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TEXTO: ARTE EM MIGRAÇÃO \ FOCO NA

HISTÓRIA
Páginas: 17 e 18
Arte em migração
Dançar ou atuar em espaços nã o convencionais
amplia nosso modo de entender e nos relacionar
com o lugar onde uma obra de arte se instala. A
paisagem e a arquitetura podem ser geradoras de
obras de arte e, em alguns casos, inclusive, sã o a
razã o de elas existirem.
Em relação ao lugar onde a arte acontece, vale ressaltar que algumas manifestações artísticas
nascem em um determinado local e, com o tempo, se expandem. Um exemplo disso é a trajetória
das bandas de pífanos do Nordeste brasileiro.

As bandas de pífanos surgiram no Sertão nordestino na década de 1920, quando tocavam em


procissões, feiras, batizados, enterros e festas das cidades. Suas criações musicais estão intimamente
relacionadas a essa região. Os instrumentos geralmente utilizados pelos integrantes das bandas são as
pequenas flautas chamadas de pífanos ou pifes, que estão à esquerda na imagem acima; a caixa ou o
tarol, ao lado dos pifes na foto; a zabumba, que está na extrema direita; e os pratos de metal.
FOCO NA

BANDA DE PÍFANOS DE CARUARU


Por volta de 1924, no povoado de Olho D’Água do
Chicão(AL), o agricultor Manoel Clarindo Biano
percebeu que seus filhos Benedito e Sebastião, assim
como outras crianças da região, brincavam com caules
de plantas da vegetação local, como pé de jerimum, de
mamoeiro e de carrapateira, soprando-os e fazendo
sons, como se fossem apitos.
Assim como muitas famílias que saíam das regiões
sertanejas mais atingidas pela seca em busca de terras
mais férteis, a família Biano também pegou a estrada
rumo a Juazeiro do Norte (CE). Nessa peregrinação, eles
se apresentaram em municípios rurais, onde se
dedicavam também à agricultura, para sua subsistência.
Na década de 1950, fixaram-se em Caruaru (PE), e o
contexto urbano passou a fazer parte de seu repertório.
Eles tocavam em lojas, recepções municipais, bares e
restaurantes, e adotaram um novo nome: Banda de
Pífanos de Caruaru. Nessa época, os meios de
comunicação passaram a difundir suas músicas e, na
década de 1960, uma delas, a “Pipoca moderna”, foi
gravada por músicos renomados. Diversos compositores
brasileiros de música instrumental foram influenciados
pela banda, o que levou essa arte do âmbito local para o
âmbito nacional.
Sebastião Biano em uma apresentação da Banda de
Pífanos de Caruaru em São Paulo (SP), 2013.
SEÇÃO ATIVIDADES

1. Você conhece alguma dessas bandas? E as músicas tocadas por elas?

2. Façam uma pesquisa na internet de diferentes versões da música “Pipoca moderna”. E


responda as questões abaixo.

a) Em alguma das versões a música é cantada, com letra?

b)Que diferentes instrumentos pode-se perceber entre uma gravação e outra?”.

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