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Naturalismo

História e Arte II

Quadro Os fabricantes de feno (1877),


de Jules Bastien-Lepage.
Naturalismo nas artes
O naturalismo (também idealismo) na arte é um fluxo de 1870 a 1890, no sentido mais amplo: a tendência para a
reflexão mais completa e absolutamente precisa da realidade em todas as suas manifestações, detalhes e detalhes. Nas
artes visuais, essa tendência se manifesta constantemente, de tempos em tempos, tomando forma em direções
históricas concretas, tendências, escolas, métodos e técnicas criativas de mestres individuais.
O naturalismo foi um movimento artístico e cultural que se manifestou na literatura, no teatro e nas artes plásticas, e
teve como principais características a objetividade, a impessoalidade e o retrato fiel da realidade. Ele surgiu na
França, em meados do século XIX, e se espalhou rapidamente para outros países da Europa e do mundo.
Oposto ao Romantismo, que apresentava uma face sonhadora, com idealizações, subjetivismos e fuga da realidade, o
naturalismo prezou pelo objetivismo científico. Influenciado pelas correntes científicas e filosóficas que surgiam na
Europa como o determinismo, o darwinismo e o cientificismo, para os artistas naturalistas, tudo estava determinado e
possuía uma explicação lógica pautada na ciência.
Naturalismo como representação
Em sentido figurado, a história da arte fala de uma tendência ao naturalismo ou a uma representação naturalista,
independentemente de uma época, quando os artistas perseguem objetivos naturalistas em suas obras, ou seja, mostram
uma representação quase positivista e não idealizante em suas obras. Exemplos podem ser encontrados nos manuscritos
e tapeçarias medievais tardios, na pintura holandesa antiga, bem como em alguns pintores do século XIX, que assim
evitavam – em contraste com o realismo – assumir posições sociais com sua arte.
Max Deri, rejeita a suposição de que a pintura naturalista é uma forma de arte positivista que representa apenas
“natureza externa”, isto é, sem psicologia. Seus melhores representantes, como Rembrandt ou Wilhelm Leibl,
conseguiram tornar visível a “natureza interior”.
Jost Hermand, entende todo naturalismo como uma reação consciente contra um desenvolvimento artístico estagnado ou
formalmente congelado apoiado por uma classe dominante, que “tenta contrariar a falta de forma da verdade ilimitada”.
O naturalismo é dirigido contra convenções acadêmicas, contra o classicismo, maneirismo, mas também contra as
autoridades artísticas e sociais como um todo. Esse impulso crítico, destruidor de formas, caracterizou o naturalismo do
século XV, que se opunha ao gótico tardio com dureza camponesa.
Quadro Os fabricantes de feno
(1877), de Jules Bastien-
Lepage.
Escultura Orfeu, do início
da década de 1860. De
Albert Ernest Carrier
Belleuse
Regando as Vacas (óleo sobre tela) - s/d
(Watering the Cows (oil on canvas)
De Henry Herbert La Thangue
A origem do mundo - 1866
(The Origin of the World)
De Gustave Courbet
Sra. Adolphus
Sceales com Black
Jimmie na Estação
Merrang
(Mrs Adolphus
Sceales with Black
Jimmie on Merrang
Station)
Robert Dowling
1856
Características do naturalismo
Determinismo: segundo essa corrente teórica, a natureza determina o caráter e o comportamento do ser
humano, uma vez que tudo já está pré-determinado e estabelecido. Por essa perspectiva, o homem é
influenciado pelo meio em que vive, sendo fruto dele.
Positivismo: corrente filosófica que se apoia na ciência para atingir o conhecimento verdadeiro. Para esses
teóricos, o conhecimento científico é utilizado para explicar as teorias e as leis científicas, bem como o ser
humano e a sociedade.
Objetivismo científico: para os naturalistas, a ciência era a chave e os fatos eram explicados à luz das
correntes científicas que vigoravam em meados do século XIX. Assim, os artistas naturalistas não
projetam em suas obras utopias e ideias idealizadas.
Darwinismo social: pautado nas ideias de Charles Darwin, como a seleção natural e o evolucionismo,
esse conceito sugere que os mais fortes sobrevivem às adversidades da sociedade, enquanto os outros
enfraquecem.
Oposição ao Romantismo: avesso às ideias românticas de fuga da realidade e subjetividade,
o naturalismo focou em aspectos da objetividade, além de retratar a realidade sem idealismos.

