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Aula 04

Medicina Legal p/ PC-MG (Delegado) - Com videoaulas


Professor: Alexandre Herculano

06660089659 - JULIO CESAR CHIARINI PEREIRA


Medicina Legal p/ Delegado PCMG -2017
Teoria e Exercícios
Prof. Alexandre Herculano Aula 04

Aula 04 - Tanatologia Médico-legal. Tanatognose e


cronotanatognose. Fenômenos cadavéricos. Necropsia,
necroscopia. Exumação. \"Causa mortis\". Morte
natural e morte violenta. Direitos sobre o cadáver.
(parte I

SUMÁRIO PÁGINA
1. Apresentação 1
2. Tanatologia Forense 1
3. Questões propostas 27
4. Questões comentadas 33
5. Gabaritos 48

Olá, meus amigos!

Então, hoje, vou abordar os seguintes tópicos do edital:

Tanatologia Médico-legal. Tanatognose e cronotanatognose.

Fenômenos cadavéricos. Necropsia, necroscopia. Exumação.

\"Causa mortis\". Morte natural e morte violenta. Direitos sobre o

cadáver. (parte I).

Tanatologia Forense

Introdução

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Bem pessoal, segundo o França a Tanatologia é a parte da Medicina

Legal que estuda a morte e o morto, e as suas repercussões na esfera

jurídico-social. Mas qual o conceito de morte, para a doutrina médico

legal? Então, a definição mais simples e tradicional era aquela que a

considerava como a cessação total e permanente das funções vitais,

entretanto, hoje, surgiu um novo conceito: a morte encefálica!

Entretanto, segundo a doutrina, é difícil precisar o exato momento da

morte, pois ela não é uma fato instantâneo, e sim uma sequência de

fenômenos gradativamente processados nos vários órgãos e sistemas de

manutenção da vida. Esse novo conceito veio depois da era da

transplantação dos órgãos e tecidos.

Seguindo, Delton Croce cita que existem várias modalidades de

morte, vejamos:

 Morte anatômica — É o cessamento total e permanente de

todas as grandes funções do organismo entre si e com o

meio ambiente;

 Morte histológica — Não sendo a morte um momento,

compreende-se ser a morte histológica um processo

decorrente da anterior, em que os tecidos e as células dos

órgãos e sistemas morrem paulatinamente:

 Morte aparente — O adjetivo “aparente” nos parece aqui

adequadamente aplicado, pois o indivíduo assemelha-se

incrivelmente ao morto, mas está vivo, por débil

persistência da circulação. O estado de morte aparente

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poderá durar horas, notadamente nos casos de morte súbita

por asfixia-submersão e nos recém-natos com índice de

Apgar baixo. É possível a recuperação de indivíduo em

estado de morte aparente pelo emprego de socorro médico

imediato e adequado;

 Morte relativa — O indivíduo jaz como morto, vitimado por

parada cardíaca diagnosticada pela ausência de pulso em

artéria calibrosa, como a carótida comum, a femoral,

associada à perda de consciência, cianose, ou palidez

marmórea. Entende-se por parada cardíaca o cessamento

súbito e inesperado da atividade mecânica do coração sob

forma de fibrilação ventricular, taquicardia ventricular sem

pulso periférico palpável, dissociação eletromecânica em

ritmo orgânico, útil e suficiente, em indivíduos que não

portam moléstia incurável, debilitante, irreversível e crônica,

pois que nesses enfermos a parada cardíaca nada mais é do

que a consequência natural do evolver maligno da doença

de base. Ocorre estatisticamente em 1/5.000 casos de

anestesias cirúrgicas. O ofendido, submetido em tempo hábil

à massagem cardíaca, poderá retornar à vida, como

sucedeu em quatro pacientes por nós socorridos,

acometidos por parada dos batimentos do coração durante

gastrectomia total por neoplasia maligna de estômago;

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 Morte intermédia — É admitida apenas por alguns

autores. A morte intermédia é explicada, pelos que a

admitem, como a que precede a absoluta e sucede a

relativa, como verdadeiro estágio inicial da morte definitiva;

 Morte real — É o ato de cessar a personalidade e

fisicamente a humana conexão orgânica, por inibição da

força de coesão intermolecular, e o de formar--se

paulatinamente a decomposição do cadáver até o limite

natural dos componentes minerais do corpo (água, anidrido

carbônico, sais etc.).

Tanatognose

Tanatognose é a parte da Tanatologia Forense que estuda o

diagnóstico da realidade da morte. Logo, o perito observará dois tipos de

fenômenos cadavéricos: os abióticos, avitais ou vitais negativos,

imediatos e consecutivos, e os transformativos, destrutivos ou

conservadores.

Fenômenos abióticos imediatos. Apenas insinuam a morte:

 perda da consciência;

 abolição do tônus muscular com imobilidade;

 perda da sensibilidade;

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 relaxamento dos esfíncteres;

 cessação da respiração;

 cessação dos batimentos cardíacos;

 ausência de pulso;

 fácies hipocrática;

 pálpebras parcialmente cerradas.

Segundo especialistas, o cessar da respiração, afirmado por ausculta

pulmonar silenciosa, com ausência dos murmúrios alveolares, e da

circulação, confirmada principalmente pela eletrocardiografia, associada

ou não à ausculta cardíaca e à radioscopia, é sinal prático insofismável de

morte real. Na morte aparente não ocorre cessação da respiração e dos

batimentos cardíacos; eles apenas permanecem imperceptíveis.

Fenômenos abióticos consecutivos:

 resfriamento paulatino do corpo;

 rigidez cadavérica;

 espasmo cadavérico;

 manchas verdes abdominal, de hipóstase e livores

cadavéricos;

 dessecamento: decréscimo de peso, pergaminhamento da

pele e das mucosas dos lábios; modificações dos globos

oculares; mancha da esclerótica; turvação da córnea

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transparente; perda da tensão do globo ocular; formação da

tela viscosa.

O resfriamento paulatino do corpo não ocorre com rigorosa

uniformidade, a sua evolução é influenciada por fatores ambientais,

idade, panículo adiposo, agasalhos. Os agasalhos constituem barreira

protetora que retarda a perda de calor; desse modo, o cadáver desnudo

resfria mais rapidamente do que o agasalhado, por irradiação, por

convecção e por gasto na evaporação cutânea.

A rigidez cadavérica é fenômeno constante no cadáver, originado por

uma reação química de acidificação num estado de contratura muscular

que desaparece quando se inicia a putrefação. Assim, o rigor mortis é

explicado pela desidratação muscular que produz a coagulação da miosina

associada ao aumento do teor de ácido lático nos musculus. Segundo

Schiff, a rigidez não é o primeiro sinal de morte, mas o último sinal de

vida. Pessoal, (importante para a prova) pela lei de Nysten-Sommer,

nos cadáveres em decúbito dorsal, a rigidez se inicia pela face, mandíbula

e nuca, seguindo-se os músculos do tronco, os membros superiores e, por

último, os membros inferiores, desaparecendo, posteriormente, na

mesma ordem em que surgiu.

