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Unidade III

DIDÁTICA PARA O NOVO TEMPO – EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

A didática busca nas suas reflexões sistemáticas do processo ensino-


aprendizagem entender novas formas de “fazer educação”. Diante disso, é
imprescindível que educadores, desde o início da sua formação, discutam e
reflitam a respeito das novas possibilidades e novos entremeios instalados
nesse processo de ensino-aprendizagem. Não somente novas tecnologias,
como também novas formas de se enxergar/olhar o uso destas na educação
estão encontrando seus espaços nas formas, meios e recursos para se
ensinar e para se aprender.

Observação

Você já pensou sobre isso? Você percebe a diferença entre a educação


presencial e a Educação a Distância nos dias de hoje?

A Educação a Distância não é uma modalidade educacional tão recente,


porém os recursos com os quais conta atualmente requerem que seus
conhecimentos, questionamentos e aproveitamentos desenvolvam-se num
fazer apurado e reflexivo. Para isso, discutiremos agora os meios e os
recursos presentes nessa forma de se ensinar e de se aprender, assim como
os diferentes papéis necessários de serem assumidos pelos protagonistas
deste processo.

Lembrete

EaD, no sentido fundamental da expressão, é o ensino que ocorre


quando o
ensinante e o aprendente estão separados (no tempo ou no
espaço). No
sentido que a expressão assume hoje, enfatiza-se mais a
distância no espaço
e se propõe que ela seja contornada através do
uso de tecnologias de
telecomunicação e de transmissão de dados,
voz (sons) e imagens
(incluindo dinâmicas, isto é, televisão ou vídeo)
(CHAVES, 1999).

7 HISTóRIA DA EAD
Antes de conhecer o histórico da EaD, vale ressaltar que este conceito parte
da premissa que alunos e professores estão separados por espaço e/ou
tempo. Assim, utilizam-se do recurso tecnológico para interagir.

Já fez parte da categoria “mídia” a escrita, ou seja, os alunos recebiam


material impresso em suas casas para estudarem e, havendo dúvidas,
poderia enviar suas dúvidas pelo correio ou via telefone aos professores que
procurariam saná-las no menor tempo possível.

Atualmente ainda temos esse modelo, via IUB – Instituto Universal


Brasileiro e alguns cursos que, além de apoiarem-se em email ou AVA –
Ambientes Virtuais de Aprendizagem, utilizam, ainda o telefone ou as Web-
conferências.

É certo que, a cada época, a EaD apoiou-se em determinadas mídias para


auxiliá-la e fazê-la acontecer. Cada um destes momentos é conhecido por
“geração”.

A evolução da EaD, de acordo com Moore e Kearsley (1996), identifica a


existência de 3 gerações. A saber:

Quadro 3 - As 3 gerações da EaD

Geração
Início
Características

Até 1970
Estudo por correspondência, no qual o principal meio de comunicação eram 1ª
materiais
impressos, geralmente um guia de estudo, com tarefas ou outros exercícios enviados pelo correio.


Anos 70
Surgem as primeiras universidades abertas, com design e implementação sistematizadas
de cursos a distância, utilizando, além do material impresso, transmissões por televisão aberta, rádio
e fitas de áudio e vídeo, com interação por telefone, satélite e TV a cabo.


Anos 90
Esta geração é baseada em redes de conferência por computador e estações de trabalho
multimídia.

A partir dessa divisão, vamos conhecer o que há em cada uma das gerações
a partir da linha do tempo da inserção da Educação a Distância no Brasil?
Quadro 4 - Histórico da EaD no Brasil
1970
Portaria 408 – emissoras comerciais de rádio e televisão:
obrigatoriedade da transmissão gratuita de cinco horas semanais de 30 minutos diários, de segunda a
sexta– feira, ou com 75 minutos aos sábados e domingos. É iniciada em cadeia nacional a série de
cursos do Projeto Minerva, irradiando os cursos de Capacitação Ginasial e Madureza Ginasial,
produzidos pela Feplam e pela Fundação Padre Anchieta.

1937
Criação do Serviço de Radiodifusão Educativa do Ministério da Educação

1959
Início das escolas radiofônicas em Natal (RN)

1960
Início da ação sistematizada do Governo Federal em EAD; contrato entre o MEC e a CNBB:
Expansão do sistema de escolas radiofônicas aos estados nordestinos, que faz surgir o MEB –
Movimento de Educação de Base –, sistema de ensino a distância não formal.

1966 a Instalação de oito emissoras de televisão educativas: TV Universitária de Pernambuco, TV


Educativa do Rio de

1974
Janeiro, TV Cultura de São Paulo, TV Educativa do Amazonas, TV Educativa do Maranhão,
TV Universitária do Rio Grande do Norte, TV Educativa do Espírito Santo e TV Educativa do Rio
Grande do Sul.

1967
Criada a Fundação Padre Anchieta, mantida pelo Estado de São Paulo com o objetivo de
promover atividades educativas e culturais através do rádio e da televisão (iniciou suas transmissões
em 1969); constituída a Feplam (Fundação Educacional Padre Landell de Moura), instituição privada
sem fins lucrativos, que promove a educação de adultos através de Tele-educação por multimeios.

1969
TVE Maranhão/CEMA – Centro Educativo do Maranhão: programas educativos para a 5ª série,
inicialmente em circuito fechado, e a partir de 1970 em circuito aberto, também para a 6ª série.

1971
Nasce a ABT – inicialmente como Associação Brasileira de Tele–Educação, que já organizava
desde 1969 os Seminários Brasileiros de Tele-Educação, atualmente denominados Seminários
Brasileiros de Tecnologia Educacional. Foi pioneira em cursos a distância, capacitando os
professores por meio de correspondência.

1972
Criação do Prontel – Programa Nacional de Tele-Educação – que fortaleceu o Sinred – Sistema
Nacional de Radiodifusão Educativa.

1973
Projeto Minerva passa a produzir o Curso Supletivo de 1º Grau, II fase, envolvendo o MEC,
Prontel, Cenafor e secretarias de Educação.

1973-74
Projeto SACI conclusão dos estudos para o Curso Supletivo “João da Silva”, sob o formato
de telenovela, para o ensino das quatro primeiras séries do 1º grau; o curso introduziu uma inovação
pioneira no mundo, um projeto

– piloto de teledidática da TVE, que conquistou o prêmio especial do Júri Internacional do Prêmio
Japão.

1974
TVE Ceará começa a gerar teleaulas; o Ceteb – Centro de Ensino Técnico de Brasília – inicia o
planejamento de cursos em convênio com a Petrobras para capacitação dos empregados desta
empresa e do projeto Logus II, em convênio com o MEC, para habilitar professores leigos sem
afastá–los do exercício docente.

1978
Lançado o Telecurso de 2º Grau, pela Fundação Padre Anchieta (TV Cultura/SP) e Fundação
Roberto Marinho, com programas televisivos apoiados por fascículos impressos, para preparar o
telealuno para os exames supletivos.

