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Disfonias Funcionais
Disfonias Funcionais
Renata Azevedo
Profa. Adjunto do Departamento de Fonoaudiologia da UNIFESP - SP
Alterações do comportamento vocal são a base de
seu desenvolvimento
Uso da voz - principal fator causal
Avaliação perceptivo-auditiva
◦ Subjetiva
◦ Sujeita a erros
Visão
Tato
Olfato
◦ Comportamental
Resposta rápida
Frente à modificação de novos ajustes
Falta de conhecimento vocal
◦ Eventualmente, sem problemas
◦ Ajustes por longo períodos
Causam disfonias
Modelo vocal deficiente
◦ Ocorre a qualquer momento da vida
◦ Em crianças – por modelos
Reforçado pela mídia e sociedade
◦ 35% das crianças comerciais – disfônicas
Ininteligíveis / distúrbios articulatórios
◦ indiferenciadas ou
◦ diferenciadas
◦ 87 casos
◦ Durante tratamento: confirmação ou não do diagnóstico
Resultados:
◦ 1ª avaliação: 31% de falsos negativos / 2,3% de falsos
positivos
◦ Dos falsos negativos: 74% com diagnóstico correto somente
na cirurgia após remoção de lesão associada
◦ Diagnóstico correto somente em 1/3 dos casos
Depressão na prega vocal, paralela à borda livre
QV pode variar de
◦ Assintomático a disfonia severa
Grau de invaginação
◦ Sulco oculto
◦ Sulco estria
◦ Sulco bolsa
Difícil identificação, presença inferida sob estrobo
Diminuição da mobilidade da mucosa
◦ equilíbrio fonatório
Crises disfônicas:
◦ Terapia medicamentosa
◦ Desencadeadas por:
Uso de voz; estresse; refluxo; alergias
Voz permanece instável: cirurgia + fono
Atenção: cuidado com a MUDA VOCAL
◦ drenagem de conteúdo
◦ mudanças significativas na imagem da laringe
Tratamento: fonoterapia
◦ Insucesso: cirurgia
Não faz parte das AEMC
Cisto de retenção de mucosa
Drenagem obstruída
Imagem amarelada típica
Raro – glândulas migraram (prega vestibular)
fonoterapia
Membrana mucosa na comissura anterior das
pregas vocais
Localização subglótica ou glótica
Impacto vocal depende
região do desarranjo
A. Por Incoordenação
B. Por Alterações Miodinâmicas
A. Por Incoordenação
◦ Incoordenação pneumofônica
◦ Incoordenação fonodeglutitória
Avaliação subjetiva
Fechamento glótico normal = coaptação completa
Fendas glóticas: imagem geométrica + consistente
Tamanho da fenda depende de:
◦ Freqüência e intensidade
◦ Vogal emitida
◦ Tipo de exame (tele ou nasofibroscopia)
◦ Fusiforme
◦ Dupla
◦ Irregular
Fenda triangular posterior
Fenda triangular médio-posterior
fenda triangular ântero-posterior
Fenda triangular posterior
◦ Padrão feminino e infantil:
Aritenóideas + laterais e cricóidea arredondada
◦ Hipotonia do feixe transversos do “A” ?
◦ Sem impacto na voz
◦ Leve aumento do fluxo aéreo
◦ TMF podem estar reduzidos
Fenda triangular posterior
◦ Padrão anatômico não associado a nenhuma alteração
laríngea
Observada em 30 a 80% de indivíduos normais
Maiores na telelaringoscopia do que na
nasolaringoscopia
Fenda triangular médio-posterior
◦ Hipercinesia laríngea
◦ Contração excessiva dos músculos CAP
◦ Fadiga vocal e IPF
◦ Voz normal ou alterada
Voz soprosa ou rouco-soprosa
TMF reduzidos
AV bruscos
Fenda triangular médio-posterior
◦ STME
Predisposição a lesões - nódulos
Causa comportamental
superior
É sempre negativa quando associada à constrição
mediana
Grau da constrição é determinado visualmente pela
área coberta pelas aritenóideas e epiglote
◦ Discreta: em até 25%
◦ Moderada: de 25 a 50%
◦ Severa: de 50 a 75%
◦ Extrema: 75% ou mais
Aproximação mediana das paredes laterais do
vestíbulo
◦ Deslocamento das pregas vestibulares
(contralateral)
Grau da constrição é determinado visualmente pela
área encoberta pelas pregas vestibulares
◦ Discreta: encobre o ventrículo laríngeo
◦ Moderada: encobre metade da prega vocal
◦ Severa: deslocamento sobre 3/4 das PPVV
◦ Extrema: pregas vestibulares se apõem
Descrito por Morrinson, Rammage, Belisle, Pullan &
Nichol, 1983.
