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TCR - Adriana Silva Pronto12
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UTI do que a DM, estando de acordo com a literatura que demonstra ambos
como fatores de risco para o desenvolvimento da IRC. Ser idoso e a necessidade
IOT contribuíram significativamente com o desfecho do óbito.
INTRODUÇÃO
A doença renal crônica (DRC) é complexa e considerada um problema de
saúde pública mundial devido às crescentes taxas de mortalidade, incidência e
prevalência¹. Está associada com o avanço da idade populacional, doenças
crônicas não controladas como o diabetes mellitus (DM), a hipertensão arterial
sistêmica (HAS), glomerulonefrite e pielonefrite crônica e até mesmo o uso
crônico de antiinflamatórios2-4.
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Segundo revisão realizada em 2020 estima-se que até 2030 cerca de 5,4
milhões de pessoas em todo o mundo estarão em hemodiálise, sem contar
aqueles que não têm condições de realizar o tratamento por questões
financeiras5.
A insuficiência renal aguda (IRA) é detectada pela perda da função renal,
que pode ser observada quando a filtração dos glomérulos diminui rapidamente
não eliminando os produtos da filtração causando os distúrbios hidroeletrolíticos,
o aumento da concentração de creatinina sérica acima de 30% em 24 horas e o
aumento da uréia podendo ou não diminuir a quantidade de urina eliminada
(diurese)4,6-7. Os pacientes com disfunção renal estão em 1,9% das internações,
porém em unidade de terapia intensiva (UTI) esse número sobe para 30%, com
taxa de mortalidade em 70% dos casos devido às complicações durante a
hospitalização e a gravidade dos fenótipos clínicos4.
O tratamento para a lesão renal é a hemodiálise e o aparelho onde ocorre
a hemodiálise é o dialisador que realiza trocas por difusão e filtração do plasma.
Ela pode acontecer diariamente ou em dias alternados, é feita apenas quando o
paciente se encontra estável hemodinamicamente visando manter o balanço
hídrico e eletrólitos, ajustando assim a máquina para retirar pouco ou nenhuma
água e filtrar o plasma isoladamente8,9.
No Brasil, considerado um país de renda média-alta, apresenta uma das
maiores populações em diálise no mundo, com prevalência estimada em 684 por
milhão de população, resultando em mais de 140 mil pacientes atualmente em
programas de diálise. A grande maioria, cerca de 93%, está em hemodiálise. A
maior parte do financiamento para esses tratamentos vem do sistema único de
saúde (SUS), que cobre mais de 80% dos pacientes em diálise, geralmente em
clínicas privadas conveniadas. Os pacientes restantes têm seus tratamentos
cobertos por convênios privados de saúde e normalmente realizam a diálise nas
mesmas clínicas que atendem os pacientes financiados pelo SUS10.
A DRC não tem reversão, acontece de forma lenta e progressiva, sendo
identificada em adultos quando a taxa de filtração glomerular (TFG) é menor que
60 mL/min/1,73m², em um período de 3 meses ou mais11-12. Ademais, a
tecnologia presente atualmente nos tratamentos não muda o prognóstico do
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MÉTODOS
O estudo foi observacional prospectivo realizado na UTI adulto do
Hospital Universitário São Francisco de Assis na Providência de Deus localizado
na cidade de Bragança Paulista, São Paulo no período de setembro de 2022 até
abril de 2023.
Critérios de inclusão: pacientes com idade superior a 18 anos e com
hemodiálise sendo realizada na UTI.
Critérios de exclusão: pacientes com idade inferior a 18 anos e/ou sem ter
realizado hemodiálise durante a internação.
A coleta foi iniciada após assinatura do termo de consentimento livre e
esclarecido pelo paciente quando bem acordado e consciente ou familiar
responsável, concordando em participar da pesquisa e autorizando acesso ao
prontuário do paciente para coleta dos seguintes dados: sexo (feminino e
masculino), idade (anos), DM (presente ou ausente) e/ou HAS (presente ou
ausente), intubação orotraqueal (sim ou não), desfecho (alta ou óbito),
necessidade de hemodiálise antes da internação (sim ou não).