1979
Criação da FCBTVE – Fundação Centro Brasileiro de Televisão Educativa/MEC; dando
continuidade ao Curso “João da Silva”, surge o Projeto Conquista, também como telenovela, para as
ultimas séries do primeiro grau; começa a utilização dos programas de alfabetização por TV –
(MOBRAL), em recepção organizada, controlada ou livre, abrangendo todas as capitais dos estados
do Brasil.

1979 a É implantado, em caráter experimental, o Posgrad – Pós-Graduação Tutorial à Distância –


pela Capes – Coordenação 1983
de Aperfeiçoamento do Pessoal de Ensino Superior – do MEC,
administrado pela ABT – Associação Brasileira de Tecnologia Educacional – com o objetivo de
capacitar docentes universitários do interior do pais.
1981
FCBTVE trocou sua sigla para
FUNTEVE: Coordenação das atividades da TV Educativa do Rio de Janeiro, da Rádio MEC-Rio, da
Rádio MEC-Brasília, do Centro de Cinema Educativo e do Centro de Informática Educativa.

1983/1984
Criação da TV Educativa do Mato Grosso do Sul. Inicio do “Projeto Ipê”, da Secretaria da
Educação do Estado de São Paulo e da Fundação Padre Anchieta, cursos pura atualização e
aperfeiçoamento do magistério de 1º e 2º Graus, utilizando–se de multimeios.

1988
“Verso e Reverso – Educando o Educador”: curso por correspondência para capacitação de
professores de Educação Básica de Jovens e Adultos/ MEC Fundação Nacional para Educação de
Jovens e Adultos (EDUCAR), com apoio de programas televisivos através da Rede Manchete.

1991
O “Projeto Ipê” passa a enfatizar os conteúdos curriculares – A Fundação Roquete Pinto, a
Secretaria Nacional de Educação Básica e secretarias estaduais de educação implantam o Programa
de Atualização de Docentes, abrangendo as quatro séries iniciais do ensino fundamental e alunos dos
cursos de formação de professores. Na segunda fase, o projeto ganha o titulo de “Um salto para o
futuro”.

1992
O Núcleo de Educação a Distância do Instituto de Educação da UFMT (Universidade Federal
do Mato Grosso),
em parceria com a Unemat (Universidade do Estado do Mato Grosso) e a
Secretaria de Estado de Educação e
com apoio da Tele-Universitè du Quebec (Canadá), criam o
projeto de Licenciatura Plena em Educação Básica:
1º a 4º séries do 1º grau, utilizando o EAD. O
curso é iniciado em 1995 / Foi criada a Universidade Aberta de
Brasília (Lei 403/92), podendo
atingir três campos distintos: a ampliação do conhecimento cultural com a
organização de cursos
específicos de acesso a todos, a educação continuada, reciclagem profissional às diversas
categorias
de trabalhadores e àqueles que já passaram pela universidade; e o ensino superior, englobando tanto
a
graduação como a pós-graduação.

1996
Lei de Diretrizes e Bases da Educação. Regulamenta a EaD no Brasil. Veja no site do MEC:
<www.mec.gov.br>.

2009
A ABED - Associação Brasileira de Educação a Distância organizou o 7º SENAED - Seminário
Nacional ABED de Educação a Distância totalmente on-line, envolvendo nas atividades palestrantes
do Brasil, Portugal e outros países de língua portuguesa.

De lá para cá, muitas coisas mudaram, mas a tendência é que a EaD, cada
vez mais, aperfeiçoe-se e crie novas possibilidades de aprendizagem ao seu
aluno. O caminho já começou a ser trilhado e agora não há mais como
voltar atrás.

Saiba mais

Acesse <http://www.slideshare.net/joaojosefonseca/evoluo-social-
associadaao-processo-histrico-da-ead> e veja os slidesque dão um
panorama da EaD.
Acesse <http://www.chaves.com.br/TEXTSELF/EDTECH/EAD.htm> e
leia na íntegra o texto do professor Eduardo Chaves sobre o EaD.

Observação

Você, aluno da UNIP Interativa, é parte integrante e sujeito no


processo de
educação a distância. O que você está fazendo aqui é
exatamente participar
e viver ativamente esta inovação que a EaD
trouxe para os processos
educacionais! Já pensou nisso? Você também
faz EaD!

7.1 Alunos, professores e escola face à sociedade da informação

Comecemos nossos estudos tão atuais e, por isso mesmo, tão necessários
falando de uma expressão utilizada por Isabel Alarcão (Doutora em
Educação pela Universidade de Liverpool e Professora Catedrática Jubilada
da Universidade de Aveiro, além de membro fundador da Unidade/Centro
de Investigação Didática e Tecnologia Educativa na Formação de
Professores) no seu livro Professores reflexivos em uma escola reflexiva
(2003) O acesso, a gestão e a avaliação das informações na atual sociedade
exigem que, também a escola como instituição de reflexão social,
possibilite estas ações a partir de e para as informações. Isso nos remete
imediatamente à inclusão de todos em todas as possibilidades presentes na
sociedade atual. Porém, preocupa-nos a exclusão de acesso aos meios pelos
quais possam ser contatadas as novas informações.

É quase óbvio, mas infelizmente necessário de ser discutido e apontado


como problema. Se as informações são muitas na atualidade e se como
educadores precisamos compartilhá-las com nossos alunos, simplesmente
temos, todos, de ter acesso aos meios pelos quais este “compartilhar” torne-
se efetivo. No entanto, ainda encontramos muitos infoexcluídos e, portanto
distantes de uma realidade verdadeiramente democrática.

Observação

Ah! Então infoexclusão é a exclusão pelo não acesso à tecnologia.

Vamos entender como se relacionam sujeitos e informações. Quando estas


eram divulgadas
em tempo e espaço longos, nós – os sujeitos – podíamos
entendê-las, discuti-las e digeri-las
também contando com tempo e espaço
que nos fizesse compreender o mundo, seus fenômenos e
as relações entre
os seres em geral. Podíamos tranquilamente definir entre diferentes
informações;
escolher, questionar, “aproveitar”, discernir sobre o que nos
informávamos. Atualmente essas
preciosidades reflexivas estão preteridas
pela quantidade de informação as quais temos acesso.
Somos
bombardeados por quantidades inatingíveis de possibilidades de
aprendizagens, mas não
temos condições de pensar a respeito das mesmas.
Como diz Morin citado por Alarcão (2003), sem
organização do que é
aprendido (informação), pelo pensamento, não se produz conhecimento.
Nesse sentido, os infoexcluídos sobrevivem sem ao menos o que
poderíamos chamar de matériaprima do pensamento: as informações.
Portanto, não possuem um espaço democrático que os
possibilite produzir
conhecimento.

