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UNIDADE III

Didática Fundamental

Profa. Dra. Talita Silva


Didática para o novo tempo – Educação a distância

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB, n. 9.394/1996, definiu critérios que
regulamentam a Educação a Distância por meio do artigo 80 do Decreto n. 5.622/2005:
“considera-se Educação a Distância a modalidade educacional que busca superar limitações
de espaço e tempo com a aplicação pedagógica de meios e tecnologias da informação e da
comunicação e que, sem excluir atividades presenciais, organiza-se segundo metodologia,
gestão e avaliação peculiares” (Brasil, 2005).

Fonte: https://unilab.edu.br/2018/05/11/portaria-institui-o-instituto-de-educacao-a-distancia/
Didática para o novo tempo – Educação a distância

E mais recente para o MEC (Brasil, 2018), a educação


a distância é definida como:
“a modalidade educacional na qual alunos e
professores estão separados, física ou temporalmente
e, por isso, faz-se necessária a utilização de meios e
tecnologias de informação e comunicação. Essa
modalidade é regulada por uma legislação específica e
pode ser implantada na educação básica (educação Fonte: https://www.uemg.br/graduacao/ead
de jovens e adultos, educação profissional técnica de
nível médio) e na educação superior”.

A didática busca nas suas reflexões sistemáticas do


processo ensino-aprendizagem entender novas formas de
“fazer educação”.
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7. História da EaD
Quadro 3 – As 3 gerações da EaD
Geração Início Características
Estudo por correspondência, no qual o principal meio de comunicação eram materiais
1ª Até 1970 impressos, geralmente um guia de estudo, com tarefas ou outros exercícios enviados pelo
correio.
Surgem as primeiras universidades abertas, com design e implementação sistematizadas de
2ª Anos 70 cursos a distância, utilizando, além do material impresso, transmissões por televisão aberta,
rádio e fitas de áudio e vídeo, com interação por telefone, satélite e TV a cabo.
Esta geração é baseada em redes de conferência por computador e estações de trabalho
3ª Anos 90 Fonte: Adaptado de: Machado; Nagy (2011, p. 98-99).
multimídia.

Quadro 4 - Histórico da EaD no Brasil


1937 Criação do Serviço de Radiodifusão Educativa do Ministério da Educação
1959 Início das escolas radiofônicas em Natal (RN)
Início da ação sistematizada do Governo Federal em EaD; contrato entre o MEC e a CNBB:
1960
Expansão do sistema de escolas radiofônicas aos estados nordestinos, que faz surgir o MEB – Movimento de Educação de Base –,
sistema de ensino a distância não formal.
Instalação de oito emissoras de televisão educativas: TV Universitária de Pernambuco, TV Educativa do Rio de Janeiro, TV Cultura
1966 a
de São Paulo, TV Educativa do Amazonas, TV Educativa do Maranhão, TV Universitária do Rio Grande do Norte, TV Educativa do
1974
Espírito Santo e TV Educativa do Rio Grande do Sul.
Criada a Fundação Padre Anchieta, mantida pelo estado de São Paulo com o objetivo de promover atividades educativas e culturais
1967 através do rádio e da televisão (iniciou suas transmissões em 1969); constituída a Feplam (Fundação Educacional Padre Landell de
Moura), instituição privada sem fins lucrativos, que promove a educação de adultos através de Tele-educação por multimeios.
TVE Maranhão/Cema – Centro Educativo do Maranhão: programas educativos para a 5ª série, inicialmente em circuito fechado, e a
1969
partir de 1970 em circuito aberto, também para a 6ª série.
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7. História da EaD Portaria 408 – emissoras comerciais de rádio e televisão: obrigatoriedade da transmissão gratuita de cinco horas semanais de 30
minutos diários, de segunda a sexta-feira, ou com 75 minutos aos sábados e domingos. É iniciada em cadeia nacional a série de
1970
cursos do Projeto Minerva, irradiando os cursos de Capacitação Ginasial e Madureza Ginasial, produzidos pela Feplam e pela
Fundação Padre Anchieta.
Nasce a ABT – inicialmente como Associação Brasileira de Tele-Educação, que já organizava desde 1969 os Seminários Brasileiros
1971 de Tele-Educação, atualmente denominados Seminários Brasileiros de Tecnologia Educacional. Foi pioneira em cursos a distância,
capacitando os professores por meio de correspondência.

