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Universidade de São Paulo

Escola Politécnica
Departamento de Engenharia Mecânica

Análise Comparativa de Fluxo em


Fístula Arteriovenosa

Aluno: Kleiber Lima de Bessa


Orientador: Prof. Dr. Jayme Pinto Ortiz

São Paulo/2004
1. Introdução
1.1. Fístula Arteriovenosa

Definição
Fístula Arteriovenosa é uma ligação entre uma artéria e uma veia feita por um
cirurgião vascular.
Emprego
A fístula arteriovenosa é empregada como uma forma de acesso vascular na
hemodiálise.

Figura 1. Filtração renal.


1.1. Fístula Arteriovenosa

Figura 2. Processos de filtração renal.

Por que usar a fístula?


Porque, durante a seção de hemodiálise, um elevado fluxo sangüíneo é necessário. Isto é
obtido através da conexão do sistema arterial de elevada pressão com o sistema venoso
de baixa pressão.
Problemas apresentados pela fístula
Infecção devido ao puncionamento; Alteração na estrutura do fluxo sangüíneo; Danos
diretos às células endoteliais; Disfunção endotelial; Hiperplasia miointimal; Obstrução do
lúmem.
1.2. A primeira fístula...

O acesso vascular para hemodiálise de maneira crônica surgiu por volta


de 1960, quando um clínico, um cirurgião e um engenheiro juntaram a artéria
radial e a veia cefálica a um tubo plástico.

Veia
Cefálica

Tubo
Plástico

Artéria
Radial

Figura 3. A primeira forma de acesso vascular.


1.3. A segunda fístula...

Em 1966, uma fístula arteriovenosa entre a artéria radial e a veia


cefálica, de maneira látero-lateral, na região do punho foi realizada.

Fístula Arteriovenosa Fístula Arteriovenosa


término-lateral látero-lateral
(FAVTL) (FAVLL)

Figura 4. A segunda forma de acesso vascular.


1.4. Tipos de fístulas arteriovenosas

(A) (B)
FAVLLM FAVTL

A – artéria
V - veia

Figura 5. (A) Fístula arteriovenosa látero-lateral modificada (FAVLLM); (B)


Fístula arteriovenosa término-lateral (FAVTL).
1.4. Tipos de fístulas arteriovenosas

A
E

E
FAVE
V
A – artéria
V – veia A
E – enxerto

Figura 6. Fístula arteriovenosa com enxerto (FAVE).


1.5. Aterosclerose

Arteriosclerose
Definição: endurecimento das artérias resultando no espessamento e perda da
elasticidade de suas paredes.
Divide-se em três:
Aterosclerose: espessamento e acúmulo de lipídeo na íntima;
Esclerose medial calcificada de Monckeberg: calcificação da média das artérias
musculares;
Arteriolosclerose: espessamento das pequenas artérias e arteríolas.
1.5. Aterosclerose

IDADE EM ANOS

Figura 7. História natural da aterosclerose.


1.5. Aterosclerose

Arteriosclerose

Figura 8. Processos na hipótese de resposta à uma lesão. A, Normal. B, lesão endotelial com
penetração de lipídeos. C, migração de monócitos (da luz) e células de músculo liso (da média)
para a íntima. D, Proliferação de células musculares lisas na íntima. E, Placa bem desenvolvida.
1.5. Aterosclerose

Arteriosclerose

Figura 9. Distribuição da aterosclerose no corpo.


1.6. Hiperplasia Miointimal

Hiperplasia miointimal

Definição: consiste do
aumento exagerado de
célula do músculo liso
vascular na camada
íntima do vaso.

Figura 10. Desenvolvimento da hiperplasia miointimal depois da lesão no vaso. A, artéria normal.
B, Lesão no vaso e ativação das células do músculo liso. C, Migração da células do músculo liso
para a íntima. D, formação da íntima.
1.7. Configuração das células endoteliais sob condição
variada da tensão de cisalhamento.

