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Nome: Marília Cristina da Silva

Matrícula: 22/0004226
Data: 16 de novembro de 2022

Referência bibliográfica: CASTELLS, Manuel. A revolução da tecnologia da informação.


In: CASTELLS, Manuel. A era da informação: economia, sociedade e cultura: sociedade em
rede. 3 ed. São Paulo: Paz e Terra, 2000. Cap. 1. p.49-86.

Sobre o (a) autor(a): Manuel Castells Oliván (1942) é sociólogo, professor universitário e
ministro de Universidades do governo da Espanha. O autor teve grande desenvolvimento na
década de 70 sobre a teoria marxista, enfatizando o papel dos movimentos sociais. Possui
diversos livros publicados e a obra em apreço é uma trilogia.

Objetivo: mostrar que a transformação tecnológica é um evento histórico da mesma


importância da Revolução Industrial (século XVIII).

Ideias principais: Inicialmente, o autor aborda a mudança gradual que existe na sociedade e
afirma que estamos em um período de transformação da “cultura material”, que está se
organizando em torno da tecnologia da informação. Sendo a tecnologia “uso de
conhecimentos científicos para especificar as vias de se fazerem as coisas de uma maneira
reproduzível”. A tecnologia abrange, para o autor: microeletrônica, computação,
telecomunicação/radiodifusão, optoeletrônica, engenharia genética. O processo da
transformação tecnológica expande-se devido às interfaces entre campos tecnológicos.
Uma das características da revolução tecnológica é a sua penetrabilidade, pois ela adentra em
todos os domínios da atividade humana. O autor restringe a revolução às tecnologias da
informação, processamento e comunicação. A tecnologia da informação muitas vezes é
confundida com a caracterização da revolução tecnológica que estamos vivenciando.
A revolução tecnológica é caracterizada pela aplicação dos conhecimentos e da informação
para a geração de conhecimentos e de dispositivos de processamento/comunicação da
informação.
Estágios do uso das tecnologias de telecomunicação: a automação de tarefas, as experiências
de usos e a reconfiguração das aplicações.
A revolução tecnológica ocorreu somente em algumas sociedades, em área geográfica
relativamente limitada. A tecnologia era utilizada principalmente para aplicações militares.
Uma nação derrotava a que tinha o menor potencial tecnológico. Entre os anos 70 e 90 o
mundo passou a ser conectado por meio da tecnologia da informação. Os países apresentam
diferenças entre a tecnologia utilizada e isso representa uma desigualdade. A Revolução
Industrial ajuda a explicar como ocorreu a transformação tecnológica, o motivo da difusão
intensa e o porquê de ser considerada uma revolução. Os historiadores dividem a revolução
industrial em 2: a primeira ocorreu no século 18, caracterizada por novas tecnologias como
a máquina a vapor e a fiadeira. A segunda, teve destaque o desenvolvimento da eletricidade,
do motor de combustão interna. Entretanto, as duas revoluções possuem um período de
“transformação tecnológica em aceleração e sem precedentes”, conforme Mokyr. Essas
transformações estavam ligadas a ambições imperialistas e conflitos interimperialistas. A
superioridade tecnológica dos países foi alcançada durante as duas Revoluções Industriais.
Alguns historiadores afirmam que os conhecimentos científicos que foram utilizados na
Revolução Industrial já estavam disponíveis pelo menos 100 anos antes.
O autor afirma que o período da Segunda Guerra Mundial e o período seguinte ocorreu as
principais descobertas tecnológicas na eletrônica: o primeiro computador programável e o
transistor. O autor reconstitui os estágios da inovação em três campos da tecnologia:

Microeletrônica Computadores Telecomunicaçõe


s

O transistor ou semicondutor ou chip foi inventado em 1947 pela empresa Bell laboratories,
ele possibilitou o processamento de impulsos elétricos em velocidade rápida e em modo
binário de interrupção. O marco da microeletrônica ocorreu em 1957 com a invenção do
circuito integrado por Jack Kilby.
Se desconsiderar os usos bélicos, o computador nasceu em 1946 na Filadélfia. as pesquisas
estavam concentradas no Instituto de Tecnologia de Massachusetts. a primeira versão
comercial foi desenvolvido em 1951 e em 1953, a IBM patrocinada pelos militares iniciou
no mercado de computadores. O autor cita diversas empresas, que já estão desaparecidas
devido a velocidade da “destruição criativa” na indústria eletrônica.
O primeiro microcomputador comercial foi idealizado por Steve Wozniak Steve Jobs, A IBM
lançou logo em seguida o computador pessoal (PC), nome genérico dos microcomputadores.
O Macintosh da Apple (1984) introduziu a interface gráfica, o que popularizou o uso dos
microcomputadores.
O autor cita os avanços na optoeletrônica, transmissão por fibra óptica e laser, e a tecnologia
de transmissão por pacotes digitais.
O autor aborda alguns marcos:
- Microprocessador, 1971;
- Microcomputador, 1975;
- Xerox alto, 1973;
- Comutador eletrônico industrial, 1969;
- Fibra óptica, início da década de 70;
- Vídeo cassetes, início da década de 70;
- Rede eletrônica de comunicação, desenvolvida durante os anos 70;
- TCP/IP, 1974.
Além disso, o autor cita que, a partir da década de 70, a combinação genética e a
recombinação do DNA possibilitou a aplicação de conhecimentos no que ele chama de
tecnologia da vida. O autor cita a clonagem genética em 1988 e os debates jurídicos acerca
de tais conhecimentos.
O autor também indaga sobre a concentração nos Estados Unidos na década de 70
sobre essas descobertas da tecnologia da informação. indaga-se se o novo paradigma
tecnológico foi uma resposta do sistema capitalista. Afirma-se que " foi mais o resultado de
indução tecnológica que de determinação social ".
Para entender as raízes sociais da Revolução da tecnologia da informação nos Estados Unidos
o autor relata o início no Vale do Silício, que teve como base a transferência da tecnologia de
Shockley para Fairchild. O autor questiona se o padrão social, cultural e espacial de inovação
pode ser estendido para o mundo inteiro, para responder a esse questionamento, o autor
viajou os principais centros tecnológicos/científicos do planeta. Eles chegaram à conclusão
de que as maiores áreas metropolitanas antigas do mundo industrializado constituem os
principais centros de inovação fora dos Estados Unidos. E o ingrediente principal para o
desenvolvimento seria a geração de sinergia entre conhecimento e informação relacionados
diretamente à produção industrial e aplicações comerciais.
Por fim, o autor traz características do novo paradigma da tecnologia da informação:
- A informação é a matéria-prima;
- A penetrabilidade dos efeitos das novas tecnologias;
- A lógica de redes;
- A flexibilidade;
- A crescente convergência de tecnologias específicas para um sistema altamente
integrado .
Citações: “A tecnologia da informação é para esta revolução o que as novas fontes de
energia foram para as Revoluções Industriais sucessivas, do motor a vapor à eletricidade, aos
combustíveis fósseis e até mesmo à energia nuclear, visto que a geração e distribuição de
energia foi o elemento principal na base da sociedade industrial.” (CASTELLS, 2000, p.50)
“O que caracteriza a atual revolução tecnológica não é a centralidade de conhecimentos e
informação, mas a aplicação desses conhecimentos e dessa informação para a geração de
conhecimentos e de dispositivos de processamento/comunicação da informação, em um ciclo
de realimentação cumulativo entre a inovação e seu uso.” (CASTELLS, 2000, p.50)
“Assim, condições sociais específicas favorecem a inovação tecnológica, que alimenta
desenvolvimento econômico e as demais inovações. contudo, a reprodução dessas
condições é tão cultural e institucional quanto econômica e tecnológica. A transformação de
ambientes sociais e institucionais pode alterar o ritmo e a geografia do desenvolvimento
tecnológico ( por exemplo, o Japão depois da restauração de Meiji ou a Rússia durante um
breve período sob o regime Stolypin), embora a história passada ostente uma inércia
considerável.” (CASTELLS, 2000, p.50)
“Para o sociólogo, essas batalhas comerciais não representam apenas mais um exemplo da
ambição humana. Elas sinalizam um ritmo acelerado na difusão e no aprofundamento da
revolução genética. Devido a sua especificidade científica e social, a difusão da engenharia
genética progrediu de forma mais lenta que a eletrônica entre as décadas de 70 e 90. "
(CASTELLS, 2000, p. 67).

