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Triângulo de

Pascal e
binómio de
Newton
Propriedades das combinações

Propriedade:
 
Dados dois números naturais e , com , tem-se que:
.

Demonstração
 
Sejam e dois números naturais, com .
  𝑛
  𝑛! 𝐶
¿ 𝑝
𝑝 ! ( 𝑛− 𝑝 ) !
𝑛 𝑛!
    ¿ 𝐶 𝑛 − 𝑝
( 𝑛 − 𝑝 ) ! × ( 𝑛 −(𝑛 − 𝑝) ) !
  𝑛!
¿
( 𝑛 − 𝑝 ) ! × ( 𝑛 −𝑛+ 𝑝 ) !
  𝑛!
¿
(𝑛 − 𝑝)! × 𝑝 !
  𝑛! 𝒏
¿   𝑪 𝒑 =𝒏 𝑪 𝒏− 𝒑
𝑝 ! ( 𝑛− 𝑝 ) !
Propriedades das combinações

A propriedade pode ser justificada utilizando um argumento combinatório:


 
Seja um conjunto com elementos.
 
A cada escolha de elementos, para formar um subconjunto de , corresponde
um outro subconjunto, com elementos, formado pelos elementos de que
não foram escolhidos.
 
Existem, assim, tantos subconjuntos de com elementos ( ) como com
elementos ( ).

𝒏
  𝑪 𝒑 =𝒏 𝑪 𝒏− 𝒑
Propriedades das combinações

Propriedade:
𝑛
 
 
Dado , ∑ 𝑛 𝐶 𝑘.=2𝑛
𝑘=0

Demonstração
 
Dado um conjunto com elementos:
 
 é o número de subconjuntos desse conjunto com zero elementos;
 
 é o número de subconjuntos desse conjunto com um elemento;
 
 é o número de subconjuntos desse conjunto com dois elementos;

 
 
 é o número de subconjuntos desse conjunto com elementos.
 
A soma representa o número total de subconjuntos desse conjunto, que é,
como já se viu, . Assim,
𝑛
 
∑ 𝑛𝐶𝑘 ¿  𝑛 𝐶 0 + 𝑛 𝐶 1+ 𝑛 𝐶 2+ …+ 𝑛 𝐶 𝑛 − 1+ 𝑛 𝐶 𝑛   .
𝑘=0
Propriedades das combinações

Propriedade:
 
Dados dois números naturais e , com , tem-se que:
.

Demonstração
 
Sejam e dois números naturais, com .
  𝑛 𝑛! 𝑛 +𝑛 !
𝐶  
¿
𝑝 ! × (𝑝
+  
𝐶
𝑛 − 𝑝 ) ! ( 𝑝+1)! × ( 𝑛 −( 𝑝+1) ) ! 𝑝+ 1
𝑛! +𝑛 !
¿   
𝑝 ! × ( 𝑛 − 𝑝 ) ! ( 𝑝+1)! × ( 𝑛− 𝑝 −1 ) !
  𝑛!   +𝑛 !
¿
𝑝 ! × ( 𝑛 − 𝑝 ) ×(𝑛 − 𝑝 −1)! ( 𝑝+1)× 𝑝 ! × ( 𝑛 − 𝑝 −1 ) !
 
De forma a reduzir as duas frações ao mesmo denominador, vamos multiplicar
a primeira fração por e a segunda por :
Propriedades das combinações
𝑛 𝑛! 𝑛  +𝑛 !
 
𝐶
¿  
𝑝 ! × ( 𝑛𝑝
+ 𝐶 ( 𝑛 − 𝑝 −11
− 𝑝 ) ×(𝑛 − 𝑝 −1)!( 𝑝+1)× 𝑝 ! ×𝑝+ )!
  ( 𝑝+1 ) × 𝑛 !   + ( 𝑛 − 𝑝 ) × 𝑛!
¿
( 𝑝+1 ) × 𝑝 ! × ( 𝑛 − 𝑝 ) ×(𝑛 − 𝑝 −1)!( 𝑝+1 ) × 𝑝 ! × ( 𝑛 − 𝑝 ) ×(𝑛 − 𝑝 −1)!
  ( 𝑝+1+𝑛 − 𝑝 ) × 𝑛 !
¿
( 𝑝+1 ) ! × ( 𝑛− 𝑝 ) !
  ( 𝑛+1 ) ×𝑛 !
¿
( 𝑝+1 ) ! × ( 𝑛 − 𝑝 ) !
( 𝑛+1 ) !
¿ 
( 𝑝+1 ) ! × ( 𝑛+1−( 𝑝+1) ) !
𝑛+1 𝒏+𝟏
¿
  𝐶 𝑝 +1   𝑪 𝒑 +𝟏=𝒏 𝑪 𝒑+ 𝒏 𝑪 𝒑+𝟏
Triângulo de Pascal
 
