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MODELAGEM, ANÁLISE E

SIMULAÇÃO DE SISTEMAS
AMBIENTAIS
Aula 4 – Características dos Modelos

Universidade Anhanguera
Profª Sara Nogueira
MODELO
 É um instrumento metodológico de pesquisa científica.

 Representa uma hipótese científica a ser testada.

 Sua construção envolve critérios e normas da metodologia científica.

 A pesquisa científica pode ser:


 Indutiva;

 Hipotético-dedutivo.
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PESQUISA CIENTÍFICA
INDUTIVA
É o procedimento clássico de metodologia científica.
Suas etapas são:
I. Observação e coleta de dados;

II. Definição, análise e classificação dos dados em categorias;


III. Derivação indutiva e generalização das interações das classes/grupos de
fenômenos;

IV. Verificação das generalizações (novas observações e coleta de dados);

V. Construção de leis e teorias.


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PESQUISA CIENTÍFICA
HIPOTÉTICO-DEDUTIVO
 Metodologia científica mais complexa.
 O observador começa a pesquisa a partir de hipótese/observação de fatos ou
a partir de um modelo/teoria.
 A teoria precede a formulação de hipóteses e leis, conectadas e suportando a
teoria.
 As etapas são:
I. Concepção teórica de como a realidade encontra-se estruturada, podendo-
se então construir modelos a priori.
II. Levantamento das hipóteses, que fornece uma interpretação empírica a ser
verificada com as observações e coleta de dados.
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PESQUISA CIENTÍFICA
HIPOTÉTICO-DEDUTIVO
Continuação:
III. Especificar as variáveis;

IV. Coletar os dados, analisa-los e interpretá-los;

V. Validação das hipóteses – sendo validadas, estas passam à categoria de leis,


que se integram à teoria. Sendo refutadas, a teoria pode ser reformulada
(retroalimentação contínua entre hipóteses, teorias e leis);

VI. Teste – com dados de outras áreas/sistemas. Os testes de hipótese ganham


maior validade de reaplicação, sendo aceita como generalização teórica e
referencial para a predição.
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Fonte: https://sebentadeai12.wordpress.com/2015/01/28/metodos-da-ciencia-1-indutivo-2-hipotetico-dedutivo/ Profª Sara Nogueira
PESQUISA CIENTÍFICA
Ela não parte de OBSERVAÇÕES, mas sim de PROBLEMAS.
As observações são interpretadas à luz de teorias, pois fazem-se de
modo seletivo.
Popper (1975) diz que o procedimento metodológico da pesquisa é feita
das teorias/hipóteses  fatos (que as comprovam ou as desmentem).
Ou seja: P1  TT  EE  P2

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i. Parte-se de um problema P1;
ii. Passa-se a uma teoria experimental TT, que pode ser errônea (total ou parcialmente);
iii. Submete-se à eliminação de erros EE, por análise crítica ou testes experimentais;
iv. Novos problemas P2 surgem em decorrência de novas atividades criadoras.
CARACTERÍSTICAS DOS
MODELOS
 SELETIVIDADE: a construção de um modelo implica na seleção de
informações, a fim de eliminar “ruídos” e detalhes acidentais e interpretar
melhor o cerne do problema.
 ESTRUTURAÇÃO: os aspectos/variáveis selecionados da realidade são
explorados em termos de suas conexões/correlações.
 ENUNCIATIVO/SUGESTIVO: o delineamento da estrutura mostra a
existência de certo padrão, onde os fenômenos são considerados em termos de
relação sistêmica; os modelos bem sucedidos contêm sugestões p/ sua
ampliação/ generalização, e potencial enunciativo de previsões sobre aspectos
do mundo real.
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CARACTERÍSTICAS DOS
MODELOS
 SIMPLICIDADE: a estrutura do modelo é baseada na seletividade das
variáveis, representando uma expressão aproximada da realidade. Ele deve ser
simples de se manipular e compreender, mas também representar com precisão
o sistema de estudo.
 ANÁLOGOS: os modelos são analogias (diferentes) do mundo real.

 REAPLICABILIDADE: em geral, não representam apenas um caso, mas


possibilita que seja usado em outros casos de mesma categoria.

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FUNÇÕES DOS MODELOS
Os modelos são importantes por constituírem pontes entre os níveis da
observação e as proposições teóricas.

Devem ser construídos com objetivos claros e delineando o que podem


prever.

São instrumentos de previsão para sítios/processos particulares em tempo


e espaço devidamente especificados.