Figura 11. Configuração da célula endotelial nas regiões de tensão de cisalhamento fisiológica e
baixas tensões de cisalhamento.
2. Objetivo
2.1. Objetivo

Caracterizar o campo de velocidade e o campo de tensão do


escoamento sangüíneo em fístulas arteriovenosas, considerando
as seguintes técnicas cirúrgicas: fístula arteriovenosa término-
lateral, látero-lateral modificada e com enxerto.
3. Metodologia
3.1. Medições in vivo - FAVTL

Figura 12. Locais de medição de vazão na FAVTL no cão. A, artéria. V, veia. T, transdutor
eletromagnético.
3.2. Medições in vivo - FAVLLM

Figura 13. Locais de medição de vazão na FAVLLM no cão. A, artéria. V, veia. T, transdutor
eletromagnético.
3.3. Medições in vivo - FAVE

Q2
Q1

Q4

Q3

Figura 14. Locais de medição de vazão na FAVE no cão.


3.4. Nomenclatura das FAV

Q3
Q3
2


Q1 Q2 Q1 3 Q2
1
Fistula Arteriovenosa término-lateral Fistula Arteriovenosa látero-lateral modificada
Q1 – Fluxo na artéria proximal
Q3
Q2 – Fluxo na artéria distal
Q3 – Fluxo na veia Q4
Q4 – Fluxo no enxerto 4
1 – Diâmetro arterial (da) Q1 3 Q2
2 – Diâmetro na veia (dv) Fistula Arteriovenous com enxerto
3 – Diâmetro de anastomose (dan)
4 – Diâmetro do enxerto (de)
 - Ângulo de anastomose
3.5. Gambit - Malha
2° modelo
Diâmetro Variável
ao longo da veia W1
1° modelo
W1 6 mm
W2
6 mm W2
4 mm 6 mm
4 mm
W3
W3
W1’
6 mm

W2’’ W1’’
W2’

6 mm
4 mm 6 mm
4 mm
W3’ W3’’
Figura 15. Malhas geradas no Gambit. Elementos quadrilaterais e triangulares. Os desenhos
não estão em escala.
3.6. Solver - Fluent

O Fluent é baseado no método dos volumes finitos.


O método dos volumes finitos consiste da integração da equação que rege
o fenômeno em estudo sobre o volume elementar.


n
 u        0
x y
  
   
e n
w P e  
w s  x

 u 
y
 

dxdy

  u |  u |w  dy     |n   |s  dx  0
n e
e
s s w

uy |e  uy |w  x |n  x |s  0

Figura 16. Representação esquemática do método dos volumes finitos.


3.6. Solver - Fluent
Condições de escoamento:
• Viscosidade absoluta do sangue = 4*10-3 kg/ms;
• Bi-dimensional ;
• Permanente;
• Incompressível;
As equações que governam o escoamento:

u  w dV  
  0   p  g   V
2
x y z dt
A determinação do campo de pressões que, quando inserido nas
equações do movimento, origine um campo de velocidades que satisfaça a
equação da conservação da massa foi solucionado utilizando o Método
SIMPLE;
Um refinamento da malha próxima a região de parede foi
realizado com o objetivo de resolver as equações dentro da subcamada
viscosa. A espessura da subcamada viscosa é y+ < 5; o Fluent considera a
espessura da subcamada sendo y+ < 11.225, logo dentro desta subcamada
a equação solucionada é u+ = y+ (Número de Reynolds de atrito).
3.6. Solver - Fluent
Condições de escoamento:
As simulações foram realizadas sob condições fisiológicas (Galego
1998). Os dados foram:
Q1 = 300 ml/min; Q2 = -120 ml/min; Q3 = 420 ml/min (valores médios);
Para o Cão1 (valores medidos na cirurgia):
FAVTL: Q1 = 300 ml/min; Q2 = -20; Q3 = 320 ml/min;
FAVLLM: Q1 = 480 ml/min; Q2 = -110 ml/min; Q3 = 590 ml/min;
FAVE: Q1 = 400 ml/min; Q2 = -250 ml/min; Q3 = 650 ml/min.
Para o Cão5 (valores medidos na cirurgia):
FAVTL: Q1 = 310 ml/min; Q2 = -40 ml/min; Q3 = 350 ml/min;
FAVLLM: Q1 = 280; Q2 = -30 ml/min; Q3 = 310 ml/min;
FAVE: Q1 = 280 ml/min; Q2 = -80 ml/min; Q3 = 360 ml/min.
Para o Cão10 (valores medidos na cirurgia);
FAVTL: Q1 = 560 ml/min; Q2 = 40 ml/min; Q3 = 520 ml/min;
FAVLLM: Q1 = 760 ml/min; Q2 = 30 ml/min; Q3 = 730 ml/min;
FAVE: Q1 = 350 ml/min; Q2 = -250 ml/min; Q3 = 600 ml/min.
4. Resultados
4.1. Contorno da velocidade FAVTL – 1° modelo
15° 30°
Vmax = 2,1 m/s Vmax = 1,42 m/s

