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Cristais Urinários

Giovanna Batista, Maria Clara Toledo, Mateus Engel e Paloma Ribeiro


Formação dos
Cristais
São formados por precipitação de solutos na
urina, como sais, medicamentos e compostos
orgânicos.

.
Os cristais normais da urina
raramente têm significado
clínico. A principal razão para
a identificação deles é detectar
a presença dos tipos anormais. Podem indicar distúrbios
do metabolismo,como
doença
hepática/insuficiência
renal/erros inatos do
metabolismo, etc
Formação dos
Cristais
À medida que a concentração de solutos na
urina aumenta, a capacidade de permanecerem
diluídos naquela solução diminui, resultando na
formação de cristais. Essa presença é
relacionada com maior frequência a amostras
com alta densidade.

O pH também pode
influenciar na
formação dos
cristais!
Cristais urinários normais

Ácido Úrico

• Possuem várias formas (placa de quatro faces


planas, rômbica, pedra de amolar, cunhas e
rosetas);

• Cristal de pH ácido, amarelo-castanho ou incolor;

• Seu aumento está associado com níveis elevados


de purinas e ácidos nucleicos;

• Observado em pacientes com leucemia que fazem


quimioterapia, pacientes com gota e Síndrome de
Lesch-Nyhan.
Cristais urinários normais

Urato Amorfo

• Observados em urina de pH ácido;

• Aparência de poeira;

• Pode ter relação com: dieta hiperproteica, baixa


ingestão de água, gota, inflamação crônica do rim,
cálculo renal ou biliar, doenças hepáticas ou renais
graves.
Cristais urinários normais

Oxalato de Cálcio

• Normalmente encontrados em pH ácido, podendo


ser vistos em urina neutra e raramente na alcalina;

• Forma mais comum do oxalato di-hidratado é o


conhecido como (envelope);

• A menos vista é a forma mono-hidratado (ovalados


ou em halteres);

• Associados a cálculos renais (maioria composto de


oxalato de cálcio);

• Principal significado patológico: presença da forma


mono-hidratada em envenenamento por etilenoglicol
(anticongelante).
Cristais urinários normais

Fosfato Amorfo

• pH neutro e alcalino;

• Aparência granulosa;

• Podem ser diferenciados de urato amorfo pela cor


do sedimento e pH urinário.
Cristais urinários normais

Fosfato de Cálcio

• Não são encontrados com frequência;

• Podem aparecer como placas planas retangulares,


incolores ou prismas finos;

• pH neutro ou alcalino;

. Não tem significado clínico, apesar de o fosfato


de cálcio ser um constituinte comum dos cálculos
renais.
Cristais urinários normais

Fosfato Triplo

• Observados com frequência em urina alcalina;

• Forma habitual: prisma/ tampa de caixão;

• Incolores;

• Sem significado clínico, associados com a


presença de bactérias que metabolizam ureia.
Cristais urinários normais

Biurato de Amônio

• Cor amarelo-acastanhada;

• pH alcalino;

• Descritos como “maçãs espinhosas” pela


aparência de esferas cobertas de espículas

• Encontrados em amostras não recentes (quase


sempre) e podem ser associados à presença de
amônia produzida pelas bactérias que metabolizam
a ureia.
Cristais urinários normais

Carbonato de Cálcio

• Vistos em pH alcalino;

• Pequenos e incolores, com formato de halteres ou


esféricos;

• Podem lembrar material amorfo pelas


aglomerações;

• Forma gás com ácido acético;

• São birrefringentes (distinguem das bactérias);

• Sem significado clínico.


