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1.Revista Espírita - Jornal de estudos psicológicos - 1867 > Fevereiro > Dissertações espíritas > Comunicação
providencial dos Espíritos: Enquanto o homem não se empenha em cultivar o seu espírito e fica absorvido pela busca ou
pela posse dos bens materiais, sua alma permanece de certo modo estacionária, e lhe é preciso um grande número de
encarnações antes que ela possa, obedecendo insensivelmente e como que compulsoriamente à lei inevitável do
progresso, chegar a esse começo de vitalidade intelectual que lhe confere a direção do ser material a que ela está unida.
6. Se toda a gente pensasse dessa maneira, dir-se-ia, tudo na Terra periclitaria,
porquanto ninguém mais se iria ocupar com as coisas terrenas. Não; o homem,
instintivamente, procura o seu bem-estar e, embora certo de que só por pouco tempo
permanecerá no lugar em que se encontra, cuida de estar aí o melhor ou o menos mal
que lhe seja possível. Ninguém há que, dando com um espinho debaixo de sua mão, não a
retire, para se não picar. Ora, o desejo do bem-estar força o homem a tudo melhorar,
impelido que é pelo instinto do progresso e da conservação, que está nas leis da Natureza.
Ele, pois, trabalha por necessidade, por gosto e por dever, obedecendo, desse modo, aos
desígnios da Providência que, para tal fim, o pôs na Terra. Simplesmente, aquele que se
preocupa com o futuro não liga ao presente mais do que relativa importância e facilmente
se consola dos seus insucessos, pensando no destino que o aguarda.
Deus, conseguintemente, não condena os gozos terrenos; condena, sim, o abuso desses gozos
em detrimento das coisas da alma. Contra tais abusos é que se premunem os que a si próprios
aplicam estas palavras de Jesus: Meu reino não é deste mundo.
Revista Espírita - Jornal de estudos psicológicos - 1864 > Outubro >
Transmissão do pensamento - Meu fantástico: Meu reino não é deste mundo”, o
que também significava que neste mundo as coisas não se passam como no seu
reino. O Espiritismo, que em tudo e por tudo é o espiritualismo do Cristianismo,
pode igualmente dizer às ambiciosas e terroristas ignorâncias, que o seu grande
objetivo não é de dar montanhas de ouro a um; de deixar a consciência de um
ser fraco à vontade de um ser forte e de reunir a força e a fraqueza num duelo
eternamente inevitável e iminente.
Revista Espírita - Jornal de estudos psicológicos - 1863 > Novembro > Pastoral do Sr. Bispo de Argel contra o
Espiritismo : Lembrar-nos-emos ainda que, quando de nossa primeira viagem a Lyon, em 1860, os espíritas ali eram apenas
algumas centenas. Naquele mesmo ano um sermão virulento foi pregado contra eles e nos escreveram: “Mais dois ou três
sermões como esse e em breve seremos decuplicados.” Ora, os sermões não têm faltado naquela cidade, como se sabe, e o que
todos sabem, também, é que no ano seguinte havia cinco a seis mil espíritas, e que a partir do terceiro ano, contavam-se mais de
trinta mil. Pobre cidade lionesa! O que se sabe, ainda, é que o maior número de adeptos se encontra entre os operários, que nesta
doutrina encontraram forças para suportar pacientemente as rudes provas que atravessaram, sem buscar na violência e na
espoliação o necessário que lhes faltava. É que hoje oram e creem na justiça de Deus, já que não creem na dos homens; é que
compreendem a palavra de Jesus: “Meu reino não é deste mundo.”
Aquele que se identifica com a vida futura assemelha-se ao rico que perde
sem emoção uma pequena soma. Aquele cujos pensamentos se concentram
na vida terrestre assemelha-se ao pobre que perde tudo o que possui e se
desespera.