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A SOCIEDADE CONTRA O ESTADO

CHEFIA
A FORMAÇÃO DO ESTADO
 

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I
PRIMEIRA PARTE

Sociedades primitivas sem Estado.


Ranços evolucionistas
Domínio das técnicas
O que vem a ser economia de subsistência
Eficiência das sociedades primitivas
Economia das sociedades primitivas
SEGUNDA PARTE

Atividade de produção
Sociedade primitiva – sociedade igualitária
Relação política precede e fundamenta a relação econômica de exploração.
Estado – grande linha divisória – selvagens e civilizados
Crítica ao marxismo
TERCEIRA PARTE

De onde provém o poder político


Sociedade primitiva = sociedade sem Estado
Chefia sem autoridade
Chefe – prisioneiro de um espaço
QUARTA PARTE

Sociedade primitiva – interdita qualquer poder autônomo.


Domínio demográfico escapa ao controle do grupo.
Tupi-guarani- modificações. Chefes já tinham autoridade.
Sublevação contra os chefes
Um é o Estado
CHEFIA
SERVICE, E. La institucionalización del poder. In: Los orígenes del Estado y de la
civilización. Madrid: Alianza Editorial, 1984.
INTRODUÇÃO
Em todos os grupos há relações reais ou potenciais baseadas nas diferenças
de poder.
Nestas comunidades os líderes são efêmeros, entram em ação de maneira
esporádica e normalmente só no contexto de suas especiais esferas de
competência.
influência.
INTRODUÇÃO
Como uma pessoa influente chega a ocupar um cargo, e mesmo quando seu
carisma diminui , como outra pessoa passa ocupá-lo?
Como se converte um poder pessoal em um poder despersonalizado,
corporativo e institucionalizado?
INTRODUÇÃO
Quando uma forma de poder pessoal consegue finalmente estabelecer-se e
institucionalizar-se, com o tempo aparecerão diversos cargos.
HIERARQUIA E AUTORIDADE

É provável que um indivíduo que tenha conseguido uma carreira pessoal


queira que seus descendentes gozem da mesma glória.
Em um dado momento, um grande homem e seus seguidores parecem a
uma sociedade de chefia embrionária.
Além disso, como o poder do grande homem reside no seu magnetismo
carismático, não dispõe de meios formais para impor sua autoridade
HIERARQUIA E AUTORIDADE

A herança do status pela primogenitura deve ser uma característica quase


universal das sociedades de chefia.
A redistribuição parece também estar intimamente aliada com o
surgimento e perpetuação da liderança.
As sociedades de chefia etnologicamente conhecidas parecem ser
tipicamente, e talvez universalmente, teocracias.
A LEI

Sociedades primitivas Sociedades civilizadas


Costume – espontâneo, Lei – instrumento da civilização,
tradicional, pessoal, da sociedade política sancionada
corporativista, comumente pela força organizada,
conhecido, relativamente presumivelmente acima de toda a
inalterado sociedade e que serve de apoio a
uma nova série de interesses
sociais.
LEI

Costume sancionado Lei


Os costumes sancionados são formas de A lei implica uma permanente
controle social que são reforçados de autoridade centralizada que se acha
forma positiva ou negativa. As sanções acima dos status familiares.
não são aplicadas por uma autoridade A força e uma estrutura política, o
oficial que se alça como terceiro; o único Estado, que monopoliza seu uso são,
terceiro que existe em uma sociedade geralmente, elementos importantes
segmentaria é uma pessoa ou grupo que nas definições da lei que fazem a
tem uma espécie de autoridade familiar, distinção entre o costume sancionado
como pode ser um parente ancião, e a lei.
prudente, que pode atuar como  
conciliador ou árbitro.
 
LEI
Entre a sociedade igualitária, segmentaria, e o Estado coercitivo se
encontra uma etapa da sociedade de chefia. Neste tipo de sociedade
encontramos algo essencial da verdadeira lei, a estrutura de sociedade
que pode atuar como terceiro sobre o nível familiar. Porém as
sociedades de chefia carecem das sanções físicas coercitivas
relacionadas com o monopólio da força praticado pelos Estados.
LEI
A autoridade legal requer um indivíduo (ou grupo semelhante a um
conselho) suficientemente poderoso para obrigar ao povo a cumprir o
veredicto mediante a persuasão ou a ameaça da força.
A capacidade da autoridade legal para obrigar a cumprir as decisões mais
que para atuar por persuasão constitui uma medida do poder da
hierarquia, de sua capacidade de mando.
REDISTRIBUIÇÃO
Desenvolvimento de um sistema redistributivo permanente está
intimamente associado com as origens da sociedade de chefia e
contribuiu poderosamente par a manutenção e reforço contínuo da
hierarquia de autoridade.
A estrutura de autoridade está assentada na estrutura de redistribuição
dos bens. Qualquer redistribuidor pode reter os bens e utilizar tal
prática como punição.
Capacidade de dirigir o trabalho agrícola e artesanal e decidir sobre a
sua distribuição. Capacidade de armazenar alguns bens para festas,
guerras e alimentação de trabalhadores especializados
PAPÉIS DE MEDIAÇÃO DA AUTORIDADE
A autoridade conduz as cerimônias
Sacerdotes e chefes eram em geral as mesmas pessoas nas chefias
A FORMAÇÃO DO ESTADO – LAWRENCE
KRADER
O Estado é definido:
Em termos de tamanho;
De complexidade relativa da sociedade;
Segundo a natureza da autoridade na sociedade;
Meio de governar sociedades com vastas populações;
Presença de classes sociais e associações;
Dividida em classes e comunidades
Etnicamente - heterogênea;
 
