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Aspectos da convergência jornalística em empresas informativas

brasileiras

Suzana Barbosa
Universidade Federal Fluminense

Resumo
Este paper é um recorte do nosso atual projeto de pesquisa. Busca delimitar aspectos da
convergência jornalística em alguns cibermeios brasileiros nos quais o processo de
integração de redações, com produção de conteúdos para distribuição multiplataforma,
está em curso. Entre os cibermeios estão: O Globo.com, A Tarde On-line e Zero
Hora.com. A investigação toma como parâmetro o Modelo Jornalismo Digital em Base
de Dados, no qual ―Convergência‖ é uma das novas categorias de análise agregadas a
partir da etapa de aperfeiçoamento e extensibilidade deste modelo. Verificamos,
também, que as bases de dados são agentes centrais para assegurar redações cada vez
mais integradas e operando segundo a lógica desse jornalismo convergente. Entre as
funções que as bases de dados desempenham no processo de convergência estão:
sustentar a produção e a distribuição dos conteúdos; integrar distintas plataformas
(impresso, TV, rádio, Web, móveis, entre outras); gerenciar o fluxo de informação e o
conhecimento nas redações; suportar ações de interação que envolvam usuários e
profissionais através do conteúdo informativo e de entretenimento, além de armazenar,
classificar, relacionar, recuperar e apresentar as informações. Tais funcionalidades
perpassam, portanto, as quatro dimensões da convergência jornalística (Tecnológica,
Empresarial, Profissional e de Conteúdos), conforme estabelecem os autores Ramón
Salaverría, José Alberto García Avilés e Pere Masip (2007). Vale ressaltar que o nosso
estudo está situado no contexto do que denominamos como quarto estágio de
desenvolvimento para a modalidade do jornalismo digital. Esta fase ou geração emerge
tendo como um dos elementos característicos essenciais justamente as bases de dados.

Introdução

Todos já ouvimos falar muito de convergência e, certamente, ainda vamos ouvir


muito mais. Seja no sentido sociológico e cultural do termo. Seja no sentido tecnológico
da convergência de matriz digital que uniu a informática, as telecomunicações, a
microeletrônica, permitindo que Novas Tecnologias de Informação e Comunicação
surgissem como integradoras dotando dispositivos de múltiplas funções. Seja mais
especificamente no sentido, nos efeitos e nas consequências que a convergência tem e
terá para o jornalismo e para as empresas informativas.

Nosso objetivo nesta comunicação é delimitar o conceito, modelos, aspectos e


características da convergência jornalística, bem como suas áreas de abrangência,
mapeando casos de algumas empresas informativas brasileiras nas quais esse processo

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está em curso. Focalizamos, em particular, as estratégias dos grupos A Tarde (Bahia) e
de O Globo (Rio de Janeiro), por serem dois casos contemplados para análise no projeto
de pesquisa atualmente em desenvolvimento (―Jornalismo Digital em Base de Dados e
Aspectos da Convergência em Cibermeios‖).

O que aqui se apresenta são observações preliminares sobre o estágio de


implementação dos processos de convergência jornalística no Brasil, ainda que tenha
como ponto de partida a investigação realizada no estágio pós-doutoral (2007-2008),
quando iniciamos a investigação em torno da convergência, trabalhando-a como uma
das categorias a garantir extensibilidade para o Modelo Jornalismo Digital em Base de
Dados – o JDBD (Barbosa, 2008). Para este texto, trabalhamos com a pesquisa
bibliográfica, o estudo sobre casos de convergência jornalística implementados ou em
fase de implantação em diversos países, o levantamento sobre as estratégias de
convergência em meios brasileiros e as entrevistas realizadas com a coordenadora de
produção de jornalismo integrado em A Tarde, Mariana Carneiro, e com a editora
executiva do site O Globo.com.br, Sonia Soares, e a gerente de plataformas digitais do
jornal O Globo, Raquel Almeida.

Convergência jornalística: definição e áreas de abrangência

Compreendendo a convergência jornalística como um processo sujeito a


gradações e em evolução contínua, incorporamos à nossa investigação uma definição
que procura abranger todos os âmbitos deste fenômeno, não apenas o tecnológico
digital. Embora seja ponto comum entre diversos pesquisadores (Gordon, 2003;
Appelgren, 2004; Huang et al, 2004; Quinn, 2005; Dupagne, Garrison, 2006; Lawson-
Borders, 2006; Domingo et al, 2007; Salaverría, García Avilés, 2008; Saad Corrêa,
2008b; Silva Júnior, 2008) que o fator tecnológico27 é primordial nos processos de
convergência jornalística, ele não é o único elemento que irá desencadeá-la.