1972 Criação do Prontel – Programa Nacional de Tele-Educação – que fortaleceu o Sinred – Sistema Nacional de Radiodifusão Educativa.

Projeto Minerva passa a produzir o Curso Supletivo de 1º Grau, II fase, envolvendo o MEC, Prontel, Cenafor e Secretarias de
1973
Educação.
Projeto Saci, conclusão dos estudos para o Curso Supletivo “João da Silva”, sob o formato de telenovela, para o ensino das quatro
1973-74 primeiras séries do 1º grau; o curso introduziu uma inovação pioneira no mundo, um projeto – piloto de teledidática da TVE, que
conquistou o prêmio especial do Júri Internacional do Prêmio Japão.

Fonte: Adaptado de: Machado; TVE Ceará começa a gerar teleaulas; o Ceteb – Centro de Ensino Técnico de Brasília – inicia o planejamento de cursos em convênio
1974 com a Petrobras para capacitação dos empregados desta empresa e do projeto Logus II, em convênio com o MEC, para habilitar
Nagy (2011, p. 98-99). professores leigos sem afastá-los do exercício docente.
Lançado o Telecurso de 2º Grau, pela Fundação Padre Anchieta (TV Cultura/SP) e Fundação Roberto Marinho, com programas
1978
televisivos apoiados por fascículos impressos, para preparar o telealuno para os exames supletivos.
Criação da FCBTVE – Fundação Centro Brasileiro de Televisão Educativa/MEC; dando continuidade ao Curso “João da Silva”, surge
1979 o Projeto Conquista, também como telenovela, para as últimas séries do primeiro grau; começa a utilização dos programas de
alfabetização por TV – (Mobral), em recepção organizada, controlada ou livre, abrangendo todas as capitais dos estados do Brasil.
É implantado, em caráter experimental, o Posgrad – Pós-Graduação Tutorial a Distância – pela Capes – Coordenação de
1979 a
Aperfeiçoamento do Pessoal de Ensino Superior – do MEC, administrado pela ABT – Associação Brasileira de Tecnologia
1983
Educacional – com o objetivo de capacitar docentes universitários do interior do país.
FCBTVE trocou sua sigla para Funteve: Coordenação das atividades da TV Educativa do Rio de Janeiro, da Rádio
1981
MEC-Rio, da Rádio MEC-Brasília, do Centro de Cinema Educativo e do Centro de Informática Educativa.
Criação da TV Educativa do Mato Grosso do Sul. Início do “Projeto Ipê”, da Secretaria da Educação do Estado de São
1983/1984 Paulo e da Fundação Padre Anchieta, cursos para atualização e aperfeiçoamento do magistério de 1º e 2º graus,
utilizando-se de multimeios.
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7. História da EaD “Verso e Reverso – Educando o Educador”: curso por correspondência para capacitação de professores de Educação Básica de
1988 Jovens e Adultos/ MEC Fundação Nacional para Educação de Jovens e Adultos (Educar), com apoio de programas televisivos
através da Rede Manchete.
O “Projeto Ipê” passa a enfatizar os conteúdos curriculares – A Fundação Roquete Pinto, a Secretaria Nacional de Educação Básica
e secretarias estaduais de educação implantam o Programa de Atualização de Docentes, abrangendo as quatro séries iniciais do
1991
ensino fundamental e alunos dos cursos de formação de professores. Na segunda fase, o projeto ganha o título de “Um salto para o
futuro”.
O Núcleo de Educação a Distância do Instituto de Educação da UFMT (Universidade Federal do Mato Grosso), em parceria com a
Unemat (Universidade do Estado do Mato Grosso) e a Secretaria de Estado de Educação e com apoio da Tele-Universitè du Quebec
(Canadá), criam o projeto de Licenciatura Plena em Educação Básica: 1º a 4º séries do 1º grau, utilizando a EaD. O curso é iniciado
1992 em 1995 / Foi criada a Universidade Aberta de Brasília (Lei n. 403/92), podendo atingir três campos distintos: a ampliação do
conhecimento cultural com a organização de cursos específicos de acesso a todos, a educação continuada, reciclagem profissional
às diversas categorias de trabalhadores e àqueles que já passaram pela universidade; e o ensino superior, englobando tanto
a graduação como a pós-graduação.

