmente a relação entre a frequência dos modos de vibração obtidos e as
características de comprimento da corda, número de harmônicos, massa suspensa e massa da
corda [1], utilizando-se do método científico.
Ademais, em um segundo momento, estuda-se a retificação de uma onda em um
circuito por meio da retificação de uma tensão alternada para uma tensão contínua, utilizando-
se da montagem de circuitos retificadores dos tipos meia-onda, onda completa e onda
completa suavizada (com capacitor), comparando as ondas obtidas ao final de cada circuito,
assim como com a onda da tensão fornecida para cada caso.
Ainda, busca-se verificar as consequências nas características de frequência e
amplitude das ondas obtidas utilizando-se os diferentes circuitos, além da visualização do
efeito ripple no circuito retificador de onda completa suavizada, como consequência da
introdução de um capacitor no circuito.

Objetivos Específicos:

• Encontrar os expoentes que relacionam a frequência da onda estacionária que se


propaga na corda com o comprimento da corda e a massa suspensa na corda;
• Obter ondas transversais estacionárias na corda, em diferentes modos de vibração;
• Retificar as ondas de tensão utilizando diferentes circuitos retificadores (meia-onda,
onda completa, onda completa suavizada);
• Compreender e descrever o funcionamento dos elementos de circuito (resistores,
diodos e capacitores) no circuito;
• Calcular o fator ripple para o caso do circuito retificador de onda completa suavizada;
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• Comparar as ondas de tensão obtidas do circuito com as ondas de tensão fornecidas ao


circuito;
• Comparar a frequência da onda de saída do circuito retificador de meia-onda com o
circuito retificador de onda completa;

Material Utilizado

Neste experimento, serão utilizados os seguintes instrumentos e materiais:


• Fonte geradora de frequência: Leistungs Freq.generator 249900038954 230V/50-60Hz
70VA T 1A, Marca PHYWE;

• Balança eletrônica, Marca GEHAKA, Modelo BG 4001;

• Vibrador mecânico Modelo SF-9324 com um pino acoplado no centro;


• Trilho fixador com suportes e escala com menor divisão de 1 mm;
• Cinco massas auxiliares disponíveis de massas (23,80 ± 0,10) g, (100,00 ± 0,10) g,
(194,30 ± 0,10) g, (198,90 ± 0,10) g e (205,00 ± 0,10), g;
• Osciloscópio Siglent, Modelo SDS1102CM;
• Multimetro, Marca Minipa, Modelo ET-2082C;
• Portobord adaptada para física experimental;
• Transformador acoplado no protoboard;
• Barbante para confecção de cordas;
• Trena;
• Cabos com ponta de prova;
• Cabos tipo banana-banana;
• Resistor, resistência R = (5,60 ± 0,28) kΩ;
• Capacitor eletrolítico 100 μF;
• Dois diodos, modelo IN4004S;
• Cabos de conexão BNC com ponta de prova, Marca Minipa, Modelo UT-PO3, 60
MHz/6 MHz, 18,5 pF/ 115pF, 10 MΩ/ 1 MΩ, X10/ X1;
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Procedimento experimental

Este experimento será realizado seguindo os seguintes passos:


Parte 1:

1. Selecionar uma corda;


2. Ligar a balança eletrônica e medir a massa da corda;
3. Utilizando uma trena, medir o comprimento total da corda;
4. Fixar a extremidade livre da corda no vibrador mecânico e posicioná-la ao longo do
trilho, de forma a apoiá-la sobre as polias;
5. Escolher, entre as massas auxiliares disponíveis, aquela de menor massa e utilizando
uma balança eletrônica medir e anotar sua massa (defini-la como massa 1);
6. Posicionar o apoio móvel no final do trilho e fixar a massa ao final da corda;
7. Utilizando a trena, medir a distância da extremidade da corda presa ao vibrador móvel
até o apoio móvel;
8. Ligar o gerador do vibrador móvel;
9. Variar a frequência até encontrar-se uma onda estacionária na corda;
10.Anotar a frequência encontrada e o número de harmônicos;
11.Desligar o gerador;
12.Escolher outra massa auxiliar disponível e utilizando a balança eletrônica aferir e
anotar sua massa (defini-la como massa 2);
13.Remover a massa 1 fixada anteriormente e fixar a massa 2 na extremidade livre da
corda;
14.Realizar os procedimentos 8 ao 11 novamente;
15.Adicionar à massa 2 suspensa a massa 1;
16.Realizar os procedimentos 8 ao 11 novamente;
17.Escolher outra massa auxiliar, distinta da massa 1 e da massa 2, disponível e
utilizando a balança eletrônica aferir e anotar sua massa (defini-la como massa 3);
18.Remover as massas 1 e 2 fixadas na corda e fixar a massa 3 na extremidade livre da
corda;
19.Realizar os procedimentos 8 ao 11 novamente;
20.Adicionar à massa 3 suspensa a massa 1;
21.Realizar os procedimentos 8 ao 11 novamente;
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22.Escolher entre as massas auxiliares medidas aquela com a massa intermediária;


23.Diminuir a distância entre apoio móvel e a extremidade fixa da corda;
24.Utilizando a trena, medir a distância da extremidade fixa da corda até o apoio móvel;
25.Realizar novamente os procedimentos 8 ao 11;
26.Variar a posição do apoio móvel em outras três posições distintas realizando os
procedimentos 24 e 25 para cada posição escolhida;
27.Desligar o gerador do vibrador móvel;

Parte 2:

Figura 1.1: (a) Montagem do circuito retificador de meia-onda. (b) Montagem do


circuito retificador de onda completa. (c) Montagem do circuito retificador de onda
completa suavizada.