Por isso, a opção de trabalhar com a definição de convergência jornalística que


vem sendo empregada por pesquisadores espanhóis de 12 universidades, no marco do
projeto ―Convergencia digital en los medios de comunicación en España (2006-2009)‖,

27
Estudos sobre a convergência nos meios de comunicação datam de quase três décadas, quando se
identificou o aspecto tecnológico como o principal fator a desencadeá-la (Salaverría, García Avilés,
2008:33).

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financiado pelo Ministerio de Educación y Ciencia. Qual seja:

La convergencia periodística es un proceso multidimensional que,


facilitado por la implantación generalizada de las tecnologías digitales de
telecomunicación, afecta al ámbito tecnológico, empresarial, profesional
y editorial de los medios de comunicación, propiciando una integración
de herramientas, espacios, métodos de trabajo y lenguajes anteriormente
disgregados, de forma que los periodistas elaboran contenidos que se
distribuyen a través de múltiples plataformas, mediante los lenguajes
propios de cada una (Salaverría, Masip, García Avilés, 2007: 20).

Às quatro dimensões originalmente propostas no documento teórico-conceitual


do projeto (Salaverría, Masip, García Avilés, 2007): - Tecnologias; - Empresas; -
Profissionais; - Conteúdos, duas outras – meios e audiências – foram agregadas (Sádaba
et al, 2008: 17), resultando assim nas áreas de abrangência da convergência jornalística.

A Tecnológica se refere à infra-estrutura técnica (computadores, servidores,


câmeras, gravadores, softwares inteligentes, sistemas de gestão de conteúdos) para
garantir a produção (redação integrada), a difusão cross-media e a recepção; a
Empresarial diz respeito aos próprios grupos, sejam multinacionais, nacionais,
regionais, locais, e às alianças, fusões, absorções ou novas empresas que resultam
dessas fusões; a Profissional ocorre quando em uma redação unificada ou em redações
independentes de distintos meios trabalhando em cooperação, se elaboram conteúdos e
produtos para mais de um meio, adaptados de acordo com as linguagens específicas de
cada um, e se realiza a distribuição para distintas plataformas. Abarca, portanto,
produção integrada, jornalistas polivalentes e distribuição multiplataforma; a de
Conteúdos significa explorar a hibridização de gêneros jornalísticos e a linguagem
multimídia para a criação de peças informativas mais inovadoras. Diz respeito,
sobretudo, à não replicação ou transposição dos mesmos conteúdos para os diversos
Meios - cada um possui sua linguagem e características específicas; a da Audiência é
incluída para enfatizar a importância da participação ativa do público, que deve ser
envolvido através dos canais de interatividade.

Convergência de meios como norma

Como uma das sub convergências ora em ação num panorama mais extensivo

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marcado pelo paradigma da convergência (Jenkins, 2006), o que caracteriza a
convergência jornalística é a integração entre meios distintos; a produção de conteúdos
dentro do ciclo contínuo 24/7; reorganização das redações; jornalistas que são platform-
agnostic, isto é, capazes de tratar a informação - a notícia - de maneira correta seja para
distribuir no impresso, na web, nas plataformas móveis, etc; a introdução de novas
funções além de habilidades multitarefas para os jornalistas; comunidade/audiência
ativa atuando segundo o modelo Pro-Am (profissionais em parceria com amadores);
emprego efetivo da interatividade, do hipertexto e da hipermídia para a criação de
narrativas jornalísticas originais.

A convergência jornalística, também denominada como integração de redações


ou redações multimídia, é um processo em constante evolução e está já em curso em
diversas empresas informativas ao redor do mundo. Mais precisamente, Lawson-
Borders (2006: 74) localiza a versão moderna de convergência sendo empregada por um
grupo de comunicação em 1993, sendo pioneiro a Tribune Company (Chicago/EUA).

Nos primeiros anos da década 2000, a convergência em empresas informativas


despontou com força, sendo indicada como mandatória para grupos de comunicação,
tanto como elemento para favorecer a inovação dos processos de gestão e distribuição
de conteúdos, como oportunidade para renovar o jornalismo e atualizá-lo frente às
demandas do público do século XXI (Salaverría, 2003, 2005, 2007). Como destacado
por Saad Corrêa (2008b), as empresas informativas têm vivenciado uma onda de
reconfiguração liderada pela integração de diferentes redações especializadas num único
espaço multimídia de produção de conteúdos para múltiplas plataformas/audiências.

