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Cap.

4 [1a Parte] – A SALVAÇÃO

Soteriologia
Lélio Lellis

D
Cap. 4 [1ª Parte] – A Salvação

I – CONCEITO BÍBLICO DE SALVAÇÃO (REDENÇÃO)


1. Terminologia bíblica sobre a salvação
(*Tratado Adventista do Sétimo Dia, p. 306-307)
1.1 Hebraico (Antigo Testamento):
a) Malat – Libertação, resgate, escape, salvação (Joel 2:32a);
b) Palat – Livramento, resgate, escape, salvação (Joel 2:32b):
E acontecerá que todo aquele que invocar o nome do Senhor
será salvo (malat); porque no Monte de Sião e em Jerusalém
haverá livramento (palat ► palet ► p’letah), como o Senhor
tem prometido; e entre os sobreviventes, aqueles que o Senhor
chamar.” Joel 2:32.
* Malat e Palat são palavras que surgem
no contexto de prover escape, proteção,
colocar em segurança.
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c) Natsal – Retirada, livramento, libertação, resgate, salvação:


“Livra-me (natsal) de todas as minhas iniquidades” Salmos 39:8.

“Porque Ele te livrará (natsal) do laço do passarinheiro


e da peste perniciosa” Salmos 91:3.
* Natsal aparece no contexto de extirpação das transgressões
ou resgate da servidão do mal;
d) Yasa‘ – A mais importante família vocabular no AT para
salvação. Nela, destacam-se:
“Porque o Senhor é o nosso Juiz; o Senhor é o nosso Legislador;
o Senhor é o nosso Rei; ele nos salvará (yasa‘)” Isaías 33: 22.
“Eu anunciei, e eu salvei (yasa‘), e eu os fiz ouvir,
e deus estranho não houve entre vós, pois vós sois
as minhas testemunhas”. Isaías 43:12.
Cap. 4 [1ª Parte] – A Salvação
“Levantai os olhos para os céus e olhai para aterra embaixo, porque
os céus desaparecerão como fumaça, e a terra envelhecerá como
um vestido, e os seus moradores morrerão como mosquitos, mas a
minha salvação (yasa‘) durará para sempre, e a minha justiça não
não será anulada” Isaías 51:6.
“Eu vos livrarei (yasa‘) de todas as vossas imundícias; e chamarei o
trigo, e o multiplicarei, e não trarei fome sobre vós” Ezequiel 36:29.
(contexto: v.24-30)
“O Senhor, teu Deus, está no meio de ti, poderoso para te salvar
(yasa‘); ele se deleitará em ti com alegria; calar-se-á por seu amor,
regozijar-se-á em ti com júbilo” Sofonias 3:17.
* Yasa‘ parece apontar para o resgate do homem de um lugar
opressivo e circunstâncias más e colocação em um ambiente
espaçoso no qual há o bem e
e se está protegido contra os
inimigos.
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1.2 Grego (Novo Testamento):
a) Sozo – Libertação, salvação da morte física ou espiritual (termo

usado na LXX para a tradução de yasa‘):


