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DISCIPLINA: LEITURA E PRODUÇÃO TEXTUAL

MINISTRANTE: ANDRÉIA BRAGA DE OLIVEIRA

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EaD: e agora?

Com as novas portas que a tecnologia abre todos os dias, tornou-


se possível estudar, sem precisar sair de casa, com a educação a
distância.
Mas quando tudo isso começou?

A Educação a Distância – EaD começou no século XV, quando


Johannes Guttenberg, em Mogúncia, Alemanha, inventou a
imprensa, com composição de palavras com caracteres móveis.
Com a criação, tornou-se desnecessário ir às escolas para
assistir ao venerando mestre ler, na frente de seus discípulos, o
raro livro copiado. Antes, os livros, copiados manualmente, eram
caríssimos e, portanto, inacessíveis à plebe, razão pela qual os
mestres eram tratados como integrantes da corte.
Conta a história que as escolas da época de Guttenberg
resistiram durante anos ao livro escolar impresso
mecanicamente, que poderia fazer com que se tornasse
desnecessária a figura do mestre.
Na versão moderna, a Suécia registra a primeira experiência
nesse campo de ensino em 1883. Em 1840, têm-se notícias da EaD
na Inglaterra; na Alemanha foi implementado em 1856, e, nos
Estados Unidos, notou-se o ensino por correspondência em 1874.
O início da EaD no Brasil data, provavelmente, de 1904.
Inexistem registros precisos acerca da criação da EaD no Brasil.
Tem-se como marco histórico a implantação das “Escolas
Internacionais”, em 1904, representando organizações norte-
americanas.
Mas, entre os dados registrados, temos as seguintes informações
distribuídas no tempo:
1904
O Jornal do Brasil registra, na primeira edição da seção de classificados, anúncio
que oferece profissionalização por correspondência para datilógrafo.

1923
Um grupo liderado por Henrique Morize e Edgard Roquette-Pinto criou a Rádio
Sociedade do Rio de Janeiro que oferecia cursos de Português, Francês,
Silvicultura (ciência que se dedica ao estudo dos métodos naturais e artificiais de regenerar e
melhorar os povoamentos florestais e que compreende o estudo botânico das espécies, além da

identificação, caracterização e prescrição da utilização das madeiras), Literatura Francesa,


Esperanto, Radiotelegrafia e Telefonia. Tinha início assim a Educação a Distância
pelo rádio brasileiro.
O Esperanto é uma língua internacional e neutra. É um eficiente
instrumento para a preservação de todas as línguas e culturas do
globo. Uma segunda língua para todos. A ideia-base do Esperanto foi
lançada pelo médico polonês, aos 28 anos, Dr. Lázaro Zamenhof, em
1887, há mais de  125 anos. Desde então, o projeto de língua planejada
transformou-se em uma língua viva, com cultura própria, mas
internacional, e até mesmo com falantes nativos.
O Esperanto não pertence a nenhuma nação e pertence a todos. A
proposta do Esperanto é que cada povo continue a falar sua língua
materna e use o Esperanto nas comunicações internacionais.
1934

Edgard Roquette-Pinto instalou a Rádio–Escola Municipal no Rio, projeto


para a então Secretaria Municipal de Educação do Distrito Federal. Os
estudantes tinham acesso prévio a folhetos e esquemas de aulas, e
também era utilizada correspondência para contato com estudantes.

1939

Surgimento, em São Paulo, do Instituto Monitor, o primeiro instituto


brasileiro a oferecer sistematicamente cursos profissionalizantes a
distância por correspondência, na época ainda com o nome Instituto
Rádio Técnico Monitor.
1941
Surge o Instituto Universal Brasileiro, segundo instituto brasileiro
a oferecer também cursos profissionalizantes sistematicamente.
Juntaram-se ao Instituto Monitor e ao Instituto Universal
Brasileiro outras organizações similares, que foram responsáveis
pelo atendimento de milhões de alunos em cursos abertos de
iniciação profissionalizante a distância. Algumas dessas
instituições atuam até hoje.
Surge a primeira Universidade do Ar, que durou até 1944.
1947

Surge a nova Universidade do Ar, patrocinada pelo Serviço Nacional de

Aprendizagem Comercial (Senac), Serviço Social do Comércio (Sesc) e emissoras

associadas. Seu objetivo era oferecer cursos comerciais radiofônicos. Os alunos

estudavam nas apostilas e corrigiam exercícios com o auxílio dos monitores. A

experiência durou até 1961, entretanto a experiência do Senac com a Educação a

Distância continua até hoje.