[…] uma primeira onda de reconfiguração das redações ocorreu em empresas


informativas européias dos países nórdicos e experiências pontuais em empresas norte-
americanas como o Orlando Sentinnel, na Flórida, expandindo mais tarde para outras
redações da Tribune Co. como o Chicago Tribune. A fusão do impresso e do online do
The New York Times, em Agosto de 2005 e a decisão do inglês Daily Telegraph, 2006,
em construir uma nova redação integrada parecem ter sido marcantes no
desencadeamento desta onda recente […] (Saad Corrêa, 2008b: 42-43).

Por outro lado, em nome da convergência, há também empresas que a adotam


como modelo de negócio para redução de custos, eliminação de postos de trabalho, ou
mesmo como estratégia para sobrevivência diante da crise econômica que vem
atingindo a indústria de jornais mais diretamente.

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De acordo com o Innovation Media Consulting Group, que possui mais de 15
anos de atuação em vários países, inclusive sendo responsável pela implantação de
modelos de convergência jornalística em diversas empresas, a integração de redações é
uma estratégia de crescimento. Como explica o seu fundador e principal dirigente, Juan
Antonio Giner, a visão que esta consultoria estabeleceu para a indústria dos meios é:
―De companhias de meios para engenhos de informação‖ (Giner, 2009, tradução nossa).
Ele esclarece que o Innovation28 não é um grupo que só recentemente passou a pregar a
integração multimídia total: ―Este tem sido nosso mantra no passado. Este é nosso
mantra hoje. E este é nosso mantra para o futuro‖. O princípio número 1 na estratégia de
convergência do Innovation diz que "Integração não é apenas um maneira para
economizar dinheiro. É uma maneira para investir no futuro. É uma estratégia de
crescimento para produzir melhores produtos. Melhor jornalismo. Em um modo mais
eficiente".

Um levantamento realizado em 2008 pelo World Editors Forum e World


Association of Newspaper com entidades parceiras, revelou que entre 704 editores e
executivos sênior de 120 países de todos os continentes, 86% concordavam que a
integração de redações ou a redação multimídia será a norma dentro de cinco anos,
conforme demonstrado no gráfico a seguir. Apenas 3% discordaram.

Gráfico 1 - Fonte: ―Trends in Newsroom 2008‖, World Editors Forum/World


Association of Newspaper (2008: 07)

Já um estudo sobre a integração de redações na América Latina, realizada com


responsáveis pelas edições web de 43 meios dos jornais mais importantes da AL,
indicou que 74% dos meios planejavam integrar as redações impressa e on-line em

28
Descrita em post dia 19/02/2009 no blog Innovations in Newspaper mantido pela consultoria
(www.innovationsinnewspapers.com/index.php/2009/02/19/newsrooms-integration-according-to-
innovation-1-a-strategy-of-growth/). Acesso em 24/02/2009.

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curto, médio ou em longo prazo (Franco, Gúzman, 2007). Naquela altura, 4% das
redações estavam integradas. Do Brasil, apenas dois meios participaram nesse estudo: a
Rede Brasil Sul (RBS, Rio Grande do Sul) e O Globo, cujos modelos de convergência
serão abordados nos itens 4 e 4.1.

Gráfico 2 - Fonte: Franco, Gúzman, 2007: 02

Entre outros meios que integraram a amostra, os argentinos La Nación e Clarín


aunciaram a integração em agosto de 2008, cada um adotando o modelo mais
conveniente à sua realidade e cultura e, claro, também enfrentando resistência por parte
de alguns profissionais contrários à convergência. No La Nación, a integração efetiva
foi planejada para ser implementada numa segunda etapa, após o trabalho de
recompilação de informações de casos de integração de redações ao redor do mundo.
Vale notar que os jornalistas da redação on-line já trabalhavam no mesmo espaço que os
profissionais do impresso, porém, sem muita sinergia. No Clarín, o elemento principal
da estratégia de convergência é a redação multimídia com a mesa central denominada
―H‖ por ter a forma dessa letra, e na qual sentam o editor geral, o subeditor geral, os
editores-chefes e alguns secretários de redação. É dessa mesa que se coordena o
conjunto da redação integrada, baseada na cultura 24/7, distribuição multiplataforma,
polivalência de funções para os jornalistas, e maior nível de interatividade com os
leitores, o público.

