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Notícia, Entrevista e

Reportagem
GÊNERO NOTÍCIA
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O que é notícia?
Texto jornalístico de cunho informativo, que tende a
relatar os fatos de modo exato e imparcial.
ELEMENTOS DA NOTÍCIA
 Relata fatos recentes;
 Objetivo: Informar com exatidão;
 Procura ser neutra e confiável;
 Iniciado com uma manchete bem objetiva;
 Verbo no presente;
 Em seguida vem o lead (primeiro parágrafo);
 Anônimas e neutras.
ROTEIRO DA NOTÍCIA
• O QUÊ: o fato, a ação (enredo);
• QUEM: personagens (protagonistas e
antagonistas);
• COMO: o modo como se desenrolou o fato ou
ação;
• QUANDO: a época, o momento em que ocorreu
o fato;
• ONDE: o lugar de ocorrência;
• PORQUÊ: a causa, razão ou motivo;
• POR ISSO: resultado ou consequência;
Obs.: NEM SEMPRE TODOS ESSES ELEMENTOS ESTÃO PRESENTES,
SALVO “QUEM” E “O QUÊ”, SEM OS QUAIS NÃO HÁ NARRAÇÃO.
IDENTIFICAÇÃO DOS
ELEMENTOS DA
NOTÍCIA
ROTEIRO DA NOTÍCIA
QUESTÕES RESPOSTAS

O QUÊ? Mãe atira na cabeça do filho.


QUEM? Adolescente de 15 anos; bebê de 9
meses.
COMO? Com um tiro acidental, mãe atinge o filho.
QUANDO? Dia 30 de junho de 2010.
ONDE? Rua Dr. Nélio, Zumbi Nova Luz, Zona
Leste.
POR QUÊ? (A notícia não especifica).
Até a data de publicação, o bebê estava
POR ISSO? internado; mãe responderá o processo em
liberdade.
IDENTIFICAÇÃO DOS
ELEMENTOS DA
NOTÍCIA (PELOS
ALUNOS)
ESTADÃO
O JORNAL DO ESTADO DO RIO 18 de Setembro de 2009