Imparcialidade e impessoalidade: apoiados em correntes científicas para explicar a


realidade, os autores do naturalismo costumam ser objetivos, imparciais e impessoais em suas
descrições. Assim, deixam de lado os juízos de valores e opiniões que não estejam
fundamentados em teorias.

Descrições detalhadas: na literatura naturalista, existe grande preocupação com as minúcias,


pois os autores pretendem fazer um retrato fiel de onde se passa a trama. Para isso, as
narrativas naturalistas costumam ser lentas e cheia de detalhes.

Zoomorfização: influenciado pelo darwinismo social, no naturalismo as personagens


apresentam características animalescas e instintivas, através de uma perspectiva biológica.
Assim, os comportamentos humanos se aproximam dos animais, mostrando que o homem é
condicionado pelo meio em que vive.
Retrato fiel da realidade: na arte naturalista, é notória a preocupação em observar o
mundo e as coisas que nos rodeiam de maneira bastante minuciosa para entregar ao
expectador um retrato verossímil da realidade.

Temas degradantes e de patologia social: na arte naturalista, o tom é de denúncia


com foco para os problemas sociais e morais. Os temas mais explorados pelos artistas
são: a pobreza extrema, as injustiças, as desigualdades sociais, a violência, as
perversões, os crimes e a falta de caráter.

Passividade do ser humano: na arte naturalista, os seres humanos são produtos das
forças do mundo, e, por isso, não possuem livre-arbítrio. Eles são guiados pelas leis
científicas e influenciados pelo meio social e físico em que vivem.
Principais Artistas Naturalistas
August Weber (1817-1873), pintor alemão do idealismo 
Alfred Philippe Roll (1846-1919), pintor francês

Gustave Courbet (1819-1877), pintor francês que desempenhou um 


Max Liebermann (1847-1935), pintor alemão
papel importante no debate sobre o realismo / naturalismo 
Jules Bastien-Lepage (1848-1884), pintor francês
Paul Weber (1823-1916), pintor alemão, às vezes ativo nos Estados 
Per Hasselberg (1850-1894), escultor sueco
Unidos

Jean-François Raffaëlli (1850-1924), pintor francês
Constantin Meunier (1831-1905), pintor e escultor belga

Magda Kröner (1854-1935), pintora alemã
Carl Oesterley junior (1839-1930), pintor alemão

Marie Bashkirtseff (1860-1884), pintora russa
Jean-Charles Cazin (1841-1901), pintor francês

Arnold Lyongrün (1871-1935), pintor alemão
Eugen Bracht (1842-1921), pintor alemão

Gari Melchers (1860-1932), pintor americano
Hans Herrmann (1858-1942), pintor alemão

Léon Lhermitte (1844-1925), pintor francês


O Naturalismo no Brasil
O naturalismo brasileiro surge no final do século XIX em meio a agitação
política e social promovida pela crise do Segundo Reinado, que culminaria na
Proclamação da República, em 1889.

Na literatura, o marco inicial do naturalismo brasileiro é a publicação da obra,


em 1881, O Mulato, do escritor Aluísio Azevedo. Considerado o primeiro
romance de tese do Brasil, a obra aborda o tema do preconceito racial, muito
vigente na sociedade da época.

Além do precursor do movimento naturalista, Aluísio de Azevedo, outros


autores que contribuíram com seus escritos foram: Raul Pompeia, Adolfo
Caminha e Inglês de Sousa.
Referências
HISOUR ARTE CULTURA EXPOSIÇÃO:
https://www.hisour.com/pt/naturalism-2831/ Imagens
Meisterdrucke:
Diana, Daniela. Naturalismo: https://www.meisterdrucke.pt/epoca/Naturalis
https://www.todamateria.com.br/naturalismo- mo.html
movimento-naturalista/

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