1996 Lei de Diretrizes e Bases da Educação. Regulamenta a EaD no Brasil. Veja no site do MEC: <www.mec.gov.br>.

A ABED - Associação Brasileira de Educação a Distância organizou o 7º Senaed - Seminário Nacional Abed de Educação a
2009
Distância totalmente on-line, envolvendo nas atividades palestrantes do Brasil, Portugal e outros países de língua portuguesa.

Fonte: Adaptado de: Machado; Nagy (2011, p. 98-99).


Interatividade

A Educação a Distância é uma modalidade de ensino que se popularizou como uma forma de
acesso à educação. Essa modalidade de ensino necessita de um conjunto de técnicas e
métodos, ou seja, de uma didática específica, para que se ensinem de forma clara e objetiva os
conteúdos. Qual é o impacto das tecnologias da comunicação e informação na didática da
Educação a Distância?

I. Professor e aluno estão separados, física ou temporalmente e, por isso, faz-se necessária
a utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação.
II. Limitam a diversidade de recursos pedagógicos, restringindo a criatividade na elaboração
das aulas.
III. O processo de aprendizagem se torna menos eficaz.
IV. Facilitam o acesso aos conteúdos educacionais e promovem
a interatividade entre os alunos e os professores.
Interatividade

São corretas:

a) I, II, III e IV.


b) I e II.
c) I e IV.
d) II e IV.
e) III e IV.
Resposta

A Educação a Distância é uma modalidade de ensino que se popularizou como uma forma de
acesso à educação. Essa modalidade de ensino necessita de um conjunto de técnicas e
métodos, ou seja, de uma didática específica, para que se ensinem de forma clara e objetiva os
conteúdos. Qual é o impacto das tecnologias da comunicação e informação na didática da
Educação a Distância?

I. Professor e aluno estão separados, física ou temporalmente e, por isso, faz-se necessária
a utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação.
II. Limitam a diversidade de recursos pedagógicos, restringindo a criatividade na elaboração
das aulas.
III. O processo de aprendizagem se torna menos eficaz.
IV. Facilitam o acesso aos conteúdos educacionais e promovem
a interatividade entre os alunos e os professores.
Resposta

São corretas:

a) I, II, III e IV.


b) I e II.
c) I e IV.
d) II e IV.
e) III e IV.
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7.1 Alunos, professores e escola face à sociedade da informação


 Segundo Alarcão (2003), o acesso, a gestão e a avaliação das informações na atual
sociedade exigem que também a escola como instituição de reflexão social possibilite estas
ações a partir de e para as informações.

A INCLUSÃO é para todos a partir das possibilidades existentes na nossa sociedade?

 Refletir nos impactos da EXCLUSÃO de acesso aos meios pelos quais possam ser
contatadas as novas informações.
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“Se as informações são muitas na atualidade e se como educadores precisamos


compartilhá-las com nossos alunos, simplesmente temos, todos, de ter acesso aos
meios pelos quais este “compartilhar” torne-se efetivo.
No entanto, ainda encontramos muitos infoexcluídos e, portanto, estamos distantes
de uma realidade verdadeiramente democrática” (Machado; Nagy, 2011, p. 100).
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INFORMAÇÃO ENTENDER DISCUTIR APRENDER

 Como diz Morin, citado por Alarcão (2003), sem organização do que é aprendido
(informação), pelo pensamento, não se produz conhecimento.
 Nesse sentido, os infoexcluídos sobrevivem sem ao menos ter o que poderíamos chamar de
matéria-prima do pensamento: as informações.
 Portanto, não possuem um espaço democrático que os possibilite produzir conhecimento.
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 Segundo Alarcão, nesta era, a sociedade já evoluiu de sociedade da informação para


sociedade da informação e do conhecimento e, atualmente, para sociedade da
aprendizagem. Se a sociedade segue esse percurso, é necessário que as pessoas também
possam segui-lo, ou seja, informar-se, mas também conhecer e, ainda mais, aprender.
 Não há conhecimento sem aprendizagem e sem informação.