Objetivos mais comuns: comunicação de conceitos e a previsão a curto


prazo.
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FUNÇÕES DOS MODELOS
1. PSICOLÓGICA: possibilita que determinada categoria de fenômenos
seja visualizada e compreendida.

2. COMUNICATIVA: propicia que as informações sejam definidas,


ordenadas e relacionadas, e comuniquem suas ideias e concepções.

3. PROMISSORA: modelos são estruturas organizadas (elementos e


dados) e que possuem um sentido gerador e fértil de novos enunciados
e percepções de relações, a partir dos usados.

4. LÓGICIDADE: modelos possuem função lógica, explicando o que é


e como ocorre determinado fenômeno.
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FUNÇÕES DOS MODELOS
5. NORMATIVA: possibilita formular uma representação que permite
compara um determinada categoria de fenômeno com outra.

6. ADEQUAÇÃO: um modelo possibilita a verificação de hipóteses, a


validação e a refutação de leis e teorias, assim, estes devem estar
adequados à análise pretendida.

7. PREVISIBILIDADE: os modelos são construídos para fornecer

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previsões específicas que vão auxiliar da tomada de decisão.

8. SIMULAÇÃO DE CENÁRIOS: que são possíveis em função de


mudanças ambientais, e que vão servir para elaboração de um
planejamento.
FUNÇÕES DOS MODELOS
9. RELACIONAR as mensurações dos processos a curto prazo com a
evolução das formas a longo prazo. Por exemplo: os processos de
transporte de sedimentos em vertentes.

10. CONDENSAÇÃO TEMPORO-ESPACIAL: modelos são capazes de


condensar e comprimir escalas temporais e espaciais.

11. DESENVOLVER “EXPLICAÇÕES” APLICÁVEIS A TODAS AS


ESCALAS: modelos melhoram na compreensão de um sistema.

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INSTRUMENTOS BÁSICOS P/ A
CONSTRUÇÃO DE UM MODELO
Estão relacionados ao discernimento do sistema a ser representado, com a
linguagem a ser aplicada e com a composição da estrutura.
Os principais instrumentos básicos para a construção de um modelo
são:
 RACIOCÍNIO LÓGICO: o requisito mínimo que um modelo deve ter é
a consistência lógica, a LOGICIDADE do raciocínio lógico.
Um modelo também deve conter: PRESSUPOSIÇÕES (derivadas de
observações qualitativos ou quantitativos, ou de fundamentação teórica);
DEDUÇÕES (podem até estar erradas ou parcialmente corretas, mas as
conclusões não são válidas); e CONCLUSÕES. Profª Sara Nogueira
INSTRUMENTOS BÁSICOS P/ A
CONSTRUÇÃO DE UM MODELO
 MODELOS ESCALARES E ANÁLOGOS: o modelo, em geral, é uma
redução escalar de uma seção de do mundo real. Os modelos análogos
podem operar em níveis diferentes das condições físicas.
 FORMULAÇÕES MATEMÉTICAS: as equações matemáticas,
representando equações físicas ou químicas, constituem a forma mais
abstrata de um análogo. Elas encorajam a simplificação!
 ANÁLISE DOS SISTEMAS: procedimento p/ examinar a inteireza do
modelo, focalizando nas relações existentes (ou não) das partes dos sistema.
 SIMULAÇÃO POR COMPUTADOR: os computadores atuais permitem
simulações mais potentes, amplas (das condições a serem simuladas) e
rodadas inúmeras vezes. Profª Sara Nogueira
PASSO A PASSO P/ A
CONSTRUÇÃO DE UM MODELO

Perguntas norteadoras (POLYA, 1973):


 Qual é o problema?

 Como resolvê-lo (qual o plano)?

 Ao executar o plano, qual é o resultado?

 A resposta está correta?

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PASSO A PASSO P/ A
CONSTRUÇÃO DE UM MODELO
1º. DEFINIR OS OBJETIVOS:
Os enunciados dos objetivos devem responder:
 Qual é o sistema a ser modelizado?

 Quais as principais questões a serem focalizadas pelo modelo?

 O quão bom deve ser o modelo? E a quais outros ele deve ser comparado?

 Como os produtos (outputs) do modelo serão analisados, sumarizados e usados?


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PASSO A PASSO P/ A
CONSTRUÇÃO DE UM MODELO
2º. DEFINIR AS HIPÓTESES:
 Deve-se transladar os objetivos e o conhecimento disponível do
sistema em enunciados de hipóteses.
 Podem ser verbais (em geral são!) ou equações matemáticas.
 Ex: sob condições climáticas constantes, o aumento da área da bacia
hidrográfica implicará em aumento proporcional da vazão média anual.