No colombiano El Tiempo, o espaço físico da redação foi reformado e os


profissionais foram divididos em dois grandes grupos de produção: um dedica-se aos
diferentes produtos e marcas do El Tiempo e, no outro, jornalistas trabalham divididos

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em grupos temáticos (especializações) para gerar conteúdos em diferentes formatos,
alimentando uma base de dados comum, disponível para qualquer produto informativo
da empresa. Como observa Saad Corrêa (2008a), configura-se ―uma proposta
interessante, sendo uma espécie de agência informativa interna‖.

Características da convergência jornalística em ação no Brasil

No Brasil, empresas informativas de distintas regiões estão já com projetos de


convergência jornalística em curso. Talvez, o caso mais internacionalmente conhecido,
justamente pela visibilidade que o World Editors Forum tem lhe dado, é o Grupo Rede
Brasil Sul (RBS/Rio Grande do Sul), líder no mercado de comunicação da região sul29 e
único do país a integrar o relatório da entidade publicado em 2008. Ao mesmo tempo
que anunciou a integração entre as redações do impresso e do on-line, em setembro de
2007, o Grupo RBS lançou o novo ZeroHora.com.br que passou a abrigar conteúdos
especialmente elaborados para a web, também disponibilizando conteúdos produzidos
de modo integrado.

Oficialmente, a redação integrada do Zero Hora (até agora, único jornal do


grupo operando sob esse modelo) passou a funcionar em dezembro de 2007. Segundo
relataram Marta Gleich (editora do ZeroHora.com e diretora de jornais on-line do
grupo) e Marcelo Rech (editor do Zero Hora e de todos os periódicos do grupo) ao
Editors Weblog30 (2007, 2008), a integração foi muito bem recebida pelos jornalistas, os
quais, ao contrário de muitos outros profissionais ao redor do mundo, estavam ansiosos
para integrar. Dos 240 profissionais, entre 70 a 80 trabalham tanto para o impresso
como para a edição on-line, pelo menos uma vez por semana. Desses, 34 repórteres
atuam apenas no on-line.

Gleich e Rech afirmaram que no ZH ninguém está trabalhando mais do que antes
e, ao contrário de impor treinamento multimídia, se está dando incentivos aos repórteres
polivalentes, que também têm a chance de serem promovidos. Sobre a integração das

29
Possui 18 emissoras de TV afiliadas à Rede Globo, Canal Rural (TV a cabo), 2 emissoras de televisão
comunitária, 26 emissoras de rádio, 8 jornais, sendo o Zero Hora o principal entre os títulos, 2 portais na
web, além de gravadora, editora, empresa de logística, empresa de marketing, e uma fundação.
30
<www.editorsweblog.com>, mantido pelo World Editors Forum. A reportagem sobre a integração na
Zero Hora foi publicada de modo expandido no relatório ―Trends in Newsroom 2008‖, World Editors
Forum/World Association of Newspaper (2008), pp: 65-67.

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redações com a opção de manter dois editores, Rech (2008:66, tradução nossa) explicou
que era impossível ter somente uma pessoa trabalhando todas as notícias para todas as
plataformas e asseverou: ―Nós estamos integrados mas não unificados‖.

Para Nelson Sirotsky (2008:65, tradução nossa), presidente do Grupo RBS, a


questão da integração é mais um caso de obter qualidade e produtividade do que cortar
custos. ―Minha opinião é que integração é uma excelente ferramenta em termos de
produtividade para os jornais‖. Contudo, o executivo não cogita a integração
significando todos os meios reunidos numa única plataforma para um futuro próximo,
pois pensa que as marcas/títulos irão manter suas identidades com a distribuição para
distintas plataformas.

Em um breve mapeamento, identifica-se estratégias de convergência jornalística


em estudo, em estágio inicial ou sendo implementadas nos seguintes meios: Gazeta do
Povo (Rede Paranaense de Comunicação, RPC/Paraná), Jornal do Commercio (Sistema
Jornal do Commercio de Comunicação/Pernambuco), O Estado de S.Paulo (Grupo
Estado/São Paulo), Rede Gazeta (Espírito Santo), Grupo A Tarde (Bahia), O Globo e
Extra (Rio de Janeiro), além do Diário de São Paulo (esses três últimos pertencentes à
empresa Infoglobo, das Organizações Globo, maior grupo de comunicação do Brasil).