Quais são as competências necessárias de serem desenvolvidas com os alunos? Alarcão


(2003) destaca:
 possuir curiosidades intelectuais;
 utilizar e recriar conhecimento;
 questionar;
 indagar;
 ter pensamentos próprios;
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 autoaprendizagem;
 gestão da própria vida (individual e grupal);
 adaptação sem perda de identidade;
 responsabilidade pelo próprio desenvolvimento (constante);
 lidar com situações que fujam à rotina;
 decidir e assumir responsabilidades;
 resolver problemas;
 trabalhar em cooperação;
 aceitar os outros;
 possuir horizontes temporais e geográficos alargados;
 compreensão sistêmica dos acontecimentos;
 comunicar e interagir;
 autoconhecimento e autoestima.
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Quem é o aluno na sociedade da aprendizagem?


 Trata-se de um aprendiz do “viver aprendendo” ou que “aprenderá a aprender”.
 Portanto, “o aluno na sociedade da aprendizagem precisa ser afastado da pedagogia da
dependência e ser inserido num fazer pedagógico autônomo”.

E o professor na sociedade da aprendizagem?


 Este possui um desafio profissional amplo, mas imprescindível, que é o de ajudar a
desenvolver nos alunos, futuros cidadãos, a capacidade de trabalho autônomo e
colaborativo, mas também o espírito crítico (Machado; Nagy, 2011, p. 102).
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Já a escola precisa fazer-se como comunidade autocrítica, aprendente, reflexiva. De que


forma?

Algumas atitudes são úteis:


 autogerir-se;
 ter seu projeto próprio;
 ter objetivo e avaliar-se permanentemente;
 contextualizar-se na comunidade interagindo com a mesma;
 acreditar nos seus professores;
 envolver os seus alunos;
 “aceitar” a contribuição dos pais;
 considerar-se em desenvolvimento e em aprendizagem.
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7.2 A cabeça bem-feita


 É claro o entendimento de “cabeça bem cheia” como um local
no qual se acumulam saberes, empilhando-os e sem dispô-los
a um princípio de seleção e de organização que lhes dê
sentido. Já “cabeça bem-feita” significa que em vez de
acumular saber, é mais importante dispor de: uma aptidão geral
para colocar e tratar problemas e princípios organizadores que
permitam ligar os saberes e lhes dar sentido.
 Sim, a educação precisa trabalhar com as aptidões mentais
gerais. Mas precisa também encarar a organização dos
conhecimentos. Uma cabeça bem-
feita é uma cabeça apta a
organizar os conhecimentos e, com
isso, evitar sua acumulação estéril.

Fonte: https://m.media-
amazon.com/images/I/61hZroiE5JL._SL1400_.jpg
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Fonte: https://brainly.com.br/tarefa/24175592
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 A imaginação absorve tudo, o cognitivo, o expressivo, o sentimento, a lembrança, as


escolhas que nos pertencem... Temos que destruir a imagem simplificada de um objeto,
temos que complicar o mundo. A imaginação é arte e ciência, pois multiplica os significados
de um objeto, de um acontecimento, de uma palavra (Magaluzzi apud Rabitti, 1999, p. 63).
 Assim, podemos afirmar que imaginação e intuição têm um importante papel na estruturação
do pensamento.

Fonte:
https://www.atribuna.com.br/stora
ge/Variedades/Pop_&_Art/img232
0786612092.webp
Interatividade

As tecnologias educacionais trazem em si uma revolução nos paradigmas educacionais atuais,


à medida que apresentam diversas oportunidades para a escola integrar e enriquecer os
materiais didáticos. Além disso, proporcionam novas formas de interação e comunicação entre
professores e alunos. Nesse sentido, a introdução das novas tecnologias de informação e
comunicação na educação:

a) É uma forma de se estar atualizado com relação às inovações tecnológicas.


b) Contribui para a transformação do processo de ensino-aprendizado.
c) Traz poucos benefícios para o desenvolvimento intelectual do aluno.
d) Parece ter sido tomada de um certo modismo.
e) Como ferramenta de ensino-aprendizado tem se tornado
cada vez mais fundamental para manter o nível dos alunos
nas escolas.
Resposta

As tecnologias educacionais trazem em si uma revolução nos paradigmas educacionais atuais,


à medida que apresentam diversas oportunidades para a escola integrar e enriquecer os
materiais didáticos. Além disso, proporcionam novas formas de interação e comunicação entre
professores e alunos. Nesse sentido, a introdução das novas tecnologias de informação e
comunicação na educação:

a) É uma forma de se estar atualizado com relação às inovações tecnológicas.