Segundo Alarcão, nesta era, a sociedade já evoluiu de sociedade da


informação para sociedade da informação e do conhecimento e,
atualmente, para sociedade da aprendizagem. Se a sociedade segue esse
percurso, é necessário que as pessoas também possam segui-lo, ou seja,
informar-se, mas também conhecer e, ainda mais, aprender. Não há
conhecimento sem aprendizagem e sem informação.

Saiba mais

Para ampliar seus conhecimentos sobre a sociedade do conhecimento,


recomendamos o texto Sociedade do conhecimento

SQUIRRA, S. Sociedade do conhecimento. In: MARQUES DE MELO, J.


M.; SATHLER, L. Direitos à comunicação na sociedade da informação.
São Bernardo do Campo, SP: Umesp, 2005.

O qual pode ser consultado em: <http://www.lucianosathler.pro.br/


site/images/conteudo/livros/direito_a_comunicacao/254-265_sociedade_
conhecimento_squirra.pdf>.

Ressaltemos a percepção como competência imprescindível nesta sociedade


da aprendizagem. Poderíamos até dizer que a percepção é a protagonista
deste processo. Perceber objetos, pessoas, acontecimentos e as relações
entre todos pode ser a alternativa para o discernimento cabível diante de
uma escolha, um aprofundamento, um pensamento, uma produção de
conhecimento diante de infindáveis informações. No entanto, conforme
Perrenoud, citado por Alarcão (2003), ter competência é saber mobilizar
saberes, ou seja, reorganizá-los e explicitar sua dinâmica e valor funcional.
Assim, adquirir a competência perceptiva envolve também a mobilização
de saberes.

Mas, quais são as competências necessárias de serem desenvolvidas com os


alunos? Alarcão (2003) destaca:

• possuir curiosidades intelectuais;

• utilizar e recriar conhecimento;

• questionar;

• indagar;

• ter pensamentos próprios;

• autoaprendizagem;

• gestão da própria vida (individual e grupal);

• adaptação sem perda de identidade;

• responsabilidade pelo próprio desenvolvimento (constante);

• lidar com situações que fujam à rotina;

• decidir e assumir responsabilidades;

• resolver problemas;

• trabalhar em cooperação;

• aceitar os outros;

• possuir horizontes temporais e geográficos alargados;

• compreensão sistêmica dos acontecimentos;

• comunicar e interagir;

• autoconhecimento e autoestima.

Falemos então sobre quem é o aluno na sociedade da aprendizagem. Trata-


se de um aprendiz do “viver aprendendo” ou que “aprenderá a aprender”.
Portanto, o aluno na sociedade da aprendizagem precisa ser afastado da
pedagogia da dependência e ser inserido num fazer pedagógico autônomo.

E o professor na sociedade da aprendizagem? Este possui um desafio


profissional amplo, mas imprescindível que é o de ajudar a desenvolver nos
alunos, futuros cidadãos, a capacidade de trabalho autônomo e colaborativo,
mas também o espírito crítico.
Já a escola precisa fazer-se enquanto comunidade autocrítica, aprendente,
reflexiva. De que forma? Algumas atitudes são úteis:

• autogerir-se;

• ter seu projeto próprio;

• ter objetivo e avaliar-se permanentemente;

• contextualizar-se na comunidade interagindo com a mesma;

• acreditar nos seus professores;

• envolver os seus alunos;

• ”aceitar” a contribuição dos pais;

• considerar-se em desenvolvimento e em aprendizagem.

Lembrete

Na atualidade o grande desafio docente é o de estar preparado para o uso


crítico e inovador das tecnologias e do EaD, já que ambos fazem parte da
sociedade em que vivemos. Uma educação moderna e de boa qualidade
prescinde uma transformação na atuação do docente e dos alunos.

Precisamos, nós os educadores, construir-nos profissionalmente com


re(criações) dos nossos papéis. Precisamos mediar as construções de
conhecimentos dos nossos alunos mais nos seus processos do que nas suas
finalizações. Precisamos “fazer escolas” possíveis de sobreviver, viver e
contribuir para uma sociedade da aprendizagem que inclua, discuta, possua
discernimento, enfim que conceba o “aprender a aprender”.

Para tal, e em se tratando da didática nas reflexões sobre ensino-


aprendizagem, faz-se necessário discutirmos novas formas de ver/olhar o
mundo e, num recorte específico, ver/olhar o mundo do conhecimento
atrelado às suas formas de fazer-se presente e de criar-se ou recriar-se em
novas possibilidades de ações.

Convém direcionarmos nossa discussão para como este conhecimento numa


sociedade da aprendizagem pode ser tecido muito mais do que estabelecido.
Como entendermos o conhecimento e a sua aquisição num mundo repleto
de informação e exigente de aprendizagem. Por que esta discussão? Se a
escola é uma instituição a qual o conhecimento sustenta, obviamente
discuti-lo nos mais variados contextos é imprescindível. Especialmente no
campo da didática.

Saiba mais

Leia o artigo “Do satélite à internet: reflexões e lições aprendidas na


organização da educação a distância no âmbito da PUCRS” no endereço
eletrônico: <http://pead.ucpel.tche.br/revistas/index.php/colabora/article/
viewFile/144/124> para entender melhor sobre a formação do professor do
mundo atual diante da velocidade das ferramentas utilizadas na Educação.

7.2 A cabeça benfeita

Realizemos então uma discussão sobre “a cabeça benfeita”. Essa expressão


advém das especulações de Edgar Morin (Sociólogo e Filósofo francês,
pesquisador emérito do CNRS/Centre National de La Recherche
Scientifique, formado em direito, história e geografia, realizou estudos em
filosofia, sociologia e epistemologia) no seu livro A cabeça bem-feita:
repensar a reforma, reformar o ensino(2004). Nesse livro, Morin cita que a
primeira finalidade do ensino foi formulada por Montaigne: mais vale uma
cabeça benfeita que bem cheia.

É claro o entendimento de “cabeça bem cheia” como um local no qual se


acumulam saberes, empilhando-os e sem dispô-los a um princípio de
seleção e de organização que lhes dê sentido. Já “cabeça benfeita”, significa
que em vez de acumular saber, é mais importante dispor de: uma aptidão
geral para colocar e tratar problemas e; princípios organizadores que
permitam ligar os saberes e lhes dar sentido.

Falemos então dessa aptidão geral ou de aptidões gerais da mente que


permitem o melhor desenvolvimento das competências particulares e
específicas. Quanto mais se têm desenvolvidas as aptidões gerais e naturais
da mente, maiores são as probabilidades de se resolver problemas
particulares. A educação deve proporcionar formas e meios de se
desenvolver a inteligência geral de forma a colocar e resolver problemas.