Outro caso é o do Correio* (Rede Bahia/Bahia), que em 2008 estreou novo


modelo, após processo de reformulação total do antigo impresso, conduzido pela
Innovation Media Consulting Group. Com isso, a redação foi integrada e uma nova web
do jornal também foi lançada, incorporando seção multimídia com vídeos,
principalmente, e espaços para promover a interatividade com o público. Entretanto, o
site ainda necessita de melhor implementação.

Na Rede Gazeta, a integração foi iniciada em setembro de 2008, com a


implantação da redação multimídia reunindo cerca de 150 jornalistas que produzem
conteúdo para os jornais A Gazeta, Notícia Agora, Oportunidades, Cursos e
Concursos, para a Rádio CBN e para o Portal Gazeta On Line. A cooperação entre os
meios também inclui produção de conteúdos para o canal GTV, da TV por assinatura. À
época do anúncio da integração, o diretor-geral da Rede Gazeta, Carlos Lindenberg
Neto, afirmou que a redação multimídia representava um avanço, e iria respeitar as
características de cada veículo. "A idéia da integração não implica num mesmo
conteúdo para o público. Cada assunto será tratado de acordo com o que cada

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plataforma exige. Os veículos não perderão a personalidade, nem o controle do
conteúdo" (Nascimento, 2008).

Esse quadro de iniciativas de convergência jornalística indica um processo em


curso nas empresas informativas brasileiras, ainda que tais casos possam estar mais
alinhados com a dimensão ou estratégia mais comum de convergência que é a
distribuição multiplataforma (Domingo et al, 2007); a prática da colaboração e da
produção cooperada para a realização de coberturas coordenadas para eventos
específicos, ou a disseminação da cultura da convergência para permitir a integração de
meios distintos. Para Saad Corrêa (2008b:44), as empresas informativas brasileiras
pouco têm caminhado na direção da convergência ou pelo menos na integração de suas
redações em multimídia. O motivo: ―São culturalmente conservadoras e reativas a
inovações‖.

As tímidas iniciativas pensam em multimídia como a criação de um novo produto a


partir do aproveitamento de conteúdos produzidos por redações pré-existentes na
mesma empresa informativa e não a integração de todo o processo em um mesmo
espaço. Nessa categoria temos o lançamento do G1 (www.g1.com.br) , vinculado ao
jornal O Globo e ao portal Globo.com, e algumas reformas sutis na página do portal
Estadão.com.br. A Rede Brasil Sul ( RBS) se posicionou recentemente no quadro de
iniciativas integradoras similares às do Daily Telegraph, mas que na prática apenas
resultaram na reforma da redação de seu principal veículo, o jornal Zero Hora de Porto
Algre (Saad Corrêa, 2008: 44).

Vejamos, no item a seguir, como estão sendo desenvolvidas as estratégias de


convergência em A Tarde e O Globo.

Integração em processo nas redações de A Tarde e O Globo

O caso A Tarde

O passo inicial para a integração no Grupo A Tarde – formado pelo Jornal A


Tarde, o meio mais antigo com 95 anos, Rádio A Tarde FM, Portal A Tarde On Line,
Web TV A Tarde On Line, Revista dominical Muito, Agência de Notícias A Tarde, A
Tarde Mobile de distribuição de notícias via plataforma celular – foi dado em 2005,
com a criação da coordenação de conteúdos e de integração. Foi definido um redesenho
para a redação a partir de 2006, com os jornalistas do impresso e do on-line sendo
distribuídos em ilhas editoriais. Desde então, um ―mesão‖ no centro da redação reúne

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editores-coordenadores das principais áreas: impresso, on-line, web tv, arte e fotografia.
Naquele mesmo ano, foi feita a implantação do sistema editorial Good News (GN3) para
suportar as ações de produção integrada e controle do fluxo informativo. Mariana
Carneiro, coordenadora de produção de jornalismo integrado em A Tarde31, conta que se
optou pela adoção de um caminho próprio, após a observação do funcionamento de
algumas redações dentro e fora do Brasil.