A rigidez que se instala ainda em vida diferencia-se da rigidez

cadavérica (imagem abaixo) por não ser removida pela movimentação,

brusca e violenta, de determinada articulação. Efetivamente, instalada a

rigidez muscular em vida, se for vencida a resistência oposta por

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determinada articulação, esta logo retorna à posição primitiva.

Contrariamente, a rigidez cadavérica é fenômeno constante em todos

os casos de morte; entretanto, eliminada de determinado membro, pela

movimentação forçada do mesmo, não retorna à sua articulação.

O espasmo cadavérico (imagem abaixo), também denominado

rigidez cataléptica, estatuária ou plástica, é uma forma particular de

rigidez cadavérica instantânea, sem o relaxamento muscular que precede

a rigidez comum e com a qual não se confunde. O indivíduo acometido,

súbita e violentamente, pelo espasmo cadavérico guarda a posição que

mantinha quando a morte o surpreendeu.

As hipóstases viscerais são originadas pela deposição do sangue nas

partes em declive do cadáver, em torno de 2 a 3 horas após a morte, em

forma de estrias, ou arredondadas, que se agrupam posteriormente, em

placas, em extensas áreas corporais. Permanecendo e decorridas 8 a 12

horas, fixam-se definitivamente nos órgãos internos, não mais se

deslocando qualquer que seja a mudança de posição do cadáver.

Nos livores, o sangue permanece estagnado no interior dos vasos

devido ao cessamento da circulação. A cor varia segundo o meio de

morte, pode ser vermelho-clara na asfixia-submersão, achocolatada no

envenenamento pelo clorato de potássio, vermelho-rósea ou carminada

nas asfixias pelo monóxido de carbono, e escura nas asfixias em geral. Já

na raça negra somente se pode observar o livor cutâneo pelo colorímetro

de Nutting.

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Seguindo, a dessecação por evaporação tegumentar determina o

decréscimo de peso, mais acentuado nos recém nascidos (8g por quilo de

peso, nas 24 horas), podendo alcançar maior peso nos adultos, conforme

sejam as condições do falecido e ambientais; a pele torna-se seca,

pergaminhada e pardacenta. A desidratação confere consistência dura e

pardacenta às mucosas dos lábios, principalmente nos cadáveres de

recém nascidos e de crianças lesando-os de tal forma que o perito menos

avisado poderá confundi-la com traumatismos ou ação de substâncias

cáusticas, e modificações dos globos oculares traduzidas pela

mancha negra da esclerótica (sinal de Sommer e Larcher), turvação da

córnea transparente, perda da tensão do olho e formação da tela viscosa.

Para melhor entendimento desta aula, vou apresentar, em alguns

casos, imagens com as “lesões, ocorrências, fatos, etc.” apresentados nos

corpos das vítimas. No caso da rigidez cadavérica, podemos perceber,

através da imagem abaixo, a firmeza do corpo:

Já, no caso abaixo, podemos ver espasmo cadavérico (corpo na

posição da morte):

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No caso abaixo, vejamos as hipóstase e livores cadavéricos:

Seguindo, a doutrina menciona que os fenômenos

transformativos, compreendem os destrutivos (autólise, putrefação e

maceração) e os conservadores (mumificação e saponificação).

Resultam de alterações somáticas tardias tão intensas que a vida se torna

absolutamente impossível.

Destrutivos:

 Autólise – Logo depois da morte cessam com a circulação

as trocas nutritivas intracelulares, determinando lise dos

tecidos seguida de acidificação, por aumento da

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concentração iônica de hidrogênio e consequente

diminuição do pH. A autólise afeta precocemente os

cadáveres de recém-nascidos e aqueles ainda não

putrefeitos ou em que esse fenômeno mal se iniciou.

 Putrefação – “Para Icard, a putrefação se inicia assim que

cessa a vida.” A putrefação, forma de transformação

cadavérica destrutiva, se inicia, após a autólise, pela

ação de micróbios aeróbios, anaeróbios e facultativos em

geral sobre o ceco, porção inicial do grosso intestino onde

mais se acumulam os gases e que, por guardar relação de

contiguidade com a parede abdominal da fossa ilíaca

direita, determina por primeiro, nessa região, o

aparecimento da mancha verde abdominal, a qual,

posteriormente, se difunde por todo o tronco, cabeça e

membros, a tonalidade verde-enegrecida conferindo ao

morto aspecto bastante escuro. Os fetos e os recém-

nascidos constituem exceção; neles a putrefação invade

o cadáver por todas as cavidades naturais do corpo,

especialmente pelas vias respiratórias. Nos afogados, a

coloração verde dos tegumentos aparece primeiramente na

metade superior e anterior do tórax e, depois, na cabeça,

pela posição declive assumida pelo corpo dentro d’água.

Segundo a doutrina, na putrefação podemos considerar quatro

períodos transformativos, são eles:

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 Período de coloração (cromática) — Tonalidade verde-

enegrecida dos tegumentos, originada pela

combinação do hidrogênio sulfurado nascente com a

hemoglobina, formando a sulfometemoglobina, surge,

em nosso meio, entre 18 e 24 horas após a morte,

durando, em média, 7 dias;

 Período gasoso — Os gases internos da putrefação

migram para a periferia provocando o aparecimento na

superfície corporal de flictenas contendo líquido

leucocitário hemoglobínico com menor teor de

albuminas em relação às do sinal de Chambert, e de

enfisema putrefativo que crepita à palpação e confere

ao cadáver a postura de boxeador e aspecto

gigantesco, especialmente na face, no tronco, no pênis

e bolsas escrotais. O odor característico da putrefação

se deve ao aparecimento do gás sulfídrico. Esse

período dura em média duas semanas.

 Período coliquativo (liquidação) — A coliquação é a

dissolução pútrida das partes moles do cadáver pela

ação conjunta das bactérias e da fauna necrófaga. Os

gases se evolam, o odor é fétido e o corpo perde

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gradativamente a sua forma. Dependendo das

condições de resistência do corpo e do local onde está

inumado, esse período pode durar um ou vários

meses, terminando pela esqueletização;

 Período de esqueletização — A ação do meio ambiente e

da fauna cadavérica destrói os resíduos tissulares,

inclusive os ligamentos articulares, expondo os ossos e

deixando-os completamente livres de seus próprios

ligamentos. Os cabelos e os dentes resistem muito

tempo à destruição. Os ossos também resistem anos a

fio, porém terminam por perder progressivamente a

sua estrutura habitual, tornando-se mais leves, frágeis

e, alguns, quebradiços.

