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SÓCRATES
Prof. Joelma de Oliveira
PANO DE FUNDO: GUERRA DO PELOPONESO
• Na Grécia Antiga, duas cidades, Esparta e Atenas, lograram se desenvolver mais que as outras.
Esse desenvolvimento, entretanto, fez com que ambas tomassem caminhos distintos, com
modelos de organização e governo totalmente diferentes.
• De um lado, Atenas desenvolveu-se como uma democracia, que ampliava a participação na
política para todos os cidadãos nascidos em território ateniense, enquanto Esparta tinha um
modelo oligárquico*, que limitava essa participação a uma elite. Essa diferença nos modelos
governamentais adotados gerou uma rivalidade entre Atenas e Esparta, o que foi, de certa forma,
"abafado" em razão das Guerras Médicas ou Greco-Persas, que mobilizou toda a Grécia no
combate às tropas persas.
*Oligarquia: é a forma de governo em que o poder político está concentrado num pequeno número pertencente a uma mesma
família, um mesmo partido político ou grupo econômico ou corporação
• Os Gregos obtiveram sucesso na batalha com os Persas, mas esse contexto levou a uma crescente polarização na
Grécia entre as duas cidades (Atenas e Esparta), que procuravam expandir sua influência por outras cidades gregas.
• Foi essa disputa por influência e hegemonia que fez com que a guerra se iniciasse, em 431 a.C. conflito que estende-se
até 404 a.C., quando Atenas rende-se definitivamente.
• Com a derrota, o regime democrático que já se encontrava enfraquecido por intrigas, conspirações e corrupção, cede
lugar ao governo dos Trinta Tiranos. Embora restaurada em 403 a.C., a democracia ateniense jamais será a mesma. A
crise de valores políticos e morais é intensa e acaba por culminar na condenação de Sócrates, em 399 a.C., reforçando
a decadência da democracia e da própria Atenas.
*Trinta Tiranos: Governo oligárquico de Atenas composto por trinta magistrados chamados tiranos, governava com poder
ilimitado, embora sem perder de vista que deveria representar a vontade do povo.
SÓCRATES (C. 469 OU 470-399 A.C)
• Lembra do nosso pano de fundo? O sistema democrático de Atenas estava em decadência, os valores políticos
e morais conflitavam cada vez mais. Nesse cenário, Sócrates passa a indagar se existe um valor essencial a
todos os homens, algo que seja a essência das virtudes particulares como coragem, sabedoria e justiça.
• Sócrates passa a questionar até mesmo o que seria a virtude. Conhecê-la torna-se, assim, o principal objetivo
do verdadeiro conhecimento — “só pratica o mal quem ignora o que seja a virtude” e “quem tem o verdadeiro
conhecimento só pode agir bem”. Conhecimento e virtude tornam-se, então, sinônimos.
• Com Sócrates, as questões morais deixam de ser tratadas como convenções baseadas nos costumes, as
quais se modificam conforme as circunstâncias e os interesses, para se tornar problemas que exigem do
pensamento uma elucidação racional. Nesse sentido, ele é o fundador da Ética.
• Pensar racionalmente as questões morais, contudo, implica em denunciar tudo aquilo que aparece
como virtude, desmascarando-o na sua falsidade.
• Com isso, Sócrates põe o dedo na ferida da própria Atenas que se afundava em corrupção. É esse
atitude que irá fazer com que os poderosos da época busquem pretexto para condena-lo à morte,
sob a falsa acusação de ofender os deuses da cidade e corromper a juventude com ideias que
solapavam as tradições.
• Platão, no relato do julgamento de Sócrates, diz que ele preferiu a morte a ter de encarar uma
vida de ignorância: “A vida irrefletida não vale a pena ser vivida”.
BIBLIOGRAFIA:
• ABRÃO, Bernadette. História da Filosofia. São Paulo: Editora Nova Cultura, 2011.
• KIM, Douglas. O Livro da Filosofia. São Paulo: Globo, 2011, páginas 46 a 49.