Dispondo, em forma de triângulo, para os vários valores de , os números,,, ,
e, que constituem a -ésima linha, obtemos o chamado triângulo de Pascal:

Linha
0
𝑛=0
    𝐶0
1 1
𝑛=1
    𝐶0   𝐶1
2 2 2
𝑛=2
    𝐶0   𝐶1   𝐶2
3 3 3 3
𝑛=3
    𝐶0   𝐶1   𝐶2   𝐶3
4 4 4 4 4
𝑛=4
    𝐶0   𝐶1   𝐶2   𝐶3   𝐶4
5 5 5 5 5 5
𝑛=5
    𝐶0   𝐶1   𝐶2   𝐶3   𝐶4   𝐶5
 …

 …  …  …  …  …  …  …
Triângulo de Pascal
 
O triângulo de Pascal pode ser continuado indefinidamente com recurso à
propriedade.

Assim, adicionando dois números consecutivos de uma linha obtém-se o


número colocado entre eles na linha seguinte.
 
Cada elemento que constitui o triângulo corresponde aos coeficientes
binomiais,.

Calculando os respetivos valores dos coeficientes binomiais, obtém-se:


 1
 1  1
 1  2  1
 1  3  3  1
 1 4
   6 4
   1
 1  5 10
  10
   5  1
 …  …  …  …  …  …  …
Triângulo de Pascal

 Notas:
 Cada linha do triângulo de Pascal começa e acaba em ( ).
 
 Em cada linha, elementos igualmente afastados dos extremos são iguais
( ).
 
 Cada elemento, que não esteja num dos extremos de uma linha, é igual à
soma dos dois elementos que estão por cima dele, na linha anterior, um à
esquerda, e o outro, à direita ( ).
 
 O segundo e o penúltimo elementos da linha de ordem são ambos iguais
a ( ).
 
 A soma de todos os elementos da linha de ordem é .
 
 A linha de ordem tem elementos.
 
 Se é par, a linha de ordem tem um número ímpar de elementos, sendo o
maior deles o elemento central, que é   .

 
 Se é ímpar, a linha de ordem tem um número par de elementos, sendo
os dois elementos centrais,   e,os maiores.
Exercício 1
 
Considere tal que a soma dos dois primeiros elementos da linha de ordem do
triângulo de Pascal é .
a) Qual é o quarto elemento da linha seguinte?
 
b) Quantos elementos da linha de ordem são inferiores a ?

Sugestão de resolução:
 
O primeiro elemento de uma linha é sempre e o segundo é , logo .
  .
a) Se , o quarto elemento da linha seguinte é  
 
b) Como estamos a tratar da linha de ordem , os seus elementos são da
forma.
20
  𝐶 0 = 20 𝐶 20 =1  20 𝐶 2= 20 𝐶 18 =190
20
  𝐶 1= 20 𝐶 19 =20  20 𝐶 3= 20 𝐶 17 =1140
 
Apenas os três primeiros e os três últimos elementos são menores do
que . Logo, são seis os elementos dessa linha inferiores a .
Exercício 1
 
A soma dos dois primeiros elementos de uma linha do triângulo de Pascal é .

c) Qual é o décimo elemento da linha anterior?

Sugestão de resolução:
 
c) Se , então os elementos da linha anterior são da forma.
  .
Desta forma, o décimo elemento é  
Exercício 2
 
A soma de todos os elementos de uma certa linha do triângulo de Pascal é .
Qual é o quarto elemento da linha anterior?

Sugestão de resolução:
 
Uma vez que a soma de todos os elementos da linha é igual a , pretende-se
descobrir o valor de tal que .
 
, dado que .
 
Como estamos a tratar da linha de ordem , os seus elementos são da forma.

 
Assim, o quarto elemento da linha anterior é   .
Exercício 3
 
A soma dos três últimos números de uma linha do triângulo de Pascal é .
Determina o terceiro elemento da linha seguinte.

Sugestão de resolução:
A soma dos três últimos números de uma linha do triângulo de Pascal é igual
à soma dos três primeiros.
 
Como o primeiro é , a soma do segundo com o terceiro é , ou seja,
  .

