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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ – UFPI

CAMPUS UNIVERSITÁRIO MINISTRO PETRÔNIO PORTELA


PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO PÚBLICA – PPGP
MESTRADO PROFISSIONAL EM GESTÃO PÚBLICA – TURMA II (2017-2019)
DISCIPLINA: DIREITO ADMINISTRATIVO
PROFESSOR: DR. NELSON NERY COSTA

MILTON DA PAZ ARAGÃO JÚNIOR

RESUMO DE PARTE DO CAPÍTULO I DO LIVRO:


A SOCIEDADE EM REDE

TERESINA - PI
2017
MILTON DA PAZ ARAGÃO JÚNIOR

RESUMO DE PARTE DO CAPÍTULO I DO LIVRO:


A SOCIEDADE EM REDE

Trabalho apresentado à Universidade Federal do


Piauí – UFPI como requisito a obtenção de nota
na disciplina Direito Administrativo, do Mestrado
Profissional em Gestão Pública, sob os auspícios
do professor Dr. Nelson Nery Costa.

TERESINA - PI
2017
2

CASTELLS, Manuel. A revolução da tecnologia da informação. In: ______. A sociedade em


rede: Volume I. Trad. Roneide Venancio Majer. 13. reimp. São Paulo: Paz e Terra, 2010.
Cap. 1, p. 67-118.

Milton da Paz Aragão Júnior1

RESUMO2

Na parte do texto objeto do presente resumo, Castells continua a descrever e analisar


a história da revolução da tecnologia da informação, atendo-se, nesse recorte, às tecnologias
de rede e à difusão da computação, enumerando alguns avanços tecnológicos surgidos nos
fins da década de 1990, o primeiro deles foi a computação universal, com a interconexão de
dispositivos de processamento de dados.
Nesse ínterim, os usuários poderiam ter acesso à rede por meio de vários aparelhos
especializados (de finalidade única), muitos deles portáteis, distribuídos em vários setores da
vida e da sociedade, como em casa, no trabalho, em veículos ou em qualquer lugar, que se
comunicam entre si sem a necessidade de um sistema operacional próprio. Novos softwares, a
exemplo do Java (1995) e do Jini (1999) criados por Bill Joy na Sun Microsystems,
permitiram tal evolução, uma vez que faziam com que a rede se tornasse um verdadeiro
sistema de processamento de dados.
Outro ponto destacado pelo autor foi a ascensão da telefonia móvel, que foi liderada
pelas empresas Nokia e Ericsson em 1997, onde conseguiram elevar bastante a velocidade do
fluxo de envio e recebimento de dados, em comparação à capacidade das linhas de cobre.
Ademais, houve, de mesma forma, um aumento na capacidade de transmissão de dados com o
advento da banda larga. A eletrônica molecular também foi lembrada pelo autor, onde
destacou que representou uma superação dos limites físicos dos chips de silício, com a
compactação do poder de processamento.
Em seguida, Castells passa a ressaltar os anos 1970 como divisor tecnológico, pois
foi nessa época que entende ter surgido a revolução da tecnologia da informação, haja vista as
grandes e importantes inovações dessa época, como por exemplo: o microprocessador (1971);