MENINO DE 9 ANOS É INTERNADO APÓS AGRESSÃO EM ESCOLA


Segundo a mãe, de 27 anos, o filho da DDM, disse que os cinco garotos
sofre com as brincadeiras de colegas foram identificados e serão ouvidos
nos próximos dias.
porque é gago. Após a agressão na
O caso, registrado na DDM
escola, ele não mencionou nada em
(Delegacia de Defesa da Mulher),
casa. Dentro da sala de aula (3ª série),
será investigado e passado à
ele foi atingido por um soco, um tapa
Curadoria da Infância e da Juventude.
e um golpe de mochila. Na saída da
A Secretaria Estadual da Educação
escola, a inspetora o mandou sair
informou que foi aberta uma
pelos fundos, mas os agressores
As agressões são cada vez mais comuns em escolas apuração preliminar para averiguar a
perceberam e o cercaram, desferindo
denúncia de agressão entre alguns
O menino Marco Antônio, de 9 anos, foi socos e chutes em seu corpo.
alunos da escola. "Caso seja
agredido por cinco garotos da mesma faixa Na manhã de ontem, Marco acordou
etária dentro da sala de aula e na saída de uma constatado que o fato aconteceu
com o pescoço imobilizado. A avó o
Escola Estadual, anteontem, numa cidade dentro da escola, o Conselho Escolar
próxima à região de Ribeirão Preto (SP). Devido
levou à escola e os cinco agressores
vai definir as medidas punitivas em
à agressão, ele foi internado e passou por exames foram mandados para casa pela
de tomografia e ressonância magnética em relação aos estudantes, como, por
direção. Revoltada, a mãe quer
Ribeirão Preto. Marco terá alta hospitalar exemplo, a transferência de unidade",
processar a escola e ainda retirar os
amanhã e usará colar cervical por 15 dias. disse a nota da Secretaria.
três filhos de lá - Marco é o mais
velhos dos irmãos. A delegada Maria
José Quaresma,
Gênero-Entrevista
Observações gerais
 A entrevista aumenta sensivelmente a taxa de resposta, em
relação ao questionário. Entrevista (entre + vista) = ato de
perceber realizado entre duas pessoas.
 Questionários e entrevistas como técnicas de observação
direta. Questionários e entrevistas são valiosos instrumentos
de coleta, mas não um fim em si mesmos.
Observações gerais
 Ao formular as perguntas, deve-se observar se não está
dirigindo o entrevistado (ex: o senhor não acha que...?).
 Enquanto pesquisador, ter ciência de que sua ideologia
permeia a pesquisa social.
 Em ciências humanas, não existe objeto de pesquisa;
pesquisador e pesquisado são sujeitos de um processo em
desenvolvimento.
  É na realização de Entrevistas que se situa o fazer História
Oral Elaboração dos roteiros das entrevistas
 Produção de instrumentos de controle e de
acompanhamento
 Carta de cessão de direitos dos depoimentos
 Especificidade da relação que se estabelece com o
Entrevistado
Pesquisando o objeto de estudo
 Investigação exaustiva do objeto de estudo, em fontes
primárias e secundárias (sempre que possível), para
posterior planejamento e execução das entrevistas
Tipologia Estruturada ou dirigida:
 Permite um grau mínimo de liberdade e aprofundamento.
Formulada a partir de perguntas precisas, pré-formuladas,
com ordem pré-estabelecida. Sua padronização facilita o
tratamento de dados.
 Tipologia Semi-estruturada ou
guiada:
 Permite um grau médio de liberdade e aprofundamento.
Assim como na entrevista não dirigida, o objetivo é obter
relatos nas próprias palavras do entrevistado.
 Formulada a partir de um guia de temas, sem pré-formular
questões e sem pré-estabelecer a ordem delas.
 O entrevistador conhece previamente os aspectos que
deseja pesquisar e formula alguns pontos a tratar (o guia da
entrevista).
Tipologia Semi-estruturada ou
guiada:
 Ao formular o guia, colocar-se no papel do
entrevistado, sobretudo se for arrolado algum tema
delicado (ex: preconceito).
 Se necessário, o guia pode conter lembretes
vinculados a uma dada questão. (ex: que trabalho a
senhora faz?
 Lembretes – conceito de trabalho, tipos de trabalho,
diferenças entre trabalho do homem e da mulher,
conflitos pessoais).
 O objetivo do guia e dos lembretes é proporcionar ao
pesquisador uma lista de aspectos que devem ser
enfocados na entrevista.
Tipologia Não estruturada ou não
diretiva:
 Também chamada de entrevista em profundidade. Tem um
caráter exploratório.
 Assim como na entrevista guiada, o objetivo é obter relatos
nas próprias palavras do entrevistado.
 Utilizada quando se quer obter do entrevistado e que ele
considera mais relevante de determinado problema, ou,
ainda, para detectar atitudes, motivações e opiniões dos
entrevistados.
Tipologia Não estruturada ou não
diretiva:
 Permite um grau máximo de liberdade e aprofundamento.
Todavia, o tratamento de dados é mais complexo que nas
modalidades acima.
 Não há um guia; ao contrário, o entrevistador apenas orienta
e estimula o entrevistado, para que ele desenvolva suas
opiniões da maneira que estimar conveniente. A entrevista
não estruturada pode ser de pesquisa, de seleção ou de
aconselhamento.
Tipologia Não estruturada ou não
diretiva:
 No caso de entrevista de pesquisa, os
objetivos são:
 a) obter informações do entrevistado (de fato
que conheça ou do seu comportamento);
 b) conhecer a opinião do entrevistado,
explorar suas atividades e motivações;
 c) mudar opiniões ou atitudes, modificar
comportamentos (ex: criança difícil).
Tipologia Não estruturada ou não
diretiva(cont.)
 Princípios:
 a) não dirigir o entrevistado, apenas guiá-lo;
 b) levar o entrevistado a precisar, desenvolver e aprofundar os
pontos que coloca espontaneamente;
 c) facilitar o processo da entrevista (para manter o foco, retornar às
colocações feitas pelo entrevistado);
 d) esclarecer a importância do problema para o entrevistador.
Roteiros das entrevistas Roteiro geral
para:

 1) sintetizar as questões levantadas a partir da pesquisa em


fontes primárias e secundárias;
 2) orientar as atividades subseqüentes.
 