Resumindo os períodos ou fases da putrefação: Cromática ou

coloração, Gasosa, Liquidação ou coliquativa e Esqueletização.

Fase cromática ou coloração: Afora os livores, aparecerão outros tipos de

manchas, que são verdes. As manchas verdes aparecem porque as

bactérias que estavam no corpo da pessoa, e que não lhe faziam mal,

começam a se reproduzir no intestino, avançam para o sistema

circulatório e lá com o sulfohemo–lobina produzem mancha verde. Fase

Gasosa: A ação bacteriana produzirá muitos gases. Fase de Liquefação:

Na pele se formam os liquitemas, com material necrótico dentro e mal

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cheiroso. Fase da Esqueletização: nesta fase ocorre a putrilagem - resto

das vísceras.

 Maceração (imagem abaixo) é também fenômeno de

transformação destrutiva que afeta os submersos em

meio líquido contaminado (maceração séptica) e o concepto

morto a partir do 5.º mês de gestação e retido

intrauterinamente (maceração asséptica). Manifestam-se

mais intensamente nos casos de retenção de feto morto.

Compreende três graus: no primeiro grau, a maceração

está representada pelo surgimento lento, nos três

primeiros dias, de flictenas contendo serosidade

sanguinolenta. No segundo grau, a ruptura das flictenas

confere ao líquido amniótico cor vermelho-pardacenta, e a

separação da pele de quase toda a superfície corporal,

a partir do oitavo dia, dá ao feto aspecto sanguinolento.

No terceiro grau, destaca-se o couro cabeludo, à maneira

de escalpo, do submerso ou do feto retido

intrauterinamente, e, em torno do 15.º dia post mortem,

os ossos da abóbada craniana cavalgam uns sobre os

outros, os ligamentos intervertebrais relaxam e a coluna

vertebral torna-se mais flexível e, no feto morto, a coluna

adquire acentuada cifose, pela pressão uterina.

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Conservadores:

 Mumificação é a dessecação, natural ou artificial, do

cadáver. A mumificação natural ocorre no cadáver insepulto,

em regiões de clima quente e seco e de arejamento

intensivo suficiente para impedir a ação microbiana,

provocadora dos fenômenos putrefativos. A mumificação

por processo artificial é feita por embalsamamento, após

intensa dessecação corporal:

 Saponificação (imagem abaixo) é um processo

transformativo de conservação que aparece sempre após

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um estágio regularmente avançado de putrefação, em

que o cadáver adquire consistência untuosa, mole, como o

sabão ou a cera (adipocera), às vezes quebradiça, e

tonalidade amarelo-escura, exalando odor de queijo

rançoso. A saponificação atinge comumente segmentos

limitados do cadáver; pode, entretanto, raramente,

comprometê-lo em sua totalidade.

Vejamos um pequeno resumo dessa parte:

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Cabe mencionar, também, que segundo o Genival Veloso de

França, os fenômenos transformativos podem ser de duas ordens:

Destrutivos e Conservadores.

Os fenômenos transformativos destrutivos se dividem em:

autólise, putrefação e maceração, mesma coisa que vimos acima. Os

fenômenos transformativos conservadores se dividem em:

mumuficação, calcificação, corificação e saponificação, aqui o autor

menciona a calcificação e a corificação. Vejamos algumas diferenças:

 Calcificação: é um fenômeno transformativo

conservador que se caracteriza pela petrificação ou

calcificação do corpo;

 Corificação: é um fenômeno transformativo

conservador muito raro, sendo encontrado em cadáveres

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que foram acolhidos em urnas matálicas fechadas

hermeticamente, principalmente de zinco;

 Adipocera: conhecido também como saponificação, é

um processo conservador que se caracteriza pela

transformação do cadáver em substância de consistência

untuosa, mole e quebradiça, dando uma aparência de cera

ou sabão.

Seguindo, a cronotanatognose é a parte da Tanatologia que

estuda a data aproximada da morte. Com efeito, os fenômenos

cadavéricos, não obedecendo ao rigorismo em sua marcha evolutiva, que

difere conforme os diferentes corpos e com a causa mortis e influência de

fatores extrínsecos, como as condições do terreno e da temperatura e

umidade ambiental, possibilitam estabelecer o diagnóstico da data da

morte tão exatamente quanto possível, porém não com certeza absoluta.

O seu estudo importa no que diz respeito à responsabilidade criminal e

aos processos civis ligados à sobrevivência e de interesse sucessório.

Meus caros, a rigidez cadavérica pode manifestar-se tardia ou

precocemente. Segundo Nysten-Sommer, ocorre obedecendo à

seguinte ordem: na face, nuca e mandíbula, 1 a 2 horas; nos músculos

tóraco-abdominais, 2 a 4 horas; nos membros superiores, 4 a 6 horas;

nos membros inferiores, 6 a 8 horas post mortem. A rigidez cadavérica

desaparece progressivamente seguindo a mesma ordem de seu

aparecimento, cedendo lugar à flacidez muscular, após 36 a 48 horas de

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permanência do óbito. Só completando algumas informações, os livores

e hipóstase podem surgir 30 minutos após a morte. Os livores e

hipóstase surgem habitualmente entre 2 a 3 horas, fixando-se

definitivamente no período de 8 a 12 horas após a morte.

No caso da mancha verde abdominal influenciada pela

temperatura do meio ambiente, surge entre 18 a 24 horas,

estendendo-se progressivamente por todo o corpo do 3.º ao 5.º dia após

a morte.

Os gases de putrefação o gás sulfídrico, detectado pela reação do

acetato neutro de chumbo embebido em papéis de filtro colocados dentro

da boca e em torno das narinas, surge entre 9 a 12 horas após o óbito.

Da mesma forma que a mancha verde abdominal, significa putrefação.

Para Genival Veloso de França o processo putrefativo, na

cronotanatognosem, segue os seguintes períodos:

 Período cromático, tem inicio com a mancha verde, entre a

18ª e 24ª horas, e a sulfomete-hemoglobina confere cor

verde enegrecida ao corpo todo até o fim da primeira

semana.

 Período enfisematoso, se inicia por volta da 24ª horas, sendo

certo que o edema de face, genitália e circulação póstuma

de Brouardel, aparecem entre as 48 e 72 horas.

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 Período coliquativo, tem inicio no fim da primeira semana e

se prolonga de maneira diversa, conforme o local em que se

encontra o cadáver.

 Período de esqueletização, começa entre a 3ª e 4ª semanas,

podendo ocorrer muito mais rapidamente nos cadáveres

expostos.

