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Rede EAD Senac de Pós-Graduação

Especialização em Educação a Distância

Módulo 4 – Processo de Planejamento e Produção de Cursos em Educação a Distância


Unidade 2 - Planejamento e Desenho de Curso em EAD

Semana 2

Volta e meia, a TV está num banco de réus. Acusam-na de


culpada de muitos males que afligem a sociedade, de crimes
violentos ao desinteresse pela leitura. Como punição,
já propuseram desligá-la, tirá-la do ar, censurá-la.
Vânia Lúcia Quintão Carneiro

Janela é uma Tela

Neste tópico, abordaremos a linguagem audiovisual, seu uso na educação e, em


especial, na Educação a Distância. Serão abordados a TV e o vídeo, seu histórico na
educação brasileira, seus aspectos pedagógicos, os aspectos sobre a produção de uma
peça áudio-visual, a equipe necessária para a produção e suas potencialidades e
limitações.

Em um passado não muito distante, reuníamo-nos em praças, esquinas e portões para


saber o que estava acontecendo em nossa rua, no bairro e na cidade.

Com o surgimento da televisão na década de 50, nosso mundo teve suas fronteiras
expandidas e aquilo que parecia tão distante, como um terremoto no Japão, passou a
fazer parte do nosso cotidiano.

A televisão começou, então, a fascinar as pessoas que não mais precisavam sair de suas
salas para saber a previsão do tempo, o movimento do trânsito ou a cotação da bolsa de
valores. Constitui um conjunto interminável de “últimas notícias”, além, é claro, de
músicas, filmes, shows, novelas e diversas possibilidades de entretenimento.

O domínio da televisão sobre o telespectador é grande a ponto de algumas


programações passarem a orientar a vida do indivíduo, levando-o ao extremo de não
conseguir mais distinguir a ficção da realidade e passando a se comportar como os
personagens.

A televisão aproxima-se, cada dia mais, do cotidiano dos indivíduos, passando a ser
considerada continuação do espaço de vida das pessoas.

A linguagem produzida pela mídia audiovisual que integra imagens, movimentos e


sons, atrai e envolve as pessoas de diferentes gerações, especialmente os mais jovens.
Mesmo que essa mídia não esteja fisicamente instalada nos espaços educacionais, ela
precisa ser compreendida tanto pelos significados implícitos que pretende impor ao
público telespectador como pela forma de linguagem que permite a expressão do
pensamento de diferentes maneiras a aqueles que fazem a criação de conteúdos por
meio dessa mídia.

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A televisão e o vídeo são excelentes recursos educativos tanto na educação presencial


como a distância quando se pretende despertar o interesse dos alunos em torno de
alguma situação problemática ou de um novo tema de estudos.

Para conhecer um pouco mais sobre a mídia audiovisual sugerimos a leitura do texto de
Márcia Leite, que em seu texto Mídia Audiovisual, aborda alguns interessantes aspectos
sobre a distinção entre o audiovisual como “meio ou recurso tecnológico” e o
audiovisual como “linguagem”, como forma diferenciada de expressão.

Durante a leitura, procure observar sugestões da autora sobre atividades que podem ser
utilizadas pelos tutores em situações presenciais ou a distância. Boa leitura!

Mídia Audiovisual

Mídia Audiovisual,
de Marcia Leite. Acesse o texto no ambiente virtual do curso.

Diante da leitura do texto de Márcia Leite, procure pensar sobre


outros exemplos de atividades pedagógicas que podem ser
realizadas a distância com o uso da mídia audiovisual.

A Televisão no Brasil e o Seu Uso na Educação

Você conhece a história da TV?

A pré-estréia da Televisão no Brasil


aconteceu no dia 3 de abril de 1950 com
uma apresentação de Frei José Mojica.
As imagens foram assistidas em
aparelhos instalados no saguão dos
Diários Associados. No dia 10 de
setembro, foi transmitido um filme no
qual Getúlio Vargas falava sobre seu
retorno à vida política.

Finalmente, no dia 18 de setembro do


mesmo ano, a TV Tupi de São Paulo,
PRF-3 TV, canal 3, foi inaugurada. Era
a concretização do sonho de um
pioneiro da comunicação no Brasil:
Francisco de Assis Chateaubriand
Bandeira de Melo, que já controlava
uma cadeia de jornais e emissoras de
rádio chamada Diários Associados. A
antena foi instalada no edifício do
Banco do Estado de São Paulo.

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Já no ano seguinte à sua inauguração existiam, aproximadamente, 7 mil aparelhos de


televisão entre os estados de São Paulo e Rio de Janeiro e, em 1952, já chegavam a 200
mil.

Com a expansão da mídia nos lares brasileiros, no final da década de 60, começaram a
surgir mobilizações no sentido de conjugar a educação com a televisão.

Em 1961, com a criação da Fundação João Batista do Amaral – TV Rio, surgia o


primeiro curso de EAD com o uso da televisão. O curso objetivava a alfabetização de
adultos. O programa, que foi exibido até 1965, tinha a apresentação do ator Paulo
Autran. O tema central do curso era a história de um brasileiro que atraía tanto o
admirador como o não admirador do Futebol: o rei Pelé.

