Você está na página 1de 63

Tábua protocuneiforme com impressões de selo: relato

administrativo da distribuição de cevada com impressão de selo


cilíndrico de uma figura masculina, cães de caça e javalis ca.
3100–2900 a.C .

HISTÓRIA
ANTIGA I
Aula n. 3: A revolução urbana
RUMO À URBANIZAÇÃO
Condições iniciais e propriedades emergentes
Domesticação de plantas e animais: processo de seleção, parte de
atividade de coleta, processamento e replantio.
Nos anos 7000 e início de 6000 a.e.c. fundaram-se aldeias em novos
nichos em direção ao sul, na planície mesopotâmia, longe das
primeiras aldeias. São construídas estruturas para o armazenamento e
defesa. Mudança das relações entre animais, plantas e seres humanos.
Novas interações sociais e novas formas de comportamento.
ALDEIA LEVA A UM GRANDE
CONHECIMENTO DAS ÁREAS DE
ENTORNO
Melhor exploração dos recursos locais leva a um incremento das
trocas entre as aldeias. Trocas diretas de produtos preciosos criam
status entre os indivíduos.
Produção e distribuição se encontram no âmbito do parentesco.
Trocas criam relações entre pessoas que não são parentes.
AS ALDEIAS NEOLÍTICAS
NO AOP
Aldeias propiciam o nascimento dos pastores especializados que interagiam
com as aldeias trocando animais por produtos agrícolas e artesanato.
Divisão social do trabalho nas aldeias: cuidam dos filhos, preparo de alimentos,
produção de artigos têxteis e objetos de artesanato para serem trocados.
Aldeias – cenários de interações sociais e econômicas entre pessoas
estabelecidas e móveis.
Aldeias tem como características as reformas constantes das casas: natureza
variável das regras de herança e do direito de propriedade. Transferência de
propriedade vão se desenvolvendo.
INTERAÇÃO

Esfera de interação: conexões sociais, ideológicas e mercantis entre


populações que compartilham um corpus restrito de cultura
material, objetos de enterro e centros de transação.
Interligação cultural em bases regionais.
Fluxo de mercadorias é assegurado por um corpus de símbolos
compartilhado para facilitar a interação social necessária à troca
de mercadorias.
ESFERA DE INTERAÇÃO
Esfera de interação: ligou povos distintos acima dos laços locais de
parentesco; adoção de inovações e ideias entre diferentes pessoas;
aumentou o status das elites locais e formou o alicerce das
sociedades estratificadas
Esfera de interação: materiais encontrados em um ampla região
implicam em um conjunto de relações culturais que estão para
além das redes locais.
NEOLÍTICO TARDIO: 6000 E
5000 A.E.C.
Sítios um pouco maiores que no período anterior. Já há esferas de
interação.
Cerâmica no período de Hassumna, Samarra e Halaf: cerâmica
decorada
Samarra: necrópole de crianças com duzentos sepultamentos
CRONOLOGIA

Período Pré-Histórico
Neolítico 10.000-6.000 a.C.
Calcolítico 6.000-3.000 a.C.
Hassuna 5500-3000 a.C
Halaf-Ubaid – 5000-4000 a.C.
Uruque – 4000-3200 a.C.
Jemdet-Nasr 3200-3000 a.C.
LOCALIZAÇÃO GERAL DAS
CULTURAS DE HALAF E SAMARRA
Mercadoria fina do período de Samarra, c. 6200-5700
AC
CERÂMICA UBAID
POTES DECORADOS
expressões de identidade cultural e base de distinções culturais.
Interação com vizinhos é intensa, menor interação entre regiões
distantes.
SÍTIOS HALAF
edificações circulares que coexistem com edificações retilíneas:
encontrados nos sítios: potes, miçangas, estatuetas, teares, etc
CERÂMICA E TRABALHO
ESPECIALIZADO
Alta qualidade da cerâmica pode indicar um trabalho especializado.
Artesãos ligados a elite que produziam para “exportação”. Cerâmica
controlada por elite emergente, que se comunicava com outras elites e
mantinham redes regulares de comunicação e passaram a se unir por
determinados interesses.
Circulação de pedras e outros itens exóticos foi facilitada por um sistema de
símbolos que propicia um laço cultural compartilhado.
Interações unem regiões e são feitas por meio de trocas de mercadorias e
matrimônios
A FORMAÇÃO DA CIVILIZAÇÃO E DAS CIDADES-
ESTADO MESOPOTÂMICAS