 
Uma vez que e é o terceiro elemento da linha seguinte, tem-se que o número
pretendido é .
𝟐𝟗𝟎
 
 1
𝑛 𝑛
  𝐶1   𝐶2

 1
𝑛+1 𝑛+1
  𝐶1   𝐶2
Exercício 4

Quantos caminhos diferentes existem, seguindo


as linhas da quadrícula:
 
a) que liguem o ponto ao ponto e sem andar da
direita para a esquerda nem de cima para
baixo?

Sugestão de resolução:
 
a) Uma vez que não é permitido andar da direita para a esquerda nem de
cima para baixo, o trajeto de para só poderá ser feito andando para a
direita e para cima.
 
O trajeto de para é constituído por dez troços, dos quais seis são para a
direita e quatro são para cima.
 
O n.º de maneiras distintas de colocar seis deslocações para a direita e
quatro para cima em dez posições, é dado por   .
Exercício 4

Quantos caminhos diferentes existem, seguindo


as linhas da quadrícula:
 
b) que liguem o ponto ao ponto , passando pelo
ponto e sem andar da direita para a
esquerda nem de cima para baixo?

Sugestão de resolução:
 
b) O trajeto de para é constituído por quatro troços, dos quais dois são
4 2
para a direita e dois são para cima.   𝐶 2 × 𝐶2 ¿ 6
 
Por sua vez, o trajeto de para é constituído por seis troços, dos quais
6 2
quatro são para a direita e dois são para cima.   𝐶 4 × 𝐶 2 ¿ 15
 
Assim, o número de caminhos diferentes para efetuar o trajeto de para ,
passando por , é igual a .
Binómio de Newton
 
Vejamos como obter o desenvolvimento de , sem efetuar o produto dos
polinómios. Pelo algoritmo da multiplicação de polinómios, tem-se que:
0
 
( 𝑎 ¿ 1 +𝑏 )
1
 
( 𝑎 ¿ 𝑎+𝑏 +𝑏 )
2
 
( 𝑎
 ¿ 𝑎2 +2 𝑎𝑏+𝑏 2 +𝑏 )
3
 
( 𝑎
¿
2
+𝑏
  ( 𝑎+𝑏 ) ( 𝑎 +𝑏 ) )
  ( 𝑎2 +2 𝑎𝑏+𝑏 2   ) ( 𝑎+𝑏 )
¿
¿  𝑎3 +𝑎 2 𝑏+ 2 𝑎2 𝑏 +2 𝑎 𝑏2 +𝑎 𝑏 2+𝑏 3
¿  𝑎3 +3 𝑎 2 𝑏+3 𝑎 𝑏2+ 𝑏3
4
 
( ¿ 𝑎 +
3
( 𝑎+𝑏 ) ( 𝑎+𝑏 ) 𝑏 )
¿  ( 𝑎3 +3 𝑎 2 𝑏+3 𝑎 𝑏2+ 𝑏3   ) ( 𝑎 +𝑏 )
¿  𝑎 4 +𝑎3 𝑏+3 𝑎 3 𝑏+ 3 𝑎2 𝑏2+3 𝑎2 𝑏 2+3 𝑎 𝑏3 +𝑎 𝑏3 +𝑏 4
¿  𝑎 4 +4 𝑎3 𝑏+6 𝑎 2 𝑏2 + 4 𝑎 𝑏3 +𝑏 4
Binómio de Newton
 
Os coeficientes do desenvolvimento de , colocando as potências de por
ordem decrescente dos seus expoentes, são iguais aos elementos da linha
de ordem do triângulo de Pascal:
0
 
(¿ 1 𝑎
  0 0
𝑎 𝑏 +𝑏 )  1
1
 
(¿ 1 𝑎𝑎
  𝑏 +1 𝑎 𝑏 + 𝑏 )
1 0 0 1
 1  1
2
 
(¿  1 𝑎𝑎2 0
𝑏 +2 𝑎1 𝑏1 +1 + 𝑎0 𝑏2 𝑏  1)  2  1
3
 
(¿  1 𝑎𝑎3 0
𝑏 +3 𝑎2 𝑏1 +3 + 𝑎1 𝑏2 +1 𝑎0 𝑏3𝑏 1 ) 3  3  1
4 6
 
(¿  1 𝑎𝑎4 0
6 𝑎2 𝑏2 +4 𝑎1 𝑏𝑏
𝑏 + 4 𝑎 3 𝑏 1++ 3
+1𝑎 0 𝑏4 1 )
4
  4
   1

 
Observa-se ainda que os expoentes de variam de a zero e os expoentes de
variam de zero a , sendo, em cada termo, a soma dos expoentes de com
igual a .
Binómio de Newton

