Cancer Do Colo

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DESENVOLVIMENTO

1-Definição Dos Termos


Câncer:
É o nome dado a um conjunto de mais de 100 doenças que têm em comum o
crescimento desordenado de células, que invadem tecidos e órgãos
Câncer: é um termo que abrange mais de 100 diferentes tipos de doenças malignas
que têm em comum o crescimento desordenado de células, que podem invadir
tecidos adjacentes ou órgãos a distância.
Colo: parte estreitada de um órgão ou de um osso (útero, dente, osso, etc.)
O Câncer de Colo de Útero: é uma lesão invasiva intrauterina ocasionada
principalmente pelo HPV, o papilomavírus humano. Este pode se manifestar
através de verrugas na mucosa da vagina, do pênis, do ânus, da laringe e do
esôfago, ser assintomático ou causar lesões detectadas por exames
complementares. É uma doença que costuma progredir de forma lenta, podendo
levar mais de 10 anos para se desenvolver.
Colo de Útero
O colo do útero é uma estrutura localizada abaixo do corpo uterino. É uma
estrutura que consegue alterar de várias formas sua espessura, consistência e
tamanho de acordo com a idade e outras características (como a quantidade de
gestações e partos) e funciona, principalmente, como uma barreira física entre o
canal vaginal e o útero.
O útero é um órgão muscular, de paredes espessas, com capacidade de
dilatação para o desenvolvimento da gestação e que tem em sua porção inferior um
dos orifícios do colo uterino.
O colo uterino possui formato cilíndrico, comprimento variável entre 2,5cm
e 3cm e sua extremidade inferior é de aspecto cônico, com uma protrusão na parte
superior vaginal.
Pode ser dividido em regiões anatômicas distintas como a ectocérvice,
endocérvice, zona de transformação e junção escamosa colunar (JEC). Cada
porção do colo uterino tem uma função e pode ser acometida por diferentes
patologias.
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A camada mais acometida por patologias é a JEC, sendo de extrema
importância que esta seja avaliada durante a realização dos exames.
Função do colo uterino
O colo uterino tem como função principal criar uma barreira física entre o
canal vaginal e o útero.
Os músculos dessa região são responsáveis por manter a gestação,
impedindo nascimentos pré-termo, impedem a ascensão de bactérias para dentro do
corpo uterino, dilata-se para o nascimento do bebê eabre-se para a saída da
menstruação.
A textura e abertura do colo se modifica de acordo com as fases da vida. A
proteção conferida pelo colo do útero dificulta a ocorrência da ascensão de micro
organismos que podem causar infecções mais sérias como a doença inflamatória
pélvica que pode levar a dor crônica, infertilidade e outras complicações na saúde
feminina.
2-O Câncer de Colo de Útero
O câncer do colo do útero se desenvolve no colo do útero (a parte inferior do
útero). A maioria dos tipos de câncer do colo do útero é causada por uma infecção
pelo papilomavírus humano (HPV).
 Câncer do colo do útero geralmente é causado por infecção pelo
papilomavírus humano (HPV), transmitido durante o contato sexual.
 Primeiro sintoma costuma ser sangramento vaginal irregular, geralmente
após a atividade sexual, mas às vezes os sintomas somente aparecem depois
que o tumor já aumentou ou se disseminou.
 Exames de Papanicolau geralmente podem detectar anomalias, que são,
depois, enviadas para biópsia.
 Realizar exames regulares de Papanicolau e se vacinar contra o HPV pode
ajudar a prevenir o câncer do colo do útero.
 tratamento geralmente envolve cirurgia para remover o câncer e muitas
vezes o tecido circundante e, com frequência, se os tumores forem grandes,
radioterapia e quimioterapia
O colo do útero é a parte inferior do útero. Ele se estende para dentro da vagina.

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2.1-Causas E Fatores De Risco Do Câncer De Colo Do Útero
Os fatores de risco para a infecção pelo papilomavírus humano (HPV) e,
consequentemente, para as lesões pré-cancerosas e o câncer estão associados ao
comportamento sexual, hábitos de vida e algumas doenças.
Início sexual precoce- mulheres que iniciam a vida sexual muito jovens
apresentam maior risco de exposição ao HPV, com diversas infecções repetidas.
Além disso, a adolescente apresenta o colo uterino juvenil, o que favorece a
penetração do vírus.
Multiplicidade de parceiros sexuais- há risco de infecções múltiplas pelo HPV,
bem como outros agentes infecciosos que podem interferir na resposta imunológica
à presença do vírus.
Fumo- as substâncias tóxicas do cigarro e derivados do tabaco são absorvidas pelo
pulmão e disseminadas na corrente sanguínea. Elas provocam danos às células de
diversos órgãos do corpo, inclusive o colo do útero. Além disso, fumar torna o
sistema imunológico menos eficaz em combater infecções, como a do HPV.
Imunossupressão- doenças que interfiram diretamente no sistema
imunológico, como hepatites, diabetes. Adicionalmente, pacientes transplantadas
e/ou que fazem uso de corticoides têm comportamento ruim frente à infecção por
HPV.
Desnutrição-a falta de alimentos ricos em betacarotenos, presentes em
vegetais amarelos e verdes (mamão, cenoura, couve, brócolis), interfere na
imunidade, levando à persistência da infecção pelo HPV.
Uso de contraceptivos hormonais- pode ser um fator de risco para o câncer
de colo do útero quando usado por longos períodos ou se administrado antes do
desenvolvimento completo do sistema reprodutor.
Baixo nível socioeconômico- este fator está ligado à falta de acesso aos
exames preventivos, bem como à falta de assistência médica frente aos casos de
infecções genitais.
Infecção por Chlamydia trachomatis – doença sexualmente transmissível
causada por uma bactéria, que costuma não ocasionar sintomas na maioria das