O rigor mortis é o estado de rigidez e retração muscular, é o último

esforço da vida contra a ação dos fenômenos químicos. É um estado de

contratura muscular que ocorre depois que falecemos,

independentemente da quantidade de exercícios físicos. Só

complementando, os sinais de morte são: evaporação tegumentar

(físico), quando o corpo perde líquido; resfriamento cadavérico (físico),

troca de calor com o meio ambiente; livores cadavéricos (físico), manchas

roxas na parte inferior do corpo pelo acúmulo de sangue; rigidez

cadavérica (químico) e fenômenos transformadores (químico), fenômenos

conservadores.

Outra informação importante é que no estômago a repleção

alimentar e fenômenos digestivos na fase intermediária poderia sugerir ao

perito que a morte tenha ocorrido entre 1 a 2 horas após a última

refeição; alimentos em fase terminal de digestão, de 4 a 7 horas, e,

finalmente, havendo vacuidade gástrica, ter o óbito acontecido decorridas

mais de 7 horas da última. Todavia, não há um consenso entre os

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especialistas, pois, o tempo de evacuação gástrica depende do estado

físico e do teor do líquido ou alimento.

Pessoal, seguindo com a nossa aula, vamos aprofundar mais um

pouco em alguns pontos já abordados!

Deixei bem claro, acima, que a autólise faz parte dos

fenômenos destrutivos. Assim, é importante saber que a autólise afeta

precocemente os cadáveres de recém-nascidos e aqueles ainda não

putrefeitos ou em que esse fenômeno mal se iniciou. Com acidificação dos

tecidos fica evidente alguns sinais de morte, e que podem ser abordados

na prova de vocês. São eles:

 Sinal de Labord — Esse autor recomenda a introdução de uma

agulha de aço bem polida no tecido, onde permanecerá cerca

de 30 minutos; retirada, se permanecer seu brilho metálico,

afirma-se diagnóstico de morte real;

 Sinal de Brissemoret e Ambard — Consiste na punctura com

trocarte (Instrumento perfurante) do fígado ou do baço e

análise dos fragmentos obtidos pelo papel de tornassol. No

morto a reação é ácida;

 Sinal de Lecha-Marzo — Segundo a doutrina, não é sinal

preciso porque não se manifesta em todos os casos de morte

real, podendo, embora rarissimamente, ser encontrado em

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vida, durante a agonia. Consiste em colocar entre o globo

ocular e a pálpebra superior papel de tornassol, que se tornará

vermelho pela acidez, indicando morte, ou azul, se o meio for

alcalino, afirmando vida;

 Sinal de De-Dominicis — Emprega-se também o papel de

tornassol apenas em área escarificada no abdome, onde a

acidez, se houver, é mais precoce;

 Sinal de Silvio Rebelo — Também não é infalível. Consiste na

introdução de um fio-testemunha e de um fio corado pelo azul

de bromo-timol, por agulha montada, numa dobra da pele,

deixando as suas extremidades exteriorizadas. Se o fio

indicador, que é azul, adquirir na intimidade dos tecidos cor

amarela, comprovará acidez cadavérica;

 Sinais de forcipressão de Icard — Aqui temos algumas

divisões, vejamos:

 forcipressão física: comprime-se, com pinça, uma

prega da pele, que persistirá no morto e desaparecerá

no vivo;

 forcipressão química: o pinçamento da pele provoca

o escoamento de serosidade, que, pesquisada pelo

papel de tornassol, indicará acidez no morto e

alcalinidade no vivo;

 reação sulfídrica: consiste em colocar nas narinas e

dentro da boca papel previamente umedecido em uma

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solução de acetato neutro de chumbo em água

destilada a 50%, o qual adquire cor negra de sulfureto

de chumbo pela ação do ácido sulfídrico e do sulfidrato

de amônio originado pela morte.

Fenômenos cadavéricos

Resfriamento do cadáver

Segundo estudiosos, a perda, no nosso meio é de 0,5 ºC nas três

primeiras horas; a seguir, o decréscimo de temperatura é de 1 ºC por

hora, até o restabelecimento do equilíbrio térmico com o meio ambiente.

Rigidez cadavérica

Conforme vimos, a rigidez pode manifestar-se tardia ou

precocemente. Segundo Nysten-Sommer, ocorre obedecendo à seguinte

ordem: na face, nuca e mandíbula, 1 a 2 horas; nos músculos

tóraco-abdominais, 2 a 4 horas; nos membros superiores, 4 a 6

horas; nos membros inferiores, 6 a 8 horas pós morte. A rigidez

cadavérica desaparece progressivamente seguindo a mesma ordem de

seu aparecimento, cedendo lugar à flacidez muscular, após 36 a 48 horas

de permanência do óbito.

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Livores e hipóstase

Esses, podem surgir 30 minutos após a morte. Os livores e

hipóstase surgem habitualmente entre 2 a 3 horas, fixando-se

definitivamente no período de 8 a 12 horas após a morte. Entretanto, o

França menciona entorno de 12 horas. Assim, nesse espaço de tempo

com a mudança de decúbito, esses livores podem mudar de posição.

Mancha verde abdominal

Esta é Influenciada pela temperatura do meio ambiente, surge entre

18 a 24 horas, estendendo-se progressivamente por todo o corpo do 3.º

ao 5.º dia após a morte. Entretanto, o França deixa claro que em média

surge entre 24 e 36 horas, sendo muito mais precoce nas regiões

quentes.

Gases de putrefação

O gás sulfídrico, detectado pela reação do acetato neutro de

chumbo embebido em papéis de filtro colocados dentro da boca e em

torno das narinas, surge entre 9 a 12 horas após o óbito. Da mesma

forma que a mancha verde abdominal, significa putrefação.

Segundo o França, Brouardel, perfurando o abdome dos cadáveres

com trocarte e aproximando a chama de uma vela, observou que no 1º

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dia: gases não inflamáveis; do 2 º ao 4º dia: gases inflamáveis e do 5º

doa em diante: gases não inflamáveis.

Decréscimo de peso

Para alguns especialistas, tem valor relativo por sofrer importantes

variações determinadas pelo próprio corpo ou pelo meio ambiente. Aceita-

se, no entanto, nos recém-natos e nas crianças uma perda em geral de

8g/kg de peso nas primeiras 24 horas após o falecimento.

Crioscopia do sangue

O ponto crioscópico ou ponto de congelação do sangue é de -0,55 ºC

a -0,57 ºC. Gravem isso! São tão constantes esses índices no sangue que

Koranyi considera patológicos os índices -0,54 ºC a -0,58 ºC. A crioscopia

tem valor para afirmar a causa jurídica da morte na asfixia-

submersão e indicar a natureza do meio líquido em que ela ocorreu.