De acordo com Barreto (2008):

Em 1962, A TV continental exibia um programa semanal que recebeu o nome de


“Mesas-redondas”. Nesse programa, Gilson Amado, criador da Televisão Educativa,
lançou a idéia da Universidade de Cultura Popular UCP, uma universidade sem paredes
destinada a jovens e adultos que não tiveram acesso à educação [...] Os cursos
ministrados preparavam os estudantes para os exames de Madureza e exibiam
conteúdos diferenciados sobre cultura geral e assistência educacional. (p.450)

No cenário de utilização da televisão na educação, é importante ressaltar o Projeto


Saci, que surgiu de uma parceria entre o Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe) e o
Ministério da Educação (MEC) por meio da Secretaria Estadual de Educação e Cultura
do Rio Grande do Norte e do Governo daquele estado. O projeto teve início no final da
década de 60 e, em 1974, ofereceu cursos do antigo 1°grau com transmissão via satélite.
Essa iniciativa atendeu cerca de 16 mil alunos em 71 municípios do Estado.

TV Educativa

A TV Cultura começou a operar em São Paulo no ano de 1969, por meio da Fundação
Padre Anchieta (veja texto na pág. 5). Mas foi na década seguinte que o cotidiano dos
brasileiros mudou. Nesse período, foi criado o Horário Nacional Educativo e o Projeto
Minerva: o primeiro, instituído pela Portaria 408 do Governo Federal, que estabelecia
obrigatoriedade, para as emissoras comerciais de rádio e de televisão, da apresentação
de uma Programação Educativa, com 30 minutos diários ou 75 minutos nos finais de
semana; e o segundo, criado pelo Ministério da Educação, Fundação Padre Anchieta e
Fundação Padre Landell de Moura que dava ênfase à Educação de Adultos.

O Projeto Minerva era transmitido por cerca de 1.200 emissoras de rádio e 63 emissoras
de televisão e visava preparar os alunos para os exames supletivos de capacitação
Ginasial e Madureza. Em pouco mais de um ano, o projeto atendeu a aproximadamente
17.200 alunos. Outra fundação que participou da Educação Brasileira e merece destaque

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é a Fundação Roberto Marinho (veja texto na pág. 6), que idealizou um projeto de
grande importância para a educação brasileira, o Telecurso 2º Grau (veja texto na pág.
6), lançado em 1978. Na elaboração dos programas utilizavam-se os recursos televisivos
e contavam com a participação de atores da televisão. Esses programas eram
acompanhados por fascículos que eram vendidos semanalmente em bancas de jornal e
revistas. No início, eram voltados à preparação de alunos para os exames oficiais do
Supletivo – o Madureza, correspondente ao colegial.

Na década de 80, o Telecurso passou a ter duas versões: a do antigo 1º Grau e a do 2º


Grau, conhecido como Novo Telecurso 2º Grau. Em 1995, foi novamente reorganizado,
passando a receber novas abordagens pedagógicas: agora, as aulas poderiam ser vistas
em fitas de vídeo. Para isso, o aluno precisaria comprar não só os materiais impressos,
mas também as fitas de vídeo.

Vale destacar que, no ano de 1993, uma central de multimídia para produção de
materiais – programas de TV com apoio de materiais impressos para suporte ao ensino
municipal do Rio de Janeiro – recebeu o nome de Multirio. E ainda nesse mesmo ano
um decreto presidencial criou a Televia.

A Televia era um acordo assinado entre o Ministério da Educação (MEC) e o Ministério


das Comunicações que visava à redução de tarifas de telecomunicações para a Educação
a Distância.

Na década de 90, as escolas passaram a ter certa autonomia para gerir os recursos e a
infra-estrutura, como a instalação de antenas parabólicas, aparelhos de TV e
computadores. Foi nesse período também que ocorreu o lançamento do programa Salto
para o Futuro (veja texto na pág. 7) com o objetivo de propiciar a atualização de
docentes das séries iniciais do 1º Grau por meio de programas de televisão, com núcleos
de recepção organizados em escolas, universidades e telepostos.

Mas foi no ano de 1995 que o Ministério da Educação (MEC) criou a Secretaria de
Educação a Distância e também o Programa TV Escola que entrou no ar no dia 4 de
março de 1996. A TV Escola foi criada com o objetivo de capacitar, atualizar,
aperfeiçoar e valorizar os professores da rede pública dos ensinos fundamental e médio.
Dentro da proposta do projeto as escolas públicas com mais de 100 alunos receberam
um aparelho de televisão, videocassete, antena parabólica e receptores para participar do
projeto.

Em 1997, entrou no ar o Canal Futura, resultante da parceria entre a Fundação Roberto


Marinho e outras organizações comprometidas com projetos educacionais. A missão do
Canal Futura é a de contribuir para a formação educacional da população e possibilitar o
acesso ao conhecimento, por meio do incentivo ao desenvolvimento das capacidades
básicas do cidadão e de sua participação social. Atualmente, o canal conta com um
conteúdo que compreende mais de mil horas de programação em 17 mil programas já
exibidos. O sinal da TV Futura é distribuído para a TV por assinatura, além de ter sinal
aberto e gratuito e de também chegar a alguns municípios por meio de rede de TVs
comunitárias.

Essas são as iniciativas que se utilizaram e ainda se utilizam da televisão como veículo
para a promoção do processo de aprendizagem, que evidenciam ser a TV um recurso

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privilegiado de informação e comunicação que proporciona aprendizagem sobre o modo


de ser, pensar, agir e olhar para a vida e para os seres humanos.

