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Lição 3

As raízes da inquietação
Verso para memorizar
“Onde há inveja e rivalidade, aí há confusão e toda espécie
de coisas ruins” (Tg 3:16).
O álamo tremedor é uma bela árvore, podendo atingir
cerca de 15 a 30 metros de altura. Ele floresce em climas
frios, com verões frescos. Sua madeira é utilizada em
móveis e na fabricação de fósforos e papel. Cervídeos e
outros animais geralmente se alimentam de álamos
tremedores jovens durante invernos rigorosos, pois a
casca dessa árvore contém muitos nutrientes. O álamo
tremedor precisa de muito sol e cresce durante todo
otempo – mesmo no inverno, o que o torna uma
importante fonte de alimento para diferentes animais
nessa estação.
No entanto, o álamo tremedor é mais famoso
por ter um dos maiores sistemas de raízes do
mundo vegetal. Suas raízes se espalham por
rebentos subterrâneos e formam uma colônia
que pode se espalhar de forma relativamente
rápida, cobrindo grandes áreas. Um álamo
tremedor pode viver até 150 anos, mas o
organismo maior abaixo do solo pode viver por
milhares de anos.

Nesta semana, estudaremos as raízes da


inquietação. Muitas coisas nos impedem de
encontrar descanso em Jesus. Algumas são
óbvias e não requerem muita atenção. Outras
são menos evidentes e, como acontece com o
enorme organismo do álamo tremedor, invisível
sob o solo, nem sempre temos consciência das
atitudes e ações que nos separam do Salvador.
Temas da Semana
1. Jesus traz divisão
2. Egoísmo
3. Ambição
4. Hipocrisia
5. Eliminando a inquietação
Jesus traz divisão
Pouquíssimas pessoas gostam de
conflitos. Ansiamos por harmonia e
paz. Até ministramos seminários
sobre pacificação e resolução de
conflitos em nossas igrejas e
instituições.
PERGUNTA PARA A UNIDADE

Jesus disse que não veio trazer paz, mas espada. O que
isso significa, considerando que Jesus é o “Príncipe da
Paz” (Is 9:6)? Mt 10:34-39
A declaração de Jesus em Mateus 10:34-39 é chocante. O Salvador, que veio
como um Bebê indefeso, não na condição de rei, e que pregava amor ao
próximo e aos inimigos, disse a Seus seguidores que Ele traria divisão e conflitos.
Seus discípulos e Seu público podem ter se perguntado, como nós também
fazemos: “Como assim?”
Mateus 10:35-39 de fato trata de obediência e lealdade. Ao citar Miqueias 7:6,
Jesus desafiou Seu público a fazer escolhas para a eternidade. O filho devia amar
e honrar seus pais. Essa era uma exigência da lei que Moisés tinha recebido no
monte. Era parte do modo de operação exigido por Deus. Contudo, se esse amor
superasse o compromisso do ouvinte com Jesus, seria necessária uma decisão
difícil. Um pai e uma mãe deviam amar e cuidar de seus filhos. No entanto, se
esse amor superasse o compromisso dos pais com Jesus, também exigiria uma
decisão difícil. Jesus nos lembra de que as coisas mais importantes devem vir
primeiro.
Cristo expressou essa escolha ao formular três frases, e em cada uma utilizou o
termo “digno”. A dignidade não se fundamenta em elevados padrões morais
nem mesmo em vencer o pecado. A dignidade ou merecimento tem por base
nosso relacionamento com Jesus. Somos dignos quando O escolhemos acima de
todas as coisas – inclusive mãe, pai ou filhos. Escolhemos o sofrimento da cruz e
seguimos Jesus.

“Não tenho maior desejo do que ver nossa juventude imbuída do espírito da
religião pura que a levará a tomar a cruz e seguir a Cristo. Prossigam, jovens
discípulos de Jesus, controlados pelo princípio, envolvidos nas vestes de pureza
e de justiça. Seu Salvador os conduzirá à posição mais bem preparada aos seus
talentos e onde possam servir melhor” (Ellen G. White, Testemunhos Para a
Igreja, v. 5, p. 87).
Egoísmo
Como no caso do álamo tremedor e de seu sistema subterrâneo mais amplo, o
egoísmo é parte do sistema subterrâneo chamado “pecado”, que nos impede
de encontrar o descanso em Jesus. De todas as expressões do pecado em nossa
vida, o egoísmo parece ser a mais fácil de se manifestar, não é mesmo? Para a
maioria das pessoas, o egoísmo é tão natural quanto respirar.
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Leia Lucas 12:13-21. Identifique o problema destacado na parábola. Planejar


