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E2 Hiar
E2 Hiar
DA ARTE
Mônica Cardim
E-book 2
Neste E-Book:
INTRODUÇÃO����������������������������������������������������������� 3
PRIMÓRDIOS DA ARTE: EXPRESSÕES NA
PRÉ-HISTÓRIA���������������������������������������������������������� 4
Paleolítico: Arte rupestre e esculturas�������������������������������������5
Arquitetura neolítica: Monumentos megalíticos���������������������8
Idade dos metais�����������������������������������������������������������������������9
A estética na antiguidade: A arte grega e o ideal de
beleza e virtude�����������������������������������������������������������������������10
Período helenístico�����������������������������������������������������������������19
CONSIDERAÇÕES FINAIS�����������������������������������38
SÍNTESE��������������������������������������������������������������������39
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS &
CONSULTADAS������������������������������������������������������ 40
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INTRODUÇÃO
Neste módulo, estudaremos as produções artísticas
como uma expressão das culturas de sociedades.
Para isso, faremos uma viagem temporal e geográ-
fica, buscando entender as primeiras formas de ex-
pressões na Pré-História, mas também o conceito
de estética na antiguidade e a relação entre o ideal
de beleza e a virtude.
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PRIMÓRDIOS DA
ARTE: EXPRESSÕES NA
PRÉ-HISTÓRIA
Neste item, estudaremos algumas formas de ex-
pressão artística de povos pré-históricos. A fim de
estruturar o estudo, tomaremos como referência o
modo como antropólogos, arqueólogos, paleontólo-
gos e historiadores definem esse período histórico e
classificam os diferentes tempos que o constituem.
4
Paleolítico: Arte rupestre
e esculturas
5
vernas. A produção artística mais antiga, realizada
há cerca de 40 mil anos, nas cavernas da Indonésia,
parece até não tão distante diante da abrangência
do período Paleolítico, compreendido de 2,5 milhões
de anos atrás a 10 mil a.C.
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Essas interpretações são plausíveis, porque as pro-
duções são caracterizadas por relacionarem figuras
humanas, empunhando instrumentos de caça às
figuras de animais.
Podcast 1
7
Arquitetura neolítica:
Monumentos megalíticos
8
Figura 3: Santuário de Stonehenge. Fonte: Wikipedia.
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Figura 4: Cristal trigonal de Hematita. Fonte: Wikipedia.
10
Considera-se a Estética um dos campos de conheci-
mento da Filosofia, voltado ao estudo da percepção
do mundo pelo aspecto sensível. As linguagens e
conceituações da arte, os processos artísticos cria-
tivos, o papel das obras de arte nas relações sociais,
políticas e éticas constituem os temas e linhas de
pesquisa da Estética.
Período arcaico
No período arcaico (600 a 500 a.C.), iniciou-se o
processo de urbanização da Grécia, como uma
consequência do crescimento do comércio. Com
o enriquecimento da aristocracia, promoveu-se o
desenvolvimento da arquitetura e esculturas monu-
mentais, tendo-se o mármore como matéria-prima
e a arte egípcia e oriental como influência.
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Na estátua Kouros Kroisos (Figura 5), esculpida em
mármore e cuja autoria é desconhecida, verifica-
-se uma figura masculina de 1,94m de altura, com
músculos bem desenhados, formas harmoniosas
e simétricas que correspondiam ao ideal de beleza
associado à virtude que aristocratas ou guerreiros
deveriam portar.
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FIQUE ATENTO
A palavra paideia (relacionada a paidos=criança)
significava “criação de meninos”. Como um
sistema de educação e formação ética, estava
associada a um conjunto de conceitos que se
inter-relacionava:
Aretê (excelência, virtude): refere-se ao desenvolvi-
mento da aptidão física, militar e do caráter nobre.
Kalokagathia: designa o ideal de perfeição e equi-
líbrio entre belo e virtuoso, belo e bom.
Sophrosyne: relativo ao ideal de contenção, disci-
plina e autocontrole.
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A Virtude despertaria naqueles que contemplassem
o belo, construído a partir dos ideais de harmonia,
simetria e proporção. Os objetos artísticos, cuja be-
leza atuaria como ideal pedagógico, eram utilizados
com finalidades religiosas, funerárias e domésticas.
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Esse culto ao corpo, sobretudo o corpo masculino,
manifestava-se nos Jogos Olímpicos. Passaram,
assim, a representar as práticas desportivas e os
atletas em escultura de mármore ou bronze, objetos
de cerâmica, relevos nas paredes e moedas.