Depois desta breve retrospectiva histórica sobre a televisão no Brasil e seu uso na
Educação, durante esta semana explore um canal educativo de TV e procure refletir
sobre os aspectos que mais lhe chamam a atenção na programação e porque se deu
destaque a esses aspectos.

Fundação Padre Anchieta

A Fundação Padre Anchieta - Centro Paulista de Rádio e TV Educativas foi instituída


pelo governo do Estado de São Paulo em 1967. Ela é uma entidade de direito privado
que goza de autonomia intelectual, política e administrativa e é custeada por dotações
orçamentárias legalmente estabelecidas e recursos próprios obtidos junto à iniciativa
privada. A Fundação Padre Anchieta mantém uma emissora de televisão de sinal aberto,
a TV Cultura; uma emissora de TV a cabo por assinatura, a TV Rá-Tim-Bum; e duas
emissoras de rádio: a Cultura AM e a Cultura FM.

O objetivo da emissora é oferecer à sociedade brasileira uma informação de interesse


público e promover o aprimoramento educativo e cultural de telespectadores e ouvintes,
visando a transformação qualitativa da sociedade de acordo com os artigos 220 a 224 da
Constituição Federal, que determinam às emissoras de rádio e televisão dar prioridade a
finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas; promovendo a cultura
nacional e regional e estimulando a produção independente.

A Fundação procura, nestes mais de 40 anos, abrir espaço para a experimentação,


buscando novas linguagens e formatos, em favor da democracia e da paz. Quem quiser
conhecer um pouco mais sobre a Fundação Padre Anchieta e TV Cultura visite a página
da memória oral http://www.tvcultura.com.br/memoriaoral.

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Fundação Roberto Marinho

Fundada pelo Jornalista Roberto Marinho, em 1977, buscava reunir um grupo de


parceiros em torno de uma causa social e levar educação de qualidade a milhões de
brasileiros, como afirmou o próprio jornalista:

Ainda me recordo, como se estivesse revivendo agora, do momento em que,


emocionado e confiante, inaugurei, em novembro de 1977, a Fundação que leva o meu
nome. E são esses sentimentos que renascem em mim, ao recordar os esforços pioneiros
e as propostas renovadoras a que nos dedicamos, nesses últimos anos, e que foram
postos em prática através de esforços educacionais, culturais e ecológicos de apoio aos
mais importantes movimentos comunitários.

Atualmente a fundação conta com inúmeros projetos educativos entre os quais podemos
destacar: Aprendiz Legal, Caminhos das águas, Casa de Cultura, Canal Futura, entre outros.

Extraído do site da Fundação Roberto Marinho http://www.frm.org.br.

Telecurso 2º Grau

O Telecurso teve início em 1978 a partir de uma parceria entre a Fundação Roberto
Marinho e a Fundação Padre Anchieta. Era um projeto pioneiro de teleducação, pois foi
a primeira vez que uma rede comercial de televisão foi utilizada para a elaboração e
execução de um projeto educativo.

Atualmente o Telecurso é conhecido como uma metodologia que promove saltos de


qualidade na Educação tendo beneficiado mais de 5,5 milhões de pessoas em 27.714
telesalas no Brasil.

Para conhecer mais sobre o telecurso, acesse o site:

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Extraído do site do Telecurso 2º Grau http://www.telecurso2000.org.br.

Salto para o Futuro

Salto para o Futuro é um programa de Educação a Distância realizado pela TV Escola


(canal educativo da Secretaria de Educação a Distância do Ministério da Educação) e
produzido pela TV Brasil, que tem como proposta a formação continuada e o
aperfeiçoamento de docentes que trabalham em Educação, bem como de alunos dos
cursos de magistério.

O objetivo do programa é possibilitar que professores de todo o país revejam e


construam seus respectivos princípios e práticas pedagógicas, mediante o estudo e o
intercâmbio, utilizando diferentes mídias, tais como: telefone, fax, TV, boletim
impresso e computador em articulação com a educação presencial. Com uma dinâmica
interativa, o Salto para o Futuro atinge por ano mais de 250 mil profissionais docentes
em todo o Brasil.

Os temas são apresentados a partir de pequenos vídeos (clipes musicais, reportagens,


registros de situações de sala de aula, entrevistas, trechos de filmes etc.), e o programa
conta com a participação de convidados de diversas áreas, que debatem ao vivo com os
telespectadores.

A s secretarias Estaduais de Educação e o SESC Nacional são os parceiros que, nos


estados, responsabilizam-se pela montagem e pelo acompanhamento das telesalas.

Para saber mais visite o site: http://tvbrasil.org.br/saltoparaofuturo/boletins.asp.