a1. Salvação da morte física:
“24E eis que do mar , levantou-se uma tempestade tão grande que o
barco era coberto por ondas; ele, porém, estava dormindo. 25E os
seus discípulos, aproximando-se, o despertaram, dizendo: Senhor,
salva-nos (Sozo), que perecemos”. Mateus 8: 24-25.
a2. Salvação dos pecados, da morte espiritual:
“E ela dará à luz um filho, e lhe porás o nome de Jesus, porque ele
salvará (Sozo) o seu povo dos pecados deles”. Mateus 1:21.
“Logo, muito mais agora, sendo justificados
pelo seu sangue, seremos por ele salvos
(Sozo) da ira”. Romanos 5:9.
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b) Lytroo – Sentido literal: Resgate, remissão, redenção.
Sentido metafórico: compra da nossa salvação por Cristo:
“Ora, nós esperávamos que fosse ele quem havia de redimir
(lytroo) a Israel; mas, depois de tudo, já é o terceiro dia desde
que tais coisas se sucederam” Lucas 24:21.
“Em quem temos a redenção (lytroo) pelo seu sangue,
a remissão das ofensas, segundo a riqueza de sua graça”.
Efésios 1:7.
“sabendo que não foi com coisas corruptíveis como prata e
ouro, que fostes resgatados (lytroo) de
vossa vã maneira de viver que, por tradição,
recebestes de vossos pais, mas com o
precioso sangue de Cristo”. 1Pedro 1:18-19.
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c) Rhyomai – Livramento, resgate [do perigo], salvação:
“e não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos (rhyomai)
do mal”. Mateus 6:13 [Oração do Pai Nosso)
“Miserável homem que sou! Quem me livrará (rhyomai) do
corpo desta morte?” Romanos 7:24
* Conclusão: Na Bíblia, os termos sobre a salvação, vistos sob
a ótica espiritual, indicam um elemento salvífico já realizado
(passado: sacrifício de Cristo), um elemento soteriológico de
concretização existencial sempre atual (presente: salvação
do ser humano) e um elemento escatológico a ser consumado
(futuro: a volta de Cristo).
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2. Caráter (histórico) da salvação


2.1 Deus formula o Plano da Redenção do ser humano:
a) Plano de Redenção elaborado antes da criação da terra.
Todos os seres humanos recebem de Deus a oferta de
salvação (1Co 2:7; Ef 1:4-7, 14; 2Ts 2:13,14);
b) O Plano da Salvação tem por fundamento e origem o amor
eterno de Deus pela humanidade (Jr 31:3);
c) Jesus Cristo é “o Cordeiro que foi morto desde a fundação
do mundo” (Ap 13:8), cujo objetivo, a redenção da humanidade,

era já previsto na onisciência


de Deus (At 4:27-28).
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2.2 Deus atua no tempo e história (*Canale. Princípios elementares da Teologia..., p. 65-81):
a) Deus no tempo: eternidade dinâmica –
a1. Deus possui anos:
- “Eis que Deus é grande e não o podemos compreender; o número de
seus anos não se pode esquadrinhar” (Jó 36:26);
a2. Deus é eterno:
- “No princípio, Senhor, lançaste os fundamentos da terra, e os céus
são obra das tuas mãos; eles perecerão; tu, porém, permaneces; sim,
todos eles envelhecerão qual veste; também, qual manto, os enrolarás,
e, como vestes, serão igualmente mudadas; tu, porém, és o mesmo, e
os teus anos jamais terão fim” (Hebreus 1:10-12);
a3. O tempo de Deus é diferente do tempo do homem (em quantidade):
- “Tens tu, porventura olhos de carne? Acaso vês como um homem? São
os teus dias como os dias do mortal? Ou são os teus anos como os
anos de um homem[?]” (Jó 10:4-5);
- “Há, todavia, uma coisa, amados, que não deveis esquecer: que, para o
Senhor, um dia é como mil anos, e mil anos, como um dia”
(2 Pedro 3:8 – em intertextualidade com o Salmo 90:4).
b) O exemplo dos 2.300 anos –
*Medida temporal
humana?
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b) O exemplo da(s) aliança(s) [Larondelle. Nosso Criador Redentor:


Introdução à teologia da aliança] –
b1. A (antiga expressão da) aliança:
- com Adão (Gn 2:2-3, 15-17; 3:15), Noé (Gn 6:8-9, 17-18, 22;
7:1, 5; 8:20-22; 9:8-17), Abraão (Gn 12; 15; 17), Israel (por meio
de Moisés – Êx 19-34), Davi (2Sm 7);
b2. A (nova expressão da) aliança:
- Profetizada no Antigo Testamento (Israel: Jr 31. O Messias:
servo, Isa 53; rei, 2Sm 7:12-14 e Sl 2:6-8; sacerdote, Sl 110);
- Cumprida no Novo Testamento (Israel espiritual: Ap 22:15. O
Cristo: servo, Mt 20:28 e Jo 13:4-17; rei, Lc 1:32-33, Hb 1:8,
Ap 1:5; sacerdote, Hb 5:1-4, 7:17-28);
b3. A aliança é uma só? Prismas divino (vontade imutável que é
permanente) e humano (a inconstância) da aliança. (Ne 9:32;
Sl 89:30-34; Dn 9:4; Jr 31:31-34; Is 54:10;
Mt 5:17-18; Gl 3:6-9,13-21).
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c) A salvação desde o tipo (Êxodo) e antítipo (Salvação em Jesus):
c1. O Êxodo (AT) –
- Deus liberta milagrosamente (pragas, Mar aberto) Israel do mal
(escravidão do faraó). Deus conduz Israel com poder rumo à Terra
Prometida, mesmo em meio às incertezas. O povo agiu pela fé no
Salvador (Êx 12:21-28, 34-35).
- Satanás (com seu servo, o Faraó) é derrotado (Sl 74:12-14).
- O povo toma posse da da terra prometida, a Canaã terrestre.
- O Êxodo era lembrado na adoração a Deus. Consta no preâmbulo
do Decálogo (Êx 20:2; Dt 5:6). É associado às festividades de Israel
(Dt 16:1-3, 9-12; Lv 23:39-43), celebrado em Salmos de louvor (Sl 66:1-7;
78:11-16; 105; 106) e a chave hermenêutica para a compreensão dos
ritos espirituais e temporais da vida de Israel (Êx 13:8,14);
• Os 13:4 (“Portanto, Eu Sou o Senhor, teu Deus, desde a terra do Egito;
não conhecerás outro deus além de mim, porque não há Salvador senão
Eu.”) ► Is 43:11 (“Eu Sou o Senhor, e fora de mim não há Salvador.”) + Êx
20:2-3 (“Eu Sou o Senhor, teu Deus, que te tirei do Egito, da
casa da servidão. Não terás outros deuses diante de mim.”);
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c2. Salvação em Jesus Cristo (NT) –


- A Encarnação de Cristo, sua vida sem pecado, morte vicária e
expiatória de nossos pecados nos permite crer em seu retorno para
levar os salvos ao céu, bem como na posterior destruição do mal, do
Inimigo e dos ímpiois. É, pois, a chave interpretativa do AT e
NT e o conjunto de fatos que dá credibilidade ao passado, outorga
sentido ao presente e explica a fé dos seres humanos fiéis nos
eventos salvíficos do futuro (o mesmo ocorreu com o Êxodo no AT);
* Êxodo e Salvação em Cristo possuem paralelos teológicos:
1º Redenção pelo sangue (Êx 12:1-3; Rm 3:24-25);
2º Saída do Egito (Os 11:1; Mt 2:15), antes lugar de segurança
temporária e provisão divina (Gn 47:13, 27; Mt 2:13-14);
3º Declaração do Pai “este é meu Filho” (Êx 4:22; Mt 3:17);
4º Estadia por 40 (anos/dias) no deserto (Nm 14:33-34; Lc 4:1-2);
5º Sacrifício de Jesus = Cordeiro Pascal (Êx 12; 1Co 5:7);
- 6º Batismo e Ceia comparados com travessia do Mar Vermelho,
Água jorrando da Rocha e o maná (1 Co 10).
* Êxodo, o tipo. Salvação em Cristo, o antítipo.
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3. Sujeitos e objetivo no Plano da Salvação
(Deus salva a quem e do quê?)
3.1 A Trindade e função de seus integrantes na salvação:
a) Deus Pai – O Rei e Juiz do Universo, partícipe do Plano da Salvação
(Dn 7:9; 1Tm 1:1, 17; Jo 3:16), justo e amorável (Dt 32:4; 1Jo 3:1);
b) Deus Filho – Salvador (Cordeiro) e Intercessor (Sumo-Sacerdote) (Hb
9:11-15; 24-27);
c) Deus Espírito Santo – Clama pelo arrependimento e aceitação da
salvação em Cristo, dá poder para não pecarmos (Jo 14:26; 16:7-8).
“O Plano da Redenção visa ao nosso completo libertamento do poder de
Satanás. Cristo separa sempre do pecado a alma contrita. Veio para
destruir as obras do Diabo, e tomou providências para que o Espírito
Santo fosse comunicado a toda alma arrependida, para guardá-la de
pecar. [...] Uma santa disposição, uma vida cristã, são acessíveis
a todo filho de Deus, arrependido e contrito.
EGW. Desejado de Todas as Nações, p. 311.
“O caráter de Cristo substituirá o vosso caráter, e sereis
aceitos diante de Deus exatamente como se
não houvésseis pecado.”
EGW. Caminho a Cristo, p. 62.
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“Cristo está à destra de Deus, fazendo intercessão por nós”.