As identidades dos aldeões na Mesopotâmia, no período de


Hassuna, Samarra e Halaf, como membros de famílias e grupos de
parentesco é acrescida de novas identidades na qualidade de
participantes de esferas de interação regionais e inter-regionais.
Período posterior Ubaid: modifica a esfera de interação e seu
significado
ERIDU
Sistemas de crenças foram formalizados e abrangem ampla região. Alguns
sítios se tornam centros de templos e símbolos de uma comunidade
cultural. Tipos semelhantes de cerâmica e arquitetura dos templos refletem
uma unidade cultural: Eridu.
Desenvolvimento do Sul: terras férteis e fácil acesso à água. Produção de
excedentes. Inter-relação entre nômades e sedentários.
Templo casa de um deus; templos com terras cultiváveis e rebanhos.
Artesãos. Templos são lugares de culto, centros de peregrinação para os
aldeões.
Eridu: se encontrava edifícios pequenos – primeiros templos –
edifícios dedicados exclusivamente ao culto. Saiu do âmbito familiar.
 Cerâmica indica proliferação de assentamentos, que têm no seu
centro o templo.
Cultura de Urbanização
 Começo da produção em série -> artesão com dedicação plena.
 
MAPA COM LOCALIZAÇÃO
DE ERIDU
ESPECIALIZAÇÃO DO
TRABALHO
Agências políticas que dirigem e coordenam as atividades
econômicas da sociedade. Agregados mais complexos que a aldeia
neolítica, com a ampliação da produção agrícola, que se desenvolve
na planície mesopotâmia, grupos de migração extensiva e a
introdução do arado de tiro animal. Observa-se uma incipiente
especialização laboral e funcional e conseguinte aparecimento de
funções de coordenação e decisão (sobretudo no templo) e a
progressiva estratificação no seio da comunidade.
MEADOS DO IV MILÊNIO: BAIXA MESOPOTÂMIA ENCABEÇA O
DESENVOLVIMENTO TÉCNICO E ORGANIZATIVO.

  Centro das zonas aldeãs.


 Relações inter-regionais = reflexo nos sistemas de assentamento local.   
 Cidades-templo = polo de atração e guia socioeconômico, político e ideológico.
 Papel do templo: novas formas de religiosidade => sistema de ofertas, caráter
comunitário dos edifícios de culto, existência de mais de um templo na cidade.
Aparecimento de “personalidades” divinas.
Relação entre comunidades locais e “personalidades” divinas conta com a mediação de
uma classe emergente de sacerdotes, que organizam tal intermediação e as honras e
obrigações de uma direção coordenada dos comportamentos políticos e econômicos do
corpo social em seu conjunto.
A REVOLUÇÃO URBANA
O PERÍODO INICIAL DO BRONZE

 A especialização laboral, as “grandes organizações”.


IV Milênio:
Lento desenvolvimento da colonização agrícola.
Técnicos artesanais.                                                                                 
Comércio de longa distância.
Centros cerimoniais.
Baixa Mesopotâmia
 Centro urbano de Uruk (Uruk antigo - 3.500 – 3.200, Uruk recente _ 3.200 – 3.000).
ASPECTO
REVOLUCIONÁRIO
- Longo processo, premissas longínquas.
- aspecto revolucionário = devido às mudanças produtivas. Rápida aceleração, um salto.
Mudanças afetam todos os aspectos da civilização – demográficos, ideológicos, socioeconômicos e
tecnológicos – de formatação radical, que transforma sua estrutura, instaurando organização que será
válida para a idade do bronze.
Fatores fundamentais e derivados interagem entre si = tecnológicos, demográficos e organizativos.
Nova organização da exploração de recursos relaciona-se com a especialização do trabalho e a
concentração urbana.
Premissa fundamental: aumento da produtividade agrícola = assegura às comunidades o excedente de
alimentos necessário para a manutenção de especialistas de tempo integrado, criando um polo
redistributivo central.
Salto demográfico e urbano, porém o mais substancial e organizativo.
ORIGEM DAS CIDADES = ORIGEM DO ESTADO E
ESTRATIFICAÇÃO SOCIOECONÔMICA