Optar por uma educação que objetive o desenvolvimento da inteligência


geral exige encarar e lidar com a capacidade mais comum e mais ativa na
infância e na adolescência que é a curiosidade. Muitas vezes essa
curiosidade é aniquilada pela instrução incorporada pelas instituições de
educação. Infelizmente, o “aproveitamento” dessa curiosidade pelas
instituições de educação, estimulando-a ou despertando-a, quando
adormecida, inexiste e não é incorporado como condição natural que vise a
uma “cabeça benfeita”. Não se trata de uma incorporação por intermédio de
um programa educacional, mas impulsionada por um fervor educativo.

O desenvolvimento geral implica o exercício da dúvida, da dúvida da sua


própria dúvida, do uso
da lógica da dedução, da indução, da arte da
argumentação e da discussão. Comporta também um
conjunto de atitudes
mentais que conjugam o ”faro”, a sagacidade, a previsão, a leveza de
espírito,
a desenvoltura, a atenção constante, o senso de oportunidade.
Trata-se da arte de transformar
detalhes, aparentemente insignificantes, em
indícios que permitam reconstituir toda uma história. É
preciso “pensar
bem”, no sentido de fazer uso da inteligência geral em todos os domínios da
cultura
das humanidades, inclusive na cultura científica, e na vida. Porém
não significa formar um “bempensante”.

Podemos destacar um exemplo para a forma de assumir a educação baseada


no desenvolvimento das inteligências gerais. O ensino matemático, que
compreende o cálculo, é claro, será aquém ou além do cálculo. Deverá
revelar a natureza intrinsecamente problemática das matemáticas. No
decorrer dos anos de aprendizagem, seria preciso valorizar,
progressivamente, o diálogo entre o pensamento matemático e o
desenvolvimento dos conhecimentos científicos, e, finalmente, os limites da
formalização e da quantificação.

No caso da filosofia que é, acima de tudo, uma força de interrogação e de


reflexão, dirigida para os grandes problemas do conhecimento e da
condição humana, deve contribuir eminentemente para o desenvolvimento
do espírito problematizador e não ser confinada em uma disciplina fechada
em si mesma.

Observação

Estou entendendo! A educação precisa trabalhar com as aptidões gerais.


Sim, a educação precisa trabalhar com as aptidões mentais gerais. Mas
precisa também encarar a organização dos conhecimentos. Uma cabeça
benfeita é uma cabeça apta a organizar os conhecimentos e, com isso, evitar
sua acumulação estéril.

Todo conhecimento constitui, ao mesmo tempo, uma tradução e uma


reconstrução, a partir de sinais, signos, símbolos, sob a forma de
representações, ideias, teorias, discursos. A organização dos conhecimentos
é realizada em função de princípios e regras [...]; comporta operações de
ligação (conjunção, inclusão, implicação) e de separação (diferenciação,
oposição, seleção, inclusão). O processo é circular, passando da separação à
ligação, da ligação à separação, e, além disso, da análise à síntese, da
síntese à análise. Ou seja; o conhecimento comporta, ao mesmo tempo,
separação e ligação, análise e síntese (MORIN, 2004, p. 24).

Nosso ensino privilegia a separação em detrimento da ligação, e a análise


em detrimento da
síntese, assim como a separação e a acumulação sem ligar
os conhecimentos, são privilegiadas
em detrimento da organização que os
liga. Como nosso modo de conhecimento desune os
objetos entre si,
precisamos conceber o que os une. Como ele, o conhecimento, isola os
objetos
de seu contexto natural e do conjunto do qual fazem parte, é uma
necessidade cognitiva
inserir um conhecimento particular em seu contexto e
situá-lo em seu conjunto. A partir daí, o
desenvolvimento da aptidão para
contextualizar e globalizar os saberes torna-se um imperativo
da educação.

O desenvolvimento da aptidão para contextualizar tende a produzir a


emergência de um
pensamento “ecologizante”, no sentido em que situa todo
acontecimento, informação ou
conhecimento em relação de
inseparabilidade com seu ambiente cultural, social, econômico,
político e, é
claro, natural. Não só leva a situar um acontecimento em seu contexto, mas
também
incita a perceber como este o modifica ou explica de outra maneira.
Trata-se de procurar as
relações de reciprocidade entre o todo e as partes.
Trata-se de reconhecer, por exemplo, a unidade
humana em meio às
diversidades individuais e culturais, as diversidades individuais em meio à
unidade humana. Um pensamento unificador abre-se de si mesmo para o
contexto dos contextos:
o contexto planetário.
A imaginação absorve tudo, o cognitivo, o expressivo, o sentimento, a
lembrança, as escolhas que nos pertencem... Temos que destruir a imagem
simplificada de um objeto, temos que complicar o mundo. A imaginação é
arte e ciência, pois multiplica os significados de um objeto, de um
acontecimento, de uma palavra (MAGALUZZI In: RABITTI, 1999, p. 63).

Assim, podemos afirmar que imaginação e intuição têm um importante


papel na estruturação do pensamento.

E, ainda, que o desenvolvimento desse pensamento, que será globalizado,


de acordo com Morin (2001), tende a produzir um pensamento complexo, o
qual ele denomina “ecologizante”, pois o mesmo situa todos os
acontecimentos inseparáveis de seu meio ambiente.

É necessário, então não apenas abrir as fronteiras entre as disciplinas, mas


transformar os
princípios organizadores do conhecimento que é o que gera
essas fronteiras. As disciplinas existem
na instrução que organiza os
conhecimentos, mas estes se dão de forma natural e não linear, de
forma a
satisfazer as remotas curiosidades infantis, adolescentes e humanas numa
rede interrelacional. Portanto não se pode conhecer as partes sem conhecer
o todo e nem o todo sem
conhecer as partes.

Didaticamente, ao se organizarem os conhecimentos em disciplinas facilita-


se o acesso
dos estudantes a esses saberes. Assim, todo professor
especializa-se em uma disciplina, tendo
como função possibilitar aos alunos
o acesso às informações nela contida. A argumentação
pedagógica que
referenda tal prática é que torna mais fácil também para os alunos o acesso
e
a compreensão do conteúdo escolar. Entretanto, uma vez que tudo isso
acaba assumindo uma
forma de arquivo com gavetas
(compartimentalização), nem professores, nem estudantes são
capazes de
vislumbrar as conexões entre essas gavetas. Até porque o conhecimento
natural não
se organiza em “gavetas”, mas numa inter-relação em forma de
partes que se interligam e essas
a outras e todas num todo.

“Um novo espírito científico deve gerar grandes desdobramentos que


levam a ligar, contextualizar e globalizar os saberes até então fragmentados
e compartimentados, e que daí em diante, permitem articular as disciplinas,
umas às outras, de modo mais fecundo.” (MORIN, 2004, p. 26). O
desenvolvimento fragmentado das disciplinas demoliu as entidades naturais
sobre as quais sempre incidiram as grandes interrogações humanas: o
cosmo, a natureza, a vida e o ser humano. Essas interrogações humanas
estão, atualmente, iniciando um movimento de reorientação também
científica no que se refere às maneiras de se ver/olhar/conhecer o mundo
por intermédio de sistemas complexos nos quais as partes e o todo
produzem e se organizam entre si e, no caso, por exemplo, da cosmologia,
uma complexidade que ultrapassa qualquer sistema.