45° 75°
Vmax = 1,1 m/s Vmax = 0,82 m/s

Figura 17. Magnitude de velocidade na forma de contorno para FAVTL.


4.2. Contorno da velocidade FAVTL – 2° modelo
15° 30°
Vmax = 1,29 m/s Vmax = 1,10 m/s

45° 75°
Vmax = 0,97 m/s Vmax = 0,76 m/s

Figura 18. Magnitude de velocidade na forma de contorno para FAVTL.


4.3. Contorno da velocidade FAVLLM

15° 30°
0,97 m/s 0,92 m/s

45° 75°
0,90 m/s 0,86 m/s

Figura 19. Magnitude de velocidade na forma de contorno para FAVLLM.


4.4. Contorno da velocidade FAVE

0,73 m/s

Figura 20. Magnitude de velocidade na forma de contorno para FAVE.


4.5. Campo vetorial da velocidade FAVTL – 1° modelo
15° Pontos de Zona de
2.17e+00

30°
1.43e+00

1.95e+00
estagnação 1.29e+00 recirculação
1.74e+00
Zona de 1.15e+00

1.52e+00 recirculação 1.00e+00

1.30e+00 8.60e-01

1.08e+00 7.16e-01

8.68e-01 5.73e-01

6.51e-01 4.30e-01

4.34e-01 2.87e-01

2.17e-01 1.43e-01

2.04e-05 1.55e-06

Velocity Vectors Colored By Velocity Magnitude (m/s) Sep 03, 2003 Velocity Vectors Colored By Velocity Magnitude (m/s) Sep 03, 2003
FLUENT 5.5 (2d, segregated, RSM) FLUENT 5.5 (2d, segregated, RSM)

1.10e+00

Pontos de 9.93e-01

estagnação 8.82e-01 45°


45°
7.72e-01

Zona de
recirculação
6.62e-01

5.51e-01

4.41e-01

3.31e-01

2.21e-01

1.10e-01

1.52e-05

Velocity Vectors Colored By Velocity Magnitude (m/s) Sep 03, 2003


FLUENT 5.5 (2d, segregated, RSM)

Figura 21. Campo de velocidade para FAVTL.


4.6. Campo vetorial da velocidade FAVTL – 2° modelo

Pontos de
estagnção
Zona de Zona de
recirculção recirculção

Zona de
recirculção

Pontos de
estagnção

Figura 22. Magnitude de velocidade na forma de contorno para FAVE.


4.8. Campo vetorial da velocidade FAVLLM
Zona de
9.24e-01
30° Zona de
15° recirculação
9.72e-01

8.75e-01
8.32e-01 recirculação
7.39e-01
7.77e-01

6.47e-01
6.80e-01

5.55e-01
5.83e-01

4.86e-01
Ponto de 4.62e-01

estagnação 3.70e-01 Ponto de


estagnação
3.89e-01

2.92e-01 2.77e-01

1.94e-01 1.85e-01

9.72e-02 9.24e-02

9.76e-08 6.44e-09

Velocity Vectors Colored By Velocity Magnitude (m/s) Sep 03, 2003 Velocity Vectors Colored By Velocity Magnitude (m/s) Sep 03, 2003
FLUENT 5.5 (2d, segregated, RSM) FLUENT 5.5 (2d, segregated, RSM)

9.04e-01

45°
Ponto de
8.14e-01
45°
estagnação 7.23e-01

6.33e-01

Zona de
5.43e-01

recirculação
4.52e-01

3.62e-01

2.71e-01

1.81e-01

9.04e-02

8.43e-06

Velocity Vectors Colored By Velocity Magnitude (m/s) Sep 03, 2003


FLUENT 5.5 (2d, segregated, RSM)

Figura 23. Campo de velocidade para FAVLLM.