Aspectos Pedagógicos da Televisão

"Sempre um pouco envergonhado de não ser verdadeiramente cinema.


entendemos cinema ficcional ou narrativo, o filme pedagógico procura
ou bem parecer com o filme ficcional e rejeita ser didático para não ser
aborrecedor, ou bem vira as costas ao cinema ficcional e aceita ser
aborrecedor por ser seguramente didático".
Geneviève Jacquinot

Os meios de comunicação audiovisuais estão o tempo todo apresentando ao público


informações que são interpretadas e construídas a partir de modelos de comportamento

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que, no decorrer da programação, privilegiam determinados valores em detrimentos de


outros. Com uma linguagem coloquial, a televisão fala da vida, do dia-a-dia, das
angústias e anseios de um determinado público. Moran (2005) afirma que:

"[...] ela fala de forma impactante e sedutora – a escola, em geral, é mais


cansativa. O que tentamos contrapor na sala de aula, de forma desorganizada e
monótona, aos modelos consumistas vigentes, a televisão, o cinema, as revistas
de variedades e muitas páginas da Internet o desfazem nas horas seguintes. Nós
mesmos como educadores e telespectadores sentimos na pele a esquizofrenia das
visões contraditórias de mundo e das narrativas (formas de contar) tão diferentes
dos meios de comunicação e da escola." (p.97)

Entre as características da televisão e do vídeo está o fato de que são intuitivos e


afetivos, ou seja, objetivam construir a linguagem comunicacional a partir do concreto,
do visível e do imediato que toca todos os sentidos.

Um ponto a ser ressaltado sobre a TV é que ela também contribui para a eficácia de
comunicação dos meios eletrônicos por sua capacidade de combinação de imagens,
falas, música e escrita, com uma narrativa fluida.

A TV pode trabalhar com os antagonismos, mostrando, ao mesmo tempo, o chocante e


o terno, o solidário e o humano. Na linguagem televisiva, os temas propostos são pouco
aprofundados, e as informações são passadas em pequenas doses, objetivando que o
telespectador construa um pequeno mosaico. Um tema pode durar poucos segundos,
mas sempre trabalha de forma sensorial.

Segundo Moran (2005),

"Educar com novas tecnologias é um desafio que até agora não foi enfrentado
com profundidade. Temos feito apenas adaptações, pequenas mudanças. Agora,
na escola, no trabalho e em casa, podemos aprender continuamente, de forma
flexível, reunidos numa sala ou distantes geograficamente, mas conectados por
meio de redes de televisão e da Internet. O presencial torna-se mais virtual, e a
educação a distância torna-se mais presencial. Os encontros em um mesmo
espaço físico combinam-se com os encontros virtuais, a distância, por meio da
Internet e da televisão. Estamos aprendendo, fazendo. Os modelos de educação
tradicional não nos servem mais. Por isso é importante experimentar algo novo
[...]" (p. 99)

Para Carneiro (2005), deve-se abordar a relação educação – televisão a partir de três
perspectivas:

• Educação para uso seletivo da TV: objetiva desenvolver a competência dos


alunos para analisar, ler com criticidade e criativamente os programas
• Educação com a TV: utiliza programas como estratégias pedagógicas para
motivar aprendizados, despertar interesses ou problematizar conteúdos.
• Educação pela TV: significa comprometer emissoras a ofertar mais e melhores
programas ao público infanto-juvenil.

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Integração das Tecnologias na Educação

Acesse o livro do Salto para o Futuro:


Integração das Tecnologias na Educação

O Capítulo 3 – Tecnologias audiovisuais- A


TV e o vídeo na escola, apresenta
interessantes artigos sobre o uso da TV e
vídeo na educação .

• Procure também outras fontes que tratem do tema Educação e Televisão e reflita
sobre as idéias do(s) autor(es) principais sobre o uso da televisão na
mediatização dos processos de ensino e aprendizagem.
• Até o momento, falamos em como usar a programação da televisão como
ferramenta de ensino e de aprendizagem, ou seja, apropriarmo-nos de programas
prontos, disponibilizados em um canal comercial ou educativo, para utilizá-lo de
forma pedagógica em nossos cursos.
• Na seqüência, falaremos da possibilidade de criarmos os nossos próprios
programas audiovisuais e, assim, conseguirmos determinar com mais clareza e
adequação a integração entre a mídia audiovisual e os objetivos educacionais
propostos na elaboração de um curso de EAD.

O Uso do Vídeo na Educação

O uso do vídeo na educação surgiu como um contraponto à televisão, que não


apresentava muitas opções de programas de educativos. Com o tempo, porém, ganhou
um novo rumo e significado.

O vídeo possui interfaces com o cinema e a TV, considerados artes da ação e do


dinamismo. “ Plano, enquadramento, composição, iluminação, montagem, ritmo são
alguns dos elementos dessa linguagem, utilizados para a produção de peças para a TV e
vídeo”. (FRANCO, 2003. p.136). Alguns autores afirmam que a linguagem do vídeo
pode ser concebida como uma tradução tecnológica da linguagem do cinema, porém,
com custo mais acessível. O vídeo guarda, ainda, o apelo sensorial da linguagem da TV.

Ele aparece na Educação a Distância como uma ferramenta com potencial não apenas
para motivar os alunos ou ilustrar materiais, mas pode contribuir para o estabelecimento
de um ambiente interativo, no qual a problematização esteja presente, além de ser um
facilitador da apreensão, leitura crítica e ressignificada da informação.

Porém, para que isso ocorra de forma efetiva, a mediação pedagógica deve buscar a
promoção e o estabelecimento de contextos interativos, com conhecimentos
compartilhados e contextualizados.

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Segundo Moore e Kearsley (2007), o vídeo pode ser usado para divulgação de materiais
instrucionais e, especialmente, como estratégia para representar procedimentos, pois “
consegue mostrar uma seqüência de ações, closes, movimentos acelerados, perspectivas
múltiplas” (p.82).