A ecologia, cujo objeto de estudo é o ecossistema, recorre a múltiplas


disciplinas físicas para apreender o biótipo, às disciplinas biológicas para
estudar a biocenose e às humanas para analisar as interações entre o mundo
humano e a biosfera.

As ciências da terra ampliaram-se da geografia pelos estudos importantes


de geologia, meteorologia, vulcanologia, sismologia, que perceberam nosso
planeta como um sistema complexo que se autoproduz e se auto-organiza.

A cosmologia, a partir de novas descobertas que levaram ao conceito de um


cosmo único em evolução, aciona o conhecimento desse cosmo e da sua
concepção associando a disciplina do infinitamente grande à disciplina do
infinitamente pequeno. Disciplinas distintas (astronomia de observação,
física, microfísica, matemática), além de uma reflexão quase filosófica, são
utilizadas de maneira reflexiva para permitir, tanto quanto possível, uma
inteligibilidade de nosso Universo.

Estamos destacando, assim como Morin (2004), que algumas ciências ou


algumas novas ciências têm surgido da necessidade de novas leituras. Essas
necessidades é que “dão o tom” para junções, formulações, buscas,
colaborações, entranhamento de disciplinas num movimento
transdisciplinar: é possível passar por várias disciplinas e transpor cada uma
delas para novos “terrenos de ninguém” ou “de todos” e, diga-se de
passagem, terrenos muito férteis.

Segundo Morin (2004), ainda há muitas recomposições multidisciplinares


que carecem de generalizarem-se por não encararem o elo indissolúvel
entre ciências da vida e ciências humanas. Para o autor, isso tem provocado
atrasos no desenvolvimento científico e da vida em si. Nem o próprio ser
humano iniciou essa revolução, sendo vítima da grande disjunção
natureza/cultura, animalidade/
humanidade, sempre desmembrado entre sua
natureza de ser vivo, estudada pela biologia, e sua natureza física e social,
estudada pelas ciências humanas.

É possível entender, então, que a partir de indícios de um novo espírito


científico, também podemos viver uma reforma do pensamento. Estamos
nos aventurando num caminho que pode favorecer a inteligência geral, a
aptidão para problematizar, a realização da ligação dos conhecimentos.
Mas ao novo espírito científico precisa acrescentar-se a renovação do
espírito da cultura das humanidades.

Não esqueçamos que a cultura das humanidades favorece a aptidão para a


abertura a todos os grandes problemas, para meditar sobre o saber e para
integrá-lo à própria vida, de modo a melhor explicar, correlativamente, a
própria conduta e o conhecimento de si (MORIN, 2004, p. 33).

A cabeça benfeita teria como finalidade um processo contínuo ao longo dos


diversos níveis de ensino mobilizando a cultura científica e as culturas das
humanidades. A educação para uma cabeça benfeita romperia com a
disjunção dessas duas culturas no sentido de responder as questões advindas
da globalidade e da complexidade da vida em todos os seus âmbitos.

Exemplo de aplicação

Puxa! Que interessante esse conceito de “cabeça benfeita”! Mas, vamos


pensar sobre qual a relação do mesmo com a nossa disciplina? Qual o elo
entre a junção de cultura científica/culturas da humanidade com Educação a
Distância?

Bom trabalho!

Essa dúvida é bastante pertinente, mas a Educação a Distância, como uma


nova modalidade de estudo, acrescenta um “tempero” a esta discussão
transdisciplinar à medida que propicia inúmeras junções pertinentes à
cultura científica e às culturas da humanidade. Mesmo que os “humanos”
estejam, nessa modalidade, distantes uns dos outros, novos mecanismos
para responder questões pertinentes à globalidade e à complexidade da vida
começam a ser acionados.

Saiba mais

Que tal fazer a leitura do material de Morin citado nesta unidade? Você
pode acessar o livro A cabeça bem-feita, no seguinte endereço eletrônico:
<http://pt.scribd.com/doc/10952147/Edgar-Morin-A-Cabeca-BemFeita>.
Aproveite e salve-o em seu computador e leia-o todo. Você vai gostar!

7.3 As sereias do ensino eletrônico

Tomemos emprestada a metáfora das sereias utilizada por Paulo Blikstein


(pesquisador no Media Lab do Massachusetts Institute of Technology
(MIT), mestre pelo MIT Media Lab, engenheiro e mestre em engenharia
pela Escola Politécnica da USP) e Marcelo Knörich Zuffo (Professor livre-
docente do Departamento de Sistemas Digitais da Escola Politécnica da
USP, engenheiro, mestre e doutor pela Escola Politécnica da USP), no texto
As sereias do ensino eletrônico (BLIKSTEINZUFFO 2003), que está
disponível em:
<http://www.blikstein.com/paulo/documents/books/BliksteinZuffo-
MermaidsOfE-TeachingonlineEducation.pdf>, para iniciarmos nossa
discussão a respeito de Educação a Distância enquanto realidade vivenciada
na atualidade.

Durante toda a existência da humanidade e desde quando se tem


conhecimento dessa existência, homens e mulheres se encantam com o
diferente ou com o novo, tentando conhecê-lo ou tateá-lo. As sereias que
Ulisses, em A Odisseia de Homero, buscou ouvir – mesmo precavendo-se
ao pedir que o amarrassem ao mastro de seu navio para não ser encantado
ou devorado por elas – demonstram isso. Demonstram a curiosidade e o
desejo de novas “aventuras”. Assim tem sido para profissionais de
diferentes áreas a sedução pelas novas tecnologias da comunicação e da
informação.

No entanto, como as sereias, as novas tecnologias da comunicação e da


informação nos “engoliram” no que se refere às diversas áreas a que os
“ouvidos se abriram escancaradamente para os seus cantos”. Houve um
deslumbramento diante das inúmeras possibilidades de “dominar o mundo”
por intermédio do domínio tecnológico. Porém, hoje já se verifica que o
novo não exclui totalmente vivências anteriores. Combinam-se numa
utilização que possibilita aproveitar o canto da sereia sem abandonar o
navio.

E com a educação? As novas tecnologias da comunicação e da informação


estão, como nunca, presentes no processo ensino-aprendizagem e, não
poucas vezes, em um ensino e em uma aprendizagem que só são possíveis
por causa delas. Porém, homens e mulheres, professores e alunos têm
buscado a audição prazerosa dos seus cantos, a audição que comunga o
ouvir e o falar, o escrever e o ler, o ensinar e o aprender.

É claro que ainda especulamos possibilidades, bem como lidamos com


preconceitos, mas o caminho da Educação a Distância está sendo
desbravado e cabe a nós pavimentá-lo.