1959

A Diocese de Natal-RN cria algumas escolas radiofônicas, dando origem ao

Movimento de Educação de Base (MEB), marco na educação a distância não formal

no Brasil.
1962

É fundada, em São Paulo, a Ocidental School, de origem americana,


focada no campo da eletrônica.

1967

O Instituto Brasileiro de Administração Municipal inicia suas atividades


na área de educação pública, utilizando-se de metodologia de ensino
por correspondência.

A Fundação Padre Landell de Moura criou seu núcleo de Educação a


Distância, com metodologia de ensino por correspondência e via rádio.
1970

Surge o Projeto Minerva, um convênio entre o Ministério da Educação,


a Fundação Padre Landell de Moura e Fundação Padre Anchieta, cuja
meta era a utilização do rádio para a educação e a inclusão social de
adultos. O projeto foi mantido até o início da década de 1980.

1974

Surge o Instituto Padre Reus e, na TV Ceará, começam os cursos das


antigas 5ª à 8ª séries (atuais 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental), com
material televisivo, impresso e monitores.
1976
Criado o Sistema Nacional de Teleducação, com cursos através
de material instrucional.

1979
A Universidade de Brasília (UnB), pioneira no uso da educação a
distância, no ensino superior no Brasil, cria cursos veiculados
por jornais e revistas que, em 1989, é transformado no Centro de
Educação Aberta, Continuada, a Distância (CEAD).
1981
Fundado o Centro Internacional de Estudos Regulares (CIER) do Colégio
Anglo Americano, que oferecia ensino fundamental e médio a distância. O
objetivo do CIER é permitir que crianças, cujas famílias mudem-se
temporariamente para o exterior, continuem a estudar pelo sistema
educacional brasileiro.

1983
O Senac desenvolveu uma série de programas radiofônicos sobre orientação
profissional na área de comércio e serviços, denominada “Abrindo
Caminhos”.
1991

O programa “Jornal da Educação – Edição do Professor”, concebido


e produzido pela Fundação Roquete-Pinto tem início e, em 1995, com
o nome “Um salto para o Futuro”, foi incorporado à TV Escola (canal
educativo da Secretaria de Educação a Distância do Ministério da
Educação), tornando-se um marco na educação a distância nacional.

1992

É criada a Universidade Aberta de Brasília, acontecimento bastante


importante.
1995
Criado o Centro Nacional de Educação a Distância.

A Secretaria Municipal de Educação cria a MultiRio (RJ), que


ministra cursos do 6º ao 9º ano através de programas televisivos
e material impresso. Ainda em 1995, foi criado o Programa TV
Escola da Secretaria de Educação a Distância do MEC.
1996
Criada a Secretaria de Educação a Distância (SEED) pelo Ministério da
Educação, dentro de uma política que privilegia a democratização e a
qualidade da educação brasileira.
É neste ano também que a Educação a Distância surge oficialmente no
Brasil, sendo as bases legais para essa modalidade de educação
estabelecidas pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional n°
9.394, de 20 de dezembro de 1996, embora somente regulamentada em
20 de dezembro de 2005 pelo Decreto n° 5.622, que revogou os
Decretos n° 2.494 de 10/02/98, e n° 2.561 de 27/04/98, com normatização
definida na Portaria Ministerial n° 4.361 de 2004.
2000

É constituída a UniRede, Rede de Educação Superior a Distância, consórcio que reúne


atualmente 70 instituições públicas do Brasil comprometidas na democratização do acesso à
educação de qualidade, por meio da educação a distância, oferecendo cursos de graduação,
pós-graduação e extensão.

Nasce o Centro de Educação a Distância do Estado do Rio de Janeiro (CEDERJ), com a


assinatura de um documento que inaugurava a parceria entre o Governo do Estado do Rio de
Janeiro, por intermédio da Secretaria de Ciência e Tecnologia, as universidades públicas e as
prefeituras do Estado do Rio de Janeiro.

2002

O CEDERJ é incorporado a Fundação Centro de Ciências de Educação Superior a Distância do


Rio de Janeiro (Fundação CECIERJ).
2004

Vários programas para a formação inicial e continuada de professores da rede pública, por meio da

EAD, foram implantados pelo MEC. Entre eles o Proletramento e o Mídias na Educação. Estas ações

conflagraram na criação do Sistema Universidade Aberta do Brasil.

2005

Criada a Universidade Aberta do Brasil, uma parceria entre o MEC, estados e municípios, integrando

cursos, pesquisas e programas de educação superior a distância.