b) Contribui para a transformação do processo de ensino-aprendizado.
c) Traz poucos benefícios para o desenvolvimento intelectual do aluno.
d) Parece ter sido tomada de um certo modismo.
e) Como ferramenta de ensino-aprendizado tem se tornado
cada vez mais fundamental para manter o nível dos alunos
nas escolas.
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7.3 As sereias do ensino eletrônico


 Durante toda a existência da humanidade e desde quando se tem conhecimento dessa
existência, homens e mulheres se encantam com o diferente ou com o novo, tentando
conhecê-lo ou tateá-lo.
 As sereias que Ulisses, em A Odisseia de Homero, buscou ouvir – mesmo precavendo-se ao
pedir que o amarrassem ao mastro de seu navio para não ser encantado ou devorado por
elas – demonstram isso. Demonstram a curiosidade e o desejo de novas “aventuras”. Assim
tem sido para profissionais de diferentes áreas a sedução pelas novas tecnologias da
comunicação e da informação.
 No entanto, como as sereias, as novas tecnologias da
comunicação e da informação nos “engoliram” no que se
refere às diversas áreas a que os “ouvidos se abriram
escancaradamente para os seus cantos” (Machado; Nagy,
2011, p. 108).
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 Houve um deslumbramento diante das inúmeras possibilidades de “dominar o mundo” por


intermédio do domínio tecnológico. Porém, hoje já se verifica que o novo não exclui
totalmente vivências anteriores.
 Combinam-se numa utilização que possibilita aproveitar o canto da sereia sem abandonar
o navio.
 E com a educação? As novas tecnologias da comunicação e da informação estão, como
nunca, presentes no processo ensino-aprendizagem e, não poucas vezes, em um ensino e
em uma aprendizagem que só são possíveis por causa delas.
 O valor da educação destaca e defende a interação entre professor e aluno.
“Portanto, não basta introduzir tecnologias – é fundamental
pensar em como elas são disponibilizadas, como seu uso
pode efetivamente desafiar as estruturas existentes em vez de
reforçá-las” (Blikstein; Zuffo, 2003, p. 25).
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Transformar a educação burocrática em educação criativa


 No que se refere às tecnologias ou aos equipamentos tecnológicos, surge a possibilidade
de seus usos não como reprodução de uma escola na qual receitas são seguidas passo a
passo, mas como possibilidades de empreendimento de projetos pelos quais há interesse
e paixão.
 Não é transpor ou reproduzir a educação da escola para a EaD!
 Retomar projetos para a educação e para a sociedade de autores como Paulo Freire e John
Dewey – pensar e fazer algo além de apenas escolas ou Educação a Distância confinadas à
“entidade” estática do conteúdo.
 Afinal os “[...] alunos também as pensam e as fazem e,
portanto, nós educadores precisamos, de fato, acreditar e
fazer valer nossa crença numa revolução educacional a
partir também do aluno” (Machado; Nagy, 2011, p. 109).
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A informação necessita de reflexão para ser transformada em conhecimento


 O acesso à informação não é garantia de aprendizado ou de construção de conhecimento.
 Ter atenção nos discursos sociais têm preconizado a educação como “salvadora da pátria” e
no mercado de trabalho parece buscar uma educação para toda a vida, o uso de
computadores ou familiaridade com a tecnologia.

 No que tange ao ensino superior, refletir acerca da “quantidade maior do que qualidade”:
“Entre nós é comum ouvir a seguinte expressão: “é fácil entrar
na faculdade, o difícil é sair”. Isso reflete que estamos apenas
transferindo para o meio universitário as diferenças culturais tão
presentes e discutidas na Educação Básica (Machado; Nagy,
2011, p. 110).
 Não aconteceu a escolarização universal que acabaria por
atenuar a dicotomia entre alta cultura e cultura de massa.
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 Não basta a presença de “novas tecnologias”, é preciso saber usá-las.


 Não basta o acesso a uma grande quantidade de informações, é preciso transformá-
las em conhecimentos.