A análise estatística dos dados coletados foi feita no site OpenEpi
(https://www.openepi.com) (Sullivan et al., 2009). Os dados foram apresentados
no estudo de acordo com a frequência absoluta (N) e frequência relativa (%). O
desfecho (presença de óbito) foi associado com os demais marcadores do
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RESULTADOS
Participaram do estudo 50 pacientes com idade entre 23 e 90 anos, os
marcadores analisados no estudo estão descritos na Tabela 1, onde não houve
diferença significativa entre número de óbitos e HAS, DM, sexo e ser pré dialítico.
Houve diferença significativa para o desfecho óbito sendo que foi maior
quando associado à idade (> 60 anos) equivalente a (72%) dos pacientes (OR =
4,83; 95% IC = 1,11 a 25,72) e a ocorrência de intubação orotraqueal (80%) dos
casos (OR = 7,12; 95%IC = 1,20 a 77,86).
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DISCUSSÃO
Nesse estudo, a maioria dos pacientes foi submetido a intubação
orotraqueal, e esse processo teve uma relação significativa com o número de
óbitos quando comparado com os pacientes que não foram intubados.
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Rio Grande do Sul outro estudo mostrou dados equivalentes com 63,4% dos
pacientes do sexo masculino14.
A maioria dos pacientes em diálise estava na faixa etária de 45 a 64 anos,
representando 42,5% do total. A distribuição por sexo permaneceu estável, com
58% dos pacientes sendo homens e 42% mulheres. As principais causas de
doença renal, hipertensão arterial sistêmica e diabetes mellitus, representaram
quase um terço de todos os casos em cada uma18.
A idade dos pacientes também foi um fator relevante sendo em sua
grande maioria 72% dos pacientes com idade igual ou maior que 60 anos. Na
mesma faixa etária, nos EUA em 2022 a prevalência foi de 39,4% 15 e em 2020
no Rio Grande do Sul de 55,2%14. A taxa de mortalidade quando comparada ao
sexo do paciente não teve relação com o número de óbitos, porém a idade
quando >60 anos apresentou importância significativa assim como os pacientes
em UTI nesta pesquisa que foram intubados e vieram a óbito, resultados esses
semelantes aos obtidos em Amaral et. al. e Ponce et al.1,4. Outro estudo mostra
a taxa bruta de mortalidade de 22,3% dos pacientes em hemodiálise no Brasil16.
Neste contexto, o farmacêutico tem seu papel profissional regulamentado
por um conselho federal que por sua vez, tem resoluções e leis sobre a forma
que deve atuar para atender ao paciente da melhor maneira possível. Durante
a atuação na UTI o papel do farmacêutico não muda, consiste em fazer a
conciliação medicamentosa dos medicamentos que eram utilizados previamente
à internação, fazer o acompanhamento farmacoterapêutico analisando desde a
indicação da terapêutica, as doses, frequência, horários, via de administração
correta, reconstituição e diluição para garantir a eficácia do tratamento. Solicitar
ajuste de dose dependendo da necessidade do paciente, principalmente com
disfunção renal e em hemodiálise. Essas medidas auxiliam no melhor tratamento
do paciente, na farmacoeconomia e na prevenção de danos que poderiam
chegar ao paciente. É um trabalho em conjunto com os outros membros da
equipe multiprofissional prevenindo, identificando, corrigindo e notificando
possíveis incidentes e queixas, contribuindo para a segurança na prescrição e
administração de medicamentos19-20.
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CONCLUSÃO
Neste estudo, a HAS foi mais frequente nos pacientes na UTI do que a
DM, estando de acordo com a literatura que demonstra ambos como fatores de
risco para o desenvolvimento da IRC. Ser idoso e a necessidade intubação
orotraqueal (IOT) contribuíram significativamente com o desfecho do óbito.
REFERÊNCIAS
1. Amaral TLM, Amaral CA, Miranda Filho AL, Monteiro GTR. Trends and
multiple causes of death due to chronic renal failure in a municipality in the
Brazilian Amazon. Cien Saude Colet. 2018(11):3821-3828.
2. de Oliveira Soares AC, Cattafesta M, Paixão MPCP, Dos Santos Neto ET,
Salaroli LB. Determinants of access to hemodialysis services in a
metropolitan region of Brazil. BMC Public Health. 2022; 22(1):1868.
3. Ammirati AL. Chronic Kidney Disease. Rev Assoc Med Bras (1992). 2020;
66 Suppl 1(Suppl 1):s03-s09.
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