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PROCESSO DO TRABALHO
Unidade I
O CONSTITUCIONALISMO
Bacharelado em Direito
Prof. Esp. Emmanuel Rocha Reis
2º Período – 2018.1
EMENTA
O CONSTITUCIONALISMO: CONCEITO
O CONSTITUCIONALISMO: EVOLUÇÃO
HISTÓRICA.
O DIREITO CONSTITUCIONAL: NATUREZA E
CONCEITO
1. CONSTITUCIONALISMO
Movimento histórico de origem político e filosófico
que defendeu desde sua origem e ao longo dos
séculos a necessidade de limitação do poder absoluto
com a consagração de um regime de garantia das
liberdades públicas fundamentais.
A HISTÓRIA DO CONSTITUCIONALISMO É A
BUSCA DO HOMEM POLÍTICO PELA LIMITAÇÃO
DO PODER.
PORTANTO, SE CONTRAPÕEM AO
ABSOLUTISMO
1.2 IDEIAS BÁSICAS
I – PRINCÍPIO DO GOVERNO LIMITADO
II – GARANTIA DE DIREITOS
Constitucionalismo Antigo
EXPERIÊNCIAS CONSTITUCIONAIS
(LIMITAÇAO DO PODER DO ESTADO –
MONARCA) QUE COMEÇAM NA
ANTIGUIDADE E VAI ATÉ O FINAL DO SÉC.
XVIII.
Constitucionalismo Antigo:
. 2 – GRÉCIA
2. ROMA.
A República romana (V a II a.C.) também foi
palco importante para o amadurecimento das
ideias constitucionalistas, sobretudo em razão de
haver instituído um sistema de freios e
PARTENON (templo da Deusa Atena) contrapesos para dividir e limitar o poder
construído na Acrópole de Atenas político.
(século V a.C)
Cont. Evolução da Teoria
Constitucional
Constitucionalismo Antigo:
. 3 – INGLATERRA.
-Idade média – absolutismo.
-primazia da lei
-Centralizada no princípio do Rule of Law
(primazia da lei ).
-Até o ano 2000 a constituição inglesa era
consuetudinária.
-Porém, há documentos escritos desde 1215
(Magna Carta – João Sem Terra); Petition Corpus
(1628); Habeas Corpus Act (1679); Bill of Rights
(1689) ...
INÍCIO : FIM DO SÉC. XVIII
VAI ATÉ: 1ª GRANDE GUERRA MUNDIAL.
COMPREENDIDO ENTRE AS REVOLUÇÕES
LIBERAIS DO FINAL DO SÉC. XVIII.
MARCO: SURGIMENTO DAS CONSTITUIÇÕES
ESCRITAS.
Evolução da Teoria Constitucional
Constitucionalismo clássico
i) Revolução de Independência das 13 Colônias
Inglesas na América do Norte (1776): Foi um
movimento de ruptura externo, quebrando a
submissão das colônias com a Coroa Britânica.
Somente depois dessa independência as ex-colônias
resolveram se juntar para formar os Estados Unidos
da América do Norte (1787) com a promulgação da
primeira Constituição Escrita.
1ª Contribuição: 1ª Constituição Escrita; Formal;
Rígida e dotada de Supremacia.
2ª contribuição: surgimento do *controle difuso de
constitucionalidade.
* surge no Direito Norte Americano, sendo atribuído a
decisão paradigmática, proferida em 1803 no famoso caso
Marbury x Madison, pelo Presidente da Corte – Marshal.
Nesta decisão, o Marshal estabeleceu as bases do controle
difuso de constitucionalidade.
Obs! A rigor já existiam dois precedentes, onde um tribunal do distrito declarou uma lei
inconstitucional; após, a Suprema Corte chegou a analisar a constitucionalidade, porém, ela
declarou constitucional, dando parâmetro para o controle de constitucionalidade.
POSTULA UM ESTADO MÍNIMO;
PAPEL DO ESTADO LIBERAL É BASICAMENTE:
ASSEGURAR A ORDEM E A SEGURANÇA.
2.2 Const. Moderno
PÓS PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL –
CRISE ECONÔMICA – aumento das desigualdades.