Principais características dos cristais urinários normais

Cristal pH Cor Solubilidade Aspecto


Ácido úrico Ácido Amarelo- castanho Solução alcalina

Urato amorfo Ácido Poeira de tijolo ou Solução alcalina e calor


Amarelo- castanho

Oxalato de cálcio Ácido/neutro/alcalino Incolor (envelopes, HCl diluído


oval, halteres)

Fosfato amorfo Alcalino/neutro Branco-incolor Ácido acético diluído

Fosfato de cálcio Alcalino/neutro Incolor Ácido acético diluído

Fosfato triplo Alcalino Incolor (tampa de Ácido acético diluído


caixão)

Biurato de amônio Alcalino Amarelo- castanho Ácido acético com calor


(“maçãs espinhosas”)

Carbonato de cálcio Alcalino Incolor (halteres) Forma gás com ácido


acético

STRASINGER, Susan King; DI LORENZO, Marjorie Schaub. Urinálise e Fluidos Corporais. 5 ed. São Paulo: Livraria Médica Paulista Editora, 2009.
Cristais urinários anormais

Cistina

• Encontrados na urina de pessoas com um


distúrbio metabólico que impede a absorção de
cistina pelos túbulos renais (tendência a formação
de cálculos renais)

• Cristais incolores, hexagonais e chapas que


podem ser finas ou grossas. Formas desintegradas
podem ser visto quando em presença de amônia

• pH ácido
Cristais urinários anormais

Colesterol

• Raramente vistos, salvo se as amostras forem


refrigeradas, porque os lipídeos permanecem em
formato de gota;

• pH ácido;

• Formato de placas retangulares entalhadas e são


incolores;

• Associados a distúrbios produtores de lipidúria:


síndrome nefrótica.
Cristais urinários anormais

Leucina

• pH ácido/neutro;

• esferas amarelo-castanha com estrias radiais;

• Vistos com menor frequência que cristais de


tirosina, mas quando presentes, devem ser
acompanhados de cristais de tirosina.

•Doença urinária em xarope de bordo (defeito no


metabolismo dos aminoácidos leucina, isoleucina e
valina), síndrome da má absorção de metionina e
em doenças hepáticas graves.
Cristais urinários anormais

Tirosina

• Vão aparecer como finas agulhas incolores ou


amarelas, formando grumos ou rosetas;

• São vistos geralmente em conjunto com os


cristais de leucina, em amostras com presença de
bilirrubina;

• Podem ser encontrados em doenças do


metabolismo de aminoácidos;

• pH ácido ou neutro;
Cristais urinários anormais

Bilirrubina

• Presentes nas doenças hepáticas, que levam à


produção de grande quantidade de bilirrubina na
urina;

• Aparecem como agulhas agregadas ou


granulares, com a característica amarela da
bilirrubina;

• pH ácido, cristal de cor amarelada.


Cristais urinários anormais

Sulfonamidas
•O aparecimento desses cristais pode sugerir a
possibilidade de dano tubular se os cristais
estiverem se formando nos néfrons

•Formas variadas (rombóticas, agulha, pedra de


amolar, feixes de trigo e rosetas) com colorações
que variam de incolor a amarelo-acastanhadas

•A verificação do histórico de medicação do


paciente ajuda na confirmação (uma variedade de
fármacos contém sulfonamida);

•pH ácido ou neutro.


Principais características dos cristais urinários anormais
Cristal pH Cor Solubilidade Aspecto
Cistina Ácido Incolor Amônia, HCl diluído

Colesterol Ácido Incolor (placas Clorofórmio


entalhadas)

Leucina Ácido/neutro Amarela Solução alcalina quente


ou álcool

Tirosina Ácido/neutro Incolor-amarela Solução alcalina ou


calor

Bilirrubina Ácido Amarela Ácido acético, HCl,


NaOH, éter, clorofórmio

Sulfonamidas Ácido/neutro Variável Acetona

STRASINGER, Susan King; DI LORENZO, Marjorie Schaub. Urinálise e Fluidos Corporais. 5 ed. São Paulo: Livraria Médica Paulista Editora, 2009.
Conclusão
A análise dos cristais presentes na urina é de grande importância para
compreender a condição clínica do paciente, até mesmo a presença dos
cristais normais (que não representam patogenicidade) pode auxiliar no
diagnóstico, enquanto os cristais anormais podem indicar alguma
alteração metabólica relevante para entender o quadro de saúde do
paciente.
Referências
STRASINGER, Susan King; DI LORENZO, Marjorie Schaub. Urinálise e Fluidos corporais. 5 ed. São Paulo: Livraria
Médica Paulista, 2009.

DOMINGUETI, Caroline Pereira. Atlas de Urinálise. 1 ed. Divinópolis: UFSJ, 2020.

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