Cada vez mais, o valor da educação destaca e defende a interação entre


professor e aluno. Este valor foca a pedagogia de projetos, a educação por
toda a vida e o aluno como seu centro. Os que defendem as novas
tecnologias, não raro, veem no seu uso a solução para todos os problemas
da educação ou a “fórmula mágica” para que as bandeiras defendidas
teoricamente sejam levadas às vias de fato. “Portanto, não basta introduzir
tecnologias – é fundamental pensar em como elas são disponibilizadas,
como seu uso pode efetivamente desafiar as estruturas existentes em vez de
reforçá-las” (BLIKSTEIN e ZUFFO, 2003, p. 25).

É importante pensarmos – e agirmos – de forma a transformar a educação


burocrática em educação criativa. Isso, no que se refere às tecnologias ou
aos equipamentos tecnológicos, expõe a necessidade da possibilidade de
seus usos não como reprodução de uma escola na qual receitas são seguidas
passo a passo, mas como possibilidades de empreendimento de projetos
pelos quais há interesse e paixão.

Esta discussão do que ocorre na escola pode e deve ser transposta para a
Educação a Distância se tomarmos esta como reprodução daquela. Não é
raro encontrar, mesmo que num ambiente totalmente inovador (o ambiente
on-line), ambientes escolares tal qual o “fantasma” da escola tradicional.
Faz-se necessário compactuarmos com projetos para a educação e para a
sociedade de “visionários” como, por exemplo, Paulo Freire e John Dewey,
pensando e fazendo algo além de apenas escolas ou Educação a Distância
confinadas à “entidade” estática dos conteúdos. Alunos também as pensam
e as fazem e, portanto, nós educadores precisamos, de fato, acreditar e fazer
valer nossa crença numa revolução educacional a partir também do aluno.

Blikstein e Zuffo (2003) também como Alarcão (2005) e Morin (2005),


defendem que a informação necessita de reflexão para ser transformada em
conhecimento. A grande quantidade de informações e apenas o acesso a
elas não permitem uma vida melhor, pelo contrário, apenas trazem a
abundância de escolhas como causa do mal-estar e da ansiedade crônica do
homem moderno, ou pós-moderno. “... a disponibilidade oceânica de
informação não é garantia de aprendizado ou de construção de
conhecimento” (NERO apudBLIKSTEIN; ZUFFO, 2003, p. 28).

Até mesmo os discursos sociais têm preconizado a educação como


“salvadora da pátria”. Também o mercado de trabalho parece buscar uma
educação para toda a vida, o uso de computadores ou a familiaridade com a
tecnologia. É preciso enxergar com clareza que neste contexto não se
propõe um “despertar para a sabedoria”, mas uma necessidade de mão de
obra advinda da formação de trabalhadores ambiciosos e multifuncionais, o
que é bastante diferente de trabalhadores autômatos e repetitivos formados
pela escola tradicional.

O que se vê, então, é uma crescente necessidade de se aprender por toda a


vida com o intuito de se manter empregado. Trata-se de “colocar nas mãos”
do trabalhador toda a responsabilidade pela sua atualização profissional na
expectativa de não se tornar “despreparado” ou “preguiçoso” diante das
necessidades do mercado.

Diante disso, nada mais adequado do que fazer cursos sem sair de casa, no
seu próprio ritmo, sem tanto esforço e por preços baixos. Mantém-se assim
a ideia (e a prática) da educação técnica e superficial. Não é demanda de
mercado inventar ou ser criativo, mas inovar por um preço viável. Dessa
forma, torna-se essencial que a educação não “caia nessas armadilhas”
senão, manterá a mesmice de reproduzir, num ambiente on-line, a escola de
ambiente tradicional.
Temos presenciado ofertas sedutoras de aprendizagens personalizadas, que
fomentam nosso imaginário de uma educação própria das novas
tecnologias, “entregue” ao gosto do freguês, quase sem nenhum custo e no
conforto do lar, mas o que efetivamente muda?

É preciso analisar e refletir sobre a promessa de ampliação do sistema de


educação superior. Ter acesso e esse nível de educação é, supostamente, um
dos caminhos clássicos de mobilidade social. Porém, a superficialidade que
expressa a relação “quantidade maior do que qualidade” tem explicitado
que a herança de diferentes culturas estratifica o desempenho acadêmico e a
colocação profissional. Entre nós é comum ouvir a seguinte expressão: “é
fácil entrar na faculdade, o difícil é sair”. Isso reflete que estamos apenas
transferindo para o meio universitário as diferenças culturais tão presentes e
discutidas na Educação Básica.

Ao contrário do que se esperava com a escolarização universal que acabaria


por atenuar a dicotomia entre alta cultura e cultura de massa, verificou-se
seu deslocamento para dentro do sistema universitário e, consequentemente,
para a colocação no mercado de trabalho. Isso porque não basta a presença
de “novas tecnologias”, é preciso saber usá-las, assim como não basta o
acesso a uma grande quantidade de informações, é preciso transformá-las
em conhecimentos. E, infelizmente, isso nem sempre é possível com
mudanças isoladas ou massificadas de recursos, mas sim com mudanças
estruturais de análise/
reflexão dos problemas que são realmente
importantes para as pessoas, ou mudanças que enfrentem o desafio de
transformar efetivamente a aprendizagem.

Talvez pudéssemos entender aqui que não se trata de verificar o bom ou o


mau funcionamento da educação por meios eletrônicos, e sim o bom ou
mau funcionamento da educação em si. Não se pode discutir uma sem se
refletir sobre a outra. A questão é a forma como se “faz o aprender” em
qualquer tipo de interação educativa. Ou seja, a Educação a Distância não
resolverá milagrosamente os problemas da aprendizagem se não os
considerar seu principal ponto de trabalho, ou se usar um mau modelo
presencial aplicando-o a distância.

De qualquer forma, a educação a distância não é propriamente uma


novidade. O uso de novas tecnologias para educação também não o é. [...]
Há um claro conflito de culturas de uso: de um lado, a lógica da Internet,
fugaz, rápida fria (no sentido de McLuhan). De outro, a lógica educacional,
onde são necessárias a persistência, a fidelidade e a informação quente
(BLIKSTEIN; ZUFFO, 2003, p. 36).

É preciso que a educação tenha na sua “parceria” com a internet, não uma
mídia de transmissão de informações, mas a matéria-prima de construção.
Como o “primeiro passo” de um caminho que busca propiciar o acesso ao
que milhões de pessoas acessam. Contudo, é preciso seguir esse caminho
construindo e re(construindo) novas formas de criação, construção,
produção, responsabilidade cidadã, inauguração, personalização, expressão,
colaboração, inclusão e empreendimento de projetos partindo do aprendiz.
Sem o que não há transformação, e sem essa não há educação.

Observação

Então é necessário discutir e refletir a educação em todas as suas


modalidades. Assim podemos entender melhor com o que a Educação a
Distância pode contribuir para uma aprendizagem efetiva.