Agência central conferida impessoal e objetivamente, em nome de Deus, ou da
majestade do trono ou do povo;
Diferentes das simples formas de governo, no Estado os papéis governamentais são
mais amplos, mais complexos e mais formais;
Marco divisor na sociedade: sinal de uma forma complexa, alcançar a transição
para uma sociedade complexa;
O Estado
Concentra a força física;
Forças negativas: desterro, aprisionamento, escravidão;
Forças positivas: integradoras da sociedade; o amor, a lealdade, a dependência
mútua, fé religiosa, a tradição e inércia; expressão ritualística ou formal da
unidade da sociedade; expressão ideológica na qual a sociedade como um todo e
sua agência, o Estado, são glorificados e venerados; assegurando a paz interna;
protegendo as fronteiras, mantendo relações exteriores vantajosas para o povo
que o domina.
 
Autoridade central sobre um povo dentro de um território. Governo transforma a
unidade nacional em uma ideologia;
Estado tem a sua própria mística do poder. Formas de proteger o poder central.
Estado é uma instituição da sociedade na qual o poder político é concentrado e
monopolizado.
A autoridade central delega poderes integradores a ministérios polícias.
 
Unidade e diversidade do Estado – tipos de Estado
Estado se desenvolveu em vários lugares e épocas
Tipos de Estados: cidades-estado, Estados imperiais, Estados nacionais, Estados
centralizados, autocráticos, oligárquicos e democráticos;
 
Embora tenha tomado muitas formas, todos possuem uns traços comuns;
Sociedades com instituições que se aproximam dos Estados – sociedades com uma
economia e uma vida social mais estáveis, vivendo em aldeias, com população mais
constante e organização social mais complexa: Crow, Kpelle, Shilluk. Sociedades
com órgãos de autoridade pouco institucionalizada e pouco integrada.
Estados emergentes: tradição ainda impera. Formado por conquista. Reinado. Falta de
uma integração completamente unificadora das diferentes partes do governo.
Estado propriamente dito: Egito antigo, Rússia medieval. Possuíam grande tamanho.
Estado formou-se por expansão interna e por conquista interna. Estratificação da
sociedade, a conquista interna e externa e a integração caminham lado a lado.
Novas funções do Estado na integração da comunidade: polícia especializada,
coletores de impostos, governadores, dirigentes militares, clero.
Estratificação interna antes das conquistas.
Uma teoria antropológica do Estado
 
Presença do Estado é um sinal de descontinuidade no desenvolvimento cultural.
CONCLUSÃO
1. Governo e Estado
Embora a atividade e a organização política se concentrem em toda parte
da sociedade humana, o Governo dos homens não está sempre e em todo
lugar organizado em instituições permanentes do Estado. Governos com
instituições centrais e permanentes sob forma de realeza não apresentam
os desenvolvimentos econômicos e sociais encontrados em outras
sociedades dirigidas por Estado. Sem o sustentáculo do aparato
governamental do Estado tais instituições são fracas e meramente formais.
O Estado é uma forma não primitiva de governo.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Diferente de sociedades com funções governamentais vagamente definidas, as
sociedades complexas estão organizadas em classes sociais. A maneira como o
poder é obtido e assegurado é que é fundamental. Não se baseia só na força
bruta ou prestígio pessoal, estes sazonais. O poder social está baseado numa
continuidade de princípios organizadores como uma instituição nas mãos de uns
poucos, que o monopolizam pela força. Há uma hierarquia social que é mantida
pelo monopólio da força e expressa por uma ideologia estatal. A concentração de
toda força física nas mãos da autoridade central é a função primordial do
Estado e é característica decisiva.
 
2. O Estado é o órgão fundamental de poder em qualquer sociedade em que se
encontre. Integra, regula e defende a sociedade. Serve aos fins da sociedade, mas
combina essas funções com a promoção e preservação de sua própria existência
com um fim em si mesmo.
O Estado é concebido para ser uma instituição que abarca todas as unidades
menores coexistentes.

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