Segundo a doutrina, observa-se que na imersão em água doce a fluidez

do sangue do hemicórdio esquerdo acusa um ponto de congelação abaixo

do normal, mais próximo de 0 ºC. Se, porém, a causa mortis não foi

acidental, nem suicida, mas criminosa, com posterior imersão do cadáver

no meio líquido, o ponto crioscópico permanecerá invariável (-0,55 ºC a -

0,57 ºC), porque o indivíduo não se afogou. Inversamente, o ponto de

congelação do sangue surge mais afastado de 0 ºC quando a submersão,

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acidental ou suicida, ocorreu no mar, pois há maior concentração

molecular na água salgada ingerida. Assim, para a determinação da data

da morte, tem a crioscopia validade relativa porque o abaixamento do

ponto crioscópico do sangue após o óbito faz-se de modo irregular,

tornando difícil o estabelecimento de correlações de ordem cronológica. O

França afirma que a crioscopia normal do sangue é de - 0,57ºC.

Cristais do sangue putrefato

São os chamados cristais de Westenhöffer-Rocha-Valverde, lâminas

cristaloides muito frágeis, entrecruzadas e agrupadas, incolores, que

adquirem coloração azul pelo ferrocianeto de potássio, e castanha, pelo

iodo, passíveis de ser encontradas a partir do 3.º dia no sangue

putrefato, podendo, segundo Belmiro Valverde, permanecer no mesmo

até 35 dias após a morte.

Crescimento dos pelos da barba

Nas primeiras horas após a morte os pelos das regiões mentonianas

e bucinadoras continuam crescendo à razão de 21 milésimos de milímetro

por hora. Segundo Balthazard, conhecida a hora exata em que o indivíduo

se barbeou pela última vez, será possível determinar-se o tempo

decorrido após a morte, dividindo-se o comprimento dos pelos do mento

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do cadáver pela constante 21 milésimos de milímetros. É, evidentemente,

método destituído de valor, que representa apenas mais uma tentativa de

colaboração empírica ao estudo da cronologia da morte.

Conteúdo gástrico

Houve quem pensou que o estômago com repleção alimentar e

fenômenos digestivos, em fase intermediária, poderia sugerir ao perito

ter a morte ocorrido entre 1 a 2 horas após a última refeição; alimentos

em fase terminal de digestão, de 4 a 7 horas, e, finalmente, havendo

vacuidade gástrica, ter o óbito acontecido decorridas mais de 7 horas

da última. Entretanto, segundo especialistas, o tempo de evacuação

gástrica depende essencialmente:

 do estado físico do que foi ingerido;

 do teor lipídico dos alimentos;

 da pressão intragástrica e bulboduodenal, abolida no cadáver,

e do tono ou relaxamento do esfíncter piloro.

Vamos, agora, fazer algumas questões.

Até a próxima aula!

Grande abraço e bons estudos!

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Questões propostas

1) (PC-SP - 2011 - PC-SP - Delegado de Polícia) Para se realizar

um transplante cardíaco, considera-se como sinal de morte do

doador:

A) a parada dos movimentos cárdio circulatórios.

B) a parada cárdio respiratória irreversível.

C) a parada cardíaca definitiva.

D) a lesão cerebral irreversível.

E) a suspensão irreversível da atividade encefálica.

2) (PC-SP - 2011 - PC-SP - Delegado de Polícia) No processo de

putrefação do cadáver se sucedem as seguintes fases, pela ordem:

A) gasosa, cromática, coliquativa e de esqueletização.

B) cromática, gasosa, coliquativa e de esqueletização.

C) cromática, coliquativa, gasosa e de esqueletização.

D) gasosa, coliquativa, cromática e de esqueletização.

E) coliquativa, cromática, gasosa e de esqueletização.

3) (UEG - NÚCLEO - 2008 - PC-GO - Delegado de Polícia) Verificou-

se em um cadáver os seguintes fenômenos: rigidez generalizada,

esboço de mancha verde abdominal, reforço da fragmentação

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venosa e desaparecimento das artérias do fundo de olho. Com

base apenas nessas observações e desconsiderando outros

fatores ambientais, a morte teria ocorrido

A) de 2 a 4 horas.

B) mais de 8 e menos de 16 horas.

C) mais de 16 e menos de 24 horas.

D) de 48 a 72 horas.

4) (UEG - NÚCLEO - 2008 - PC-GO - Delegado de Polícia) São

sinais macroscópicos observados em um cadáver sugestivos de

que as lesões foram produzidas depois da morte:

A) ausência de infiltrações hemorrágicas nos tecidos moles.

B) escoriações com desnudamento de derme e formação de

crosta.

C) ferimentos com bordas afastadas.

D) presença de tonalidades das esquimoses.

5) (CEFET-BA - 2008 - PC-BA - Delegado de Polícia) O sinal mais

precoce de putrefação do cadáver é uma mancha verde que

aparece, primeiramente,

A) na cabeça.

B) no abdômen.

C) no tórax.

D) nas costas.

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E) nos pés.

6) (FUMARC - 2011 - PC-MG - Escrivão de Polícia Civil) Constitui

um fenômeno transformativo destrutivo observado nos cadáveres:

A) Calcifcação.

B) Corifcação.

C) Adipocera.

D) Autólise

7) (FUMARC - 2011 - PC-MG - Escrivão de Polícia Civil) Estudando

a evolução temporal da putrefação cadavérica, denominamos o

seu primeiro sinal externo visível de

A) circulação cutânea póstuma.

B) mancha verde abdominal.

C) combustão espontânea.

D) enfsema putrefativo.

8) (PC-MG - 2011 - PC-MG - Delegado de Polícia) Constituem

fatores, que interferem na evolução da putrefação cadavérica,

EXCETO:

A) Temperatura ambiente.

B) Espasmo cadavérico.

C) Idade do morto.

D) Umidade do ar.

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9) (PC-MG - 2011 - PC-MG - Delegado de Polícia) Denomina-se o

processo especial de transformação, que ocorre no cadáver do

feto retido no útero materno, do sexto ao nono mês de gravidez:

A) Maceração.

B) Corifcação.

C) Mumifcação.

D) Saponifcação.

10) (PC-MG - 2008 - PC-MG - Delegado de Polícia) Um cadáver de

homem adulto apresenta rigidez generalizada, manchas de

hipóstase fixas no dorso, ausência de mancha verde abdominal e

desaparecimento das artérias do fundo de olho. Qual o provável

tempo de morte em horas?

A) Menos de duas.

B) Mais de duas e menos de quatro.

C) Mais de quatro e menos de seis.

D) Mais de oito e menos de dezesseis.