Além dessas sugestões, os autores pontuam a utilização do vídeo para: explicações;


instruções de uso de equipamentos; agrupamento de opiniões e experiências de
especialistas; apresentação de exemplos, conversações em idiomas estrangeiros;
dramatização de eventos históricos; análise de interações humanas, como no caso de
tomada de decisões em uma negociação; áudio e vídeo de fenômenos naturais etc.

Para saber mais

Moran (1995) descreve algumas formas de utilização do vídeo


na sala de aula, que podem ser aplicadas na Educação a
Distância. Disponível em:
http://www.eca.usp.br/prof/moran/vidsal.htm (Acesso em
25/10/2008)

Quando usamos o vídeo como ferramenta pedagógica, não podemos nos esquecer de
que ele se transforma em uma forma narrativa que tem efeito sobre os sujeitos. Daí a
importância de dar atenção aos conteúdos, à sua relevância, ao público–alvo, à
densidade das informações e à apresentação adequada.

Para saber mais

Assista ao vídeo Midori, a japonesa

Disponível na área de recursos do Portal do Professor do MEC.


Você poderá assistir ao vídeo diretamente no Portal ou poderá
fazer o download para seu computador para assisti-lo.

Disponível em: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnica.html?id=12248


(Acesso em 30/10/2008).

De forma geral, a utilização do vídeo ou da TV em Educação a Distância é combinada


com a utilização de outras mídias, como o material impresso ou a Internet. Ele pode ser
utilizado no formato de conferências gravadas; reportagens; vídeo-aula; dramatização;
demonstração; entrevistas; dentre outros.

Você já participou de alguma atividade de EAD em que foram utilizados o vídeo e a televisão?
Reflita sobre as contribuições e dificuldades que este uso trouxe para sua aprendizagem.

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A Linguagem audiovisual

Antes de nos aventurarmos a montar programas audiovisuais para serem exibidos em


aparelhos de reprodução domésticos (VHS ou DVD), em canais de TV, abertos ou
fechados, ou mesmo pela Internet (veja texto na pág. 12), é importante conhecer um
pouco da linguagem desse veículo.

No Esquema Linear de Comunicação, proposto por Shannon e Weaver, o receptor era


considerado um sujeito passivo no ato comunicacional.

Atualmente, receptor é um sujeito ativo, que pertence a contexto sociocultural


específico, com capacidade de interpretar mensagens de acordo com seu repertório,
formado por suas experiências, valores e pela cultura de seu grupo. Para Barbero (2002)

“...a recepção é o lugar para se pensar num modelo de estudo de comunicação que passe
a conceber o receptor não como ser imobilizado e incapaz de ações reativas, mas como
um sujeito a partir do qual novas histórias e novas temporalidades são escritas, uma vez
que o momento atual abarca tradição e modernidade em níveis diferentes.”

Para podermos utilizar o audiovisual como um meio para a construção do


conhecimento, é necessário que a educação se abra às dimensões do imaginário, do
cultural e do afetivo e que entenda o processo de ensino-aprendizagem como diálogo e
interação, caso contrário, estaremos alterando as características comunicativas do
veículo sob pena de efetivamente não atingirmos o nosso objetivo pedagógico.

Assista aos vídeos do site


Vez da Voz e observe como o uso do vídeo pode ser utilizado como
ferramenta para inclusão:

Disponível em: http://www.vezdavoz.com.br/site/index.php


(Acesso em 20/10/2008)

TV na Internet: YouTube

O nome Youtube surgiu da junção das palavras em inglês you ( você) e tube (tubo),
utilizada para designar a Televisão. Fundado em fevereiro de 2005 e comprado pela

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Google, em novembro de 2006, o Youtube é um site na Internet que permite aos


usuários arquivarem, carregarem, assistirem e compartilharem vídeos digitais.

O Youtube é um dos sites mais populares nesse gênero. Armazena filmes, vídeo-clipes,
matérias de filmagem caseira, vídeos educacionais e vídeo-aulas. Tem sido usado na
EAD como repositório de vídeos, possibilitando a incorporação de vídeos como links
em páginas de cursos pela Internet ou a indicação de endereços de vídeos em materiais
impressos.

Para saber mais

Apresentamos a seguir algumas sugestões de sites que mostram como


usar o Youtube na educação.

Atividades Educativas para a Vida - Site educativo para aprender


brincando, com inúmeras atividades que podem ser desenvolvidas pelo
professor com o uso do vídeo.
Disponível em: http://www.atividadeseducativas.com.br/index.php?lista=videos
(Acesso em 25/10/2008)

Artigo comentando o uso do Youtube na Educação


Disponível em:
http://www.cinted.ufrgs.br/ciclo9/artigos/3aSaulo.pdf

(Acesso em julho de 2011)

Efeito Katilce - Como o Youtube, o Second Life e outros recursos da


Web 2.0 vão mudar o setor da educação, de Maurício Garcia, julho de
2007.
Disponível em: http://www.mgar.com.br/mgPdf/2007_07_EfeitoKatilce.pdf
(Acesso em 25/10/2008)

Memória Virtual – Como usar o Youtube para aprender História, de


Roberto Kaz.
Disponível em:
http://www.revistadehistoria.com.br/v2/home/?go=detalhe&id=152
(Acesso em 25/10/2008)

Teleconferência

Outra forma de incorporação da linguagem audiovisual à Educação a Distância são as


teleconferências, que utilizam a transmissão de áudio e vídeo possibilitando a
comunicação entre pessoas dispersas e distantes geograficamente.