 Roteiros das entrevistas Roteiro individual:instrumento de
consulta e de apoio durante a entrevista.
 Roteiro parcial : desdobramento do roteiro individual, é
elaborado a partir das entrevistas efetuadas
Preparação de uma Entrevista
Seleção do entrevistado
 Escolha do(s) pesquisador(es)
 Contato inicial: relevância do depoimento para a pesquisa;
franqueza na descrição dos propósitos do trabalho e na
condução da entrevista; respeito pelo entrevistado e por
suas posições
 Cessão de direitos da entrevista (esclarecer a necessidade
desse contrato, que será selado ao final do conjunto de
entrevistas)
 Realização da entrevista
 A relação de entrevista (códigos e padrões de conduta
específicos; interesse comum pelo tema; criação de um
clima de confiança e diálogo; escutar e intervir
apropriadamente; singularidade de cada entrevista)
Realização da entrevista
 As circunstâncias da entrevista:
 O local da entrevista (decisão conjunta, conforto e
funcionalidade, evitar a dispersão);
 a duração (respeitar os limites do entrevistado,
especialmente; avaliação do momento apropriado para
encerrar uma sessão);
 apresentação física do entrevistador (deve adequar-se
à realidade e ambientação do entrevistado);
 outras pessoas presentes à entrevista (não é
adequado); o gravador (é meio e não fim).
INSTRUMENTOS DE
ACOMPANHAMENTO DA ENTREVISTA 
  Ficha da entrevista (instrumento de controle geral da
pesquisa, inicia-se na preparação da mesma,
devendo ser atualizada e arquivada em ordem
alfabética).
 Deve conter: nome/endereço do entrevistado, tipo de
entrevista, nomes dos pesquisadores e
entrevistadores
 Caderno de campo (deve ser elaborado pelo
entrevistador, ao final de cada sessão de entrevista).
 Deve conter: observações sobre o entrevistado, a
relação estabelecida, reações diversas, dificuldades,
etc.
 Etapas Introdução:
 Explicações e solicitações (o que se pretende e
por que se está fazendo a entrevista).
 Explicar o objetivo da entrevista.
 Assegurar o anonimato e o sigilo das respostas.
 Explicitar que as opiniões e experiências do
entrevistado são relevantes.
 Deixar o entrevistado livre para interromper, a
qualquer momento.
 Antes de gravar, solicitar autorização.
 Etapas Início:
 Utilizado para conhecer as características sociodemográficas.
 Pode ser apresentado em folha.
 Dados usuais (avaliá-los, de acordo com a problemática de
pesquisa):
 a) nome do entrevistado e no. da entrevista;
 b) data;
 c) lugar;
 d) sexo do entrevistado;
 e) idade;
 f) nível de escolaridade;
 g) endereço;
 h) naturalidade;
 i) ocupação (no caso de estar trabalhando).
 Etapas Transcrição:
 A entrevista deve ser transcrita e analisada.
 Em geral, se gasta para transcrever o dobro do tempo da
entrevista.
 Em entrevistas não diretivas, não mais que 20, pela
complexidade da análise.
 Condução da entrevista Melhor em dupla ( divisão das
tarefas de condução da entrevista e controle técnico); No
máximo três (mais do que isso vira debate).
 Condução da entrevista
 Atitude dos pesquisadores (baseada na ética e respeito ao
entrevistado):
 conversa (diálogo informal e prolongado);
 informar o depoente (sobre: a carta de cessão, os objetivos
e destino da entrevista;
 desligar o gravador sempre que solicitado;
 atender a eventuais solicitações do entrevistado.
Condução da entrevista
 PRESTAR ATENÇÃO permanente, OLHANDO
para o entrevistado, EXPRESSANDO o