EGW. Grande Conflito, p. 64.
O (1) Espírito Santo era o mais alto dos dons que (2) Ele [Jesus] podia
solicitar ao (3) Pai para exaltação de Seu povo. Ia ser dado como (1)
agente de regeneração, sem o qual (2) o sacrifício de Cristo de nenhum
proveito teria sido. [...] Ao pecado só se poderia (1) resistir e vencer por
meio da poderosa operação da terceira pessoa da Divindade, a qual viria
não como uma energia modificada, mas na plenitude do divino poder. É o
Espírito que (1) torna eficaz (2) o que foi realizado pelo Redentor do
mundo. É por meio do Espírito que o (1) coração é purificado. Por Ele (1)
se torna o crente participante da natureza divina. Cristo deu Seu Espírito
como um poder divino para (1) vencer toda a tendência hereditária e
cultivada para o mal, e gravar Seu próprio caráter em Sua igreja.”
EGW. Desejado de Todas as Nações, 671.
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3.2 Deus protege, livra e salva do quê?
a) De pessoas ou situações ruins, do pecado e da destruição –
a1. Protege do ser humano fraudulento (Sl 43:1), violento e de língua
venenosa (Sl 140:1-5);
a2. Livra da angústia (107:13), da enfermidade (Sl 103:3; Tg 5:14-15)
e da morte (Sl 56:13; );
a3. Salva do pecado (Hb 9:28; 1Jo 1:9) e da destruição/morte eterna
(Jo 11:25-26; 1Ts 4:16-17; Ap 20:6)
3.3 Pessoas a quem Deus salva:
b) Os seres humanos que têm fé nEle –
a1. Pressuposto/corolário da fé: conhecimento
(Sl 9:10) e arrependimento (Mc 1:14);
a2. O conteúdo da fé: crença e confiança por
pensamento e ação (Tg 2:18-19; Sl 37:5;
Gl 2:20; 1Tm 4:10; 1Jo 3:21-23);
a3. O resultado da (graça pela) fé: justificação
(Gl 2: 16), santificação (Tg 2:17-18; 2Pe 1:1-8),
vitória contra o mal (1Jo 5:4-5;
Gl 2:20; Ef 6:16).
Cap. 4 [1ª Parte] – A Salvação
“(1) Seu amor nos atrai a Ele mesmo. Se não resistirmos a essa
atração, seremos levados ao pé da Cruz em (2) arrependimento.
[...] Então o Espírito de Deus, mediante a (3) fé, produz uma (4)
nova vida na alma. Os pensamentos e desejos são postos em
obediência à vontade de Cristo. [...] Então a Lei de Deus é escrita
na mente e no coração.
EGW. Desejado de Todas as Nações, 176.
“[FÉ] É uma (2) aprovação do entendimento às palavras de
Deus que (3) leva o coração a uma voluntária consagração e
serviço a Deus, o qual (1.1) deu entendimento, o qual (1.2)
sensibilizou o coração, o qual primeiro levou a mente a
contemplar a Cristo na cruz do Calvário. Fé é entregar a Deus as
faculdades intelectuais, submeter-Lhe a mente e a vontade.”
EGW. Fé e Obras, p. 25.
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II – TEORIAS SOBRE A EXPIAÇÃO DOS PECADOS PELO