“Sem necessidade de render-se ao relativismo histórico, pode-se dizer que a Revolução da


Tecnologia da Informação dependeu cultural, histórica e espacialmente e um conjunto de
circunstâncias muito específicas cujas características e terminaram sua futura evolução.”
(CASTELLS, 2000, p. 69)
"A lição fundamental dessas histórias interessantes tem dois aspectos: o desenvolvimento da
revolução da tecnologia da informação contribuiu para a formação dos meios de inovação
onde as descobertas e as aplicações interagiam e eram testadas em um repetido processo de
tentativa e erro: aprendia-se fazendo. " (CASTELLS, 2000, p. 73)
“Concentração de conhecimentos científicos/tecnológicos instituições empresas e mão de
obra qualificada são as forjas da Inovação da era da informação. porém, esses meios não
precisam reproduzir ir o padrão cultural, espacial, institucional e industrial do Vale do Silício
ou de outros centros norte-americanos de inovação tecnológica como sul da Califórnia e
Boston Seattle ou Austin.” (CASTELLS, 2000, p. 74)
Comentários: Quando se fala em transformação digital, podemos nos remeter desde os
primeiros computadores que ocupavam uma sala, ao desenvolvimento da world wide web
durante a Guerra Mundial, aos avanços no campo das telecomunicações com os celulares. É
inegável que o avanço tecnológico teve ampla difusão durante os períodos de Guerra
Mundial. Como exemplo, podemos citar a máquina desenvolvida por Alan turing, pai da
computação, para decifrar as cartas dos nazistas. Em certo momento, o autor cita os efeitos
positivos das tecnologias industriais no crescimento econômico, no entanto, cabe ressaltar a
diferença econômica entre os países para adquirir essas novas tecnologias para potencializar
os recursos dos seus países.
Quando o autor cita a velocidade da destruição criativa para o desaparecimento de
diversas empresas da década de 90, podemos relembrar a velocidade da Inovação dos
aparelhos tecnológicos do mundo atual e o fato de diversas empresas como a Sony Ericsson,
a Nokia, que perderam mercado de aparelhos celulares.
Ao citar o avanço da optoeletrônica, em especial a transmissão por fibra óptica,
podemos relembrar o início da internet. A internet discada, que estava presente em algumas
casas, com desenvolvimento tecnológico houve a sua difusão e atualmente temos a internet
por fibra óptica, que garante uma maior velocidade de transmissão de dados e apesar de ser
uma tecnologia cara, por meio da economia de escala, está presente no dia a dia das pessoas.
No item relacionado a tecnologias da vida, podemos relembrar o caso da primeira ovelha
Dolly, primeiro clone mamífero (1996) e o primeiro bebê de proveta (1978). E podemos
relembrar, também, de novelas, como “O clone”, que tinham a temática genética como seu
ponto central. E, ainda, a startup, criada por Elizabeth Holmes, que prometeu revolucionar a
forma de fazer os exames de sangue. Essa história foi dramatizada na série Dropout.
O autor aborda a Revolução Tecnológica, sua origem, sua concentração, o debate
jurídico que pode permear. No entanto, um dos tópicos que devemos ter em mente é a
sustentabilidade por trás disso. A sustentabilidade é um tema atual e diversas empresas têm se
preocupado com o impacto ambiental gerado por sua tecnologia.

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