Interação complexa dos grupos humanos no interior de cada


comunidade (estratificação social, formação de classe política
dirigente, papel sociopolítico da ideologia) e entre as distintas
comunidades organizadas em escala mais ampla (com suas
estratégias para completar pelo acesso aos recursos naturais e
controle do território).
SALTO ORGANIZATIVO: SEPARAÇÃO
NO PROCESSO PRODUTIVO

Salto organizativo = sistematiza a separação entre produção


primária de alimentos e técnicas especializadas.
Portanto, polarização desta separação, concentrando os
especialistas em população mais urbanas, e a tarefa de produção
de alimentos ficam nas aldeias dispersas.
Relação deixa de ser complementar e passa a ser hierarquizada,
com aldeias – as cidades.
 
Produtores de                                     Excedentes de alimentos    >      Especialistas
Alimentos (cidades)
(aldeias)          <   Produtos especializados e serviços
VANTAGEM DOS
ESPECIALISTAS
Vantagem dos especialistas = dominam técnicas mais avançadas,
prestígio social e cultural. Mais adiantados na cadeia produtiva ->
---- porcentagem privilegiada e influi nas operações estratégicas.
Produtores de alimentos = 80 ou 100% da população.
ESPECIALISTAS: VÉRTICE
DO NÚCLEO URBANO
Vértice do núcleo urbano: escribas, administradores, supervisores, etc.
e cerimoniais (sacerdotes)=> garantem a coesão da comunidade e
organização dos fluxos de trabalho e redistribuição que a atravessam.
Acentua-se a desigualdade: especialistas ao tomar decisões
substituem os chefes de família. O trabalho de cada núcleo familiar é
necessário para todos os núcleos e as decisões estratégicas afetam a
todos, devendo ser aceitas por todos (por convicção ou por coesão).
GRANDES
ORGANIZAÇÕES
Grandes Organizações: templos e palácios são produtos da
sistematização das especializações do trabalho, sua concentração
espacial; Aparecimento de polos de decisão.
Estes complexos organizativos e arquitetônicos distinguem a cidade
da aldeia. Nas cidades estão as grandes organizações, nas aldeias
não.
DIFERENÇA ENTRE TEMPLO E PALÁCIO

Templo = atividades de culto, a “casa do Deus” que acolhe a cidade


periodicamente recebe o culto (festas).
Palácio = residência do chefe humano, o rei com seu círculo de
agregados (família e corte).
AFINIDADES TEMPLOS E PALÁCIO:

- Atividades administrativas.
- Acumula excedentes para redistribuição.
- Domicílio de artesãos, oficinas.
- Rodeados de armazém, (outros prédios).
Complexo formado pelo palácio/templo, edifícios complementares especializados e
moradias de pessoal especializado (clero, administradores, mercadores, artesãos e
guardas)
- Representa todo o “setor público”, preponderante na cidade e assume nas aldeias.
A população se divide em dois grupos ante a “grande organização” (estado).
OS ESPECIALISTAS

- Não tem meios próprios de produção.


- Trabalham os meios do palácio
- São mantidos pelo palácio -> mediante sistema de rações ou mediante designações
de terras.
- São os funcionários mais seletos do estado _ socioeconômico, político e jurídico =>
são servos do rei (ou do Deus).
- Formam parte do estado = mantidos por ele e se beneficiam diretamente do
mecanismo redistributivo.
O RESTO DA POPULAÇÃO

- Famílias de produtores de alimentos.


- “Livre” = detêm seus próprios meios de produção (terras e gado) e
trabalha para seu próprio sustento.
- Tributário do estado = cede seus excedentes de alimento e de trabalho.
- No sistema redistributivo, o que se recebe tem um caráter ideológico
(culto religioso, propaganda política).
- No campo chega a produção especializada e o serviço de defesa = ex:
escavação de canais.
NÚCLEO PALATINO

Especialização do trabalho está muito marcada. Consequência profissional


e eficiência a seu trabalho.
Invenção de procedimentos mais racionais.
Inovação tecnológica = terreno favorável e não custosos (comprador é o
estado).
Fabricação mais repetitiva e homogênea. Prevalece a quantidade sobre a
qualidade; elaboração em série.
Cerâmica = peças menos elaboradas e personalizadas
CONSEQUÊNCIA DA NOVA ORDEM SOCIAL: SOCIEDADE
DE CLASSES