◦ Instalação lenta
◦ Progressiva
◦ Variação da voz relacionada a pressão emocional
◦ Atingem profissionais e não-profissionais da voz
Qualidade vocal
◦ Tensa e comprimida; rouquidão
◦ Ataque vocal brusco
◦ Ressonância de foco baixo
Primária
◦ Sem presença de alterações estruturais da laringe
◦ Comportamentos alterados – fenda triangular médio
posterior
Secundária
◦ Com reação tecidual
◦ Muitos sinais e sintomas de alteração do comportamento
vocal
Ambos: enorme desconforto com massagem laríngea
e presença de mudança de voz pós técnica
terapêutica
Compressão mediana de Excursão de mandíbula
ppvv e vestibulares reduzida
Constrição anteroposterior Articulação horizontal
Laringe alta
Pouca abertura vertical na
fonação
Ataque vocal brusco Hiperextensão de cabeça
Ombros elevados Tensão em musculatura de
Pescoço alargado face
Tensão de musculatura Respiração curta e
supra hióidea ineficiente
Travamento articulatório Uso de ar de reserva
Sexo feminino - 34 anos
Queixa :
“Minha voz está muito ruim, parece rouca”.
Início: há 1 ano
Há 1 ano: gripe seguida de disfonia
Procurou um ORL: “fenda”
Conduta - fonoterapia
◦ 7 meses
◦ Exercícios de relaxamento e técnicas de empuxo (!)
Não houve melhora
Encaminhada para avaliação psicológica :
◦ Descartou qualquer problema de origem psicológica
Dor cervical e pigarro constante
Tosse principalmente à fonação
Rouquidão e cansaço vocal
Esforço à fonação
Ardor na região da garganta
Voz
Voz bitonal / tensa / Soprosa – grau 3
◦ Sonoridade intermitente
◦ Ataque vocal aspirado
◦ Pitch agudo +++
◦ Tensão fonatória
E ainda
◦ Loudness reduzida
◦ Modulação reduzida
◦ TMF reduzidos
◦ IPFA
◦ Fadiga vocal evidente
Submetida a 6 sessões de terapia
◦ 2 vezes por semana:
◦ Reduzir a tensão fonatória
◦ Promover um melhor ajuste motor para a produção vocal
/b/ prolongado – negativo
Sons nasais com variação de freqüência –
negativo
Vocal fry - positivo
Pré Pós
Pós
Identificação
Sexo feminino, 52 anos
São Luís do Maranhão
Aposentada – Invalidez
Queixa Vocal
meses
Junho/02 – Microcirurgia de laringe / Piora da
qualidade vocal
Fonoterapia – Pouca melhora
Atualmente
Flutuação da voz ao longo do dia
Momentos de afonia
Esforço para falar
Sente muita dor na região da cintura escapular
Análise Perceptivo-Auditiva – 08.10.04
2 padrões de emissão
◦ Voz sussurrada
◦ Voz soprosa, tensa
Pitch agudo ++
Loudness fraca
Ressonância laringo-faríngea
Espectrografia
Vogais Sustentadas
• F0 306 Hz
• Ruído entre os harmônicos
• Irregularidade no traçado
Fala Encadeada
• Ruído
• F0 Alta
• Poucos harmônicos
Contagem de Números
Laringoscopia
Paquidermia laríngea
FFA
Zona silente 2/3 anterior PVE
Constrição mediana e ântero-posterior
H.D.: Síndrome de tensão musculoesquética
Conduta: Terapia de voz
Submetida a 3 sessões de fonoterapia
Reduzir a tensão fonatória
Padrão vocal confortável
Aumentar a estabilidade vocal
Técnicas Vocais
/b/ prolongado
Sobrearticulação
Som nasal
◦ Escala descendente ++
Pré-Terapia F0 306Hz
Pós-Terapia F0 242Hz
♫
A
Voz
Hu
man
a...