Fonte: Elaboração própria

1. Escolher um resistor com resistência na ordem de kΩ superior a 1,5 kΩ;


2. Utilizando um multímetro, conectar à entrada COM um cabo com ponta de prova e
conectar à entrada de resistência outro cabo com ponta de prova;
3. Utilizando o multímetro, selecionar a função ohmímetro e medir a resistência do
resistor escolhido;
4. Escolher um diodo;
5. Selecionar três “jumpers”;
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6. Posicionar um jumper de forma a conectar a saída à esquerda do transformador do


protoboard disponível e a ilha superior esquerda do protoboard;
7. Posicionar o diodo de forma a conectar a saída à direita do transformador à ilha a
direita superior do protoboard;
8. Utilizando um jumper e um resistor, conectar as ilhas nas quais a saída à esquerda do
protoboard e o diodo estão conectados a ilha central superior, assim como mostrado na
Figura 1.1 (a);
9. Conectar ao osciloscópio, dois cabos BNC com ponta de prova aos canais 1 e 2;
10.Utilizando o cabo conectado ao canal 1, fixar a ponta de prova na ilha compartilhada
pelo resistor e o diodo;
11.Fixar o terra do cabo BNC do canal 1 do osciloscópio na ilha ocupada apenas pelo
resistor e o jumper;
12.Utilizando o cabo conectado ao canal 2, fixar a ponta de prova na ilha superior
esquerda;
13.Ligar o osciloscópio e ligar o protoboard à tomada;
14.Ajustar a escala da tela do osciloscópio, de forma que ambos os sinais tenham a
mesma referência, e tirar uma foto da tela do osciloscópio;
15.Desligar o osciloscópio e o protoboard;
16.Remover do protoboard o resistor, os jumpers e os cabos BNC posicionados;
17.Selecionar um diodo;
18.Conectar a saída à esquerda do transformador com a ilha superior esquerda utilizando
o diodo selecionado;
19.Utilizando um jumper, conectar a ilha superior direita do protoboard a ilha central
direita;
20.Utilizando dois jumpers conectar o tape central do transformador com a ilha central do
protoboard;
21.Utilizando o resistor selecionado, conectar a ilha central à ilha central direita;
22.Utilizando um cabo de teste, conectar a ilha superior esquerda com a ilha superior
direita, assim como apresentado na Figura 1.1 (b);
23.A partir do cabo BNC conectado ao canal 1 do osciloscópio, conectar a ponta de prova
do cabo à ilha central direita e conectar o terra à ilha central;
24.Utilizando o cabo BNC do canal 2, fixar a ponta de prova na ilha superior esquerda;
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25.Ligar o osciloscópio e o protoboard;


26.Ajustar a escala da tela do osciloscópio, de forma que ambos os sinais tenham a
mesma referência, e tirar uma foto da tela do osciloscópio;
27.Desligar o osciloscópio e o protoboard;
28.Remover o cabo BNC do canal 1 do protoboard;
29.Escolher um capacitor eletrolítico;
30.Alterar a função do multímetro para um capacímetro e avaliar a capacitância do
capacitor escolhido;
31.Posicionar o capacitor escolhido de forma a conectar a ilha central à ilha central
direita, isto é, de forma que o resistor esteja em paralelo com o capacitor, mantendo o
polo negativo do capacitor direcionado à ilha central;
32.Conectar a ponta de prova à parte do capacitor conectada a ilha central direita e
conectar o terra à parte do capacitor que está conectada à ilha central, como
apresentado na Figura 1.1 (c);
33.Ligar o osciloscópio e o protoboard;
34.Ajustar a escala da tela do osciloscópio, de forma que ambos os sinais tenham a
mesma referência, e tirar uma foto da tela do osciloscópio;
35.Desligar o osciloscópio e o protoboard;

Análise de dados

No experimento realizado, inicialmente, busca-se o estudo de ondas transversais


estacionárias em uma corda, isto é, uma onda que se encontra confinada em uma região e não
se propaga, apresentando apenas uma mudança de amplitude como função do tempo [1].
Assim sendo, sabe-se que para uma corda de comprimento L, e consequentemente o
comprimento da região na qual esta está confinada, esta será uma onda estacionária somente
se esta região possui um comprimento igual a um múltiplo inteiro (n), ou número de
harmônicos, de metade do comprimento de onda λ.
Ainda, pela equação de Taylor [1], que relaciona a densidade de massa da corda μ e a
tensão na corda T com a velocidade de propagação desta, para as ondas estacionárias, a
relação entre a frequência da onda (ƒn) e estas grandezas é dada por:
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ƒn= ( 2nL )√ Tμ (1)