Propriedade:
𝑛
 
( 𝑎 +𝑏 )
¿  𝑛 𝐶0 𝑎 𝑛 𝑏 0 + 𝑛 𝐶1 𝑎𝑛 − 1 𝑏 1+ 𝑛 𝐶 2 𝑎 𝑛 −2 𝑏2 +…+ 𝑛 𝐶 𝑛 𝑎0 𝑏𝑛
𝑛
  𝑛 𝑛 −𝑘 𝑘
¿ ∑ 𝐶𝑘 𝑎   𝑏
, com .
𝑘 =0

 
Esta fórmula permite desenvolver qualquer potência natural de um
binómio. Assim, os números são os coeficientes binomiais.
Notas:
 
 O desenvolvimento de tem termos.
 
 Pode-se obter o desenvolvimento de escrevendo esta expressão sob a
forma .
 
 Todos os termos do desenvolvimento de podem ser obtidos da expressão,
que se designa por termo geral do desenvolvimento do binómio de
Newton.
Exercício 5
 
Considera .
 
a) Desenvolve .

b) Determina a soma dos seus coeficientes binomiais.

Sugestão de resolução:
 
a)
  4 4 3 1 4 2 2 4 1 3 4
¿ ( 2 𝑥 ) + 𝐶 × ( 2 𝑥) ×( − 1 ) + 𝐶 × ( 2 𝑥 ) × ( −1) + 𝐶 ×( 2 𝑥 ) × (− 1) + (− 1) =¿
❑ 1 ❑ 2 ❑ 3
 ¿ 16 𝑥 4 +4 × 8 𝑥 3 × ( −1 ) +6 × 4 𝑥 2 × 1+4 ×2 𝑥 × ( −1 ) +1=¿
𝟒 𝟑 𝟐
 
¿ 𝟏𝟔 𝒙 − 𝟑𝟐 𝒙 +𝟐𝟒 𝒙 − 𝟖 𝒙 +𝟏
 
b) ¿1+4+6+4+1
 
¿ 𝟏𝟔
 

 
Observa que
 
¿ 24 .
Exercício 6

Supondo o desenvolvimento ordenado segundo as potências decrescentes


da
  primeira parcela, determina o sexto e o sétimo termos do desenvolvimento
7
2
de:
( 𝑥
Sugestão de resolução:
3

𝑥
 
,
)
 O sexto termo do desenvolvimento
5  é dado por:
 
32 2 32
 
7
( ) 𝑥 𝑥
5
6
𝑇 6 ¿ ❑𝐶5 × ( 𝑥 ) × − ¿ 21× 𝑥 × −  ¿−𝟔𝟕𝟐 ( )
𝒙
 O sétimo termo do desenvolvimento
6  é dado por:
 
31 2 64 𝟒𝟒𝟖
𝑇 ¿ 𝐶 × ( 𝑥 ) ×( − ) ( )
7 3  
 
7 ❑ 6
¿7×𝑥 × ¿6 𝟑
𝑥 𝑥 𝒙
Exercício 7
12
2 1
 

 
(
Considera o desenvolvimento de 𝑥 +
𝑥 )  
,.

a) Investiga se existe algum termo que não dependa de .

Sugestão de resolução:
 
De acordo com o desenvolvimento ordenado segundo as potências
decrescentes de , a expressão
𝑝 é constituída por termos do tipo:
 
2 12− 𝑝 1
12
❑ 𝑝 𝐶 ×( 𝑥 ) ()   12
× ¿ ❑𝐶 𝑝 × 𝑥
𝑥 12
×𝑥 24 −2 𝑝

24 −3 𝑝
−𝑝

¿ ❑𝐶 𝑝 × 𝑥
 

 
a) O termo que não depende de é aquele em que:
  −3 𝑝=0 ⇔
24   3 𝑝=24   .
 
Assim, o termo que não depende de (termo independente) é:
12 0  12  
 
𝐶 × 𝑥 ¿ 𝐶 ¿ 𝟒𝟗𝟓
❑ 8 ❑ 8
Exercício 7
12
2 1
 

 
(
Considera o desenvolvimento de 𝑥 +
𝑥
b) Determina o termo cuja parte literal é .
)  
,.

Sugestão de resolução:
 
b) O termo que tem parte literal é aquele em que:
  −3 𝑝=9 ⇔
24   3 𝑝=24 − 9   .

Assim, o termo pretendido é:


12 9  𝟗
 
𝐶 × 𝑥 ¿ 𝟕𝟗𝟐 𝒙
❑ 5

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