1
Acadêmico do Programa de Pós-Graduação em Gestão Pública – Mestrado Profissional em Gestão Pública, da
Universidade Federal do Piauí – UFPI, Turma 2017-2019. Contato: milton.aragaojr@hotmail.com.
2
O resumo abrange apenas a parte apresentada pelo acadêmico no seminário apresentado em sala de aula aos 15
dias do mês de dezembro de 2017, abrangendo, portanto, apenas os subtópicos “Tecnologia de rede e a difusão
da computação” (p. 89-91), “O divisor tecnológico dos anos 70” (p. 91-92), “Tecnologias da vida” (p. 92-96) e o
tópico “O contexto social e a dinâmica da transformação tecnológica” (p. 96-99), do capítulo de livro
referenciado.
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o microcomputador (1975), cujo primeiro produto comercial de sucesso foi o Apple II (1977);
a produção em escala industrial da fibra ótica pela Corning Glass no início dessa década; e a
internet, desenvolvida nessa década a partir de uma nova rede eletrônica de comunicação
desenvolvida pela ARPA (Agência de Projetos de Pesquisa Avançada do Departamento de
Defesa Norte-Americano) em 1969 e favorecida pela invenção do TCP/IP em 1973, por Cerf
e Kahn.
No subtópico seguinte, denominado “Tecnologia da vida” (p. 92-96), o autor
destacou o nascimento da engenharia genética, também na década de 1970, a partir do
desenvolvimento de sua base técnica, que é a combinação genética e recombinação do DNA.
Esses conhecimentos permitiram a criação do método de clonagem genética, em 1973, por
Stanley Cohen da Universidade de Stanford e Herbert Boyer da Universidade de Califórnia,
que, em Harvard, no ano de 1975, isolaram o primeiro gene de mamíferos, a partir da
hemoglobina de coelho, e, em 1977, o primeiro gene humano foi clonado.
Empresas norte-americanas, então, passaram a investir em pesquisas desse campo,
surgindo novas tecnologias genéticas aplicadas na medicina e nas agroindústrias, alavancando
essa área do conhecimento. Contudo, na década seguinte, 1980, houve uma freada no
desenvolvimento dessa revolução biotecnológica, em razão de dificuldades científicas,
problemas técnicos e obstáculos legais, fulcrados em preocupações éticas e de segurança.
Nesse período, investimentos de capital de risco foram perdidos e muitas empresas
inovadoras, como a Genentech, foram absorvidas por gigantes farmacêuticas.
O desenvolvimento das tecnologias genéticas ganhou impulso novamente no final da
década de 1980 e durante os anos 1990, com a primeira clonagem genética patenteada em
1988, “Harvard patenteou um rato produzido pela engenharia genética, tirando, assim, os
direitos autorais de vida das mãos de Deus e da Natureza” (p. 93). Outro acontecimento
importante foi a clonagem de uma ovelha adulta (Dolly) em 1997, por Wilmut e seus
colaboradores do Roslin Institute em Edimburgo. Mais um marco foi a experiência de dois
biólogos da Universidade do Havaí, Yanagimachi e Wakayama, em 1998, que realizaram a
clonagem em massa de 22 (vinte e dois) camundongos, dentre eles, sete clones de clones,
firmando a possibilidade da produção sequencial de clones.
Castells, contudo, aponta algumas impossibilidades da engenharia genética, como
por exemplo a clonagem humana, em virtude da personalidade e o organismo ser formado em
interação com o meio ambiente; a clonagem animal em massa, pois é economicamente
inviável por fazer com que todos os animais sejam vulneráveis a um mesmo agente letal,
surgindo a possibilidade de destruição total do rebanho no caso de uma infecção; a clonagem
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de órgãos humanos para fins de transplante e a clonagem em larga escala de animais criados
pela engenharia genética para fins de experiências.
Nesse viés, o autor informa que as novas pesquisas biológicas, com potencial de
aplicações médicas e comerciais, ao invés de substituir órgãos por meio de transplantes,
visam induzir a capacidade auto-regeneradora em seres humanos, revelando que em fins da
década de 1990 já haviam inúmeras pesquisas nesse sentido. Dessa forma, assenta a dizer que
a terapia genética e a profilaxia genética é o caminho da nova engenharia genética. Nessa
perspectiva, o governo dos Estados Unidos da América (EUA), em 1990, patrocinou e
custeou o Projeto Genoma Humano com o fito de mapear o genoma humano em 15 (quinze)
anos, identificando e catalogando o alfabeto genético da espécie humana, criando a
possibilidade de se controlar algumas doenças, bem como identificar predisposições
biológicas e nelas intervir. Empresas travaram uma verdadeira batalha comercial e tentaram
fazer essas descobertas genéticas antes do projeto genoma, com o fim de patentear a
descoberta e deter os direitos legais sobre ela, o fez o Projeto Genoma Humana antecipar a
publicação dos resultados da pesquisa, evitando a propriedade privada dos conhecimentos
genéticos.
Empós essa discussão, Castells passa para o tópico “O contexto social e a dinâmica
da transformação tecnológica”, onde tenta explicar a razão das descobertas das novas
tecnologias da informação terem se concentrado em um só lugar nos anos 1970 e, sobretudo,
nos Estados Unidos. Inicialmente ele levanta a hipótese de ter relação com o contexto social
da época: os anos 70 foram marcados por uma grande crise econômica nos EUA e no mundo
capitalista, sendo o desenvolvimento da citada tecnologia uma resposta a essa situação, ou,
ainda, seria graças à corrida tecnológica travada com a URSS. No entanto, o autor logo
descarta essa relação, e sustenta que o surgimento de um novo sistema tecnológico na década
de 1970 deve ser atribuído à dinâmica autônoma da descoberta e difusão tecnológica,
inclusive aos efeitos sinérgicos entre todas as várias principais tecnologias.
Nesse diapasão, o autor afirma que o microprocessador possibilitou o
microcomputador, os avanços das telecomunicações possibilitaram o funcionamento dos
microcomputadores em rede, as aplicações dessas tecnologias alavancaram a produção de
semicondutores, novos softwares foram estimulados pelos novos microcomputadores, e assim
por diante.
Portanto, a revolução da tecnologia da informação se concentrou nos Estados
Unidos, em especial, na Califórnia, e nos anos 70, como resultado de indução tecnológica e
não como determinação social. Assim, a tecnologia disponível nos anos 1970 possibilitou a
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reestruturação socioeconômica dos anos 1980, que, por sua vez, condicionou os usos e
trajetória da tecnologia nos anos 1990.
Por fim, Castells defende que o surgimento da sociedade em rede é resultado da
interação dessas duas forças relativamente autônomas: “o desenvolvimento de novas
tecnologias da informação e a tentativa da antiga sociedade de reaparelhar-se com o uso do
poder da tecnologia para servir a tecnologia do poder” (p. 98).

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