Observe o exemplo:

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Webconferência realizada durante o evento I Seminário Web Currículo, no ano de 2008


na PUC SP. São Paulo. Essa conferência contou com a participação de Paulo Moreira
(Portugal), Alexandra Okada (Open University Londes) e Daniela Melaré (UNED -
Espanha).

A interação síncrona entre palestrantes de diversas regiões do mundo, sem o


deslocamento dos mesmos, não seria possível sem os recursos de teleconferência, que
neste caso se deu pela Internet. Você participou de alguma sessão de teleconferência?
Para conhecer mais sobre teleconferências, seu uso no contexto educacional, suas
aplicações e exemplos, sugerimos a leitura do texto Conferências (acesse o texto na
pág. 7 no ambiente de cursos), de Marcelo Gozzi.

Durante a leitura procure observar as possibilidades de interação entre os participantes


viabilizadas por cada modalidade de conferência.

A Produção Audiovisual

Fazer vídeo, filme ou programa de TV é organizar


elementos para expressar visões estética, documental ou
subjetiva do mundo. Imagens provêm de escolhas: o que
mostrar de cenário e personagens, durante quanto tempo,
com câmera fixa ou móvel, de que ângulo? Dependendo
das escolhas, ação, pessoa e objeto são ressaltados ou
minimizados. Nada é fortuito.
Vânia Lúcia Quintão Carneiro

O processo de Planejamento e Produção de Cursos em Educação a Distância pode


incluir o desenvolvimento de vídeos educacionais especificamente para a situação de
ensino ou o uso de vídeos já disponibilizados em redes educativas ou comercias.

Se a opção for pela primeira hipótese, faz-se necessária a produção desse material, o que
demanda a composição de uma equipe multidisciplinar ou mesmo a contratação de uma
produtora de vídeos para levar a cabo o desenvolvimento de um vídeo de qualidade. Os

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vídeos domésticos, produzidos com câmeras não profissionais e por pessoal não
capacitado por resultar em um produto de baixa qualidade e de difícil visualização.

A seguir, apresentaremos uma visão geral sobre as etapas que compõe o processo de
produção de um produto audiovisual para a educação, de forma a propiciar aos
profissionais envolvidos elementos básicos sobre essa mídia.

O processo de produção de um audiovisual


educacional pode ser dividido em cinco etapas:

Veja a seguir os textos referentes a cada etapa.

1. Criação e Planejamento

Etapa de Criação e Planejamento é a etapa da concepção do vídeo, quando


realizamos o levantamento dos recursos disponíveis e do que será necessário
para ilustrar o assunto, podendo ser fotos, pinturas, documentos, imagens em
movimento de arquivo, entrevistas etc.

É importante ressaltar que um produto audiovisual educacional se inicia com o


desenvolvimento do conteúdo. Esse conteúdo pode ser elaborado por um
professor ou conteudista que tenha conhecimento sobre o tema a ser tratado no
vídeo. O papel da coordenação pedagógica é importante neste momento, para
desenhar, em conjunto, as estratégias e situações de aprendizagem a serem
propostas. Esses conteúdos, na etapa de roteirização, serão convertidos para a
linguagem audiovisual.

O produto final da Etapa de Criação e Planejamento, além do conteúdo do vídeo,


é o esboço do que será apresentado no audiovisual. Franco (2003) orienta-nos a
desenvolver um pré-roteiro para que a estrutura do vídeo fique mais clara a toda
a equipe envolvida, o que auxilia as etapas seguintes.

As tarefas dessa etapa são:

• Definir o tema, conteúdos, os objetivos e a abordagem do vídeo;

• Realizar uma pesquisa sobre o assunto em diversas fontes e coletar materiais;

• Contatar as instituições, providenciar autorizações para a gravação e contratos


de cessão de direitos de veiculação de imagem;

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• Escolher a técnica a ser utilizada no trabalho (animação, gravação de imagens,


entrevista etc.).

Nessa etapa, conforme orienta Franco (2003), deve ser preparada uma síntese do
projeto a ser desenvolvido, contendo os seguintes itens: título; objetivo de
aprendizagem; justificativa; relação com os outros recursos a serem utilizados;
tópicos a serem abordados; padrões de visualização (gravação em estúdio,
externas, animação, fontes dos caracteres, cores e fundos).

Definidos esses elementos e fechado o tema, tem inicio a roteirização, isto é, a


conversão dos conteúdos desenvolvidos para a linguagem audiovisual.

2. Roteirização

O processo de elaboração do roteiro para a mídia audiovisual é semelhante ao


processo de elaboração do roteiro para a mídia rádio, conforme abordamos no
tópico anterior. A mídia audiovisual, por sua vez, possui especificidades que
integram a linguagem sonora à linguagem visual, que em conjunto transmitem
uma mensagem específica.

Nesta etapa, os conteúdos desenvolvidos são convertidos para a linguagem


audiovisual. Essa conversão é bastante importante, pois define a passagem das
idéias do texto escrito para o formato em vídeo, o que demanda a atividade
conjunta, envolvendo o papel de um roteirista e outros componentes da equipe,
em especial um educador.