o futuro é egoísmo e desprezo pelo reino de Deus? Caso não seja, contra o
que Jesus advertiu?
A parábola do rico insensato aparece somente em Lucas e foi contada em
resposta a uma pergunta anônima do público. Questionado a respeito de uma
herança, Jesus rejeitou o papel de árbitro entre dois irmãos. Em vez disso, Ele
apontou o problema fundamental maior, o egoísmo. Cristo foi fundo na questão
a fim de mostrar a raiz das nossas ações individuais.
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Pense nas expressões de egoísmo em sua vida. Como o egoísmo afeta nosso
relacionamento com Deus, com nosso cônjuge e família, com a igreja,
vizinhos e colegas de trabalho? Qual é o segredo encontrado em Filipenses
2:5-8?
Ao se concentrar apenas em suas próprias necessidades e ambições, o homem
rico da parábola de Jesus se esqueceu de levar em consideração as realidades
celestiais invisíveis. Ser maior, melhor e ter mais não refletem os princípios
fundamentais do reino de Deus. Paulo nos apresentou um vislumbre do que
motivou Jesus ao decidir Se tornar nosso Substituto.

O texto de Filipenses 2:5-8 descreve o modelo de altruísmo, humildade e


amor. Se o amor a Deus e aos outros não impulsionar e guiar nossas escolhas
e prioridades, continuaremos construindo mais celeiros para nós aqui e
colocando menos tesouros no Céu (Mt 6:20).
Ambição
Estudar a última semana do ministério de Jesus antes de
Sua morte é uma fonte de inspiração. Vemos ali que a
inquietação e a ambição levam as pessoas a fazer e dizer
coisas imprudentes.
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Leia Lucas 22:14-30. O que Jesus sentiu ao ouvir os discípulos discutindo


naquela solene refeição sobre quem deveria ser considerado o maior (Lc
22:24)? Por que os discípulos perderam o foco daquela ocasião e se
concentraram na grandeza humana?
Raramente discutimos sobre quem é o melhor na igreja, família ou local de trabalho.
Podemos até pensar muito sobre isso, mas quem, de fato, fala abertamente sobre esse
assunto?

Aquela não havia sido a primeira vez que essa questão tinha sido levantada na
comunidade de seguidores de Jesus. Mateus 18:1 relata que os discípulos trouxeram essa
pergunta a Jesus e a formularam de maneira mais abstrata: “Quem é o maior no Reino
dos Céus?” A resposta de Cristo envolveu uma lição prática. Depois de chamar uma
criança, Ele a colocou no centro do grupo. As pessoas arregalaram os olhos e levantaram
as sobrancelhas. A ação de Jesus exigia uma explicação, e em Mateus 18:3 o Mestre
também ofereceu esta explicação: “Em verdade lhes digo: se vocês não se converterem e
não se tornarem como crianças, de maneira nenhuma entrarão no Reino dos Céus”.
A conversão é fundamental para encontrarmos o descanso em Cristo. Precisamos de
ajuda externa. De repente, percebemos que não podemos depender de nós mesmos, mas
precisamos confiar em Jesus. Vivenciamos uma transformação de nossos valores e
ambições. Jesus disse: “Confiem em Mim e dependam de Mim como esta criança. A
verdadeira grandeza é abrir mão de seus direitos e abraçar os valores do reino.”

Os discípulos ainda não tinham aprendido essa lição quando Jesus realizou a última ceia.
Suas disputas e rivalidades arruinaram um momento de comunhão que jamais se
repetiria.

Isso aconteceu depois que os discípulos estiveram com Jesus durante anos, ministrando
com Ele e aprendendo aos Seus pés. Que triste exemplo de como o coração humano é
corrupto! Contudo, no aspecto positivo, pense na graça do Senhor. Apesar dessa
discussão patética, Jesus não desistiu deles.
Hipocrisia
Um hipócrita é um fingidor, que deseja parecer
ser alguém que não é. O termo é usado sete
vezes em Mateus 23 no discurso em que Jesus
humilhou os escribas e fariseus, a principal
liderança religiosa judaica (Mt 23:13, 14, 15, 23,
25, 27, 29). Nos evangelhos, Jesus ofereceu
graça e perdão aos adúlteros, cobradores de
impostos, prostitutas e assassinos, mas Ele
demonstrou pouca compaixão pelos hipócritas
(Mt 6:2, 5, 16; Mt 7:5; Mt 15:7-9; Mt 22:18).
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Quais são as quatro características principais de um hipócrita? Mt


23:1-13
Jesus associou quatro características aos escribas e fariseus. No âmbito do judaísmo do 1o
século d.C., os fariseus representavam os conservadores religiosos. Eles estavam
interessados na lei escrita e oral e enfatizavam a pureza ritual. No outro âmbito estavam os
saduceus, um grupo de líderes, em sua maioria ricos, frequentemente associados à elite da
classe sacerdotal. Eles eram muito helenizados (falavam grego e estavam familiarizados com
a filosofia grega) e não acreditavam no juízo nem na ressurreição. Poderíamos descrevê-los
como liberais. Ambos os grupos eram culpados de hipocrisia.
De acordo com Jesus, somos hipócritas quando não fazemos o que dizemos, quando
tornamos a religião mais difícil para os outros sem aplicar os mesmos padrões a nós
mesmos, quando queremos que outros aplaudam nosso fervor religioso e quando exigimos
honra e reconhecimento que pertencem apenas ao Pai celestial.