SACRIFÍCIO DE CRISTO
[DEDEREN, R. (Ed.). Tratado de Teologia Adventista do Sétimo Dia, p. 338-345]
[GULLEY, N. Systematic Theology: Creation, Christ, Salvation, p. 599-652]
1. O pensamento da IASD: a expiação como substituição penal
no contexto do conflito cósmico entre o Bem e o Mal
personificados (Vide EGW):
1.1 O surgimento do Mal e a existência do Grande Conflito Cósmico
como causas necessárias ao Plano da Salvação.
1.2 Vida sem pecado (e sem natureza pecaminosa/tendente ao mal)
do Cristo encarnado e Seu sacrifício na cruz:
a substituição penal do pecador culpado pelo
Cordeiro imaculado (imputação de culpa
e preço a ser pago em sangue a Cristo).
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2. Teorias heréticas e/ou incompletas sobre a expiação de Cristo:


2.1 Teoria da recapitulação (proponente – Irineu):
a) Conteúdo –
a1. Atributo divino central: onipotência;
a2. Meta básica: reversão da queda;
b) Objeto e verso(s)-chave –
b1. Reflexão fundamental (objeto): o papel ou trabalho de Satanás;
b2. Texto-base: Rm 5: 15-21.
2.2 Teoria do resgate (proponentes – Orígenes e Gregório de Nissa):
b) Conteúdo –
a1. Atributo divino central: Sabedoria;
a2. Meta básica: derrota do Diabo;
b) Objeto e verso(s)-chave –
b1. Reflexão fundamental (objeto): o papel ou trabalho de Satanás;
b2. Texto-base: Mc 10:45.
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2.3 Teoria do exemplo moral (proponentes – Abelardo, Pelágio):


a) Conteúdo –
a1. Atributo divino central: Amor de Deus;
a2. Meta básica: revelar o amor da Trindade na vida de Jesus Cristo;
b) Objeto e verso(s)-chave –
b1. Reflexão fundamental (objeto): a humanidade;
b2. Texto-base: Rm 5:8, 17-19.
2.4 Teoria da satisfação necessária (proponente – Anselmo):
b) Conteúdo –
a1. Atributo divino central: majestade [nobreza] de Deus;
a2. Meta básica: reparação da ofensa / pagamento do débito do pecado;
b) Objeto e verso(s)-chave –
b1. Reflexão fundamental (objeto): Deus;
b2. Texto-base: 1Jo 2:1.
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2.5 Teoria da satisfação opcional (proponente – Aquino):


a) Conteúdo –
a1. Atributo divino central: Misericórdia;
a2. Meta básica: Restauração do pecador;
b) Objeto e verso(s)-chave –
b1. Reflexão fundamental (objeto): Humanidade;
b2. Texto-base: Lc 19:10.
2.6 Teoria da substituição penal (proponentes – Lutero, Calvino):
b) Conteúdo –
a1. Atributo divino central: Justiça;
a2. Meta básica: Apaziguar a ira e liberar a misericórdia divinas;
b) Objeto e verso(s)-chave –
b1. Reflexão fundamental (objeto): Deus;
b2. Textos-base: 2Co 5:21; Rm 3:21-25.
Cap. 4 [1ª Parte] – A Salvação

2.7 Teoria Governamental (proponente – Grotius):


a) Conteúdo –
a1. Atributo divino central: Soberania divina;
a2. Meta básica: Manutenção da ordem moral [no Universo];
b) Objeto e verso(s)-chave –
b1. Reflexão fundamental (objeto): Deus e a humanidade;
b2. Texto-base: Is 42:21.
2.8 Teoria Mística (proponente – Schleiermacher):
b) Conteúdo –
a1. Atributo divino central: harmonia / unidade;
a2. Meta básica: Unidade do ser humano com Deus;
b) Objeto e verso(s)-chave –
b1. Reflexão fundamental (objeto):
Humanidade;
b2. Texto-base: Ef 4:3-4; 5:30-32.
Cap. 4 [1ª Parte] – A Salvação

* Ler: GULLEY, N. Systematic Theology: Creation, Christ, Salvation, p.612-652.