4.9. Campo vetorial da velocidade FAVE

Zona de
recirculação

Ponto de
estagnação

Figura 24. Campo de velocidade para FAVE.


4.10. Linhas de trajetória FAVTL – 1° modelo

15° 30°

45° 75°

Figura 25. Linhas de trajetória para FAVTL.


4.11. Linhas de trajetória FAVTL – 2° modelo

15° 30°

45° 75°

Figura 26. Campo de velocidade para FAVE.


4.12. Linhas de trajetória FAVLLM

15° 30°

45° 75°

Figura 27. Linhas de trajetória para FAVLLM.


4.13. Linhas de trajetória FAVE

Figura 28. Linhas de trajetória para FAVE.


4.14. Linhas de trajetória

(a) (b)

(c)

Figura 29. Vazão na artéria distal (Q2) igual a zero. (a) Q2>0; (b) Q2>0; (c)Q2=0; (d) Q2=0
4.15. Vazão variável na artéria distal
Q2 = 0, Q2 =0, Q2=0,
FAVTL FAVLLM FAVE

Q2 = 5 Q2=5
Q2 = 5

Q2 = 10 Q2 = 10 Q2=10

Figura 30. Comparação dos vórtices para as três técnicas cirúrgicas com vazão Q2 variável.
4.15. Vazão variável na artéria distal
Q2 = 15 Q2 = 20 Q2=15

Q2 = 20 Q2 = 20 Q2 = 20

Q2 = 25 Q2 = 25 Q2 = 25

Figura 30. Comparação dos vórtices para as três técnicas cirúrgicas com vazão Q2 variável.
Q2=30 Q2 = 30 Q2=30

Q2=35 Q2 = 35 Q2=35

Q2 = 40 Q2=40
Q2=40

Figura 30. Comparação dos vórtices para as três técnicas cirúrgicas com vazão Q2 variável.
Q2=45 Q2=45 Q2=45

Q2=50 Q2 = 50 Q2=50

Q2=55 Q2 = 55 Q2=55

Figura 30. Comparação dos vórtices para as três técnicas cirúrgicas com vazão Q2 variável.
Q2 = 60 Q2 = 60
Q2=60

Q2=70 Q2=70 Q2=70

Q2=80 Q2=80 Q2=80

Figura 30. Comparação dos vórtices para as três técnicas cirúrgicas com vazão Q2 variável.
Q2=90 Q2=90 Q2=90

Q2=100 Q2 = 100 Q2=100

Q2=120 Q2 = 120 Q2=120

Figura 30. Comparação dos vórtices para as três técnicas cirúrgicas com vazão Q2 variável.
Q2=130 Q2 = 130 Q2 = 130

Q2=140 Q2 = 140 Q2=140

Q2=150 Q2 = 150 Q2=150

Figura 30. Comparação dos vórtices para as três técnicas cirúrgicas com vazão Q2 variável.
Q2=160 Q2 = 160 Q2=16
0

Q2=170 Q2 = 170 Q2=17


0

Q2=180 Q2 = 180 Q2=180

Figura 30. Comparação dos vórtices para as três técnicas cirúrgicas com vazão Q2 variável.
Q2=190 Q2 = 190 Q2=190

Q2=200 Q2 = 200 Q2=200

Q2=210 Q2 = 210 Q2=210

Figura 30. Comparação dos vórtices para as três técnicas cirúrgicas com vazão Q2 variável.
4.16. Tensão de cisalhamento na FAVTL – 1° modelo (parede 1)
parede2 parede2

9.00e+01 3.50e+01

8.00e+01 15° 3.00e+01 45°


7.00e+01

6.00e+01
2.50e+01
45°
2.00e+01
5.00e+01
Wall Wall
Shear 4.00e+01 Shear 1.50e+01
Stress Stress
(pascal) 3.00e+01 (pascal)
1.00e+01
2.00e+01
5.00e+00
1.00e+01

0.00e+00 0.00e+00
0 10 20 30 40 50 60 70 80
2.5 5 7.5 10 12.5 15 17.5 20 22.5 25 27.5

Position (mm) Position (mm)