Jesus proferiu palavras severas e diretas, mas Seu envolvimento com aqueles que Ele
chamou de hipócritas foi cheio de amor e preocupação.
“Jesus olhou demoradamente para o templo e, depois, para os ouvintes. No rosto do Filho
de Deus, estava estampada a misericórdia divina. Com uma voz agitada por profunda
angústia de coração e amargas lágrimas, Ele exclamou: ‘Jerusalém, Jerusalém, que matas os
profetas e apedrejas os que te foram enviados! Quantas vezes quis Eu reunir os teus filhos,
como a galinha ajunta os seus pintinhos debaixo das asas, e vós não o quisestes!’” (Mt
23:37; Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 620).
Eliminando a
inquietação
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Leia João 14:1-6. Em meio à nossa inquietação, o que fazer para que nosso
coração tenha descanso? Como vencer a divisão, egoísmo, ambição,
hipocrisia e achar paz?
A vitória sobre a inquietação sempre começa com Jesus. Ele é o caminho, a verdade e a
vida. Ele conhece a direção certa quando vagamos sem rumo pelo deserto deste mundo
saturado pelos meios de comunicação; como Legislador divino, Ele é a verdade
personificada, e Seu Espírito nos guiará em toda a verdade (Jo 16:13). Quando estamos
magoados, cansados, esgotados, enfermos e desanimados, Ele é a vida – e não uma vida
qualquer. Ele nos prometeu vida em abundância (Jo 10:10). Isso inclui o eterno lar e a vida
eterna, mas também envolve uma vida diferente aqui. O Criador pode doar agora em
abundância e de maneira ilimitada.

“Que o coração de vocês não fique angustiado”. Essas palavras são um convite a viver na
expectativa. Quando nos sentimos tristes, Ele pode nos levantar. Ao lutarmos contra o
pecado, Ele é Aquele que não apenas começou, mas concluirá Sua boa obra em nós (Fp
1:6).
Ainda que as coisas fiquem ruins aqui, temos a promessa de Jesus. Ele está
preparando um “lugar” para nós. Nesse lugar a dor, inquietação e sofrimento
serão banidos para sempre. Essa é a esperança que recebemos em Cristo Jesus,
e ela é oferecida a todos nós, independentemente de quem sejamos, da nossa
origem e do nosso pecado.

O segredo, porém, é buscar Deus em nossa fraqueza, em nossa dor, em nosso


quebrantamento e em nosso estado decaído, sabendo que Ele nos aceita
apesar dessas coisas. É disso que se trata a graça. Por isso, devemos crer que a
recebemos, se a buscarmos com fé.
PERGUNTA PARA A UNIDADE
7. Leia Jeremias 3:22. O que Deus nos pede que façamos, e o que Ele fará
em resposta por nós? Assinale a alternativa correta:
A. ( ) Ele pede que o povo volte, e promete curá-lo de suas rebeliões.
B. ( ) Ele pede que o povo fique em Canaã e promete lhe dar a vitória.
“Na vida que se centraliza no eu não pode haver crescimento nem frutificação.
Se vocês aceitaram a Cristo como Salvador pessoal, devem se esquecer de si
mesmos e procurar auxiliar a outros. Falem do amor de Cristo, contem de Sua
bondade. Cumpram todo dever que se lhes apresenta. Levem sobre o coração o
peso da salvação das pessoas, e tentem salvar os perdidos por todos os meios
possíveis. Recebendo o Espírito de Cristo – o espírito do amor abnegado e do
sacrifício por outrem – vocês crescerão e produzirão fruto. As graças do Espírito
amadurecerão em seu caráter. Sua fé aumentará; suas convicções se
aprofundarão, seu amor será mais perfeito. Mais e mais vocês refletirão a
semelhança de Cristo em tudo que é puro, nobre e amável” (Ellen G. White,
Parábolas de Jesus, p. 67, 68).
1. Como vencer o egoísmo? Qual é a nossa
responsabilidade mútua para que isso ocorra?
2. Podemos esperar grandes coisas de Deus sem ser
consumidos pela ambição egoísta?
3. Muitos disfarçam a ambição, a hipocrisia, o egoísmo
e a inveja. Como as raízes do álamo tremedor, essas
características se escondem sob a superfície. De que
modo ocorre a transformação do caráter guiada pelo
Espírito? Podemos vencer a raiz da inquietação e
encontrar o descanso em Jesus?
4. Que proveito a primeira vinda de Cristo teria trazido
se não tivéssemos a esperança da Sua segunda vinda,
visto que os mortos ressuscitarão somente no dia da
volta de Jesus?

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