Relação hierarquizada entre mestres e aprendizes, entre


supervisores e trabalhadores.
Posse pessoal de bem, já não familiar. O mérito se sobrepõe à
tradição.
Sociedade de especialistas se converte em uma sociedade de
classes.
A CIDADE E AS ALDEIAS

Baixa Mesopotâmia= A revolução urbana culminou entre 3500 e


3200 a.e.c. devemos perguntar: por que lá e por que em dito período.
1. Existência de excedentes capazes de manter as “grandes
organizações” e seus membros;
2. Produção agrícola atingiu desenvolvimento especial;
3. Dimensão de alguns nichos ecológicos;
4. Rede de comunicações econômicas por via fluvial.
IMPORTÂNCIA HÍDRICA
As ordenações hídricas são estritamente locais, pouco relevantes no aspecto técnico, mas graças a
elas aparecem no interior do território baixo mesopotâmio umas “ilhas” colonizadas, que se conectam
entre si.
Ao mesmo tempo em que se criam canais, a tecnologia agrícola propriamente dita experimenta um
avanço. A própria existência da agricultura de regadio permite obter rendimentos muito maiores e
estáveis.
Regadio, arado de semear, altos rendimentos da cerealicultura asseguram ao grande nicho baixo
mesopotâmio uma quantidade enorme e estável de excedentes alimentares que possibilitou a
manutenção de um grupo de especialistas (não produtores de alimentos) e administradores,
concentrados nas cidades.
Os assentamentos se localizam próximos dos cursos das águas dos rios, para obter vantagens nos
transportes, essencial para a concentração dos excedentes, que afluem do campo para a cidade.
ALDEIAS E CIDADES
Aldeias:
pequenas dimensões;
Atividades agropecuárias;
Cidades:
Atividades de transformação, intercâmbio e serviços;
A dimensão das cidades não depende de terras ao redor, pois sua influência é regional;
Pessoas que desempenham funções urbanas descentralizadas, tanto no setor
artesanal como no administrativo.
CIDADE CAPITAL
A hierarquização e especialização funcional dos assentamentos é o
reflexo exterior da nova organização política, que sai do âmbito da
aldeia e assume uma dimensão regional.
Uma cidade capital = sede do poder político (do palácio, do templo
ou templos urbanos e do núcleo dirigente) e da maior parte das
funções especializadas.
Uma série de centros regionais periféricos, um elevado número de
aldeias tributárias.
ESPAÇOS INTERSTICIAIS
Este conjunto está separado de outros conjuntos regionais por
territórios não colonizados, que permaneceram em estado
pantanoso. Estes espaços intersticiais desempenham uma função
política ao manter as unidades regionais separadas e bem
diferenciadas, e uma função econômica, sobretudo para as
necessidades de pecuária, pesca e recoleção.
CRESCIMENTO POPULACIONAL E
AUMENTO DA PRODUÇÃO DE
ALIMENTOS

A urbanização é acompanhada de um rápido crescimento da


população, estimulado pelo aumento da produção de alimentos.
Mas, este crescimento é diverso e com flutuações. O crescimento de
um centro urbano provoca o despovoamento do campo ao redor.
A preparação do território agrícola mediante escavações de canais
só será eficaz com uma pressão demográfica.
As relações de hierarquia e interdependência alteram a paisagem.
No campo se diversifica o estado jurídico da terra.
ADMINISTRAÇÃO DAS
TERRAS
Na etapa pré-urbana quase todas as terras tem o mesmo estado jurídico:
pertencem às famílias que as cultivam. No âmbito da comunidade da aldeia
existem mecanismos que garantem a propriedade das famílias de tais terras, uma
propriedade inalienável, à margem dos mecanismos de transmissão hereditária.
Também há terras administradas em contato. Umas pelas aldeias, sobretudo
pastos.
Com a urbanização aparecem os estados jurídicos. Parte delas segue sendo
propriedade das famílias “livres”, enquanto que outras pertencem ao templo e ao
palácio.
Estas aumentam, tanto pela colonização quanto por processos de aquisição
GESTÃO DE TERRAS DOS PALÁCIOS/TEMPLOS

Uma parte é explorada diretamente pela organização com mão de


obra servil. São os grandes ranchos (fazendas) públicos.
Outra parte é parcelada e assignada em usufruto aos dependentes
da organização em troca de serviços.
Essas terras do templo e palácio configuravam uma nova paisagem
agrária, provoca a marginalização das aldeias.
PARA O TEMPLO/PALÁCIO OS DIFERENTES TIPOS DE TERRAS SUPÕEM
DIFERENTES MANEIRAS DE ARRECADAR TRIBUTOS

O dízimo das terras da aldeia;


A totalidade do produto das terras exploradas diretamente;
O serviço especializado em troca de terras parceladas;
Entre as distintas terras também se estabelece uma interação econômica.
Nas fazendas dos templos/palácios são feitas as parcelas obrigatórias dos
habitantes das aldeias (corveia), que reduz os custos de gestão da grande
organização.
 