Surgimento das constituições sociais: Constit. social
BUSCA DA SUPERAÇÃO DO ANTAGONISMO
EXISTENTE ENTRE A IGUALDADE POLÍTICA E A
DESIGUALDADE SOCIAL – SURGE O ESTADO
SOCIAL
MEXICO – 1917- Constituição primeira a incluir
direitos sociais – trabalhistas entre os
fundamentais;
CONST. DE WEIMAR 1919 – 1ª REP ALEMÃ.
DIREITOS DE SEGUNDA GERAÇÃO – VALOR
DA IGUALDADE: Direitos sociais, econômicos e
culturais
Os direitos de 2ª geração exigem do Estado uma
atuação positiva, com prestações materiais por parte
do Estado.
Direitos da coletividade –
Nesta fase a interpretação começa a evoluir (1850),
surgindo os cânones interpretativos desenvolvidos
por Savigny: elemento gramatical, histórico, lógico e
sistemático.
Surge o Estado Social* (Do Estado Liberal ao Estado
Social – Paulo Bonavides)
Estado Social
Postura de intervenção em determinadas questões.
Características:
Estado abandona sua postura abstencionista e passa a
intervir nas relações sociais, econômicas e laborais;
Papel decisivo na produção e distribuição de bens;
Garantia de um mínimo de bem estar social:
WELFARE STATE (ex. sal. Social)
III – CONSTITUCIONALISMO CONTEMPORÂNEO
MUDANÇAS DO CONSTITUCIONALISMO EUROPEU
APÓS A 2ª GUERRA MUNDIAL. (1945)
PAUTA: INOVAÇÕES E RELEITURAS DE
EXPERIÊNCIAS ANTERIORES.
Pós guerra trouxe a reflexão sobre a proteção à pessoa
humana – dignidade da pessoa humana.
consagração de outros grupos de direitos fundamentais:
3ª dimensão: direitos ligados à fraternidade
4ª dimensão: democracia, informação e pluralismo
5ª dimensão: direitos ligados à paz.
A rematerialização constitucional: abrange também a
imposição de diretrizes políticas e amplas esfersas de
regulação jurídica estabelecidas em normas vagas e
imprecisas, as quais limitam o legislador.
Transbordamento da constituição
Força normativa da constituição: eficácia horizontal
dos direitos fundamentais.
Estado Democrático de Direito:
Princípio da soberania popular;
Efetividade dos direitos fundamentais.
IV – CONSTITUCIONALISMO
DO FUTURO
José Roberto Dromi (1997) – valores fundamentais
marcantes da constituição futura.
Verdade: programas possíveis de cumprimento
Solidariedade: entre os povos – tratamento digno e
justiça social.
Continuidade: constituição sem modificações que
destruam sua identidade
Participação: democracia participativa na vida
política.
Integração: mecanismos supranacionais.
Universalização: direitos humanos e fundamentais.
RESUMÃO
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO CONSTITUCIONALISMO
I – CONSTITUCIONALISMO Experiências Constitucionais:
ANTIGO (ANTIGUIDADE a)Estado Hebreu
CLÁSSICA b)Grécia
c)Roma
d)Inglaterra
Estado Absolutista
II – Constitucionalismo Moderno II.1) Constituições Liberais
(Final do Sec. XVIII a meados do Sec. -Dir. Fund. de 1ª geração
XX) -Valor: liberdade
-Direitos Civis e Políticos
-Estado de Direito (Liberal)
II.2) Constituições Sociais
-Dir. Fund. de 2ª geração
-Valor: Igualdade
-Direitos Sociais, econômicos e
culturais.
-Estado Social
Movimento que surge na Europa após a 2ª Guerra Mundial, como superação do positivismo jurídico,
dando ensejo à consolidação de um Estado Constitucional, fundado na centralidade da Constituição
e dos Direitos Fundamentais. Identifica um conjunto amplo de transformações, em meio às quais
podem ser assinalados:
(i) como Marco Histórico → a formação do Estado constitucional de direito; modelo surgiu a partir
das Constituições pós Segunda Grande Guerra com os países (Alemanha, Itália, Portugal e
Espanha).
(ii) como Marco Filosófico → o Pós-positivismo, com a centralidade dos Direitos Fundamentais, a
partir do discurso normativo da Dignidade da Pessoa Humana e a reaproximação entre Direito e
Ética, Moral e Filosogia; e
(iii) como Marco Teórico → o conjunto de mudanças que incluem a força normativa da Constituição,
a normatividade dos princípios, a expansão da jurisdição constitucional, o desenvolvimento de uma
nova dogmática da interpretação constitucional, a ampliação do sistema de proteção dos Direitos
Fundamentais, tudo abrindo o caminho para a Constitucionalização do Direito.