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mulheres infectadas. Quando está associada ao HPV, interfere na eliminação da
infecção viral, ocasionando maior risco para câncer.
2.2-Quadro Clínico
No estágio inicial, o câncer de colo do útero geralmente não apresenta
sintomas. Eles começam a aparecer no momento em que a doença já está se
tornando invasiva, acometendo os tecidos próximos.

Sintomas que precisam ser investigados:


 Sangramento e secreção vaginal anormal;
 Dor abdominal associada com queixas urinárias ou intestinais;
 Sangramento menstrual mais prolongado;
 Sangramento após a relação sexual e dores durante a relação.

Lembrando que os sintomas podem ser provocados por outras condições além
do câncer de colo de útero, por conta disso, é necessário procurar um médico
ginecologista imediatamente.

Também é recomendado que após o início da atividade sexual, seja realizado


o exame preventivo (Papanicolau), repetindo o processo anualmente.

Se o câncer for generalizado, pode causar dores lombares e inchaço das


pernas. É possível que ocorra obstrução do trato urinário e insuficiência renal pode
ocorrer caso não seja administrado tratamento.

2.3-Exames Complementares
A ausência do rastreamento precoce, seja pela falta de informação ou de
uma rotina periódica de exames é um dos fatores que faz com que haja um alto
índice de morte entre as mulheres. O fato é que essa demora pelo diagnóstico
diminui a chance de sucesso no tratamento. As estatísticas dão conta que pelo
menos 66% das mortes em decorrência desse tipo de câncer ocorreram em
mulheres que demoraram em demasia para iniciar um tratamento.
Existem alguns exames que ajudam na prevenção contra o câncer. Exames
como o Papanicolau (que deve ser efetuado anualmente) detectam a presença de
neoplasia intracelular em estágio inicial, ou seja, antes de o câncer se estabelecer.

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Esse controle (Papanicolau) juntamente com à vacinação contra o HPV,
tendem a reduzir em grande quantidade as ocorrências da doença, e até erradicá-la,
como já acontece em outros países.
Por isso a importância da consulta periódica com o médico, onde a mulher
deverá solicitar todos os exames necessários.
O ginecologista inicialmente é o médico indicado, ele coletará informações
sobre o histórico clínico da paciente (incluindo familiar) e realizará um exame
físico completo, para verificar a presença de quaisquer sintomas anormais.
Caso a paciente apresente Papanicolau anormal, sintomas ou riscos de ocorrência
de câncer de colo do útero, uma série de exames complementares deverão ser
solicitados.
Exames complementares para diagnosticar câncer de colo de útero:

 Papanicolau
 Ultrassom transvaginal
 Colposcopia
 Histeroscopia com biópsia
 Curetagem uterina
Papanicolau: no principal exame preventivo, é coletada amostra de secreção
vaginal. O objetivo é verificar a presença de lesões ou de células escamosas
atípicas e condições da parede do colo do útero que possam sugerir a presença de
infecção por HPV.
Ultrassom transvaginal: trata-se de um dos principais mecanismos para
verificar a presença de doenças ginecológicas graves. É um exame de imagem,
pelo qual é possível investigar a presença de alterações que sugerem a presença de
câncer de colo de útero.
Colposcopia: o médico visualiza as condições do útero por meio do
colposcópio, aparelho que funciona como uma espécie de lente de aumento.
Histeroscopia com biópsia: será solicitado quando a colposcopia apresentar
fortes indícios da presença de neoplasia. Uma câmera procura por todo o órgão
áreas afetadas e que possam ter lesões ou cânceres. Pode ser feita uma biópsia do
colo do útero.

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Curetagem uterina: por meio de uma pequena cirurgia (com anestesia
geral), é feita uma raspagem da parte mais interna do útero – o endométrio, para a
coleta de material que será analisado e comprovar ou não o diagnóstico.