NOS AGLOMERADOS URBANOS ENCONTRAMOS
UMA DIVERSIFICAÇÃO ANÁLOGA QUE OS
DISTINGUE DAS ALDEIAS.

Aldeia: composição homogênea para núcleos familiares.


Cidade: série de habilitações uniformes quanto a tamanho e funções.
As concentrações urbanas = diversificação que as distingue das aldeias.
Cidade: estratificação e diversificação funcional ➡ aspecto urbanístico e
complexo.
Centro: edifícios dos templos e palácios para impressionar a população.
Outros edifícios públicos: armazéns, oficinas palaciais de artesãos.
Habitações: pertencem a núcleos familiares de prestígio social.
DA QUALIDADE À QUANTIDADE

 
As “grandes organizações” dos templos e palácios são enormes aparatos redistributivos.
Excedentes retribuições dos serviços e mercadorias se entrecruzam e deixam para trás as
transferências em nível familiar das aldeias.
Criação de um sistema de pesos e medidas, um sistema de numeração compacto e composto de
valores, e mais um sistema que incluía o trabalho humano, o templo e a terra.
Medidas tradicionais eram difíceis de comparar e variavam de um lugar para o outro.
Integrado em um sistema homogêneo rebuscado que o sistema de manutenção mesopotâmico
(múltiplos de seis e dez, sexagesimal)
Unidades de medida se relacionam com o sistema sexagesimal.
CÁLCULOS PARA DIVISÃO DE RAÇÕES E AJUDAR NA
ADMINISTRAÇÃO

Medidas são custodiadas para administração central estandardizada (padrão)


Palmo: medida artificial torna-se oficial.
Organizações distributivas: cria exemplos modelo
Comparação de valores para que haja intercâmbio e redistribuição. Deve-se comparar
as coisas distribuídas.
Mercadorias, trabalho, tempo, terra. Quando estas entram em um sistema
redistributivo deve-se dar-lhe um valor em relação às demais.
A administração decide o valor das diferentes mercadorias e serviços e se ateve a
este sistema de equivalências quando efetiva os intercâmbios e as divisões.
DUAS OPERAÇÕES COMPLETAM ESTE QUADRO

01) seleção de mercadorias para a função de valor normalizado. Se


memorizam e se fazem operativas às equivalências de todas as
mercadorias com respeito a uma só mercadoria, que se converte na
medida para as demais.
Cevada e prata: mercadorias eleitas como medidas de valor.
02) fixação do sistema de valores ao sistema de numeração.
1 ciclo de prata = 300 litros de cevada ou 12 litros de azeite
TEMPO

O ano solar, o mês lunar e o dia;


Ano: 365 dias, com 12 meses de 30 dias;
Subdivisão do dia por horas e minutos;
Ração diária: 2 litros de cevada (60 litros por mês)
RAÇÃO

60 litros para homens


40 litros pra mulheres
30 litros para crianças
Incluem azeite e lã
CONCLUSÃO

Converte-se uma realidade caracterizada por infinitas variantes


individuais em um mundo compatível e programável,
despersonalizado e racional.
GARANTIA E REGISTROS: O NASCIMENTO DA
ESCRITA

O aparecimento de um sistema de registro escrito é o ápice do processo de


especialização do trabalho e a despersonalização das relações de trabalho e
redistribuitivas.
Permite que a cultura mesopotâmica evolua para formas de organização
pública e econômica que permanecem vedadas a outras culturas.
Primeiro passo: uso de selos como instrumento de garantia. Selos de forma
quadrangular ou redonda com figuras geométricas ou de animais. Seu uso
permite identificar o proprietário do selo, reconhecendo o cunho.
A forma do selo é reimplantada para um cilindro.
SELO CILÍNDRICO
SELOS CILÍNDRICOS
REPRESENTAÇÕES DOS SELOS MUDAM