Mudanças que enfrentem o desafio de


transformar efetivamente a aprendizagem.
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 Não se trata de verificar o bom ou o mau funcionamento da educação por meios eletrônicos,
e sim o bom ou mau funcionamento da educação em si.
 A questão é a forma como se “faz o aprender” em qualquer tipo de interação educativa.
 Ou seja, a Educação a Distância não resolverá milagrosamente os problemas da
aprendizagem se não os considerar seu principal ponto de trabalho, ou se usar um mau
modelo presencial aplicando-o a distância.
 De qualquer forma, a educação a distância não é propriamente uma novidade. O uso de
novas tecnologias para educação também não o é. [...] Há um claro conflito de culturas de
uso: de um lado, a lógica da internet, fugaz, rápida, fria (no sentido de McLuhan). De outro,
a lógica educacional em que são necessárias a persistência, a
fidelidade e a informação quente (Blikstein; Zuffo, 2003,
p. 36).
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 É preciso que a educação tenha, na sua “parceria” com a internet, não uma mídia de
transmissão de informações, mas a matéria-prima de construção.

É preciso seguir esse caminho construindo e re(construindo) novas formas de:


 criação;
 construção;
 produção;
 responsabilidade cidadã;
 inauguração, personalização;
 expressão;
 colaboração;
 inclusão e empreendimento de projetos partindo do aprendiz.
Interatividade

É importante que se discutida a relação das tecnologias com a concepção pedagógica, uma
vez que a tecnologia poderá servir tanto para a reprodução de práticas tradicionalistas de
educação quanto para a transformação da sala de aula em espaços dialógicos e
contextualizados com as experiências dos estudantes. Assim, diante das possibilidades
pedagógicas com o uso das tecnologias da informação e comunicação, marque verdadeiro (V)
ou falso (F) para as afirmações abaixo e depois assinale a sequência correta.
( ) As tecnologias possibilitam maior interação e desenvolvimento de atividades articuladas aos
conhecimentos prévios dos alunos.
( ) As tecnologias podem romper com os padrões monótonos e repetitivos em sala de aula,
principalmente com os alunos tímidos, que apenas copiam, ouvem e não interagem com os
professores e demais alunos.
( ) Com o uso das tecnologias, o professor se torna cada vez
mais um mediador e não o dono absoluto do conhecimento.
( ) Com o uso das tecnologias, a ênfase educacional passa a
centrar-se no pensamento crítico e não mais na memorização
dos fatos.
Interatividade

a) V, V, V, V.
b) F, F, F, F.
c) V, F, V, F.
d) F, V, F, V.
e) V, V, F, F.
Resposta

É importante que se discutida a relação das tecnologias com a concepção pedagógica, uma
vez que a tecnologia poderá servir tanto para a reprodução de práticas tradicionalistas de
educação quanto para a transformação da sala de aula em espaços dialógicos e
contextualizados com as experiências dos estudantes. Assim, diante das possibilidades
pedagógicas com o uso das tecnologias da informação e comunicação, marque verdadeiro (V)
ou falso (F) para as afirmações abaixo e depois assinale a sequência correta.
(V) As tecnologias possibilitam maior interação e desenvolvimento de atividades articuladas
aos conhecimentos prévios dos alunos.
(V) As tecnologias podem romper com os padrões monótonos e repetitivos em sala de aula,
principalmente com os alunos tímidos, que apenas copiam, ouvem e não interagem com os
professores e demais alunos.
(V) Com o uso das tecnologias, o professor se torna cada vez
mais um mediador e não o dono absoluto do conhecimento.
(V) Com o uso das tecnologias, a ênfase educacional passa a
centrar-se no pensamento crítico e não mais na memorização
dos fatos.
Resposta

a) V, V, V, V.
b) F, F, F, F.
c) V, F, V, F.
d) F, V, F, V.
e) V, V, F, F.
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 Então é necessário discutir e refletir sobre a educação em todas as suas modalidades.


Assim podemos entender melhor como a Educação a Distância pode contribuir para
uma aprendizagem efetiva.
 No começo dos anos 1990, Berners-Lee e outros autores (Berners-Lee et al., 1994, p. 76)
afirmaram que a web “foi desenvolvida para ser um repositório do conhecimento humano,
que permitiria que colaboradores em locais distintos partilhassem as suas ideias e todos os
aspectos de um projeto comum”.
 Com o passar do tempo, percebeu-se que isso não aconteceu exatamente como previam, ou
seja, compartilhamento e interação não estavam presentes na primeira fase da web, que
conhecemos por Web 1.0.
 Web 1.0 foi a unidirecional, que significa dizer que os
sites eram estáticos, predominantemente textuais e
puramente informativos.
Didática para o novo tempo – Educação a distância

 A interação com outros internautas se


desenvolvia pela troca de e-mails, e se
fazia necessário dominar determinadas
linguagens informáticas para, por exemplo,
construir uma página na rede mundial
de computadores.
 O tempo passou e, graças a diversas
inovações tecnológicas, as páginas antes
Fonte: https://gizmodo.uol.com.br/apos-50-anos-por-que-
o-e-mail-ainda-e-fundamental-na-comunicacao-atual/
estáticas foram se dinamizando com o
acréscimo de hiperlinks, de imagens, de
sons e, depois, de vídeos.

