Ambos documentários problematizam para a sociedade histórias de vida e
procedimentos judiciais de vários casos, que se faz presente em diversas famílias. A morte inventada e o documentário Borrando a Papá em primeiro momento, abordam depoimentos contendo experiências não só de profissionais que atuam na área da Alienação Parental, como também, de genitores alienados e seus filhos, assumindo papel de vítimas da Alienação Parental.
Na Lei que dispõe sobre a Alienação Parental, Nº 12.318, de 26 de agosto de 2010,
torna-se claro no Art. 2º que, a Alienação Parental interfere no desenvolvimento psicológico dos filhos, induzido pelo pai ou pela mãe, não deixando de situar os avós e/ou outras pessoas que possam estar sob a vigilância da criança, que atue com repudio a um dos genitores, dificultando assim a manutenção de vínculo entre genitor alienado e o filho. Podemos observar diversos comportamentos que caracterizam a Alienação Parental nos documentários, dentre eles, a desqualificação de um genitor para com o outro, tentar diminuir a autoridade de um dos pais, como também o contato dos filhos com o genitor, omitir informações importantes a respeito do filho, como assuntos da escola, saúde, educação e mudança de endereço. Dificultar o exercício da autoridade parental ou desqualificar perante a criança e adolescente a conduta de um genitor, são atitudes que ferem direitos fundamentais da criança e do adolescente. A paternidade foi tratada como alienada em todos os casos, tanto argentino como no nacional. Uma das características frequente nos casos é o desaparecimento dos pais, devido ao fato de não conseguirem obter contato com os filhos, das dificuldades encontradas nesse caminho de tantos desencontros provocados pela mãe. No documentário argentino, entrevistaram somente homens, aparecem afirmações de que na Argentina não existe guarda compartilhada, a qual fica geralmente com a genitora até os cinco anos de idade: “Na Argentina não existe lei de guarda compartilhada. Na maioria dos casos, o juiz concede a guarda dos filhos a mãe” (Tradução livre do documentário). A exclusão do pai dá visibilidade aos muitos ataques que esses pais enfrentam em sua luta contra o tempo, pois quanto mais tempo eles passam longe dos filhos, menos chance haverá de recuperar o vínculo. É um documentário que denuncia problemas crescentes, tais como a obstrução dos vínculos entre pais e filhos que, em processos de divórcio conflituosos, se encontram imersos no sistema que considera o pai perigoso, um acessório dispensável na educação dos filhos. Fica evidente nos documentários, que a figura paterna é representada como alienada, intensificada nas narrativas de pais e filhos a respeito das consequências vividas, como também, na maioria dos depoimentos, que os filhos relatam o afastamento dos seus pais, fragilizando assim, o convívio familiar.
Fonte: A Morte Inventada | Documentário https://youtu.be/uv6DuQv0ldE
Borrando a Papá (legendado) - Alienação Parental
https://youtu.be/5dd14l3glHM
Entrevista com o produtor Gabriel Balanovsky. 2014. 1 vídeo (16:51 min).