Wall Shear Stress Sep 03, 2003


Wall Shear Stress Sep 03, 2003 FLUENT 5.5 (2d, segregated, RSM)
FLUENT 5.5 (2d, segregated, RSM)
parede2

FAVTL 1.60e+01

75°
1.40e+01

Ângulo de Anastomose (N/m2) 1.20e+01

75°
1.00e+01

15° 90 Wall 8.00e+00


Shear
Stress
30° 50
6.00e+00
(pascal)
4.00e+00

45° 30 2.00e+00

0.00e+00
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90

60° 22,5 Position (mm)

75° 16 Wall Shear Stress Sep 03, 2003


FLUENT 5.5 (2d, segregated, RSM)

Figura 31. Distribuição da tensão de cisalhamento na FAVTL na parede 2.


4.17. Tensão de cisalhamento na FAVTL – 2° modelo (parede 1)

15° 45°

FAVTL 75°
Ângulo de Anastomose (N/m2)
15° 55
30° 37,5
45° 27,5
60° 20
75° 11

Figura 32. Distribuição da tensão de cisalhamento na FAVTL na parede 2.


4.18. Tensão de cisalhamento na FAVLLM (parede 1’)

15° 45°

FAVLLM
Ângulo de Anastomose (N/m2) 75°
15° 25
30° 22,5
45° 20
60° 15
75° 10

Figura 33. Distribuição da tensão de cisalhamento na FAVLLM na parede 5.


4.19. Tensão de cisalhamento na FAVE (parede 1’’)

parede3

9.00e+00

8.00e+00

7.00e+00

6.00e+00

5.00e+00
Wall
Shear 4.00e+00
Stress
(pascal) 3.00e+00

2.00e+00

1.00e+00

0.00e+00
4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24

Position (mm)

Wall Shear Stress Sep 03, 2003


FLUENT 5.5 (2d, segregated, RSM)

Figura 34. Distribuição da tensão de cisalhamento na FAVE na parede 1’’.


4.20. Tensão de cisalhamento nas FAVTL X FAVLLM X FAVE

Tabela 1. Resultado comparativo de tensão de cisalhamento nas três técnicas cirúrgicas


(parede 1, 1’ e 1’’)
FAVTL FAVTL FAVLLM FAVE
(1° modelo) (2° modelo)
Ângulo de  (N/m2)  (N/m2)  (N/m2)  (N/m2)
Anastomose
15° 90 55 25 9

30° 50 37,5 22,5 -

45° 30 27,5 20 -

60° 22,5 20 15 -

75° 16 11 10 -
4.21. Tensão de cisalhamento na FAVTL – 1° modelo (parede 2)

15° 45°

FAVTL
Ângulo de Anastomose  (N/m2)
75°
15° 25
30° 12
45° 7
60° 6
75° 5

Figura 35. Distribuição da tensão de cisalhamento na FAVTL na parede 2.


4.22. Tensão de cisalhamento na FAVTL – 2° modelo (parede 2)

FAVTL
Ângulo de Anastomose  (N/m2)
15° 3,5
30° 6
45° 4,5
60° 4,5
75° 3,5

Figura 36. Distribuição da tensão de cisalhamento na FAVTL na parede 2.


4.23. Tensão de cisalhamento na FAVLLM (parede 2’)

FAVLLM
Ângulo de  (N/m2)
Anastomose
15° 6
30° 5
45° 5
60° 6
75° 11
Figura 37. Distribuição da tensão de cisalhamento na FAVTL na parede 2’.
4.24. Tensão de cisalhamento nas FAVTL, FAVLLM e FAVE.

Tabela 2. Resultado comparativo de tensão de cisalhamento nas três técnicas cirúrgicas.

FAVTL FAVTL FAVLLM FAVE


1° modelo 2° modelo parede 3’ parede 3’’
Ângulo de  (N/m2)  (N/m2)  (N/m2)  (N/m2)
Anastomose
15° 0,36 0,34 0,51 0,48

30° 0,41 0,37 0,51 -

45° 0,47 0,39 0,52 -

60° 0,5 0,43 0,53 -

75° 0,53 0,43 0,52 -


4.25. Tensão de cisalhamento nos cães específicos.

Tabela 3. Resultado comparativo de tensão de cisalhamento nos cães específicos.


