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MACABEUS
CATEQUESE 18
TENDA 2 – SANTO ANTÔNIO
"Vendo as abominações praticadas em Judá e em Jerusalém, exclamou:
“Ai de mim!
Por que nasci eu, para ver a ruína do meu povo e da cidade santa,
e ficar sem fazer nada, enquanto ela é entregue ao poder de seus inimigos
• O autor do 1º livro tinha uma visão mais política e escreveu a história para familiarizar os leitores
com os eventos da época.
• Já o autor do 2º livro tem um enfoque mais religioso, embora os dois não se separem. Ele escreve
a história com vista à instrução e edificação. Para ele a história é um pano de fundo para a
apresentação dos costumes e das crenças religiosas do judaísmo daquela época.
• Fala da importância do Templo, das festas, da oração, da providência divina, da misericórdia com
o pecador, da crença em outra vida após a morte e da ressurreição dos corpos.
• O autor faz a releitura por dentro do movimento revolucionário, cuja eficácia está na força de Deus presente
na ação do povo.
• Nesta visão de fé, nem mesmo a morte se apresenta como derrota. Pelo contrário, o testemunho dos mártires
mostra que não há limites para a luta.
• Um dos objetivos do autor é exortar o povo a fidelidade à Lei, mostrando-lhes que Deus ainda está consciente
de sua aliança, e que Ele não os abandonará.
• O autor conta uma história para mostrar que a luta em defesa do povo se fundamenta na fé, que confia no
auxílio divino. Assim a resistência contra o inimigo implica fé e ação, rezar com o coração e lutar com as
mãos.
• É nesse livro que a Igreja se baseia para dar sentido às orações pelos mortos. (Mc 7, 9-29; 12, 39-45)
O livro inicia com duas cartas dos judeus de Jerusalém para os judeus da diáspora,
que moram em Alexandria (Egito). As duas cartas têm o objetivo de convidar a
comunidade da diáspora a celebrar a Festa das Tendas, ou seja, a Festa da Dedicação
do templo, também chamada Hanucá, promovida por Judas Macabeu.
O episódio de Heliodoro, que quer se apoderar das riquezas do templo, é um alerta
aos profanadores do santuário, onde existe uma força divina que ninguém pode
controlar. O que mora no céu “fere e mata quem se aproxima do templo com más
intenções”. O relato lendário procura mostrar a proteção divina sobre o santuário.
Segunda: Fidelidade e martírio
Os acontecimentos narrados nesses capítulos deram-se durante a atuação do rei Antíoco
Epífanes (175-163 AC), um dos mais duros e arbitrários generais selêucidas contra os judeus.
Esta parte trata da festa instituída para comemorar a purificação do templo profanado e
proteger da violência quem não quer abandonar a lei mosaica. Temos a entrada em cena da
ação de Judas Macabeu, personagem central do livro. O autor não menciona o pai nem os
irmãos de Judas. Sua intenção é apresentar Judas como instrumento divino para defesa do
povo e para a purificação do templo.
Antíoco Epífanes impõe forte opressão contra os judeus, obrigando-os a abandonar as “leis
dos antepassados” e as “leis de Deus”. A seguir profana o templo de Jerusalém, ao dedicá-lo a
outras divindades. Diante da resistência de muitos judeus a essas imposições, começa uma
perseguição ferrenha. O drama que se abateu sobre os judeus chega ao auge nos relatos dos
mártires: torturados, queimados vivos, mortos. O caso mais conhecido é o da mãe com seus
sete filhos. Aparece pela primeira vez e com clareza a crença na ressurreição, que sustenta a
resistência.
Os sete irmãos e sua mãe (2Mc 7, 1-42)
"2.Um dentre eles tomou a palavra e falou assim em nome de todos: “Que nos pretendes perguntar e
saber de nós? Estamos prontos a morrer, antes de violar as leis de nossos pais”."
"3.O rei, fora de si, ordenou que aquecessem até a brasa assadeiras e caldeirões. 4.Logo que ficaram em
brasa ordenou que cortassem a língua do que falara por todos e, depois, que lhe arrancassem a pele da
cabeça e lhe cortassem também as extremidades, tudo isso à vista de seus irmãos e de sua mãe. 5.Em
seguida, mandou conduzi-lo ao fogo inerte e mal respirando, para assá-lo. Enquanto o vapor da assadeira
se espalhava em profusão, os outros, com sua mãe, exortavam-se mutuamente a morrer com coragem."