Convém lembrar que o roteiro é a forma escrita de qualquer produto audiovisual,


o qual apresenta a descrição objetiva das seqüências, os diálogos e as indicações
técnicas.

É na roteirização que definimos se o vídeo terá um apresentador ou narrador,


uma voz em off (quando a pessoa não aparece), em que momento utilizaremos as
entrevista ou colocaremos as fotos etc. É neste momento que se definem as
características de linguagem que serão mais adequadas aos objetivos do vídeo.

As tarefas dessa etapa são:


• Elaboração do roteiro e revisão do roteiro;
• Criação de um storyboard

Exemplo de roteiro de vídeo.


Procure observar a organização do conteúdo na linguagem audiovisual.

Para acessar o Modelo de Roteiro de Vídeo (ROTEIRO 02 –MÓDULO 01 –


ESTAR JUNTO VIRTUAL), vá na pág. 8 no ambiente de cursos.

Em muitas situações, além do roteiro também é preparado um storyboard, isto é,


a apresentação quadro a quadro em forma de imagens das cenas de um produto
audiovisual. O storyboard pode ser considerado como um roteiro desenhado,
elemento a elemento.

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Storyboard é o desenho de um roteiro e a representação do filme quadro a


quadro, semelhante a uma história em quadrinhos. É uma ferramenta para
construção e visualização de roteiros e utilizada para todo o tipo de produção
audiovisual.

papel do educador, coordenador ou gestor de Educação a Distância é bastante


importante nesta etapa, pois deverá aprovar e sugerir alterações no roteiro. Essa
atividade, usualmente é realizada em conjunto com outros componentes da
equipe multidsiciplinar.

3. Pré-produção

Assim que o roteiro é finalizado, temos pela frente o processo de pré-produção


em que é necessário reunir todas os profissionais envolvidos para discutir qual
será o produto final.

É uma etapa que requer grande esforço da equipe de produção, pois serão
escolhidos os entrevistados, suas roupas, o cenário, os locais onde as cenas serão
filmadas, o horário do estúdio etc.

Nesta etapa, os equipamentos devem ser providenciados, desde o microfone até


a decoração do ambiente onde ocorrerá a gravação.

O produto final dessa etapa é o plano de produção, registrando todas as


providências a serem tomadas, o cronograma e os encarregados. Usualmente é
apresentado em forma de tabela com as ações descritas por meio de linguagem
técnica e códigos.

4. Captação de Imagens

A Captação das imagens, ou a filmagem ou, ainda, a produção propriamente


dita, acontece após o término do roteiro e dos procedimentos de pré-produção.

Por um lado, essa é a etapa mais complexa e com custo mais elevado, devido ao
número de profissionais envolvidos, duração e do uso de equipamentos. Por um
lado, é uma etapa bastante interessante, pois envolve criação e arte. A captação
de imagens demanda uma coordenação, que é exercida por um diretor,
responsável por toda a operação e também pelas atividades dos componentes da
equipe. Nem sempre o roteiro é seguido à risca ou na ordenação em que foi
escrito, o diretor possui certa liberdade para o improviso e também para decidir a
melhor maneira de fazer isso.

Ex: No roteiro temos uma cena inicial com o professor em sala de aula e na cena
5 um outro professor na mesma sala para minimizar custos e aumentar a
produtividade da equipe é importante gravar as duas juntas. No momento da
edição elas entrarão no lugar correto.

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5. Edição e Finalização

É a última etapa do processo.è realizado em uma “ilha de edição”. Nesta etapa as


cenas gravadas na etapa anterior são selecionadas e colocadas em seqüência e
são adicionados os demais elementos, como áudio, letreiros, música de fundo ou
outro componente. São também realizados alguns retoques quando necessários e
o produto é finalizados para a exibição.

A edição e finalização é uma etapa também bastante complexa e exige muita


atenção, sensibilidade e senso estético.

Mais uma vez, o papel do educador, coordenador ou gestor de Educação a


Distância é fundamental para a aprovação e sugestão de ajustes dos materiais, de
forma a assegurar não apenas a qualidade técnica, mas também a adequação
pedagógica.

Para saber mais

TV na Escola e os Desafios de Hoje


(curso de extensão)

Módulo 3 - Experimentação: planejando, produzindo,


analisando

Disponível em:
http://www.dominiopublico.gov.br (Acesso em 31/10/2008)

Infra-estrutura Necessária à Produção de Vídeo

A produção de vídeos para Cursos em Educação a Distância demanda a composição de


uma equipe multidisciplinar, composta de profissionais que possuam conhecimentos
sobre vídeos educativos, bem como a aquisição ou locação de equipamentos de
qualidade.

Equipamentos

Os equipamentos necessários para a produção de vídeos são:

• Câmera de vídeo: atualmente, é melhor utilizarmos uma câmera digital, pois, assim, a
edição é mais rápida e barata;

• Microfone: existem vários tipos de microfones, porém microfones de lapela são os


melhores;

• Monitores de vídeo: são importantes para acompanhamento da gravação das cenas;

• Equipamento de iluminação;

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• Computador: com programa de captação de imagem e edição digital;

• Aparelhagem de som.