O Neoconstitucionalismo e os Novos Paradigmas
do Direito Público Brasileiro
O Neoconstitucionalismo e os Novos Paradigmas
do Direito Público Brasileiro
Com a constitucionalização do Direito evidencia-se a posição de proeminência dos textos constitucionais,
que passam a transitar por todos os setores da vida política e social em Estado. Na formulação conceitual do
jurista italiano Riccardo Guastini, a constitucionalização do Direito é um processo de transformação de um
ordenamento jurídico ao fim do qual a ordem jurídica em questão resulta totalmente impregnada pelas
normas constitucionais, que passam a condicionar tanto a legislação como a jurisprudência, a doutrina, as
ações dos atores políticos e as relações sociais.
Guastini chega a apresentar uma lista de sete condições para a caracterização do fenômeno da
constitucionalização do Direito, a saber:
1) a existência de uma Constituição rígida;
2) a garantia judicial da Constituição;
3) a força normativa da Constituição;
4) a sobreinterpretação da Constituição;
5) a aplicação direta das normas constitucionais;
6) a interpretação das leis conforme a Constituição, e
7) a influência da Constituição sobre as relações políticas.
O Neoconstitucionalismo e os Novos Paradigmas
do Direito Público Brasileiro
A partir do novo Regime Jurídico-Administrativo, com o conteúdo que lhe deu a
Constituição, velhos paradigmas conhecidos no Direito Administrativo sofreram
profundas alterações nestas últimas décadas, visando a privilegiar os Direitos
Fundamentais do Cidadão, cumprindo mencionar os seguintes:
CONCLUSÃO
A Constituição de 1988 foi o marco zero de um
recomeço, da perspectiva de uma nova história. Sem as
velhas utopias, sem certezas ambiciosas, com o caminho
a ser feito ao andar. Mas com uma carga de esperança e
um lastro de legitimidade sem precedentes, desde que
tudo começou. E uma novidade. Tardiamente, o povo
ingressou na trajetória política brasileira, como
protagonista do processo, ao lado da velha aristocracia e
da burguesia emergente..
DICAS DE ESTUDO
BARROSO, Luís Roberto. Temas do direito constitucional – Tomo III.
Rio de Janeiro: Renovar, 2005, p. 4-6.
BONAVIDES, Paulo. Curso de Direito Constitucional, 25ª edição. São
Paulo: Malheiros Editora, 2009, p. 361-370.
1. Direito Constitucional
Importância do Direito Constitucional: mais
importante ramo das ciências jurídicas no
contexto do estudo do Direito.
Importância do estudo da “Teoria da
Constituição”: forma de elucidar muitos
problemas jurídicos-constitucionais que, na
maioria das vezes, necessitam de conhecimento
explicativo e justificativo que só pode ser
fornecido por uma reflexão teórica.
Nem sempre os dois planos: o teórico e o dogmático; o
da teoria da Constituição e o do Direito Constitucional
positivo são facilmente isoláveis.
Natureza: A doutrina classifica o Direito Constitucional
como ramo do Direito Público ao lado do Direito
Administrativo, Urbanístico, Tributário, Processual, Penal,
etc.
É um direito que gravita sobre si mesmo.
Direito Constitucional Positivo: estudo dos princípios e
normas de uma Constituição concreta, de um determinado
Estado.
Direito Constitucional Comparado: “Estudo teórico das
normas jurídico-constitucionais positivas de vários Estados,
destacando as singularidades e os contrastes entre eles ou
entre grupos deles”.
Direito Constitucional Geral: “Estuda uma série de
princípios, de conceitos e de instituições que se acham em
vários direitos positivos ou em grupo deles para classificá-
los e sistematizá-los”. Visa generalizar os princípios teóricos
do direito constitucional positivo.
Natureza, Objeto e Conteúdo Científico do
Direito Constitucional
Estudo científico e sistemático das normas
constitucionais;
Estrutura do Estado e Governo;
Direitos e Garantias Individuais;
Ordem Social e Econômica.