III – QUESTIONÁRIO PARA REFLEXÃO E RESOLUÇÃO


* Responda em até 25 linhas a cada pergunta, com base no texto lido:

1. Escolha três (03) teorias da expiação, resuma-as e aponte


uma (01) deficiência em cada uma delas, de acordo com o
expresso no capítulo lido:
2. Resuma o conteúdo da correta Teoria da Expiação segundo o
autor, indique as peculiaridades
dela e o seu fundamento bíblico:
Cap. 4 [1ª Parte] – A Salvação

IV - APÊNDICE
1. Posições heréticas sobre a natureza de Cristo
a) Ebionismo (1º século. Líder: Ebion) – rejeitava a divindade de
Cristo, que era só um profeta, novo Moisés. Negavam sua preexistência,
encarnação e nascimento virginal. Jesus, só humano, foi ungido o
Messias no batismo, ocasião em que foi adotado como Filho de Deus;
b) Adocionismo (2º século. Líder: Teodoro de Bizantina) –
negava a pré-existência de Cristo e Sua divindade, ensinando que Ele
era um homem testado e aprovado por Deus que recebeu poderes
sobrenaturais e foi adotado como Filho (no batismo). Recompensado
por Seu caráter perfeito, foi ressuscitado e levado ao céu;
c) Docetismo (2º século. Líderes: Gnósticos) – ensinava que Jesus
apenas parecia ter um corpo e não era encarnado, não havendo sofrido
na cruz ou ressuscitado. Via a matéria como inerentemente má. Assim,
não acreditavam que Deus aparecera em forma corpórea.
Cap. 4 [2ª Parte] – A Salvação

d) Apolinarianismo (4º século. Líder: Appolinário) – ensinava que


Jesus tinha uma mente divina, colocada em corpo humano;
e) Arianismo (4º século. Líder: Ário) – ensinava que Jesus é a
primeira “criatura” do Pai (Eterno, perfeito), feito para vir à terra em
lugar do Pai. O Filho criou o universo, foi adotado por seu Criador.
Jesus é adorado apenas por causa de Sua proeminência como a
primeira criação.
f) Nestorianismo (5º século. Líder: Nestório) – Cristo era duas
pessoas em um corpo. Somente fora encarnado no ventre de Maria;
g) Eutiquianismo ou Monofisismo (5º século. Líder: Eutiques) –
Cristo possuía uma única e terceira espécie de natureza, maior do que
homem e diferente da natureza divina tradicional, sendo, todavia,
plenamente Deus;
* No Concílio da Calcedônia (451 d.C.), afirmou-se a doutrina da
plena humanidade e plena divindade de Jesus, com as suas duas
naturezas unidas em uma pessoa. 
Cap. 4 [2ª Parte] – A Salvação
2. Posições heréticas sobre o Espírito Santo
a) Energia divina – Não é ser pessoal, sendo apenas uma
substância imaterial constante no Universo;
b) Espírito de Deus – Não é ser pessoal, mas somente o espírito
divino do Pai (algo como seu pensamento ou emanação de
substância não pessoal);
c) Modalismo – três modos ou máscaras de um só Deus, que
apenas pode usar uma máscara ou modo por vez: ora aparece
como o Pai, ora como o Filho, ora como o Espírito Santo;
d) Consubstanciação ou Triteísmo – O Espírito Santo, Deus o
Pai e Jesus Cristo são consubstanciais, partilhando a mesma
substância sem que sejam três pessoas plenamente autônomas.
* Religiões como as Islâmicas, Testemunhas de Jeová, Mórmons
e Espiritismo negam a Divindade ou humanidade de Cristo e a
existência do Espírito Santo como pessoa divina.

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