2006

Entra em vigor o Decreto n° 5.773, de 09 de maio de 2006, que dispõe sobre o exercício das funções

de regulação, supervisão e avaliação de instituições de educação superior e cursos superiores de

graduação e sequenciais no sistema federal de ensino, incluindo os da modalidade a distância.


2007

Entra em vigor o Decreto no 6.303, de 12 de dezembro de 2007, que altera dispositivos do


Decreto n° 5.622 e estabelece as diretrizes e bases da educação nacional.

2008

Em São Paulo, uma Lei permite o ensino médio a distância, onde até 20% da carga horária
poderá ser não presencial.

2009

Entra em vigor a Portaria nº 10, de 02 julho de 2009, que fixa critérios para a dispensa de
avaliação in loco e deu outras providências para a educação a distância no ensino superior
no Brasil.
2011

A Secretaria de Educação a Distância é extinta.

O quadro hoje

Entre as décadas de 1970 e 1980, fundações privadas e organizações


não governamentais iniciaram a oferta de cursos supletivos a
distância, no modelo de tele educação, com aulas via satélite,
complementadas por kits de materiais impressos, demarcando a
chegada da segunda geração de educação a distância no país.
Somente na década de 1990 a maior parte das instituições de ensino
superior brasileiras mobilizou-se para a educação a distância, com o
uso de novas tecnologias de informação e comunicação.
O ensino a distância cresce rapidamente para acompanhar uma nova
sociedade, respaldada em informação e com necessidade de novos
conhecimentos. Sociedade que demanda cada vez mais novas
habilidades por parte da força produtiva, para lidar com novos
produtos, novos mercados, novos interesses por parte da população
e novas profissões.
As avaliação não são difíceis
MITO – O nível de exigência nas provas é o mesmo que em cursos
presenciais.
Vou estudar menos

MITO – Você pode até fazer seus horários, mas se não estudar
todos os dias fatalmente terá problemas. Os estudos no ambiente
virtual incluem leituras obrigatórias e complementares, atividades
e participação em discussões. Se você estudar apenas quando
quiser, não conseguirá acompanhar a turma.
Não existe interação social
MITO – Os ambientes de aprendizagem são capazes de propiciar
experiências de interação tão enriquecedoras quanto as
vivenciadas em sala de aula. Isso se deve às diversas ferramentas
de interação como chats e fóruns de discussão, que tornam
frequentes a interação com professores e outros estudantes, com
a vantagem de ter essas conversas sempre gravadas para futuros
acessos.
Os alunos aprendem como no presencial
VERDADE – Resultados no Exame Nacional de Desempenho de
Estudantes (Enade) provam que os alunos aprendem da mesma
maneira. O segredo é se empenhar, ter disciplina e buscar uma
instituição de qualidade.
O ensino a distância ameaça o emprego do professor
MITO – este profissional é essencial para verificar o aprendizado a
distância do aluno. O computador não vai substituí-lo. O
professor de EaD consegue até acompanhar melhor o
desempenho dos alunos. Isso é feito por meio de atividades
próprias dos cursos a distância, como fóruns de discussão,
testes online e atividades extras, que são em quantidade maior
que nos cursos presenciais.
A avaliação do EaD apresenta falhas porque algumas tarefas,
como testes de múltipla escolha, são corrigidas automaticamente
por um sistema, e não pelo professor
MITO – O EaD permite uma maior personalização no ensino que a
educação presencial, porque o aluno recebe orientação
individualizada. Além disso, os testes de múltipla escolha não são
o único meio de avaliação. O tutor de EaD acompanha
regularmente os avanços do aluno no curso, e interfere quando
ele não faz exercícios, não participa de fóruns ou não dá retorno.
O aluno de EaD pode ficar desmotivado a estudar por não ter professores em
cima dele

MITO – Em muitos casos, ter um professor em cima da gente é pior. A


motivação do aluno vem da integração com outros alunos. Eles podem
estudar e tirar dúvidas sozinho ou em grupo.
Há muita distração para quem estuda em um computador
MITO – Um bom curso de EaD é estruturado com estratégias e atividades que
prendem a atenção do estudante, e não o contrário. Se o aluno não cumprir o
que é exigido, o tutor intervém. Se o aluno não faz uma atividade, o tutor
entra em contato. Há muitas técnicas de ensino para manter a atenção dos
alunos nos estudos.
Preciso de um computador muito bom para acompanhar um
curso de EaD

MITO – O nível de conhecimento em informática é básico, e o


computador precisa ter configurações mínimas com um
navegador de internet, pacote Office ou similar, programas para
abrir arquivos em PDF e rodar vídeos, além de uma conexão de
internet a partir de 500kbps para assistir a vídeoaulas sem pausas
ou interrupções.

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