UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

Faculdade de Direito

Marina Novis de Souza Avellar

A INCOMPATIBILIDADE DO PLEA BARGAINING COM O

ORDENAMENTO JURÍDICO BRASILEIRO

Orientador: Prof. Dr. Daniel Raizman

Coorientador: Matheus Guimarães Silva de Souza

Agosto de 2020
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 TEMA: DIREITO PROCESSUAL PENAL

A incompatibilidade do plea bargaining com o ordenamento jurídico brasileiro
 OBJETIVO GERAL
Refletir sobre o avanço dos espaços de consenso no processo penal como a solução para as
problemáticas que assolam a administração da justiça no Brasil, e o plea bargaining como
instituto incompatível com o ordenamento jurídico brasileiro.
 METODOLOGIA
Natureza: exploratória
Procedimento: pesquisa bibliográfica
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ESTRUTURA
Introdução

I. Justiça negociada nos EUA e a tendência ocidental de barganha

II. Recepção da lógica negocial no Brasil: a lei 9.099/95, colaboração premiada e

ANPP

III. Implementação do plea bargaining no brasil e as garantias do processo penal

Conclusão
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Capítulo 1 – Justiça negociada nos EUA e a tendência ocidental de barganha

 O sistema do consenso norte-americano: conceito, surgimento e funcionamento do plea
bargaining;
 Plea bargaining - solução de 85% a 95% dos litígios criminais:
• Aumento da criminalidade
• Aumento do número de processos criminais
• Morosidade judicial
• Razões políticas
• Busca pela pacificação social por meio da celeridade e economia processuais
 A difusão da justiça negocial nos sistemas de Civil Law: análise do crescimento dos espaços
de consenso em países como Alemanha, Itália, Espanha, Portugal, França, Peru, Colômbia e
Brasil.
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Capítulo 2 – Recepção da lógica negocial no Brasil: lei 9.099/95, colaboração premiada e o

acordo de não persecução penal

 O avanço do consenso no ordenamento jurídico brasileiro: premissas e aspectos deletérios

 Análise da Lei 9.099/95: a composição civil dos danos, a transação penal e a suspensão
condicional do processo
 Análise da Lei 12.850/13: A colaboração premiada
• Negócio jurídico processual e meio de produção de provas
• Violação ao princípio da legalidade e a ampla discricionariedade conferida ao MP, reconhecida pelo STF
• A coação e a premissa do “delata para não ser preso; ou delata para ser solto; ou é solto para delatar”
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Capítulo 2 – Recepção da lógica negocial no Brasil: lei 9.099/95, colaboração premiada e o

acordo de não persecução penal

 O Pacote Anticrime e o Acordo de Não Persecução Penal (art. 28-A, do CPP)

• Aplicação de sanções penais sem o devido processo
• Instituto integrante da família do plea bargaining, “adaptado aos trópicos”

 Maior autonomia do Ministério Público e aproximação da lógica norte-americana?

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Capítulo 3 – Implementação do plea bargaining no brasil e as garantias do processo penal

 O art. 395-A e a Lei 13.964/2019: Plea bargaining, o escopo deletério do modelo processual
de barganha
• A necessidade de adaptação do instituto aos trópicos, e de discussão em projeto de lei específico.

 O plea bargaining e sua perversa face coatora: jogo de poderes e ameaça?

• Similaridades com a lei medieval de tortura
• Desigualdade entre as partes e a desproporcionalidade na aplicação da pena (Caso Bordenkircher
vs. Hayes - 1978)
• Casos Carolina do Norte vs. Alford (Séc. XIX), Johannes Julius (Séc. XVIII) e São Francisco vs.
Acusado representado por Benjamin H. Davis (Séc. XIX)
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Capítulo 3 – Implementação do plea bargaining no brasil e as garantias do processo penal

 A noção de processo constitucional justo, como reflexo da Democracia

 A violação à presunção de inocência
 A supressão do contraditório e da ampla defesa
 A noção de processo em tempo razoável e o viés eficientista e economicista do processo
penal
 Plea bargaining e a mácula à dignidade da pessoa humana
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CONSIDERAÇÕES FINAIS

• O plea bargaining como espaço irrestrito de consenso e sua incompatibilidade com o

ordenamento jurídico brasileiro;

• O minimalismo penal e medidas alternativas;

• A necessidade de estabelecimento de limites demarcados e legislações claras para a

ampliação do espaço de consenso, promovendo a celeridade e agilidade sem a negativa dos
direitos fundamentais;
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Muito Obrigada!