acompanhamento e compreensão do relato.
 Conduzir a entrevista com CALMA e
TRANQUILIDADE, evitando expressar
impaciência ou ansiedade para encerrar o
depoimento, cobrir os pontos do roteiro, ou
questionar o que está sendo dito.
 Aprender a conviver com os SILÊNCIOS,
aguardando que o entrevistado recomponha sua
narrativa.
Dicas
 Crie um clima de cordialidade com o entrevistado.
 Ajude-o a adquirir confiança.
 Não apresse o entrevistado e permita que ele
conclua seu relato (cuidado para não atropelá-lo),
evitando autoritarismo ou ser o protagonista.
 Formule perguntas compreensíveis, evitando as
de caráter pessoal, ou privado.
 Não discuta a partir das conseqüências das
respostas, não dê conselhos, não faça
considerações moralistas.
Reportagem
Definição:
 a reportagem é um género jornalístico que se baseia na observação
directa das ocorrências;
 tenta mostrar os acontecimentos actuais em suporte escrito e através
da imagem ou da emissão televisiva;
 hoje em dia, a divulgação dos acontecimentos é mais rápida e fácil de
compreender através da televisão, pois mostra-nos testemunhos
directos e espontâneos.
Reportagem escrita
 A reportagem escrita apresenta uma estrutura similar à da notícia.
 Os principais pontos que as distinguem são a oportunidade de
opinião, que por vezes surge na reportagem, mas que é impensável
quando se trata de uma notícia.
 Para além disso, a reportagem é mais extensa e complexa do que a
notícia, devido ao seu elevado detalhe e à sua descrição.
 E, ainda, é quase sempre assinada, pelo repórter, que foi ao local “ver”
e “ouvir” os “testemunhos”.
Estrutura :
 Título (pode ser acompanhado por um antetítulo e/ou subtítulo):
• Pretende indicar conteúdo da reportagem de um modo apelativo e sucinto;
 Entrada:
• Corresponde ao primeiro parágrafo do texto;
• É um breve resumo, em letra destacada, sobre o assunto a ser desenvolvido,
servindo como uma introdução ao tema;
 Corpo da reportagem:
• é a parte mais complexa e desenvolvida
da reportagem;
• constitui a maior massa de texto e
explica, detalhadamente, a sucessão dos
aconteci- mentos, preocupando-se em dar
resposta às questões: Como? e Porquê?;
• nesta parte da reportagem vão ser
apresentados todos os pormenores que
envolvem o assunto em causa;
• apresenta testemunhos, opiniões,
citações,…
Linguagem textual:
• linguagem clara, directa, objectiva e formal;
• predomina a função informativa (pode também incluir a função
poética ou emotiva);
• discurso na 3ª pessoa, podendo por vezes estar introduzida a 1ª pessoa
para expressar a opinião do autor perante a situação;
• existe também o discurso directo com o intuito de exprimir os
comentários pessoais dos testemunhos.
Bibliografia
 http://www.slideshare.net/pibidletrasuea/gnero-notcia
 ALBERTI, Verena. História Oral: a experiência do CPDOC. Rio de Janeiro: Centro de
Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil, 1989, p. 45-100
 LAVILLE, C. & DIONNE, J. Entrevistas. In: ______. A construção do saber : manual de
metodologia de pesquisa em ciências humanas. Porto Alegre: Artmed, 1999. pp. 186-
190. 
 RICHARDSON, R. J. Entrevista. In: ______. Pesquisa social: métodos e técnicas. 3ª
ed. ver. ampl. São Paulo: Editora Atlas, 1999. pp. 207-219.
 http://www.slideshare.net/marianogue/reportagem-presentation-758255

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