"6.“O Senhor nos vê – diziam – e certamente terá compaixão de nós, como o diz claramente Moisés no
seu cântico de admoestações: Ele terá compaixão de seus servos.” 7.Desse modo, morto o primeiro,
conduziram o segundo ao suplício. Arrancaram-lhe a pele da cabeça com os cabelos e perguntaram-lhe:
“Comerás carne de porco, ou preferes que teu corpo seja torturado membro por membro?”. 8.Ele
respondeu: “Não” – no idioma de seu país. Por isso, padeceu os mesmos tormentos do primeiro.
9.Estando prestes a dar o último suspiro, disse: “Maldito, tu nos arrebatas a vida presente, mas o Rei do
universo nos ressuscitará para uma vida eterna, pois morremos por fidelidade às suas leis”. 10.Após este,
torturaram o terceiro. Reclamada a língua, ele a apresentou logo, e estendeu as mãos corajosamente.
11.Declarou com nobreza: “Do céu recebi estes membros, mas eu os desprezo por amor às suas leis,
e dele espero recebê-los um dia de novo”. 12.O próprio rei e os que o acompanhavam ficaram
admirados com o heroísmo desse jovem, que reputava por nada os sofrimentos.“ "16.Encarando o
rei, lhe disse: “Ainda que mortal, tens poder sobre os homens, e fazes o que queres. Não penses,
todavia, que nosso povo esteja abandonado por Deus! 17.Espera, verás quão grande é a sua
potência e como ele te castigará a ti e à tua raça”. "19.Mas não creias tu que ficarás impune, após
haveres ousado combater contra Deus”. 20.Particularmente admirável e digna de elogios foi a mãe
que viu perecer seus sete filhos no espaço de um só dia e o suportou com heroísmo, porque sua
esperança repousava no Senhor. 21.Ela exortava a cada um no seu idioma materno e, cheia de nobres
sentimentos, com uma coragem varonil, realçava seu temperamento de mulher. 22.“Ignoro – dizia-
lhes ela – como crescestes em meu seio, porque não fui eu que vos dei o espírito e a vida, não fui eu
que ajuntei os vossos membros. 23.Mas o Criador do mundo, que formou o homem na sua origem e
deu existência a todas as coisas, vos restituirá, em sua misericórdia, tanto o espírito como a vida, se
agora fizerdes pouco caso de vós mesmos por amor às suas leis.”
24.Receando, todavia, o desprezo e temendo o insulto, Antíoco solicitou em termos insistentes o mais
jovem, que ainda restava, prometendo-lhe com juramento torná-lo rico e feliz, se abandonasse as
tradições de seus antepassados, tratá-lo como amigo e confiar-lhe cargos." "25.Como o jovem não lhe
prestava nenhuma atenção, o rei mandou que a mãe se aproximasse e o exortasse com seus conselhos,
para que o adolescente salvasse sua vida. 26.Como ele insistiu por muito tempo, ela consentiu em
persuadir o filho. 27.Inclinou-se sobre ele e, zombando do cruel tirano, disse-lhe na língua materna:
“Meu filho, compadece-te de tua mãe, que te trouxe nove meses no seio, que te amamentou durante
três anos, que te nutriu, te conduziu e te educou até esta idade. 28.Eu te suplico, meu filho, contempla
o céu e a terra. Reflete bem: tudo o que vês, Deus criou do nada, assim como todos os homens.
29.Não temas, pois, este algoz, mas sê digno de teus irmãos e aceita a morte, para que no dia da
misericórdia eu te encontre no meio deles”. 30.Logo que ela acabou de falar, o jovem disse: “Que
estais a esperar? Não atenderei às ordens do rei. Obedeço àquele que deu a Lei a nossos pais, por
intermédio de Moisés. 31.Mas tu, que és o inventor dessa perseguição contra os judeus, não escaparás
à mão de Deus. 32.Quanto a nós é por causa de nossos pecados que sofremos 33.e se, para nos punir e
corrigir, o Deus vivo e Senhor nosso se irou por pouco tempo contra nós, ele há de se reconciliar de
novo com seus servos. 34.Ímpio, não te exaltes sem razão, embalando-te em vãs esperanças, enquanto
levantas a mão sobre os servos do céu. 35.Tu ainda não escapaste ao julgamento do Deus Todo-
poderoso que tudo vê!
36.Enquanto meus irmãos participam agora da vida eterna, em
virtude do sinal da Aliança, após terem padecido um instante,
tu sofrerás o justo castigo de teu orgulho, pelo julgamento de
Deus.