  FAVTL (15°) FAVLLM (15°) FAVE (15°)

  P1 P2 P3 P1’ P2’ P3’ P1’’ P2’’ P3’’


(N/m2) (N/m2) (N/m2) (N/m2) (N/m2) (N/m2) (N/m2) (N/m2) (N/m2)

CÃO1 180 45 2 100 22,5 3,4 16 37,5 0,96

CÃO5 100 22,5 0,43 27 5 0,52 9 20 0,33

CÃO10 160 40 2,3 80 18 2,54 20 70 2,18


4.26. Tensão de cisalhamento X Efeitos biológicos

Magnitude da Tensão de cisalhamento

Veia Normal 0,1 0,6


Artéria Normal 1 7

-0,4 0,4
0,36 0,53 P3 FAVTL e P3’ FAVLLM e P3’’ FAVE
Aterosclerose
0,33 3,4 Cão 01, Cão 05 e Cão 10 – P3, P3’ e P3’’
FAVTL, FAVLLM e FAVE

7 >10
5 25 P2 FAVTL
Trombose 4 11 P2’ FAVLLM e P2’’ FAVE
9 20 Cães 01, 05 e 10 – P1’’ FAVE
5 22,5 Cães 01, 05 e 10 – P2’ - FAVLLM

35 40 Fry and Malek


Lesão direta ao 16 90 P1 FAVTL
endotélio 10 25 P1’ FAVLLM
Cães 01, 05 e 10 – P1 FAVTL e P1’ 27 180
Cães 01 e 10 – P2 FAVTL e P2’’ FAVE 20
FAVLLM 70
<10 P3 FAVE
Pa
2,5 5 7,5 10
Figura 38. Faixa de valores de tensão de cisalhamento associada a efeitos biológicos.
5. Conclusões
5.1 Conclusões

•A velocidade nas FAV são fortemente influenciadas pelo ângulo de


anastomose. Quando este aumenta, as velocidades diminuem;

•Zonas de separação, recirculação e pontos de estagnação de fluidos apresentam-


se em quantidades maiores na FAVE;

•Longe da zona de perturbação do fluido (anastomose), o escoamento


relaminariza-se;

•O vórtice na região da anastomose é fortemente influenciado pelo vazão na


artéria distal;

•A geometria não interfere no surgimento e desaparecimento do vórtice na


região da anastomose;
5.1 Conclusões
•A tensão de cisalhamento é fortemente influenciada pelo ângulo de anastomose em
todas as parede analisadas:
•As tensões nas paredes 1 e 2, 1’ e 2’ da FAVTL e FAVLLM,
respectivamente, são fortemente amenizadas quando o ângulo de anastomose
cresce;
•A tensão de cisalhamento na parede 3 da FAVTL é aumentada quando
aumenta-se o ângulo de anastomose.

•As tensões de cisalhamento na FAVTL podem causar danos diretos as células


endoteliais;

•Em todas as FAV, valores da tensão de cisalhamento na região da anastomose são


propícias a regiões de deposição de material celular;

•Cada cão apresenta vazão e diâmetro diferentes, logo para se realizar comparações
de fluxos e tensões entre cães há necessidade de que estes fossem clonados ;

•A FAVLLM apresenta-se como a melhor forma de acesso vascular, para a situação


analisada neste trabalho.
6. Perspectivas de
Trabalhos Futuros
6.1 Perspectivas de Trabalhos Futuros

•Levantar o campo de velocidade e tensão nas três técnicas cirúrgicas utilizando


LDA ou doppler ultrassom;
•Experimentalmente, variar a vazão na artéria distal e em seguida, utilizando
técnicas de visualização do escoamento verificar o surgimento e
desaparecimento do vórtice na artéria;
•Introduzir no modelo numérico o escoamento pulsátil;
•Analisar o efeito introduzido pela geometria no surgimento e desaparecimento
de vórtice;
•Verificar as tensões turbulentas nas regiões de aceleração do fluido, no que diz
respeito a hemólise;
•Introduzir no seu modelo experimental uma simulação de entupimento e em
seguida levantar o campo de velocidade e tensão nesta região;
FIM

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