UNIVERSIDADE DE CAXIAS DO SUL

DISCIPLINA DE VIROLOGIA VETERINÁRIA

LEUCEMIA BOVINA EM OVINOS
Ana Paula Padilha, Juliete Bebber, Natheli Bizotto e Victoria Soares

Quadro 1 – comparações de dados da leucemia bovina em ovinos

por região
INTRODUÇÃO
REGIÃO - NÚMERO DE REBANHOS NÚMERO DE NÚMERO DE NÚMERO
ESTADO ANALISADOS (%) SOROPOSITIVOS AMOSTRAS DE DE
EM BANDOS (%) SORO ANALISADOS SOROPOSI
(%) TIVO
O artigo aborda sobre casos de soro positividade do vírus da ANIMAIS
(%)
Leucemia Bovina em ovinos, quais são seus impactos nos animais SUL
afetados e como poderá influenciar na ovinocultura do Brasil. Sendo Rio Grande do
Sul
10 (28,6) 0 1008 (38,9) 0

assim, foi realizado coletas em diferentes regiões do Brasil, fazendo Paraná 03 (8,5) 0 43 (1,7) 0
SUBTOTAL 13 (37,1) 0 1.051 (40,6) 0
o teste AGID, dessa forma, apontando quais locais tiveram mais
SUDESTE
casos soropositivos. Junto disso, esse estudo foi comparado com São Paulo 05 (14,3) 2 (5,7) 199 (7,7) 2 (0,077)
NORDESTE
outros, os quais avaliavam também ovinos com possível BLV, sendo Bahia 04 (11,4) 0 308 (11,9) 0
então, na Rússia e Venezuela. Pernambuco 04 (11,4) 0 366 (14,1) 0
Maranhão 03 (8,6) 0 234 (9,0) 0
SUBTOTAL 11 (31,4) 908 (35,0)
CENTRO-
METODOLOGIA OESTE
Mato Grosso 01 (2,9) 0 26 (1,0) 0
NORTE
Pará 02 (5,7) 0 343 (13,2) 0
Rondônia 02 (5,7) 0 55 (2,1) 0
Acre 01 (2,9) 0 10 (0,4) 0
SUBTOTAL 05 (14,3) 0 408 (15,7) 0
TOTAL 35 (100,0) 2 (5,7) 2592 (100,0) 2 (0,077)
Fonte: Realizada pelo autor

As duas ovelhas soropositivas eram fêmeas Santa Inês de 13

messes de idade e a outra de raça e idade desconhecidas,
procedente de diferentes rebanhos do estado de São Paulo. Os
animais soropositivos não apresentavam linfossarcoma. A
amostragem representou todas as regiões brasileiras, como esta
representado na tabela abaixo:

Quadro 2 Porcentagem por regiões de rebanhos ovinos testados no Brasil, no

período de 2005-2007.
REGIÕES POR REGIÃO (%)
SUL 40,6
NORDESTE 35,0
MATERIAIS E MÉTODOS NORTE 15,7
SUDESTE 7,7
CENTRO-OESTE 1,0
TOTAL 100
Fonte: Realizada pelo autor

O teste, baseia-se em uma punção BLV-AGID, que consistia de um
poço central de 4 mm de diâmetro e 6 poços circundantes de 4 mm de
diâmetro e com 3 mm de distância todos. Os poços foram preenchidos
de acordo com as especificações contidas no folheto do kit. O poço
central recebeu 25 μl do antígeno dissolvido, enquanto os poços
circundantes 1, 3 e 5 receberam 25μl de soro de referência e os poços
2,4 e 6 receberam a mesma quantidade da amostra de soro a ser
testada. As placas foram testadas em temperatura ambiente (20 a
27 °C) em câmara úmida e fechada. As leituras ocorreram após 24,48
e 72 horas.
RESULTADOS
Um total de 2,592 amostras de soro foram coletadas de ovelhas em 35
unidades de criação no Brasil, apenas dois ovinos foram considerados
reatores verdadeiros para BLV. A taxa de rebanhos soropositivos foi de
5,7% e aos animais foi de apenas 0,077%.
CONCLUSÃO
O presente trabalho foi realizado com o objetivo de estudar a
ocorrência de ovelhas soropositivas (Ovis aries) ao Vírus da Leucemia
Bovina, assim foi investigado que a baixíssima incidência de animais
soropositivos mostra que essa doença não tem impacto econômico nas
populações ovinas estudadas no Brasil. No presente estudo, a maioria
das amostras veio das regiões Sul e Nordeste, onde há a maior
proporção de ovinos no Brasil. Os ovinos soropositivos foram
encontrados apenas no estado de São Paulo (SP), na região Sudeste
do país, onde a ovinocultura está se desenvolvendo e o comércio é
muito intenso. Levantamentos soroepidemiológicos de LB em rebanhos
bovinos no estado de São Paulo indicam altas taxas de sororreactor.
15, no entanto, uma vez que a principal via de transmissão do BLV é
iatrogênica 2, isso pode ser considerado uma fonte potencial de
infecção para ovelhas. Concluímos então que as medidas sanitárias
são importantes para manter os rebanhos ovinos livres de BLV.
REFERÊNCIAS
1.InTERNATIONAL committee On TAXONOMY OF VIRUSES. ICTVdB - The Universal
Virus Database of the International Committee on Taxonomy of Viruses. 2010.
Disponível em: <http://ictvonline.org/index.asp />. Acesso em: 13 ago. 2010.
EBACQ, C.; ALCARAZ, M. T. S.; MORTREUX, F.; KERKHOFS, P.; WILLEMS, L. Reduced
proviral loads during primo-infection of sheep by Bovine Leukemia virus attenuated
mutants. Retrovirology, v. 1, n. 1, p. 31, 2004. Disponível em:
<http://www.retrovirology.com/content/1/1/31> Acesso em: 30 abr. 2007.
3. OIE. World Organization for Animal Health.. Manual of diagnostic tests and vaccines
for terrestrial animals Paris: OIE,. 2004. Disponível em:
<http://www.oie.int/eng/normes/mmanual/A_00055.html>. Acesso em: 13 ago. 2010.