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Métodos e Técnicas IV

Matriz de Harris
Segunda metade do século XX
Arqueologia fortemente marcada por duas
preocupações:
 Os aspectos arquitetônicos;
 Os aspectos estratigráficos.
 Tiziano Mannoni – “Arqueologia Global” –
consiste no conhecimento histórico-arqueológico
multidisciplinar formado por três grandes áreas:
cada uma delas foi definida em função da cota
em que são desenvolvidos os estudos.
1. Cota zero (nível do solo)- arqueologia de
indicadores ou arqueologia de prospecções –
estuda os sistemas produtivos sociais;
2. Cotas negativas (subsolo) – escavações
arqueológicas – lida com os artefatos;
3. Cotas positivas (acima do solo) – Arqueologia
da arquitetura – lida com superfícies verticais.
 Neste contexto reflexão sobre os sítios
históricos, os monumentos arquitetônicos e
outros, é que Harris propõe uma metodologia
que visa facilitar a visualização e,
consequentemente, a compreensão dos
diferentes momentos de formação do registro
arqueológico.

 A matriz de Harris tem como esforço central,


transformar as relações físicas existentes entre
as unidades estratigráficas (cobertura, cova, etc)
em um esquema de relações temporais (anterior,
posterior, contemporâneo) de uma maneira que
Leis de estratigrafia
 Lei da superposição
Em uma série de estratos e elementos interfaciais,
em seu estado original, as unidades de
estratificação superiores são mais recentes e as
inferiores são mais antigas. A lei da superposição
é a constatação da ordem de deposição entre
dois estratos quaisquer.
 Lei da horizontalidade original
Qualquer estrato arqueológico depositado de forma
não sólida tenderá a fazê-lo de forma horizontal.
Os estratos com superfícies inclinadas foram
depositados originalmente assim, ou estão assim
devido a forma da bacia existente.
 A lei da continuidade original
Todo depósito arqueológico ou todo elemento
interfacial estará delimitado originalmente por
uma bacia de deposição ou sua espessura irá
diminuindo progressivamente nas laterais até
acabar em uma bacia. Portanto, se qualquer
extremo de um depósito ou elemento interfacial
apresenta uma face vertical, significa que parte
de sua extensão original foi perdida, seja por
escavação ou por erosão.
 A lei da sucessão estratigráfica
Uma unidade de estratificação arqueológica ocupa
seu lugar exato na sequência estratigráfica de
um sítio, entre a mais baixa (ou mais antiga) e a
mais alta (ou mais recente) de todas as unidades
 UEA - Unidades de estratificação arqueológica
O conceito de UEA difere de estrato ou camada geológica porque
inclui, para além dos vários tipos de depósito arqueológico, as
interfacies, correspondendo este a uma atividade humana, ainda que
de tipo subtrativo.

Segundo Harris (1979 apud Bicho, 2011), existem três tipos de


depósitos arqueológicos:
1. Camadas de material depositado ou acumulado
horizontalmente;
2. Estruturas (negativas) do tipo dos buracos de poste ou de fossos,
que cortam as camadas;
3. Estruturas (positivas) construídas, como por exemplo, muros ou
paredes, e à volta das quais as camadas se depositam.
 O método de Harris só reconhece três tipos de relações entre
UEA:

 A) as unidades não tem conexão estratigráfica direta; B) as


unidades se sobrepõem; C) as unidades se interelacionam como
partes separadas de um todo.
 Mais recentemente, alguns arqueólogos tem feito grandes
revisões sobre o método proposto por Harris.

 Martin Carver e Steve Roskams são os principais críticos.

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