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Do Arcaico ao Clássico
Na Figura 8, temos a escultura de um atleta pronto
para o lançamento de um disco. Essa é uma das
estátuas gregas mais conhecidas na atualidade,
Discóbolo, feita pelo escultor Míron (século V a.C.).
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Os historiadores da arte grega apontam a obra de
Míron como a pioneira no trato naturalista da anatomia
e da representação da movimentação humana, o que
é visível quando comparada com a rigidez da estátua
Kouros Kroisos. Sua obra também é identificada como
marco da transição do período Arcaico para o Clássico.
Podemos perceber nessa escultura o equilíbrio na
posição das pernas e dos braços, que indicam mo-
vimento; harmonia acentuada pela circularidade das
formas no disco, na linha externa de continuidade dos
braços, na linha externa das coxas para as costas.
O artista enfatiza a verticalidade da figura com um
eixo que parte do pé posto no chão e finaliza na cabe-
ça. Outra linha circular é possível ser notada partindo
do disco, passando pelos dois braços e, após breve
interrupção da mão no joelho, finalizando na perna
em diagonal. Verificamos ainda a simetria na parte
central da imagem, da linha externa das coxas para
as costas com a linha externa do braço abaixado.
O Discóbolo comentado aqui é uma reprodução reduzi-
da e sem a pintura que os gregos costumavam usar para
acentuar a intenção naturalista. De qualquer modo, vale
a pena observar atentamente a obra e buscar identificar
os recursos utilizados pelo artista para representar o
corpo do atleta como ideal de beleza e perfeição.
Vale lembrar, ainda, como o Belo estava associado ao
Bom, e o equilíbrio do corpo físico estava associado
ao da mente ou espírito.
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é o aspecto narrativo. No Discóbolo, talvez isso não
seja evidenciado, mas se olharmos para a escultura,
ela nos leva a visualizar o instante anterior à pose (o
de preparo) e o instante em que o disco já foi lançado.
São obras que trazem trechos de um jogo em que
vários personagens estão presentes, como nos vasos
(Figuras 9 e 10) com representação de corrida com
armas e de uma cena de luta.
Nesses exemplos, os corpos são desenhados com
traços mais estilizados. Ainda assim, é possível ob-
servar como as linhas ressaltam a musculatura e a
busca pelo registro da movimentação.
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Figura 10: Vaso com a representação de cena de luta (550
a.C.). Fonte: Wikipedia.
Período helenístico
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Figura 11: Laocoonte e filhos, atribuído a Agesandro,
Atenodoro e Polidoro (27 a.C. a 68 a.C.). Fonte: Wikipedia.
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Arquitetura monumental: egípcios e romanos
Neste tópico, estudaremos as construções arqui-
tetônicas monumentais como forma de expressão
artística e recurso de demonstração de poder. Na
Figura 13, temos um complexo arquitetônico constru-
ído pelos egípcios antigos, uma das mais influentes
civilizações do mundo.
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Além da preservação do corpo, acreditava-se que
uma escultura que reproduzisse fielmente a cabe-
ça do morto garantiria a vida eterna. O historiador
Gombrich (1999, p. 33) explica que o termo escul-
tor era designado pelos egípcios como “aquele que
mantém vivo”.
REFLITA
Anteriormente, estudamos as cabeças em home-
nagem aos Obas mortos do Benin. Esse pode ser
um tema de pesquisa relevante para os estudos
sobre a relação arte e religião no continente afri-
cano em momentos e países distantes.
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Figura 14: Nefertiti, calcário e estuque (1345 a.C.). Fonte:
Wikipedia.
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além dos objetivos funerários, a arquitetura egípcia
também se constituía pelos monumentos religiosos e
de moradia. Entre as suas características principais,
vale destacar:
● Grandiosidade das dimensões;
● Apresentação densa e pesada;
● Formas simples (triangulares, retangulares, qua-
dradas, trapézios);
● Predomínio de vazio sob as superfícies, policromia.
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e diversão ao povo como um modo de mantê-lo na
ignorância.
Podcast 2
25
Os arcos no Coliseu são o elemento mais marcan-
te da arquitetura romana. Embora os gregos já os
conhecessem, não o exploraram tanto quanto os
romanos. O domínio da técnica de construção de
arcos permitiu o desenvolvimento de projetos mais
elaborados, como aquedutos e tetos com abóbadas
(Figura 16):
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Figura 17: Panteão (parte externa). Fonte: Wikipedia.