Cenas de atividades laborais ou símbolos da comunidade


protoestatal: cenas de agricultura e pecuária, trabalho artesanal,
transporte, ofertas aos templos.
Imagens refletem a ideologia da nova sociedade e as grandes
organizações a que pertencem os funcionários portadores destes
selos.
A ESCRITA
AS FÁBRICAS DE ARGILA

Substituição códigos de objetos por um código gráfico é decisiva. É


a origem da escrita.
Em um espaço reduzido se marca inúmeros signos.
Além dos signos numéricos, aparecem símbolos de coisas, tanto
aquelas que já tinham contornos (ovelhas, cevada), como outros
novos de caráter pictográfico (representação simplificada do
objeto).
ESCRITA CUNEIFORME
ESCRITA E ESCRIBAS
Em seguida, passa-se a representar o signo pictográfico para representar uma palavra que
seja mais ou menos igual. “Flecha”, por exemplo, indica o mesmo fonema para a palavra
“vida” (ti).
Necessidades administrativas: gêneros, quantidades, pessoas, tipo de operações.
Escriba: funcionário mais especializado.
Escolas de escribas são criadas.
Se passa da riqueza caótica das relações pessoais e conhecimentos individuais à rígida
catalogação de um saber destinado a manter a coesão da comunidade protoestatal.
Lista de aves e plantas servem para fechar um mundo infinito e convertê-lo em algo
convencional, transmitindo-lhes aos alunos.
POLÍTICA E IDEOLOGIA DAS FORMAÇÕES PROTOESTATAIS
 

Especialização do trabalho leva a uma estratificação


socioeconômica de caráter estrutural, não só circunstancial, mas
funcional e quantitativa.
A estratificação é vertical, porque os distintos grupos ascendem de
forma desigual na divisão dos recursos e na tomada de decisões.
É horizontal: grupos privilegiados se concentram nas cidades.
Grande Organização: Rege a cidade e suas decisões.
REVOLUÇÃO URBANA E
ESTADO
Revolução Urbana: formação do Estado: órgão que controla de forma estável
em território e organiza a exploração dos recursos para ganhar a
sobrevivência da população.
Estado: caráter desigual, porém organicamente coerente dos grupos
humanos que o formam. Interesses de grupos ou indivíduos se submetem
aos interesses coletivos, que se procura com a diversificação das funções,
as contribuições de cada qual e a restrição que corresponde a cada qual.
Organismo baseado na desigualdade. Convencer que é boa para o
desenvolvimento do conjunto, que exploração beneficia explorados.
NÚCLEO DIRIGENTE
Núcleo dirigente: responsável pela tomada de decisões e ideologia político-
religiosa que garante estabilidade e coesão da pirâmide das desigualdades.
Duas fases: operativo e ideológico.
Operativo: burocracia, escribas, organização econômica da cidade-Estado,
estabelece, garante e registra a entrada de excedentes e a redistribuição do
excedente aos trabalhadores especializados. Realiza e projeta datas e faz o
intercâmbio comercial com regiões longínquas.
Ideológico: clero, culto diário, público e reservado. Ofertas para cultos paralelo
à centralização e redistribuição
ESTADO
Comunidade: cede parte do excedente para o clero e a burocracia em troca de
serviços organizativos e de decisões, para que se sintam acima da maioria da
população.
Panteão: pluralidade de templos, hierarquizados.
Exercício da força para fins defensivos e de coesão interna.
Defender riquezas e técnicas da cidade contra outras cidades e povos nômades.
Formação do exército, com dois níveis distintos, é e expressão do exercício
estatal da força.
PAPEL DO REI
O rei gerencia a ceia, o culto (protagonista das cerimônias) e é o
garantidor da boa marcha das relações entre o mundo divino e a
comunidade humana.
Defesa da cidade e do povo.
COESÃO DA
COMUNIDADE
Coesão da comunidade se estrutura pela autoidentificação com o
deus e por oposição de forças exteriores. O primeiro estímulo serve
para manter a unidade de comunidade ante os embates da
desigualdade da terra. O segundo estímulo serve para mostrar a
comunidade unida frente aos ataques exteriores (hostis e
bárbaros). Atacar porque a periferia existe em função do centro.

Você também pode gostar