11) (ACAFE - 2014 - PC-SC - Delegado de Polícia) Com relação ao

processo de putrefação do corpo humano, analise as afirmações a

seguir.

l Durante a fase denominada cromática, ocorre o sinal mais

precoce da putrefação que se caracteriza pela formação de uma

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mancha verde, comumente iniciada na fossa ilíaca direita e que se

difunde por todo abdome.

ll O período coliquativo, último da decomposição pela putrefação,

manifesta-se com a dissolução pútrida das partes moles e dos

ossos, devido à ação de bactérias e da fauna necrófaga.

lll É na fase da esqueletização que a fauna cadavérica e o meio

ambiente destroem os resíduos tissulares, expondo os ossos que

ficam presos apenas por alguns ligamentos. Este período varia de

3 a 5 anos.

lV A fase gasosa se dá com o surgimento dos gases de putrefação,

formando flictenas na epiderme, contendo líquido hemoglobínico

Assinale a alternativa correta.

A) Apenas I, II e III estão corretas.

B) Apenas I, III e IV estão corretas.

C) Apenas II e IV estão corretas.

D) Apenas III e IV estão corretas.

E) Todas as afirmações estão corretas.

12) (VUNESP - 2014 - PC-SP - Médico Legista) Dentro das diversas

áreas da Medicina Legal, pode-se dizer que a pesquisa da reação

de natureza vital nas vítimas é abordada de modo mais específico

na

A) Tanatologia.

B) Vitimologia.

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C) Infortunística.

D) Traumatologia.

E) Criminalística.

13) (VUNESP - 2014 - PC-SP - Médico Legista) Na constatação de

morte, o fenômeno abiótico secundário conhecido como Sinal de

Sommer e Larcher corresponde a

A) decréscimo de peso.

B) modificação do globo ocular.

C) dessecamento das mucosas labiais.

D) desidratação da pele.

E) resfriamento do corpo.

14) (VUNESP - 2014 - PC-SP - Delegado de Polícia) Considere a

situação em que um cadáver é encontrado por seus familiares em

domicílio, 4 dias após a morte. Assinale a alternativa que

corresponde ao fenômeno cadavérico que já se desfez, nesse

período (4 dias).

A) Gases inflamáveis derivados de ação de bactérias facultativas.

B) Rigidez cadavérica.

C) Cristais de Westenhöffer-Rocha-Valverde no sangue periférico.

D) Mancha verde disseminada por todo o corpo.

E) Livores de hipóstase.

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Questões comentadas

1) (PC-SP - 2011 - PC-SP - Delegado de Polícia) Para se realizar

um transplante cardíaco, considera-se como sinal de morte do

doador:

A) a parada dos movimentos cárdio circulatórios.

B) a parada cárdio respiratória irreversível.

C) a parada cardíaca definitiva.

D) a lesão cerebral irreversível.

E) a suspensão irreversível da atividade encefálica.

Comentários:

Bem, trouxe essa questão para acrescentar uma informação

importante. Então, hoje, quando falamos em transplantes temos que

observar a Lei dos transplantes, tanto no caso de doador morto ou vivo.

No caso daquele, a Lei n. 9.434, de 4 de fevereiro de 1997,

regulamentada pelo Decreto n. 2.268, de 30 de junho de 1997 (que

revogou a Lei n. 8.489, de 19-11-1992), e pela Lei n. 10.211, de 23 de

março de 2001, em seu art. 4.º determina que: “A retirada de tecidos,

órgãos e partes do corpo de pessoas falecidas para transplantes ou outra

finalidade terapêutica dependerá da autorização do cônjuge ou parente,

maior de idade, obedecida a linha sucessória, reta ou colateral, até o

segundo grau inclusive, firmada em documento subscrito por duas

testemunhas presentes à verificação da morte”.

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Segundo a doutrina a retirada de tecidos, órgãos e partes

poderá ser efetuada no corpo de pessoas com morte encefálica,

confirmada, segundo os critérios clínicos e tecnológicos definidos em

resolução do Conselho Federal de Medicina, por dois médicos, no mínimo,

um dos quais com título de especialista em neurologia reconhecido no

País. Tais procedimentos são dispensáveis quando a morte encefálica

decorrer de parada cardíaca irreversível, comprovada por resultado

incontestável de exame eletrocardiográfico. Assim, no caso de um

transplante cardíaco, segundo os especialistas, só seria possível com a

suspensão irreversível da atividade encefálica, já que para o sucesso

daquele, depende dessa suspensão.

Gabarito: E.

2) (PC-SP - 2011 - PC-SP - Delegado de Polícia) No processo de

putrefação do cadáver se sucedem as seguintes fases, pela ordem:

A) gasosa, cromática, coliquativa e de esqueletização.

B) cromática, gasosa, coliquativa e de esqueletização.

C) cromática, coliquativa, gasosa e de esqueletização.

D) gasosa, coliquativa, cromática e de esqueletização.

E) coliquativa, cromática, gasosa e de esqueletização.

Comentários:

Vamos, agora, ver as fases de putrefação: Cromática ou

coloração, Gasosa, Liquidação ou coliquativa e Esqueletização.

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Fase cromática ou coloração: Afora os livores, aparecerão outros tipos de

manchas, que são verdes. As manchas verdes aparecem porque as

bactérias que estavam no corpo da pessoa, e que não lhe faziam mal,

começam a se reproduzir no intestino, avançam para o sistema

circulatório e lá com o sulfohemo–lobina produzem mancha verde. Fase

Gasosa: A ação bacteriana produzirá muitos gases. Fase de

Liquefação: Na pele se formam os liquitemas, com material necrótico

dentro e mal cheiroso. Fase da Esqueletização: nesta fase ocorre a

putrilagem - resto das vísceras.

Gabarito: B.

3) (UEG - NÚCLEO - 2008 - PC-GO - Delegado de Polícia) Verificou-

se em um cadáver os seguintes fenômenos: rigidez generalizada,

esboço de mancha verde abdominal, reforço da fragmentação

venosa e desaparecimento das artérias do fundo de olho. Com

base apenas nessas observações e desconsiderando outros

fatores ambientais, a morte teria ocorrido

A) de 2 a 4 horas.

B) mais de 8 e menos de 16 horas.

C) mais de 16 e menos de 24 horas.

D) de 48 a 72 horas.