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PASSO A PASSO P/ A
CONSTRUÇÃO DE UM MODELO
3º. FORMULAÇÃO MATEMÁTICA:
 As hipóteses qualitativas podem ser convertidas em relações matemáticas.
 Para as hipóteses, verbais ou matemáticas, deve-se usar das informações
disponíveis p/ construção do modelo e avaliar a correção dos enunciados
e das equações que descrevem o comportamento dinâmico dos elementos e
processos do sistema.
 A matematização requer que as formulações e os conceitos vagos sejam
definidos sob o critério da precisão e do rigor matemáticos.

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PASSO A PASSO P/ A
CONSTRUÇÃO DE UM MODELO
4º. VERIFICAÇÃO:
 Verifica a precisão dos enunciados e das equações propostas – se os
algoritmos e códigos computacionais estão corretos p/ as relações
matemáticas definidas.
 Em geral, por técnicas numéricas, e usando computadores.
 Os modelos que não usam soluções numéricas, devem ser verificados
pela revisão das atividades realizadas durante o estágio da formulação.

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PASSO A PASSO P/ A
CONSTRUÇÃO DE UM MODELO
5º. CALIGRAGEM:
 Após a verificação, estabelece-se os parâmetros p/ as entrada e
condições internas do sistema, a fim de se verificar a adequação das
respostas.
 Por meio de uso de computadores, estabelece-se valores de entrada e
realiza-se simulações.

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PASSO A PASSO P/ A
CONSTRUÇÃO DE UM MODELO
6º. ANÁLISE E AVALIAÇÃO/CHECAGEM:
 Depois que o modelo foi calibrado, pode-se usá-lo p/ produzir as
respostas almejadas nos objetivos que foram especificados.
 Ou seja, o programa de computação é executado e os resultados
gerados são registrados.

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Fonte: Christofoletti, 1999.

Procediment
o Guia de
Modelagem

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USO DE SIG NA
MODELAGEM
AMBIENTAL
CONCEITOS DE SIG
SIGs = Sistemas de Informação Geográfica

ou Geographic Information System (GIS).

Segundo Burrough e McDonnell (1998) um SIG é:

“um poderoso conjunto de instrumentos para coletar, armazenar e


recuperar informações, transformando e organizando dados do
mundo rel para um conjunto particular de objetivos.”

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CONCEITOS DE SIG
Segundo Calkins e Tomlinson (1977) um SIGs são:
“um conjunto integrado de programas (softwares) elaborados para
serem usados com dados geográficos, executando espectro
abrangente de tarefas no manuseio dos dados.
Essas tarefas incluem a entrada, o armazenamento, a recuperação e
os produtos resultantes do manejo dos dados, em adição à ampla
variedade de processos descritivos e analíticos.”

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ANÁLISE ESPACIAL
Eles analisam processos e relações espaciais.
São de dois tipos:
 Análise Espacial Estatística: trata uma ampla gama de dados
espaciais (padrões e processos), estruturando e fornecendo uma
metodologia mais adequada p/ estes.
 Modelagem Espacial: direcionada p/ a estruturação, funcionamento
e dinâmica dos sistemas.

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FUNÇÕE
S
BÁSICA
S DO SIG

Profª Sara Nogueira Fonte: Adaptado de Anselin e Getis, 1992, por Christofoletti, 1999.
LIMITAÇÕES DA
MODELAGEM
Profª Sara Nogueira
LIMITAÇÕES DA
MODELAGEM
 O maior problema talvez seja a avaliação da acuidade ou
ajustagem das suas previsões.
 Um outro problema está no estabelecimento de valores dos
parâmetros fisicamente mensuráveis no mundo real.
 A ajustagem das características ambientais e a identificação física
dos parâmetros são difíceis de medir.
 Um modelo nunca pode substituir observações em campo e
experimentos em laboratório.
Profª Sara Nogueira
PRATICANDO...

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RESPONDA:
1. Diferencie pesquisa científica indutiva de pesquisa hipotético-dedutiva.
2. Quais as principais características dos modelos? Descreva-as.
3. Apresente, em detalhes, as principais funções dos modelos.
4. Quais os principais instrumentos básicos p/ a construção de um modelo?
Descreva-os brevemente.
5. Fale sobre as principais etapas de construção de um modelo.

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REFERÊNCIAS
 CHORLEY, R.J.; HAGGET, P. Models in Geography. London,
Methuen, 1971.
 CHRISTOFOLETTI, A. Modelagem de sistemas ambientais. Ed.
Edgard Blücher, São Paulo, 1999, 236p.

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DÚVIDAS???

saramsnogueira@gmail.com
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