Este documento discute como as novas configurações culturais produzidas pela cultura popular e tecnologias de comunicação estão transformando a produção de subjetividade e identidade social. Ele argumenta que essas transformações não devem ser vistas como déficit ou patologia, mas compreendidas em sua própria lógica. O currículo escolar deve levar em conta essas novas formas de conhecimento e saber que estão moldando as novas gerações.
Este documento discute como as novas configurações culturais produzidas pela cultura popular e tecnologias de comunicação estão transformando a produção de subjetividade e identidade social. Ele argumenta que essas transformações não devem ser vistas como déficit ou patologia, mas compreendidas em sua própria lógica. O currículo escolar deve levar em conta essas novas formas de conhecimento e saber que estão moldando as novas gerações.
Este documento discute como as novas configurações culturais produzidas pela cultura popular e tecnologias de comunicação estão transformando a produção de subjetividade e identidade social. Ele argumenta que essas transformações não devem ser vistas como déficit ou patologia, mas compreendidas em sua própria lógica. O currículo escolar deve levar em conta essas novas formas de conhecimento e saber que estão moldando as novas gerações.
Mestre em Desenvolvimento Social, Graduada em Ciências Sociais. A escola e os novos complexos culturais O novo complexo cultural representado pela combinação entre cultura popular (nos chamados meios de comunicação de massa) e as novas tecnologias de comunicação estão produzindo uma transformação radical nos processos de produção de subjetividade e de identidades sociais. Elas não podem ser interpretadas no registro conservador do pânico moral e da visão patologizante que vê a ampliação da influência da cultura popular e o predomínio dos novos meios e conteúdos culturais como uma ameaça a tradicionais valores e capacidades supostamente mais universais, humanos e superiores. O novo mapa cultural formado por essas revolucionadas configurações culturais não pode ser interpretado como déficit, patologia, carência, degeneração, degradação e involução. Ele tampouco pode ser interpretado na clave, supostamente progressista e benigna, de uma tradição de crítica cultural quê vê os novos meios e conteúdos proporcionados pela cultura de massa como produzindo uma população passiva, mistificada e alienada. Em ambas as visões – a conservadora e a crítica – os meios e os conteúdos da cultura de massa – e as capacidades e habilidades por ele produzido – são encarados como distorção, como desvios a serem corrigidos. Ambas as visões colocam implicações para a educação e o currículo. Estudos vêm tentando demonstrar que as transformações – colocadas pelos novos meios e formas culturais – não podem ser caracterizadas absolutamente como desvio, déficit, regressão, anomalia, patologia. Elas devem ser compreendidas dentro de sua própria lógica e ótica e não por referência a outras formas e meios culturais, característicos de uma outra época. Elas devem ser compreendidas dentro de sua própria lógica e ótica e não por referência a outras formas e meios culturais, característicos de uma outra época. Essas novas subjetividades não podem ser entendidas como carência e desvio em relação a outras formas históricas de produção e transformação cultural. A separação entre baixa cultura e alta cultura, característica de ambas as interpretações convencionais descritas anteriormente, tendem a se dissolver no novo cenário cultural representado pela difusão e generalização das novas mídias. O currículo é o espaço em que se corporificam formas de conhecimento e de saber. Como tal, o descaso pelas radicais transformações efetuadas na produção da subjetividade e pelas novas mídias, significa deixar de fora desse espaço formas importantes de conhecimento e de saber que, no entanto, à contracorrente da escola, estão, na realidade, moldando e formando novas formas de existência e sociabilidade. O que precisamos é de formas criativas, abertas, renovadas de pensar e desenvolver currículos que levem em conta esses novos mapas e configurações sociais. (CANDAU, 1996, p. 12) Novas identidades culturais e a educação Se perguntarmos “o que quer dizer identidade?”, podemos nos referir tanto à noção psicanalítica de sujeito, ao processo psíquico de aquisição de identidade. E a concepção antropológica de conjunto de características distintivas de um grupo, ou à recente tendência culturalista de conceber a identidade como uma “celebração móvel”. O fato de a identidade ocupar um lugar tão proeminente na teoria cultural contemporânea está relacionado às transformações radicais em andamento no mundo e, particularmente, às rupturas, descontinuidades, deslocamentos e instabilidades que se instalam no panorama das teorizações, concepções e manifestações ditas pós-modernas. De uma concepção una, centrada, equilibrada, coerente e estável de identidade, passa-se a fragmentação, efemeridade, mobilidade, superficialidade, flutuação. (CASTELLS, 1999, p.88) Podemos ser um e muitos ao mesmo tempo e em diferentes tempos. A identidade parece que está à deriva no tempo e no espaço, o que a torna permanentemente capturável, ancorável, mas, paradoxalmente, ao mesmo tempo escorregadia Crianças e jovens quando chegam à escola já foram objeto de um conjunto de discursos, que produziram diferentes “posições de sujeito”, entre eles, aqueles que os constituem como consumidores, como clientes. (DEBORD, 1997, p.26) Contemporaneamente, delineiam-se nitidamente as condições que instauram o caráter provisório e construído das identidades. (BIGUM,1995, p. 33) Artefatos culturais contemporâneos na vida escolar Não podemos esquecer que os sujeitos do currículo são, antes de tudo, as subjetividades forjadas em uma cultura regida pelos apelos do mercado. As regras, estratégias e o modus operandi das sociedades neoliberais de economias globalizadas articulam-se caprichosamente para fabricar um cliente. Vivemos em um tempo em que novos desenvolvimentos tecnológicos e culturais, muito especialmente a mídia, a computação e a internet, tornaram se organizadores privilegiados da ação e do significado na vida dos humanos. Essa fantástica mudança desestruturou as instituições consagradas, subverteu práticas centenárias e instalou em seu lugar a incerteza, a provisoriedade e a imprevisibilidade. A mudança é radical, as consequências são sérias e exigem investimentos na busca de um novo modo de ser e de fazer escola. Referências CASTELLS, Manuel. A sociedade em rede. São Paulo: Paz e Terra, 1999. COSTA, Marisa Vorraber. Quem são? Que querem? Que fazer com eles? eis que chegam às nossas escolas as crianças e jovens do século XXI. Ufrgs/Ulbra, 2004 (Artigo).
BIGUM, Chris. Alienígenas em sala de aula (Trad. Tomaz Tadeu
da Silva). Tomaz Tadeu da Silva (org.) Petrópolis RJ: Vozes, 1995. Referências DEBORD, GUY. A Crise civilizacional. Editora Civilização Brasileira. São Paulo, 1997. HALL. Stuart. Da Diáspora: identidades e mediações culturais. Belo Horizonte: UFMG: Representações da UNESCO no Brasil, 2003.