No entanto, neste experimento, a tensão na corda é gerada pela suspensão de uma


massa auxiliar (ma) em uma das pontas da corda, ao passo que a outra extremidade da corda é
presa a um transdutor, responsável pela movimentação vertical da corda. Ademais, assumindo
que a corda possui a sua massa (m) uniformemente distribuída ao longo do seu comprimento,
a equação (1) torna-se:

( 2nL )√ ( )√ m L
ma g L n ma g
ƒn= = (2)
m 2

onde g é a constante de gravidade local.


Dessa forma, variando o comprimento da corda e a massa auxiliar, pode-se obter
diferentes frequências das ondas estacionárias geradas. A partir destes dados, verifica-se a
equação (2), calculando-se a dependência da frequência fornecida pelo transdutor ao sistema
com as varáveis L e ma.

2 ƒn α β
=F=g mma L (3)
n

Neste sentido, calcula-se o logaritmo da equação (3) para os casos onde varia-se
apenas o comprimento da corda e apenas a massa auxiliar suspensa, de forma que a massa da
corda e a gravidade são constantes. Assim sendo,

log F= A+α log ma (4)

log F=B+β log L (5)

α
onde A=log( g m Lβ) e B=log( g mma ).
Portanto, construindo os gráficos de frequência por número de harmônicos em função
da massa suspensa e de frequência por número de harmônicos em função do comprimento da
corda e utilizando as equações (4) e (5) para ajustar esses gráficos, respectivamente, obtém-se
a relação entre a frequência e essas grandezas, dado que a frequência e F possuem a mesma
relação com as grandezas L e ma.
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Em um segundo momento, este experimento busca a análise de um circuito retificador


atuando em uma tensão alternada. Neste sentido, inicialmente, a partir da montagem do
circuito retificador de meia-onda e utilizando o osciloscópio, pode-se verificar
qualitativamente a funcionalidade do circuito, permitindo que apenas o perfil positivo da onda
seja transmitido, por meio da visualização da curva de tensão em função do tempo no
osciloscópio em comparação da curva de tensão em função do tempo da fonte no
osciloscópio.
Em seguida, com a montagem do circuito retificador de onda completa, pode-se
observar a diferença dos perfil da onda medida ao final do circuito em comparação com a
onda obtida no circuito retificador de meia-onda. Neste sentido, pode-se verificar a diferença
de frequência da onda nestes dois circuitos, medida diretamente da tela do osciloscópio.
Assim, neste circuito, diferentemente do primeiro, a tensão transmitida é obtida pela soma de
duas ondas de tensão com suas partes negativas retificadas, as quais possuem uma diferença
de fase de π.
Ainda, em um último momento, ao circuito retificador de onda completa é adicionado
um capacitor em paralelo com a resistor do circuito, permitindo a suavização da onda de
tensão medida ao final deste. No entanto, a taxa de descarregamento do capacitor é função do
tempo característico do circuito RC formado. Assim sendo, nas regiões onde a tensão medida
não é a tensão de pico, o capacitor descarrega, permitindo a obtenção de uma medida mais
próxima de uma tensão contínua.
Dessa forma, calcula-se o fator ripple (r) que quantifica a razão do valor da tensão
medida ao final do circuito (VDC) com a tensão rms da tensão alternada fornecida ao circuito.

V AC
r= (6)
V DC √ 2

onde VAC é a tensão de pico da tensão fornecida ao circuito. Assim sendo, para o caso ideal,
onde a tensão obtida ao final do circuito é constante e igual ao valor de pico da tensão
1
alternada, tem-se que r = ~ 0,707.
√2
Dessa maneira, a partir de uma análise da tela do osciloscópio contendo a onda obtida
ao final do circuito e do sinal da onda fornecida ao circuito, pode-se verificar o
funcionamento do capacitor no circuito, comparando a curvas geradas neste caso com o
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retificar de onda completa sem o capacitor. Ainda, variando os valores de R e C pode-se obter
diferentes constantes de tempo do circuito RC, de forma a alterar o valor de r.

Questões

1. Sejam duas ondas unidimensionais que se propagem em mesma direção em um mesmo


meio, com frequências distintas ω 1 e ω2, e consequentemente dois números de onda K 1 e K2.
No caso onde essas ondas se sobrepõem com uma fase ϕ = 0 rad, qual é o comportamento da
onda resultante?

2. A partir da definição de potência média de uma onda, explique porque a energia elétrica é
transmitida de forma trifásica pela rede elétrica.

Referências

[1] Nussenzveig, H. M. Curso de física básica, vol. 2: fluidos, oscilações e ondas, calor. 5. ed.
São Paulo: Blucher, 2014.

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