Renata Azevedo 152
♫
A
Voz
Hu
man
a...
Renata Azevedo 153
Quadros muito interessantes
Aumento da incidência / diagnóstico
Evolução rápida
Vozes variadas
Diagnóstico diferencial fundamental:
◦ Grupos ajustados
◦ Sem desvio de personalidade
Aronson (1965)
◦ Abordagens terapêuticas diversas:
Fonoterapia
Psicoterapia
Fonoterapia e psicoterapia
◦ Comparação dos resultados obtidos
Aronson,Peterson, Litin (1966)
◦ sexo feminino, egocêntrico, dependente, manipulador,
histriônico, labilidade emocional e superficial
Surge a partir da dificuldade em lidar com um
conflito
Sem homeostase efetiva: gera mais tensão
Necessidade de válvula de escape
Processo INCONSCIENTE!!
“Transmutação de energia quase-
mágica, na substituição de um
problema pessoal por um estado
corporal alterado, numa defesa
contra a ansiedade”
Atinge mais a populaçãofeminina (95%)
Literatura indica:
◦ Infantil e imaturo
Terminologia “disfonia histérica”
◦ Termo estigmatizante e inadequado
◦ Origem:
◦ Útero errante desejo de filho
bloqueio de vias áereas superiores
PLATÃO
patologia FEMININA
◦ O que não é verdade
◦ Não é exclusivamente feminina
Fonoterapia
◦ Remoção sintomática com melhora da qualidade vocal
Não encaminhar para psicologia como primeira
opção
Importante: mostrar habilidade fonatória
◦ Média de 5 sessões
◦ Seguidas por acompanhamento mensal por três meses
Resgate do conflito vivido:
◦ Após retorno de QV
◦ Nem sempre ocorre
◦ Neste momento: encaminhamento para psicoavaliação
Medicina utiliza de remoção sintomática como
procedimento terapêutico há séculos
◦ Aspirina, massagem, soluços crônicos, blefarospamos, etc.
SPIRGEL, 1967
Atenção:
◦ Se houver migração de sinais e sintomas e recidivas constantes da
piora da QV, encaminhamento para psiquiatria e/ou psicologia é
fundamental
Síndrome do Barão de Munchausen
Síndrome de Tensão músculo-esquelética
Simuladores
Quadros neurológicos
Afonia de conversão
◦ Fala articulada Mais comuns
◦ Fonação sussurrada
◦ Física e emocional
Literatura: causa comum medo de assumir
responsabilidades
Outras causas:
◦ Interesses profissionais
Ex.: manter voz de cantor
◦ Deficiência auditiva
◦ Muda precoce
◦ Anomalias e assimetrias
◦ ...
Importante !!!
◦ Diagnóstico diferencial
◦ Exame ORL
◦ Descartar causas hormonais
◦ Exame detalhado e completo
◦ Definir o tipo
Persiste por mais de seis meses
Pode gerar fadiga vocal e laringites
QV:
◦ Voz aguda
◦ Fadiga vocal
Pouco valorizada na literatura
QV:
◦ Muito grave
◦ Modulação restrita
◦ Laringe baixa
◦ STME
Fadiga vocal: importante sintoma
Em geral orgânica de base
◦ Acompanhada de amadurecimento sexual precoce
QV:
◦ F grave para idade
Constrangimento e vergonha
Quando inicia depois dos 15 anos
◦ Causa orgânica ou funcional
QV:
◦ Freqüência aguda
◦ Voz incompatível com a idade
Freqüência muito aguda em falsete
Laringe alta descartar D. A.
QV:
◦ Terapia vocal
Resposta deve ser efetiva e rápida
Terapia deve desativar ajuste infantil
Escolha dos exercícios
lento
Encaminhamento pode ser importante
Mulheres menos evidente
Disfonias em casos de muda podem ser
◦ Relaxar
◦ Aumentar mobilidade
◦ Melhorar precisão
◦ Ganhar agilidade e resistência
◦ Aprimorar controle de mecanismos integrados para a
fonação