1, 2, 3 OS LUSÍADAS CAMÕES PROPÕE-SE CANTAR porque
Os guerreiros e os homens Saíram da Ocidental
ilustres praia Lusitana («As armas e os barões (Portugal) , passaram assinalados») por mares nunca dantes navegados, enfrentaram perigos e guerras, e edificaram um novo reino que tanto sublimaram. CAMÕES PROPÕE-SE CANTAR porque
Os homens gloriosos Dilataram a Fé e o
(«E também as memórias império, e devastaram gloriosas daqueles as terras viciosas de reis…») África e da Ásia. (Os reis de D. João I a D. Manuel) Os homens merecedores de imortalidade Realizaram obras («E aqueles que[…]/Se valerosas. vão da lei da morte libertando») EU, POETA, TENHO O PROPÓSITO DE:
• Através da poesia, se tiver talento para isso, tornarei
conhecidos em todo o mundo • ↓ • os homens ilustres que fundaram o império português do Oriente • ↓ • os reis, de D. João I a D. Manuel, que expandiram a fé cristã e o império português • ↓ • todos os portugueses dignos de admiração pelos seus feitos. 5.2. CONTAR A HISTÓRIA / ENALTECER A HISTÓRIA
• Os heróis épicos da Antiguidade eram modelos de
qualidades morais e de heroísmo. • Se o herói de Os Lusíadas os supera, há, sem dúvida, um engrandecimento dos feitos do “peito ilustre lusitano”. • Ao navegarem “por mares nunca dantes navegados”, os portugueses venceram o deus do mar. Descobriram caminhos e segredos do mar até então só conhecidos dos deuses. • A sua força guerreira, as suas vitórias, particularmente contra os mouros, mostraram que estavam ao nível dos deuses. ESTRUTURA EXTERNA • A Proposição apresenta três estrofes de oito versos (oitavas) decassilábicos e com o esquema rimático abababcc • … assinalados a • … Lusitana b • … navegados a rima cruzada • … Taprobana b rima cruzada • … esforçados a • … humana b • …edificaram c • … sublimaram c rima emparelhada RECURSOS EXPRESSIVOS • Sinédoque – consiste em apresentar a parte pelo todo. “Ocidental praia Lusitana” = Portugal • “o peito ilustre Lusitano” = os Portugueses, o herói coletivo
• Anáfora – repetição da mesma palavra ou da
mesma expressão no início de cada verso • “Cessem do sábio Grego e do Troiano” • “Cale-se de Alexandre e de Trajano” • “Cesse tudo o que a Musa antiga canta” repetição de verbos no imperativo ESTRUTURA INTERNA • A obra apresenta quatro planos narrativos que orientam a ação: • - Plano da Viagem: refere-se à narração da viagem de Lisboa até à Índia, com a partida de Belém, a paragem em Melinde e a chegada a Calecut. • - Plano da História: refere-se aos momentos em que se apresentam factos da História de Portugal. • - Plano dos Deuses: também chamado mitológico pela intervenção dos deuses na ação, facilitando e complicando a viagem. • - Plano do Poeta: refere-se às considerações pessoais que o poeta tece e que deveriam ser em número reduzido. Os quatro planos narrativos que orientam a ação estão presentes desde o início.