Comentários:

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Meus caros, conforme apresentado pela doutrina, a rigidez

cadavérica pode manifestar-se tardia ou precocemente. Segundo

Nysten-Sommer, ocorre obedecendo à seguinte ordem: na face, nuca e

mandíbula, 1 a 2 horas; nos músculos tóraco-abdominais, 2 a 4 horas;

nos membros superiores, 4 a 6 horas; nos membros inferiores, 6 a 8

horas post mortem. A rigidez cadavérica desaparece progressivamente

seguindo a mesma ordem de seu aparecimento, cedendo lugar à flacidez

muscular, após 36 a 48 horas de permanência do óbito. No caso da

mancha verde abdominal influenciada pela temperatura do meio

ambiente, surge entre 18 a 24 horas, estendendo-se progressivamente

por todo o corpo do 3.º ao 5.º dia após a morte.

Gabarito: C.

4) (UEG - NÚCLEO - 2008 - PC-GO - Delegado de Polícia) São

sinais macroscópicos observados em um cadáver sugestivos de

que as lesões foram produzidas depois da morte:

A) ausência de infiltrações hemorrágicas nos tecidos moles.

B) escoriações com desnudamento de derme e formação de crosta.

C) ferimentos com bordas afastadas.

D) presença de tonalidades das esquimoses.

Comentários:

Mais uma novidade! Podemos definir: hemorragia "ante

mortem" - grande quantidade de sangue na cavidade intra-abdominal;

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"pós mortem" - não há infiltração nas malhas dos tecidos. Nos demais

casos prova-se que as lesões podem ter sido antes da morte.

Gabarito: A.

5) (CEFET-BA - 2008 - PC-BA - Delegado de Polícia) O sinal mais

precoce de putrefação do cadáver é uma mancha verde que

aparece, primeiramente,

A) na cabeça. ==d2d82==

B) no abdômen.

C) no tórax.

D) nas costas.

E) nos pés.

Comentários:

Essa, agora, ficou bem tranquila, ok? A mancha verde

abdominal influenciada pela temperatura do meio ambiente, surge

entre 18 a 24 horas, estendendo-se progressivamente por todo o corpo

do 3.º ao 5.º dia após a morte.

Gabarito: B.

6) (FUMARC - 2011 - PC-MG - Escrivão de Polícia Civil) Constitui

um fenômeno transformativo destrutivo observado nos cadáveres:

A) Calcifcação.

B) Corifcação.

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C) Adipocera.

D) Autólise

Comentários:

Segundo o Genival Velosos de França, como já vimos, os

fenômenos transformativos podem ser de duas ordens: Destrutivos e

Conservadores.

Os fenômenos transformativos destrutivos se dividem em:

autólise, putrefação e maceração. Os fenômenos transformativos

conservadores se dividem em: mumuficação, calcificação, corificação e

saponificação. Vamos ver os conceitos de cada opção:

 Calcificação: é um fenômeno transformativo

conservador que se caracteriza pela petrificação ou

calcificação do corpo.

 Corificação : é um fenômeno transformativo

conservador muito raro, sendo encontrado em cadáveres

que foram acolhidos em urnas matálicas fechadas

hermeticamente, principalmente de zinco.

 Adipocera: conhecido também como saponificação, é

um processo conservador que se caracteriza pela

transformação do cadáver em substância de consistência

untuosa, mole e quebradiça, dando uma aparência de cera

ou sabão.

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 Autólise: é o processo de destruição celular,

caracterizado por uma série de fenômenos fermentativos

anaeróbicos que se verifica na intimidade das células e que

levam à destruição do corpo humano logo após a morte.

Gabarito: D.

7) (FUMARC - 2011 - PC-MG - Escrivão de Polícia Civil) Estudando

a evolução temporal da putrefação cadavérica, denominamos o

seu primeiro sinal externo visível de

A) circulação cutânea póstuma.

B) mancha verde abdominal.

C) combustão espontânea.

D) enfsema putrefativo.

Comentários:

Vejamos, novamente, como se dá o avanço no processo

putrefativo na cronotanatognose:

 Período cromático, tem inicio com a mancha verde, entre a

18ª e 24ª horas, e a sulfomete-hemoglobina confere cor

verde enegrecida ao corpo todo até o fim da primeira

semana.

 Período enfisematoso, se inicia por volta da 24ª horas, sendo

certo que o edema de face, genitália e circulação póstuma

de Brouardel, aparecem entre as 48 e 72 horas.

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 Período coliquativo, tem inicio no fim da primeira semana e

se prolonga de maneira diversa, conforme o local em que se

encontra o cadáver.

 Período de esqueletização, começa entre a 3ª e 4ª semanas,

podendo ocorrer muito mais rapidamente nos cadáveres

expostos.

Gabarito: B.

8) (PC-MG - 2011 - PC-MG - Delegado de Polícia) Constituem

fatores, que interferem na evolução da putrefação cadavérica,

EXCETO:

A) Temperatura ambiente.

B) Espasmo cadavérico.

C) Idade do morto.

D) Umidade do ar.

Comentários:

A putrefação cadavérica consiste na decomposição fermentativa

da matéria orgânica por ação de diversos germes e alguns fenômenos daí

decorrentes. Entre os mais influentes fatores que interferem na

decomposição cadavérica destacam-se a temperatura, a areação, a

umidade do ar, o peso do corpo, as condições físicas, a idade do

morto e a causa da morte. Além disso, devem ser consideradas

também a ação bacteriana e a atividade dos insetos necrófagos. Já o

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espasmo cadavérico caracteriza-se pela rigidez abrupta, generalizada e

violenta, sem o relaxamento muscular que precede a rigidez comum,

assim, classificados como ações consecutivas, ok?

Gabarito: B.

9) (PC-MG - 2011 - PC-MG - Delegado de Polícia) Denomina-se o

processo especial de transformação, que ocorre no cadáver do

feto retido no útero materno, do sexto ao nono mês de gravidez:

A) Maceração.

B) Corifcação.

C) Mumifcação.

D) Saponifcação.

Comentários:

Conforme vimos: a maceração é também fenômeno de

transformação destrutiva que afeta os submersos em meio líquido

contaminado (maceração séptica) e o concepto morto a partir do 5.º mês

de gestação e retido intrauterinamente (maceração asséptica). Manifesta-

se mais intensamente nos casos de retenção de feto morto. Compreende

três graus: no primeiro grau, a maceração está representada pelo

surgimento lento, nos três primeiros dias, de flictenas contendo

serosidade sanguinolenta. No segundo grau, a ruptura das flictenas

confere ao líquido amniótico cor vermelho-pardacenta, e a separação da

pele de quase toda a superfície corporal, a partir do oitavo dia, dá ao feto

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aspecto sanguinolento. No terceiro grau, destaca-se o couro cabeludo, à

maneira de escalpo, do submerso ou do feto retido intrauterinamente, e,

em torno do 15.º dia post mortem, os ossos da abóbada craniana

cavalgam uns sobre os outros, os ligamentos intervertebrais relaxam e a

coluna vertebral torna-se mais flexível e, no feto morto, a coluna adquire

acentuada cifose, pela pressão uterina.