No começo dos anos 90, o homem conhecido por ser o precursor da WWW,
Berners-Lee e outros autores(BERNERS-LEE et al., 1994) afirmaram que a
Web“foi desenvolvida para ser um repositório do conhecimento humano,
que permitiria que colaboradores em locais distintos partilhassem as suas
ideias e todos os aspectos de um projeto comum” (p. 76).

Com o passar do tempo, percebeu-se que isso não aconteceu exatamente


como previam, ou seja, compartilhamento e interação não estavam
presentes na primeira fase da Web, a qual conhecemos por Web1.0.

Na verdade, a principal característica da Web 1.0 foi a unidirecionalidade,


que significa dizer
que os siteseram estáticos, predominantemente textuais e
puramente informativos. A interação
com outros internautas se desenvolvia
pela troca de e-mails, e se fazia necessário dominar
determinadas
linguagens informáticas para, por exemplo, construir uma página na rede
mundial
de computadores.
O tempo passou e, graças a diversas inovações tecnológicas, as páginas
antes estáticas foram se dinamizando com o acréscimo de hiperlinks, de
imagens, de sons e, depois, de vídeos.

Neste momento surgem os blogs, fotologse videologs, espaços em que a


construção e manutenção de sites foi democratizada e, ser “dono” de uma
página na internet não era mais para aqueles que conhecem as complexas
linguagens computacionais. Surgem estes que são softwaresde autoria5 que
vieram para simplificar e popularizar a confecção das páginas pessoais na
internet.

Lembrete

Os blogs, fotologse videologspartem do mesmo princípio, ou seja, de que


neles serão postados textos, imagens e vídeos. Nos blogscostumam
prevalecer os textos, nos fotologsas fotos com descrição e nos videologs
vídeos com sua respectiva descrição.

8 AMbIENTES VIRTUAIS DE APRENDIzAgEM: UMA NOVA


DIDÁTICA?

Estudar a distância é um recurso, como já vimos, cada vez mais utilizado.


Estudar a distância nos mostra como estudar de forma bastante diferente de
ir para a escola todos os dias no mesmo horário, encontrar as mesmas
pessoas, e desenvolver uma rotina sempre muito estática.

Não estamos dizendo que isso não é interessante e enriquecedor, pelo


contrário. Queremos que você pense em como isso é diferente...

E para que a EaD aconteça, se faz necessária a utilização de um AVA –


ambiente virtual de aprendizagem –, que é, na verdade, uma escola, com
suas salas de aula, biblioteca, secretaria etc.

Exemplo de aplicação

Que tal conhecer alguns dos mais conhecidos AVA para desenvolvimento
de cursos em Educação a Distância? Verifique na tabela que segue os
endereços de alguns deles, acesse e conheça um pouco mais sobre o
trabalho com esses recursos.
Quadro 5

AVA gratuitos

<http://moodle.org/> - Moodle

<http://www.teleduc.org.br/> - Teleduc
<http://www.dokeos.com/> - Dokeos
<http://eproinfo.mec.gov.br/> - E-proinfo
<http://col.larc.usp.br/principal/> - Col

Bom trabalho!
AVA pagos

<http://www.blackboard.com/International/LAC.aspx?lang=en-us> - Blackboard
<http://www.webensino.com.br/?p=webensino> - Webensino

5
São programas fáceis de serem usados e permitem aos usuários a criação de seus próprios trabalhos
para publicação em ambiente multimídia, internet ou outros. Eles devem ser equipados com diversas
ferramentas que agregam elementos, como som, imagens, vídeos, textos, animações etc.

Agora, que tal estudar um pouco mais sobre as ferramentas que fazem parte
dos AVA?

As principais ferramentas utilizadas nos AVA e, portanto, na EaD são as


seguintes:

a. e-mail

b. fórum de discussão;

c. lista de discussão;

d. chat

e. videoconferência;

f. wiki

g. blogs/fotologs/videologs

h. sitesde relacionamento.

Todas essas ferramentas têm um único intuito: desenvolver a aprendizagem


colaborativa desenvolvendo aprendizagem ativa; incentivando o trabalho
em grupo com o educador tendo como foco seu aluno, ação em que os
papéis de professor e aluno sejam desempenados por ambos; objetivando a
criação de comunidades de aprendizagem para além da sala de aula em uma
nova noção de tempo e espaço, dentre outras possibilidades.

Exemplo de aplicação

Pesquise cada uma dessas ferramentas e escreva um conceito para cada uma
delas. Aproveite
para fazer sua pesquisa na internet e vivenciar a navegação
no mundo virtual para obter
informações.

Bom trabalho!

As TIC - Tecnologias de Informação e Comunicação –, características da


Webcolaborativa, podem ser ainda mais estimulantes para alunos e
professores, já que, em seu bojo, incorporam a colaboração.

Vale ressaltar que, a tecnologia é importante, mas, independente de recursos


tecnológicos, tipos de atividades etc., é o modelo didático-pedagógico
adotado para otimizar e potencializar a aprendizagem dos alunos que irá
confirmar se ele é realmente voltado à aprendizagem colaborativa ou não.
Além, é claro, de que o professor tem que ter muito claros seus objetivos
para não utilizar a tecnologia como um fim em si mesma, como já dissemos
aqui, mas como mais uma ferramenta para aprendizagem de seu aluno e sua
também!

Exemplo de aplicação

Para finalizar nossos estudos de Didáticae Didática da Educação a


Distância, propomos uma última reflexão. Leia o trecho abaixo e posicione-
se, produzindo pelos menos duas páginas acerca do tema:

Professor, ser um educador high tech não significa encaminhar seus


alunos
para o laboratório de informática para realizar as pesquisas
virtuais, mas,
sim, enquanto mediador do processo de aprendizagem,
engajar seus alunos
em um verdadeiro projeto de investigação e
possibilitar que a virtualidade
seja um dos caminhos explorados para
este fim (NOGUEIRA, 2005, p. 42).

Bom trabalho!

Saiba mais

Acesse o endereço eletrônico abaixo para entender mais sobre a atuação


do
professor on-lineem AVA, a partir do texto Revisão teórica das dificuldades
e atitudes do professor online em ambientes de aprendizagem virtual, de
Núria Pons Vilardell-Camas. Disponível em: <http://cursosonline.cogeae.
pucsp.br/edp/507/1/5/150706EUI00A/upload/91094196_152906.pdf.>.

Resumo

Nesta unidade foi possível conhecer algumas ferramentas que possibilitam


o desenvolvimento da Educação à Distância.

Pudemos perceber, contudo, que ela não é uma modalidade tão recente, mas
que tomou outro rumo depois da inserção dos microcomputadores no
ensino.

Esse foi, realmente, um grande salto que não nos deixa mais voltar aos
tempos antigos, quando só se aprendia formalmente indo à escola.