2.4-Estágios do Câncer de Colo de Útero


Existem dois tipos de sistemas para categorizar o câncer de colo do útero,
usados pela AJCC (American Joint Committee on Cancer) e pela UICC (União
Internacional de Controle do Câncer).
Estágio 0 (zero): o tumor encontra-se apenas nas células de revestimento do colo
do útero.
Estágio 1: o tumor já invadiu o colo do útero, mas ainda não se espalhou para os
outros órgãos. Esse estágio pode se desdobrar em seis fases, que são as seguintes:
IA – há pouca presença de poucas células cancerosas, que são vistas somente no
microscópio;
IA1-nesta fase, a área do câncer atingiu 3mm de profundidade e até 7mm de
largura;
IA2-quando o câncer atingiu uma área entre 3 e 5mm de profundidade e até 7mm
de largura;
IB-quando o câncer atingiu uma área maior que 5mm no tecido conectivo do colo
do útero ou possui mais de 7mm de largura;
IB1- quando o câncer não tem mais de 4cm, mas é visível;
IB2-quando o câncer tem mais de 4cm e é visível.
Estágio 2: O câncer, ainda concentrado na região pélvica, já se encontra além do
colo do útero. Este estágio pode ser dividido nas fases:
IIA-quando o câncer chega até a parte superior da vagina, mas não atinge o terço
inferior;
IIB -quando o câncer atinge o tecido parametrial (próximo ao colo do útero).
Estágio 3: quando o câncer já atinge a parte inferior da vagina ou o assoalho
pélvico, podendo bloquear os ureteres, temos as fases:
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IIIA-quando o câncer atinge o terço inferior da vagina, mas não o assoalho
pélvico;
IIIB – quando o câncer atinge o assoalho pélvico ou bloqueia o fluxo de urina para
a bexiga.
Estágio 4: o câncer atinge órgãos de outras partes do corpo. Este estágio tem as
seguintes fases:
IVA- quando o câncer atinge a bexiga ou o reto, próximos ao colo do útero;
IVB-quando o câncer atinge órgãos mais distantes do colo do útero.
2.5-Cuidados Assistências
O exame Papanicolaou é um dos principais exames para detectar CCU,
sendo de extrema importância para a prevenção do câncer e execução do
diagnóstico precoce. A gravidez representa uma excelente oportunidade para o
rastreamento das lesões precursoras, pois os exames vaginais são frequentemente
realizados no período gestacional, quando a mulher costuma procurar o serviço de
Dentre os principais motivos para a não realização do exame colpocitológico
pelas gestantes estão no desconhecimento acerca da importância da realização do
exame por alguns profissionais da saúde durante a gestação e no sentimento de
medo e/ou vergonha em relação à exposição dos órgãos genitais ou por
acreditarem que prejudicaria o andamento da gestação
É fundamental que profissionais de saúde, principalmente os enfermeiros,
tenham conhecimentos técnicos e científicos que possam contribuir na
conscientização das gestantes, dos acompanhantes e dos profissionais da saúde
acerca da relevância da realização do examepreventivo de câncer de colo uterino,
no qual o enfermeiro acolhe as gestantes e oportuniza a construção de um vínculo
com a intenção de orientá-la, garantindo o cuidado na saúde materna e fetal, o que
proporciona benefícios de forma sistemática e dinâmica, como as orientações,
planejamentos e tratamentos e a execução do autocuidado, bem como atua na
promoção de bem-estar, segurança e conforto, ocasionando empoderamento da
mulher com CCU quanto a prevenção e ao tratamento
Além das consultas de enfermagem, algumas ações podem contribuir para
aumentar o conhecimento das mulheres sobre a necessidade de se fazer o exame
Papanicolau, principalmente ações educativas em saúde, durante as visitas técnicas
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e domiciliares, com o intuito de encorajar as usuárias a se envolverem na
promoção da saúde, aumentando o nível de conhecimento da população feminina
sobre cuidados em saúde e prevenção de doenças, tornando-se um instrumento
eficaz para a prevenção e a detecção precoce do câncer de colo de útero .
Quase a totalidade dos casos de câncer descobertos em estágio inicial podem
ser tratados e curados com os métodos existentes atualmente. Porém, para o câncer
ser evitado, além das ferramentas diagnósticas disponíveis é necessário
profissionais capacitados que participem de programas de educação permanente
em saúde, programas esses que objetivam a capacitação do profissional para
melhor prevenir a incidência do câncer de colo de útero .
Profissionais que se capacitam realizam uma melhor anamnese, melhor
exame clínico, compreendem e realizam um melhor preenchimento do formulário
de requisição dos exames citopatológicos, sobretudo colaboram com mais
eficiência na prevenção do câncer de colo de útero.
Existe a assistência integral, ou seja, um atendimento que ocorre de modo
transversal entre os serviços de saúde e a paciente e pode contribuir para que ela
consiga acesso a todos os serviços a manutenção da educação permanente dos
trabalhadores de saúde, que é uma das funções do enfermeiro na assistência básica
de saúde. Essa educação visa aos mesmos ter uma visão ampla da paciente,
entender o processo de vida, seu contexto social e as particularidades dos grupos
de mulheres.
Mediante os números de morte causadas por essa neoplasia o enfermeiro
juntamente com uma equipe multidisciplinar em saúde tem um papel relevante em
elaborar ideias preventivas e executar os programas preconizados. O enfermeiro é
o profissional responsável pela sala de vacina, então mais que o conhecimento
sobre o patógeno, ele precisa conhecer os imunobiológicos contidos na sala de
vacina pelas complicações que podem ser geradas.

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