As ações pró-convergência consistiram na criação (em 200732) da própria função


de editor-coordenador de produção de jornalismo integrado que ela exerce, com o
objetivo de funcionar como elemento de orientação, estímulo e mediação das iniciativas
convergentes, intermediando o diálogo entre os meios do grupo; na unificação de
algumas etapas do ciclo da produção jornalística; e na implantação de um sistema de
remuneração variável para os jornalistas que produzam conteúdos multimídia, uma
maneira de disseminar o conceito, bem como a cultura da convergência na empresa,
motivando a participação dos profissionais.

De acordo com Mariana Carneiro, em dados de Janeiro de 2008, dos 180


jornalistas que compõem a redação integrada, 90 já participam da produção de conteúdo
multimídia, processo controlado por uma solução (o Sistema Centralizado de Produção
Integrada) criada pelo departamento de TI do grupo. Além disso, foi criado um selo de
notícia integrada para sinalizar para o público a existência de conteúdos
complementares entre as diversas plataformas. Em Dezembro de 2008, o grupo agregou
o QR Code às páginas do seu jornal impresso, sendo o pioneiro entre as empresas
jornalísticas do país a usar essa tecnologia de código bidimensional que permite ao
leitor acessar conteúdos produzidos por outros canais do grupo (galerias de fotos,
áudios, vídeos, enquetes ou texto que podem ser armazenados no celular). A Tarde
possui parceria firmada com a TV Bandeirantes para uso do seu material no portal A
Tarde On Line, e também tem estabelecido cooperação com a TVE-Bahia (televisão
educativa) para coberturas de eventos específicos, como o carnaval. Desde Setembro de
2008, A Tarde ampliou as possibilidades de participação do leitor-usuário, com oferta
de maior número de canais colaborativos, além dos comentários nas notícias e blogs.

31
Entrevista concedida à autora no dia 27 de Janeiro de 2009, na sede de A Tarde, em Salvador.
32
Antes disso (em 2006), havia a coordenação de conteúdos e de integração, que tinha à frente o
jornalista Ricardo Mendes.

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A empresa também tem investido em treinamentos para os seus profissionais
com professores e especialistas de outros países, como Ramón Salaverría (Universidade
de Navarra/Espanha), com os investigadores do Grupo de Pesquisa em Jornalismo On-
line (GJOL, da Universidade Federal da Bahia), além de contratar consultorias para
auxiliar no aprimoramento dos processos de integração. ―Por exemplo, temos nesse
momento a consultoria Embra trabalhando para a montagem de fluxo de produção para
a redação‖. O mais difícil, assinala Mariana Carneiro, é incutir a cultura da
convergência entre os profissionais, embora as resistências atualmente sejam menores.

A fase atual da convergência jornalística em curso é definida por ela como


intermediária: ―A etapa atual é de promover condições e estabelecer procedimentos para
que os profissionais pensem, do começo ao fim de cada processo, como jornalistas
multimídia‖.

O caso O Globo

A estratégia de convergência em O Globo abrange todos os jornais da Infoglobo


- a empresa da mídia jornal do maior grupo brasileiro de comunicação, as Organizações
Globo. Conforme informado pelas jornalistas Sonia Soares, editora executiva do site O
Globo.com.br e Raquel Almeida33, gerente de plataformas digitais do jornal O Globo,
os processos envolvem mais diretamente os três principais jornais: O Globo (o mais
antigo, com 83 anos), Extra, e Diário de São Paulo34, além do site OGlobo.com.br, que
desde Setembro de 2007 passou para o comando do Globo impresso, aumentando a
cooperação entre as redações.

Embora Setembro de 2008 seja o marco para o anúncio da convergência em O


Globo, com a campanha publicitária ―Muito além do papel de um jornal‖, Soares e
Almeida explicam que essa foi, na verdade, a apresentação para o mundo externo do
que já vinha ocorrendo nos veículos. Segundo elas, a sinergia da produção dos
jornais vem em processo de evolução desde 1999, um ano após a criação do Jornal

33
Em entrevista realizada via e-mail, cujas respostas foram enviadas no dia 06 de Março de 2009.
Inicialmente, a entrevista havia sido agendada para o dia 17 de Fevereiro, na sede de O Globo, no Rio de
Janeiro, porém, em função de compromissos das editoras na empresa, precisou ser adiada. Optou-se,
então, por realizar a entrevista por correio eletrônico, sendo utilizado também o telefone para
complementações.
34
O jornal de perfil popular Expresso não foi mencionado.

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Extra. ―Ao longo dos últimos anos, as redações vêm aperfeiçoando o processo de
produção coordenada, com criação do que chamamos internamente de plataforma de
publicação‖. É o caso, por exemplo, do material sobre carros, que tem um único editor
comandando sua equipe no Rio e em São Paulo, cuidando do suplemento de automóveis
dos três jornais.