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da História. Assim, o Egito, embora localizado na
África, era relacionado aos países da região Norte,
denominada África Branca pela perspectiva impe-
rialista ocidental.
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Uma das principais características da arte europeia,
inspirada na arte grega, é o aspecto visual. Na arte
africana, embora a superfície das peças tenha grande
importância, muitos objetos possuem em seu interior
elementos que constituem seu significado. Além
disso, os materiais com que são construídos portam
forças mágicas. Segundo as tradições relacionadas
às visões de mundo africanas, há um poder místico
que emana de barro, folhas, marfim, madeira, ossos,
cabelos etc.
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Figura 18: Estatueta de uma mãe ou esposa de um rei
Tchokwe (Angola). Fonte: Museu Etnológico de Berlim.
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19). Há uma certa similaridade na forma marcada
das feições do rosto da estatueta do grupo Tchokwe.
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também em rituais fúnebres, celebrações, encena-
ções etc.
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São máscaras de representação do poder, tendo o
uso reservado ao rei de Kuba ou aos chefes de al-
deias. As máscaras do rei são, em geral, feitas de
pele de leopardo, já as dos chefes de aldeias são
feitas com pele de antílope.
SAIBA MAIS
O Museu Afro Brasil tem uma coleção de arte afri-
cana diversificada. Para conhecer um pouco mais
sobre essa coleção, você pode consultar a publi-
cação África em Arte (2015), de Juliana Ribeiro da
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Silva Bevilacqua e Renato Araújo da Silva, que pode
ser acessado em: www.museuafrobrasil.org.br.
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Arte de povos originários pré-colombianos
Verificaremos a arte de alguns povos originários das
Américas neste tópico, mais especificamente da re-
gião do continente colonizado pelos espanhóis em
1492, sob o comando de Cristovão Colombo. Tal
qual a África, mas em menor proporção, a região
apresentava uma enorme diversidade linguística e
étnica. Arqueólogos apontam indícios da presença
humana nas Américas de cerca de 20 mil anos.
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megalíticos da Inglaterra é a relação com a astrono-
mia. No caso da Pirâmide do Sol, ela foi projetada de
forma que o Sol se ponha em sua frente no solstício
de verão.
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Figura 24: Mural da Grande Deusa de Teotihuacán. Fonte:
Wikipedia.
SAIBA MAIS
Saiba mais sobre os conceitos de História e
História da Arte de povos não ocidentais a par-
tir de uma análise crítica de Ariano Suassuna em
História da Arte no Brasil: Uma História de Cinco
Séculos?, disponível em: www.youtube.com.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste módulo, apresentamos o desenvolvimento das
manifestações artísticas em distintas civilizações.
Com isso, buscamos demonstrar de que maneira o
desenvolvimento, a percepção de mundo de cada
povo e suas formas de governo impactaram a sua
produção artística.
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SÍNTESE
HISTÓRIA DA ARTE
ARTES COMO EXPRESSÃO DAS
CULTURAS DE SOCIEDADES
Neste módulo, nosso foco foi o estudo das produções artísticas enquanto uma forma de
expressar a cultura de determinadas sociedades� Isso nos levou a realizar uma volta no
tempo e ao mundo, pois abordamos questões históricas e geográficas, com o intuito de
entender as primeiras formas de expressões na Pré-História, mas também o conceito de
estética na antiguidade e a relação entre o ideal de beleza e a virtude�
Se, na Pré-História, a arte teve uma função de poder mágico ou de narrativa do cotidiano, na
Grécia Antiga, verificamos a associação da beleza à virtude, com uma função educativa�
Por fim, ampliamos nossos referenciais artísticos a partir da Arte Africana e da Arte
Americana Pré-Colombiana� Ao fazê-lo, pudemos perceber que a Arte Africana e a Arte
Americana Pré-Colombiana são diferentes umas das outras�
Finalizamos o módulo com uma ampliação do nosso entender sobre as produções artísticas
não ocidentais, que se assemelham às artes ocidentais e se distanciam delas em alguns
aspectos�
Referências Bibliográficas
& Consultadas
AMARAL, A. A. Arte para quê? A preocupação social
na arte brasileira (1930-1970): subsídios para uma
história social da arte no Brasil. 3. ed. São Paulo:
Estúdio Nobel, 2003.