Gabarito: A.

10) (PC-MG - 2008 - PC-MG - Delegado de Polícia) Um cadáver de

homem adulto apresenta rigidez generalizada, manchas de

hipóstase fixas no dorso, ausência de mancha verde abdominal e

desaparecimento das artérias do fundo de olho. Qual o provável

tempo de morte em horas?

A) Menos de duas.

B) Mais de duas e menos de quatro.

C) Mais de quatro e menos de seis.

D) Mais de oito e menos de dezesseis.

Comentários:

Meus caros, conforme apresentado pela doutrina, a rigidez

cadavérica pode manifestar-se tardia ou precocemente. Segundo

Nysten-Sommer, ocorre obedecendo à seguinte ordem: na face, nuca e

mandíbula, 1 a 2 horas; nos músculos tóraco-abdominais, 2 a 4 horas;

nos membros superiores, 4 a 6 horas; nos membros inferiores, 6 a 8

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horas post mortem. A rigidez cadavérica desaparece progressivamente

seguindo a mesma ordem de seu aparecimento, cedendo lugar à flacidez

muscular, após 36 a 48 horas de permanência do óbito. No caso da

mancha verde abdominal influenciada pela temperatura do meio

ambiente, surge entre 18 a 24 horas, estendendo-se progressivamente

por todo o corpo do 3.º ao 5.º dia após a morte.

Gabarito: D.

11) (ACAFE - 2014 - PC-SC - Delegado de Polícia) Com relação ao

processo de putrefação do corpo humano, analise as afirmações a

seguir.

l Durante a fase denominada cromática, ocorre o sinal mais

precoce da putrefação que se caracteriza pela formação de uma

mancha verde, comumente iniciada na fossa ilíaca direita e que se

difunde por todo abdome.

ll O período coliquativo, último da decomposição pela putrefação,

manifesta-se com a dissolução pútrida das partes moles e dos

ossos, devido à ação de bactérias e da fauna necrófaga.

lll É na fase da esqueletização que a fauna cadavérica e o meio

ambiente destroem os resíduos tissulares, expondo os ossos que

ficam presos apenas por alguns ligamentos. Este período varia de

3 a 5 anos.

lV A fase gasosa se dá com o surgimento dos gases de putrefação,

formando flictenas na epiderme, contendo líquido hemoglobínico

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Assinale a alternativa correta.

A) Apenas I, II e III estão corretas.

B) Apenas I, III e IV estão corretas.

C) Apenas II e IV estão corretas.

D) Apenas III e IV estão corretas.

E) Todas as afirmações estão corretas.

Comentários:

Conforme vimos, os períodos ou fases da putrefação: Cromática

ou coloração, Gasosa, Liquidação ou coliquativa e Esqueletização.

Fase cromática ou coloração: Afora os livores, aparecerão outros tipos de

manchas, que são verdes. As manchas verdes aparecem porque as

bactérias que estavam no corpo da pessoa, e que não lhe faziam mal,

começam a se reproduzir no intestino, avançam para o sistema

circulatório e lá com o sulfohemo–lobina produzem mancha verde. Fase

Gasosa: A ação bacteriana produzirá muitos gases. Fase de Liquefação:

Na pele se formam os liquitemas, com material necrótico dentro e mal

cheiroso. Fase da Esqueletização: nesta fase ocorre a putrilagem - resto

das vísceras.

Gabarito: B.

12) (VUNESP - 2014 - PC-SP - Médico Legista) Dentro das diversas

áreas da Medicina Legal, pode-se dizer que a pesquisa da reação

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de natureza vital nas vítimas é abordada de modo mais específico

na

A) Tanatologia.

B) Vitimologia.

C) Infortunística.

D) Traumatologia.

E) Criminalística.

Comentários:

Tanatologia é a parte da Medicina Legal que estuda a morte e o

morto, e as suas repercussões na esfera jurídico-social.

Gabarito: A.

13) (VUNESP - 2014 - PC-SP - Médico Legista) Na constatação de

morte, o fenômeno abiótico secundário conhecido como Sinal de

Sommer e Larcher corresponde a

A) decréscimo de peso.

B) modificação do globo ocular.

C) dessecamento das mucosas labiais.

D) desidratação da pele.

E) resfriamento do corpo.

Comentários:

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A desidratação confere consistência dura e pardacenta às mucosas

dos lábios, principalmente nos cadáveres de recém nascidos e de crianças

lesando-os de tal forma que o perito menos avisado poderá confundi-la

com traumatismos ou ação de substâncias cáusticas, e modificações dos

globos oculares traduzidas pela mancha negra da esclerótica (sinal de

Sommer e Larcher), turvação da córnea transparente, perda da tensão do

olho e formação da tela viscosa.

Gabarito: B.

14) (VUNESP - 2014 - PC-SP - Delegado de Polícia) Considere a

situação em que um cadáver é encontrado por seus familiares em

domicílio, 4 dias após a morte. Assinale a alternativa que

corresponde ao fenômeno cadavérico que já se desfez, nesse

período (4 dias).

A) Gases inflamáveis derivados de ação de bactérias facultativas.

B) Rigidez cadavérica.

C) Cristais de Westenhöffer-Rocha-Valverde no sangue periférico.

D) Mancha verde disseminada por todo o corpo.

E) Livores de hipóstase.

Comentários:

Nesse caso é a rigidez cadavérica, pois conforme estudamos a

rigidez cadavérica pode manifestar-se tardia ou precocemente. Segundo

Nysten-Sommer, ocorre obedecendo à seguinte ordem: na face, nuca e

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mandíbula, 1 a 2 horas; nos músculos tóraco-abdominais, 2 a 4 horas;

nos membros superiores, 4 a 6 horas; nos membros inferiores, 6 a 8

horas post mortem. A rigidez cadavérica desaparece progressivamente

seguindo a mesma ordem de seu aparecimento, cedendo lugar à flacidez

muscular, após 36 a 48 horas de permanência do óbito. No caso da

mancha verde abdominal influenciada pela temperatura do meio

ambiente, surge entre 18 a 24 horas, estendendo-se progressivamente

por todo o corpo do 3.º ao 5.º dia após a morte.

Os cristais do sangue putrefato são conhecidos como os cristais

de Westenhöffer-Rocha-Valverde, lâminas cristaloides muito frágeis,

entrecruzadas e agrupadas, incolores, que adquirem coloração azul pelo

ferrocianeto de potássio, e castanha, pelo iodo, passíveis de ser

encontradas a partir do 3.º dia no sangue putrefato, podendo, segundo

Belmiro Valverde, permanecer no mesmo até 35 dias após a morte.

Gabarito: B.

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