A convergência é encarada como um processo em evolução, aperfeiçoada diariamente, e


que se tornou mais importante na medida em que desejamos fornecer conteúdo para o
meio em que a informação puder ser consumida, seja papel, internet, celular. Entretanto,
as redações do Globo impresso e site ainda estão distantes fisicamente (em prédios
diferentes). Estamos estudando a junção física das duas redações para aumentar a
sinergia da produção. (Soares, Almeida, 2009).

Desde Setembro de 2007, os editores do site passaram a participar das reuniões


do Globo impresso, organizando o trabalho de forma que não haja desperdício de
energia e que as duas mídias sejam de fato complementares. Com o treinamento, os
repórteres do impresso passaram a produzir vídeos e áudios. As produções multimídias
mais elaboradas ficam a cargo da equipe especializada alocada no site. Visando
disseminar a cultura da convergência entre seus profissionais, a Infoglobo tem um
programa permanente de treinamento de profissionais de todas as áreas. Atualmente, há
ênfase nos cursos de multimídia (vídeo e áudio) para os jornalistas e fotógrafos que
trabalham na redação do jornal impresso. No total, são cerca de 520 jornalistas
trabalhando para os jornais da Infoglobo, Agência O Globo e globo.com.br. No site,
diretamente produzindo conteúdo, são em torno de 50.

Para suportar as ações de integração visando a distribuição multiplataforma, o


sistema de publicação do jornal foi adaptado para a realidade web para que os
jornalistas não tivessem que trabalhar em ambientes muito diferentes. Porém, segundo
nos foi relatado, mesmo com um publicador parecido há características bem diferentes
para as mídias on-line e celular. Neste momento, a área de tecnologia da Infoglobo está
realizando estudo para desenvolver uma única plataforma que permita aos jornalistas
colocarem o conteúdo em apenas um lugar e este possa ser distribuído por outras
mídias.

Quanto às opções de interatividade, O Globo desde 2006 vem incentivando a


participação do público como produtor de informação através da seção ―Eu-repórter‖,
bem como comentaristas em todas as matérias, e também por meio da seção

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―Comunidades‖, todas no globo.com.br. O material enviado pelos leitores-usuários
(textos, fotos, vídeos) também pode ser aproveitado no impresso.

O diretor geral da Infoglobo, Paulo Novis, na matéria de apresentação da nova


estratégia para O Globo (publicada no Jornal O Globo em 22 de Setembro de 2008),
afirmou que ela já era uma empresa focada em gestão de conteúdo. ―Nosso negócio é a
informação multiplataforma, multimarca e multigeografia. Com o avanço da era digital,
a necessidade de informação com credibilidade está se sofisticando e será cada vez mais
intensa. Estaremos aptos a atendê-la a qualquer hora e em qualquer lugar‖ (Novis,
2008).

Considerações finais

O mapeamento das iniciativas de convergência jornalística em empresas


informativas brasileiras, apresentadas nesta comunicação, aponta mais para a existência
de características da convergência, com maior ênfase na distribuição multiplataforma e
na cooperação/coordenação. Há, contudo, casos pontuais nos quais já se pode verificar
uma emergência de práticas integradoras perpassando as áreas abrangidas pela
convergência: a tecnológica, a empresarial, a profissional, a de meios, a de conteúdos e
a relativa às audiências ativas (Sádaba et al, 2008; Salaverría, García Avilés, Masip,
2007; Domingo et al, 2007). Inferimos, pois, que esta é uma fase expansiva para a
implantação da convergência jornalística, estando a maioria dos casos num estágio
inicial ou intermediário.

Como a convergência jornalística é um processo em evolução contínua, de cáriz


complexo, o desenvolvimento de pesquisas que estudem casos distintos, de regiões
diferentes para conhecer as rotinas de produção em redações integradas, permitirão
esclarecer a(s) forma(s) configuradoras da convergência jornalística no Brasil, seus
modelos, como é o desenvolvimento e implementação das ações relativas às distintas
áreas da convergência jornalística e o grau de convergência existente. Por ora,
esboçamos um cenário, mas, nas próximas etapas de desenvolvimento do nosso projeto
de pesquisa, certamente disporemos de dados mais sistematizados para aportar análise
mais detalhada sobre o tema.

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