Fonte:
https://brasilescola.uol.com.br/
redacao/hipertexto.htm
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8 AMBIENTES VIRTUAIS DE APRENDIZAGEM: UMA NOVA DIDÁTICA?


 Para que a rotina da EaD aconteça é necessária a utilização de um AVA (Ambiente Virtual
de Aprendizagem), que é, na verdade, uma escola, com suas salas de aula, biblioteca,
secretaria etc.

As principais ferramentas utilizadas no AVA e, portanto, na EaD são as seguintes:


 e-mail;
 fórum de discussão;
 lista de discussão;
 chat;
 videoconferência;
 wiki;
 blogs/fotologs/videologs;
 sites de relacionamento. https://www.ifpb.edu.br/materias/ambiente-virtual-de-
aprendizagem-do-ifpb-ganha-nova-versao
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desenvolver a desenvolver a
aprendizagem aprendizagem ativa
incentivar o trabalho em grupo com o
colaborativa
educador tendo como foco seu aluno

professor e
aluno

criação de comunidades de
aprendizagem para além da
sala de aula
Interatividade

Para que as tecnologias educacionais sejam efetivamente utilizadas como um recurso no


processo de ensino e aprendizagem e para que ocorra uma autêntica transformação nas
formas de ensinar e aprender, é indispensável que as escolas estejam preparadas. Para tanto,
é preciso:
I. Pensar em uma mudança na abordagem pedagógica dos envolvidos nesse processo,
especialmente os professores, para exploração das potencialidades desse modo de
ensino-aprendizado.
II. Avaliar que a utilização das novas tecnologias de informação e de comunicação não tem
contribuído para a transformação do aprendizado.
III. Acreditar na aplicação das novas tecnologias de informação
e de comunicação com os já conhecidos recursos
educacionais como meio para desenvolver novas
metodologias de ensino, as quais possam ser utilizadas de
modo complementar ou integrante do ensino-aprendizado.
Interatividade

São verdadeiras as afirmativas:

a) I e II.
b) I e III.
c) II e III.
d) I, II e III.
e) III.
Resposta

Para que as tecnologias educacionais sejam efetivamente utilizadas como um recurso no


processo de ensino e aprendizagem e para que ocorra uma autêntica transformação nas
formas de ensinar e aprender, é indispensável que as escolas estejam preparadas. Para tanto,
é preciso:
I. Pensar em uma mudança na abordagem pedagógica dos envolvidos nesse processo,
especialmente os professores, para exploração das potencialidades desse modo de
ensino-aprendizado.
II. Avaliar que a utilização das novas tecnologias de informação e de comunicação não tem
contribuído para a transformação do aprendizado.
III. Acreditar na aplicação das novas tecnologias de informação
e de comunicação com os já conhecidos recursos
educacionais como meio para desenvolver novas
metodologias de ensino, as quais possam ser utilizadas de
modo complementar ou integrante do ensino-aprendizado.
Resposta

São verdadeiras as afirmativas:

a) I e II.
b) I e III.
c) II e III.
d) I, II e III.
e) III.
Referências

 ALARCÃO, I. Professores reflexivos em uma escola reflexiva. São Paulo: Cortez, 2003.
 ANDRÉ, M. (org.). Pedagogia das diferenças na sala de aula. São Paulo: Papirus, 2002.
 BERNERS-LEE, T.; HENDLER, J.; LASSILA, O. The Semantic Web. Scientific American.com. 2001.
Disponível em: http://www.sciam.com/article.cfm?articleID=00048144-10D2-1C70-
84A9809EC588EF21&pageNumber=2&catID=2. Acesso em: 23 nov. 2023.
 BLIKSTEIN, P.; ZUFFO, M. K. As sereias do ensino eletrônico. In: SILVA, M. (org.) Educação online:
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Referências

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ATÉ A PRÓXIMA!

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