Software para edição:


Existem muitos softwares para edição de vídeo (inclusive gratuitos). Com eles, é
possível importar segmentos de vídeo, analógicos ou digitais, cortá-los, ordená-los,
acrescentar legendas, transições e outros efeitos e, no final, gravar em um arquivo
digital, para ser armazenado no computador, CD ou DVD e, posteriormente, ser
publicado na Internet, em sites como o Youtube, Videolog ou outro provedor gratuito

Para saber mais

Técnicas sobre operação com vídeos


Disponível em: http://www.fazendovideo.com.br
Acesso em 30/10/2008

Associação Brasileira de Cinematografia


Disponível em: http://www.abcine.org.br
Acesso em 30/10/2008

Composição da Equipe de Vídeo

A equipe de produção será definida de acordo com a dimensão do produto e com a


quantidade de recursos disponíveis para a elaboração e execução do vídeo.

A seguir, apresentamos os profissionais, cuja formação é, na maior parte das vezes, de


Tecnólogo, que devem compor a equipe de produção de vídeo.

• Roteirista: escreve o roteiro ou argumento de um filme, programas de televisão e/ ou


teatro, criando uma história original ou adaptando uma já existente;

• Conteudista: atua com o roteirista quando o assunto tratado é muito específico. Na


maioria das vezes, os conteúdos específicos são escritos por estes especialista;

• Produtor: gerencia as necessidades práticas da produção, desde o agendamento de


uma entrevista até a organização do local da montagem de uma cena;

• Diretor: transforma em realidade o que foi desenhado pelo roteirista, devendo ter uma
visão clara das várias seqüências para uni-las de forma harmônica;

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• Câmera ou operador de câmera: responsável pelo registro das imagens e operação


da câmera;

• Editor: responsável pela montagem e finalização do vídeo.

Dependendo da complexidade e dos objetivos do projeto, outros profissionais podem


compor a equipe de produção de vídeo, como, por exemplo, educadores. Não podemos
esquecer que na elaboração de vídeos educativos a presença de um educador é
fundamental, pois somente desta forma será possível garantir os objetivos pedagógicos.

Possibilidades e Limitações do Vídeo

Televisão

Possibilidades Limitações

Constitui uma ferramenta


Pode ocorrer dificuldades no
motivacional, dinâmica e imediata
estabelecimento de parcerias para a
que apresenta informações
utilização dos programas de TV.
atualizadas.

Por não ser apresentado de forma


Um programa de TV educativa contínua e devido as paradas de
possui distribuição em massa (TV), o intervalos. a exibição de um
que aumenta a possibilidade de programa de TV pode quebrar o
acesso pelo usuário. raciocínio lógico e a dinâmica de
uma atividade em sala de aula.

Vídeo

Possibilidades Limitações

Apresenta custo reduzido de Necessita de conhecimento técnico e


produção em relação ao cinema e à da linguagem da mídia audiovisual
televisão. para a elaboração e produção da peça.

Pode levar a escolhas inadequadas de


formatos de arquivamento,
Possibilita o controle por parte do
dificultando o acesso do aluno de
usuário (vídeo), que pode ver e ouvir
cursos em EAD, principalmente
na freqüência desejada.
daqueles que ainda não têm acesso à
banda larga.

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O vídeo tem a potencialidade de Apresenta custo elevado de produção


envolver o espectador por lidar com em relação ao uso de material
imagens. impresso ou rádio.

Requer um tempo de desenvolvimento


maior do que de outras mídias.

Referências Bibliográficas

BALL-ROKEACH, Sandra; DeFLEUR, Melvin L. Teorias da Comunicação de Massa .


Rio de Janeiro: Zahar, 1997.

BARRETO, Hugo. Aprendizagem por televisão. In: LITTO, Frederic M.; FORMIGA,
Marcos. Educação a Distância – O estado da Arte . Editora Pearson Education do
Brasil: São Paulo 2008. pp. 449 – 450.

FERRÉS, Joan. Video e Educação . Tradução Juan Acuña Llorens. Porto Alegre: Artes
Medicas, 1996.

FIELD, Syd. Os Exercícios do Roteirista . Rio de Janeiro: Objetiva, 1996.

FRANCO, Iara Melo. Vídeo, Videoconferência e Áudio. In: GIUSTA, Agnela da Silva;
FRANCO, Iara Melo (org). Educação a Distância: uma articulação entre a teoria e a
prática . Belo Horizonte: PUC Minas: PUC Minas Virtual, 2003.

GIACOMANTONIO, Marcelo. O Ensino Através dos Audiovisuais . São Paulo:


Summus/Edusp, 1987.

JACQUINOT, Geneviève. Image et P édagogie, s.l. Presses Universitaires de France,


1977, p. 18.

MOORE, Michael G.; KEARSLEY, Greg. Educação a Distância: uma visão integrada
. Thomson Learning: São Paulo, 2007.

Sites consultados:

MORAN, José Manuel. Desafios da Televisão e do Vídeo à Escola. In: Tecnologias


audiovisuais. T V e vídeo na Escola, Capítulo 3, 2005. Disponível em:
http://www.eca.usp.br/prof/moran/desafio.html (Acesso em 25/10/2008).

CARNEIRO, Vânia Lucia Quintão. Televisão e Educação: aproximações. In:


Tecnologias audiovisuais. TV e vídeo na Escola. 2005. Disponível em:
http://www.tvbrasil.org.br/saltoparaofuturo/livros.asp (Acesso em 25/10/2008)

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