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Nessa direção, apesar do governo civil de Sarney, os militares permaneceram ocupando postos
estratégicos no gabinete do Poder Executivo E, dos oito ocupantes, seis haviam passado pela
ESG No EMFA, a chefia foi exercida por três militares com formação no CSG/ESG: almirante
José Maria do Amaral Oliveira, egresso da turma de 1981; o almirante Valbert Lisieux Medeiros
de Figueiredo, egresso da turma de 1978; e o general Paulo Campos Paiva, egresso da turma
de 1977 e veterano da FEB, que chegou a fazer um curso de guerra revolucionária na Argentina
(1961), além de ter comandado o 1º Batalhão do Regimento Escola de Infantaria na República
Dominicana em 1966 Depois que saiu do governo, Paiva foi para a reserva e trabalhou na
Confederação Nacional dos Transportes, em Brasília (1987-1990).
• Nos ministérios das Forças, que foram mantidos, apenas o brigadeiro
Octávio Júlio Moreira Lima, comandante do Ministério da Aeronáutica, não
havia se formado pela ESG Primeiro ministro da pasta totalmente formado
na Força − era da turma de 1945 da Escola de Aeronáutica –, Moreira Lima
causou repercussão na imprensa ao substituir, das paredes de seu
gabinete, os retratos oficiais do presidente João Batista Figueiredo, e do
ministro da Aeronáutica, brigadeiro Délio Jardim de Matos, pelos do
patrono da Aviação, Santos Dumont, e do único civil a ocupar o Ministério
da Aeronáutica, Joaquim Salgado Filho A Marinha foi comandada pelo
almirante Henrique Saboia, egresso da turma de 1974 do CSG/ESG, e no
Exército assumiu o general Leônidas Pires Gonçalves, egresso da turma de
1977 do CSG/ESG.
• A principal disputa do período foi o processo constituinte, com a
definição de uma nova carta política. Nesse cenário de ausência de
ruptura entre os governos e, mais, de uma certa continuidade, o
resultado foi a normalização da autonomia dos militares pelos civis,
com a definição de Forças Armadas e de suas funções, recebendo
praticamente a mesma redação de 1967.
Apesar dessas pequenas modificações, as Forças Armadas preservaram sua
função política de “garantes” das instituições democráticas, assim como a
separação entre a “lei” e a “ordem” Por sinal, essas previsões estão inscritas
no título da “defesa do Estado e das instituições democráticas”, posteriores
ao Estado de Defesa e ao estado de sítio, duas situações excepcionais que
suspendem ou restringem direitos políticos e civis Ademais, a possibilidade
que um dos poderes convoque a instituição normaliza a dubiedade de sua
finalidade, que pode inclusive se voltar contra um desses poderes, como foi
a história dos golpes de Estado no país Desse modo, mantiveram a
obediência discricionária, uma vez que será o militar “o intérprete da
Constituição”, fazendo de seu modo próprio o crivo de legalidade da
subordinação a cada poder constitucional.