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“DE APOLO O CARRO RODOU PRA FORA Trabalho realizado por:

DA VISTA” Rodolfo Raimundo


Nº:25
RICARDO REIS Tª:12ºC
RICARDO REIS

• Nasceu em 1887, no Porto;

• Estudou num colégio de Jesuítas;

• Formou-se em Medicina;

• Mudou-se para o Brasil em 1919

• Não teve data de morte.


DE APOLO O CARRO RODOU PRA FORA
DA VISTA
De Apolo o carro rodou pra fora
Da vista. A poeira que levantara
Ficou enchendo de leve névoa
O horizonte;

A flauta calma de Pã, descendo


Seu tom agudo no ar pausado,
Deus mais tristezas ao moribundo
Dia suave.

Cálida e loura, núbil e triste,


Tu, mondadeira dos prados quentes,
Ficas ouvindo, com os teus passos
Mais arrastados,

A flauta antiga do deus durando


Com o ar que cresce pra vento leve,
E sei que pensas na deusa clara
Nada dos mares,

E que vão ondas lá muito adentro


Do que o teu seio sente cansado
Enquanto a flauta sorrindo chora
Palidamente .
ANÁLISE DO POEMA
1ª estrofe
De Apolo o carro rodou pra fora
Da vista. A poeira que levantara
Ficou enchendo de leve névoa
O horizonte;

• Esta estrofe aborda a passagem do tempo, através da figura de Apolo;


ANÁLISE DO POEMA
2ª estrofe
A flauta calma de Pã, descendo
Seu tom agudo no ar pausado,
Deus mais tristezas ao moribundo
Dia suave.

• Na 2ª estrofe, o suj.poético refere que o som produzido pela flauta de Pã, faz-lhe sentir uma certa
melancolia.
ANÁLISE DO POEMA
3ª estrofe
Cálida e loura, núbil e triste,
Tu, mondadeira dos prados quentes,
Ficas ouvindo, com os teus passos
Mais arrastados,

• Na 3ª estrofe é apresentada a figura da mondadeira, com quem o suj.poético fala diretamente.


• A mondadeira é descrita como “Cálida e loura, núbil e triste”.
ANÁLISE DO POEMA
4ª estrofe
A flauta antiga do deus durando
Com o ar que cresce pra vento leve,
E sei que pensas na deusa clara
Nada dos mares,

• Na 4ª estrofe, o som é arrastado pelo movimento do vento (que antes se encontrava parado).
• Junto ao som, também o olhar do suj.poético se move…
ANÁLISE DO POEMA
5ª estrofe
E que vão ondas lá muito adentro
Do que o teu seio sente cansado
Enquanto a flauta sorrindo chora
Palidamente.

•Na 5ª estrofe, a mondadeira ao pensar na deusa, passa por um momento de


interiorização, trazendo um contraste em si mesma.
ANÁLISE DO POEMA
• Neste poema é visível a exaltação à natureza, como poeira, horizonte, névoa, ar, dia, que denotam um
tom bucólico próprio da escrita árcade.
• A presença das diferentes filosofias clássicas:
• Paganismo: Crença em deuses pagãos (Apolo e Pã, neste caso);
• Estoicismo: A filosofia do estoicismo, a qual prega que “a Natureza, governada pela Razão, é justa e
divina. A sabedoria humana consistiria em seguir a Natureza – aceitando o destino e conservando a
serenidade, mesmo diante da dor e das contrariedades
• O poeta Ricardo Reis privilegia a busca pelo prazer harmônico da vida, de modo que o equilíbrio
esteja relacionado em todos os elementos da natureza como inspiração para que o tempo presente seja
aproveitado de maneira sábia, dissociado das paixões efêmeras e de atitudes impensadas.
RECURSOS EXPRESSIVOS
•Perífrase: “A flauta calma de Pã, descendo; Seu tom agudo no ar pausado”;

•Metáfora: “De Apolo o carro rodou pra fora Da vista. A poeira que levantara; Ficou
enchendo de leve névoa; O horizonte.”;

•Hipálage: “a flauta sorrindo chora; Palidamente”;


RELAÇÃO DO POEMA COM
A OBRA DE ARTE

A imagem mostra uma pessoa a tocar o que parece


uma flauta de forma calma, tranquila.
Essa pessoa está envolta pela natureza, traço
também apresentado na poesia de Ricardo Reis, que
simboliza tranquilidade.
As cores são também um traço importante, sendo ou
cores vivas ou cores calmas.
Sendo assim, a pessoa toca a flauta
despreocupadamente, tal como Ricardo Reis não se
preocupa com o seu entorno, visto que sabe acerca
da efemeridade da vida e aceita-a.
FERNANDO PESSOA FIM

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