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As gerações do

jornalismo digital
Primeira geração
“Os produtos desta fase, em sua maioria, são simplesmente cópias para a
web do conteúdo de jornais existentes no papel. A rotina de produção é
totalmente atrelada ao modelo estabelecido nos jornais impressos e parece
não haver preocupações com relação a uma possível forma inovadora de
apresentação das narrativas jornalísticas” (MIELNICZUK, 2003, p. 48-
49).
Segunda geração
Textos com hiperlinks; algumas formas de interatividade simples (buscadores, índices
clicáveis); alguns conteúdos multimídia (foto, vídeo, áudio); alguma possibilidade de
personalização (leitores podem criar categorias informativas).

“Nesta fase, o jornal impresso é utilizado como metáfora para a elaboração das interfaces
dos produtos. […] Ao mesmo tempo em que se ancoram no modelo do jornal impresso, as
publicações para a web começam a explorar as potencialidades do novo ambiente, tais
como links com chamadas para notícias de fatos que acontecem no período entre as
edições; o e-mail passa a ser utilizado como uma possibilidade de comunicação entre
jornalista e leitor ou entre os leitores, através de fóruns de debates; a elaboração de
notícias passa a explorar os recursos oferecidos pelo hipertexto, surgem as seções 'últimas
notícias'” (p. 49).
Terceira geração
Conteúdos informativos originais, produzidos especificamente para a web; presença das seis
características básicas do jornalismo digital: hipertextualidade, multimidialidade,
interatividade (baixa, modelo bilateral), atualização contínua, memória e personalização.

“Nos produtos jornalísticos desta geração, é possível observar tentativas de efetivamente


explorar e aplicar as potencialidades oferecidas pela web para fins jornalísticos. Neste
estágio, entre outras possibilidades, os produtos jornalísticos apresentam:
- recursos em multimídia, como sons e animações, que enriquecem a narrativa jornalística;
- recursos de interatividade, como chats com a participação de personalidades públicas,
enquetes, fóruns de discussões;
- opções para a configuração do produto de acordo com interesses pessoais de cada
leitor/usuário;
- a utilização do hipertexto não apenas como um recurso de organização das informações da
edição, mas também como uma possibilidade na narrativa jornalística de fatos;
- atualização contínua no webjornal e não apenas na seção 'últimas notícias'” (p. 50).
Quarta geração
Suzana Barbosa indica uma quarta etapa de evolução: o jornalismo digital em base de dados. Segundo a autora,
trata-se de um modelo que “tem as bases de dados como definidoras da estrutura e da organização, além da
apresentação dos conteúdos de natureza jornalística” (BARBOSA, 2007, P. 28-29). Nessa fase, trabalha-se com a
articulação de distintas bases de dados presentes na rede desde a apuração até a publicação das informações.

Algumas características dessa fase:


- Tem a sua estrutura e organização constituída a partir de bases de dados;
- Consolidação do uso de blogs;
- Adoção de recursos da Web2.0 (troca de informações e colaboração dos usuários na produção e organização de
conteúdo) – alta interatividade, modelo trilateral (relação dos usuários com o veículo/jornalista e com outros
usuários);
- Disponibilização de conteúdos em RSS (Really Simple Syndication);
- Uso de aplicações mashups (conteúdos de mais de uma fonte);
- Uso do podcasting para distribuição de conteúdos em áudio;
- Ampla adoção do vídeo em streaming;
- Integração do material de arquivo na oferta informativa.
Quinta geração
“Assim, o Paradigma Jornalismo em Base de Dados é balizador para inferirmos a existência de uma quinta
geração de desenvolvimento para o jornalismo nas redes digitais. Os traços constitutivos incluem a própria
medialidade, a horizontalidade como marca para o processamento dos fluxos de informações por entre as
distintas plataformas (impresso, pdf/page flip, web, operações mobile: smartphones, tablets, redes sociais), com
integração de processos e produtos no continuum multimídia dinâmico”.

“Neste contexto, as mídias móveis, especialmente smartphones e tablets, são os novos agentes que
reconfiguram a produção, a publicação, a distribuição, a circulação, a recirculação, o consumo e a recepção de
conteúdos jornalísticos em multiplataformas. As mídias móveis são também propulsoras de um novo ciclo de
inovação, no qual surgem os produtos aplicativos (apps) jornalísticos para tablets e smartphones. Dentre eles,
destacam-se como potencialmente mais inovadores aqueles que denominamos autóctones, ou seja, aplicações
criadas de forma nativa com material exclusivo e tratamento diferenciado (Barbosa, Firmino da Silva, Nogueira,
2012)”.

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