Hoje temos vários recursos, como os AVA, ambientes virtuais de


aprendizagem, que são salas de aula, nas quais são desenvolvidos cursos,
inclusive de graduação e pós-graduação.

Você, aluno da UNIP Interativa, é um exemplo de como a Educação a


Distância
vem mudando modos de aprender e de ensinar. Você está aqui,
estudando
didática, por que há essa modalidade acessível a quem quer
estudar.

É certo que outras habilidades e competências, diferentes daquelas


desenvolvidas nas salas de aulas tradicionais presenciais precisam ser
aprendidas e construídas e você faz parte desta nova geração de aprendizes!

Conclusão

Esperamos que estudar Didáticae Didática do Ensino a Distância tenha


mostrado a você, aluno da UNIP Interativa, muitas possibilidades. Ainda,
que com elas venha associada a sua responsabilidade, como futuro
pedagogo diante dos processos de ensino e de aprendizagem.

Pense que não foi nossa intenção deixar receitas prontas: elas não existem!
mas mostrar que há muitos recursos e muitos caminhos a seguir e,
principalmente, que dependerá de você o sucesso nesta jornada!

Bom trabalho! Bons estudos!

Exercícios

Questão 1.
Pierre Lévy observa que muitas vezes se faz a crítica ao fato de
as pessoas isolarem-se do convívio social ao passarem horas em frente às
telas de seus computadores “navegando” na World Wide Web. O filósofo
pondera que quando alguém permanece horas a ler uma obra, não se critica
o tempo de isolamento despendido diante de folhas de papel. Neste caso,
tende-se a reconhecer que se está frente a um discurso, uma voz, um mundo
repleto de significados. Em relação à leitura na tela, Lévy considera tratar-
se

A) Da mesma situação que ocorre em relação à leitura impressa.

B) De um comportamento anômalo, eminentemente dominado pelas novas


gerações, que deve ser corrigido.

C) De um comportamento reflexo dos novos padrões de conduta que


impelem o homem ao individualismo e ao isolamento social.

D) De situação diferenciada, uma vez que há um empobrecimento natural


da linguagem da World Wide Web

E) De um comportamento que prejudica a apropriação de conhecimentos,


devido aos poucos recursos científicos e literários disponíveis no
ciberespaço.

Resposta correta: A
Alternativa correta

A) Da mesma situação que ocorre em relação à leitura impressa.

Justificativa: A alternativa é verdadeira, pois a análise que vale para a


leitura e para os textos impressos vale para a leitura de textos no
ciberespaço.

Alternativa incorreta

B) De um comportamento anômalo, eminentemente dominado pelas novas


gerações, que deve ser corrigido.

Justificativa
: A alternativa é falsa porque demonstra um preconceito com
relação às novas gerações. Estas estão sempre refletindo as transformações
que ocorrem no mundo, portanto seu comportamento não deve ser
corrigido, mas observado.

Alternativa incorreta

C) De um comportamento reflexo dos novos padrões de conduta que


impelem o homem ao individualismo e ao isolamento social.
Justificativa
: A alternativa é falsa porque demonstra um preconceito com
relação ao ciberespaço. Em primeiro lugar, os fenômenos sociais são
resultado de múltiplas causas. Não é possível atribuir o individualismo ou o
isolamento social exclusivamente a o ciberespaço.

Alternativa incorreta

D) De situação diferenciada, uma vez que há um empobrecimento natural


da linguagem da World Wide Web

Justificativa
: A alternativa é falsa porque demonstra um preconceito com
relação ao ciberespaço. Sem dúvida a linguagem da World Wide Web requer
uma maior agilidade que não deveria ou não deve implicar naturalmente em
empobrecimento.

Alternativa incorreta

E) De um comportamento que prejudica a apropriação de conhecimentos,


devido aos poucos recursos científicos e literários disponíveis no
ciberespaço.

Justificativa
: A alternativa é falsa porque demonstra um preconceito com
relação ao ciberespaço. Da mesma maneira que existem publicações de
baixa qualidade literária e científica também existem conteúdos de
qualidade literária e científica no ciberespaço. Tudo depende da formação
crítica do leitor para fazer o discernimento entre os textos.

Questão 2. O Conselho Nacional de Educação definiu as Diretrizes


Curriculares Nacionais do Ensino Fundamental. Nesse documento legal o
currículo é entendido como

A) O núcleo central da tarefa educativa, possibilitando a transposição para o


ambiente escolar dos valores a das experiências acumuladas pelos
educandos no contexto de suas relações familiares.

B) Constituído pelas experiências escolares em torno do conhecimento,


permeadas pelas relações sociais, visando a articular vivências e saberes dos
educadores com os conhecimentos historicamente acumulados e
contribuindo na construção de suas identidades.
C) O conjunto de disciplinas e conteúdos escolares; deve ser ordenado
horizontal, vertical e longitudinalmente, de modo a propiciar sólida
formação científica e cultural aos educandos.

D) Constituído pelas experiências escolares relativas aos conhecimentos


científicos, aos conteúdos e símbolos integrantes do acervo cultural-artístico
universal, adequados a cada etapa da Educação Básica.

E) O conjunto de disciplinas e conteúdos escolares ordenados horizontal e


verticalmente, de modo a propiciar sólida transmissão e formação cultural.

Resolução desta questão na Plataforma.


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Audiovisuais

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Inglaterra: 1986. (125 min.)

SOCIEDADE DOS Poetas Mortos. Direção: Peter Weir. Produção:


Touchstone Pictures. Estados Unidos: 1989. (128 min.)

CASAMENTO grego. Direção: Joel Zwick. Produção: Gold Circle Films.


Estados Unidos/ Canadá: 2002. (95 min.)

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Exercícios

Unidade I – Questão 1: FUNDAÇÃO CARLOS CHAGAS. Secretaria


Municipal de Educação de São Paulo. Concurso para docente, 2011.
Questão 16.

Unidade I – Questão 2 FUNDAÇÃO CARLOS CHAGAS. Secretaria


Municipal de Educação de São Paulo. Concurso para docente, 2011.
Questão 18.

Unidade II - Questão 1

FUNDAÇÃO CARLOS CHAGAS. Secretaria Municipal de Educação de


São Paulo. Concurso para docente, 2011. Questão 11.

Unidade II - Questão 2

FUNDAÇÃO CARLOS CHAGAS. Secretaria Municipal de Educação de


São Paulo. Concurso para docente, 2011. Questão 14.

Unidade III - Questão 1

FUNDAÇÃO CARLOS CHAGAS. Secretaria Municipal de Educação de


São Paulo. Concurso para docente, 2011. Questão 17.

Unidade III - Questão 2

FUNDAÇÃO CARLOS CHAGAS. Secretaria Municipal de Educação de


São Paulo. Concurso para docente, 2011. Questão 9.

Informações:
www.sepi.unip.br ou 0800 010 9000

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