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A TERAPIA DO SILÊNCIO:

a importância da formação do
psicólogo em libras

Orientadora Profa. Dra. Maria de Fátima Xavier


Discente Vilma Maria Alves Guerreiro
INTRODUÇÃO
- Surdez.

- Língua de sinais (LIBRAS).

- Os surdos enquanto grupo possui sua

tradição cultural.

(BRASIL, 2006; FERREIRA BRITO, 1988)


INTRODUÇÃO
• Formação do psicólogo para
atendimento de pessoas surdas;

• Dificuldades na comunicação impacta


no acesso aos serviços de saúde
mental;

• Uso do intérprete e outras estratégias


como forma de inclusão.

(BRASIL, 2011; GOÉS, 2012; NASCIMENTO; TORRES, 2020; FREITAS, 2019;


OBJETIVOS
Geral:

Compreender a importância da formação em libras para o profissional de

psicologia, tendo em vista o atendimento à pessoa com deficiência auditiva, de

forma integral, e avaliar o quanto os serviços em saúde mental são acessíveis a

essa população, que se comunica por meio da língua de sinais, bem como as

dificuldades e limitações encontradas pelo psicólogo.

Específicos:

a) Verificar as estratégias de comunicação utilizadas pelos psicólogos no


atendimento ao surdo;

b) Averiguar se o psicólogo tem formação ou capacitação para atendimento


da pessoa surda.

c) Analisar se o atendimento psicológico é inclusivo, a partir da percepção do


psicólogo.
JUSTIFICATIVA

Esta pesquisa é relevante, pois, tem


como foco a psicologia inclusiva como
essencial para funcionalidade do
acompanhamento e acolhimento eficaz
da pessoa com deficiência auditiva.
MÉTODO
Procedimento de Coleta de Dados
• Os dados foram coletados por meio de uma entrevista semiestruturada, depois
categorizados, analisados quantitativamente e qualitativa por meio da análise
de conteúdo das respostas dos voluntários mediante a assinatura do TCLE.

• Participantes

• Participaram do estudo 10 psicólogos, de ambos os sexos com idade entre


de 29 a 53 anos que atuam no atendimento psicológico clínico em
consultórios particulares, clínicas, nas unidades básicas de saúde e
Universidades.
RESULTADOS E DISCUSSÕES

Os resultados evidenciaram as limitações e dificuldades dos


profissionais psicólogos no atendimento psicológico de pessoas
surdas, devido a comunicação. Ficando claro o quanto o acesso
desta população aos dispositivos de saúde mental não é inclusivo.

Mostrando a importância do acesso a formação em LIBRAS na


graduação, de modo a qualificar os psicólogos para o atendimento
a este público e, desta forma, garantir o atendimento psicológico
inclusivo.
Gráfico 1: Resultados relativos ao conhecimento de libras e ter cursado libras na
graduação de psicologia
Você conhece libras? Sua faculdade
ofereceu Curso de li-
bras? NÃO
10%

NÃO
40%

SIM
50%

NÃO SIM SIM NÃO


Fonte: a autora

Conforme apontado pelo gráfico mostra as dificuldade dos profissionais na prestação de serviços de assistência ao surdo
devido a falta de comunicação.

Destacaram que a disciplina de formação de Libras, é oferecida em diversos cursos de Psicologia no Brasil, porém é
optativa.

A formação do psicólogo em Libras nas diretrizes curriculares nacionais devem constar no projeto pedagógico.

(NASCIMENTO; TORRES, 2020; FREITAS, 2019;BRASIL 2011).


Gráfico 2: Você fez alguma formação ou capacitação para atender pessoas
surdas?
60%

Series1; 50% Series1; 50%


50%

40%

30%

20%

10%

0%
Series1

SIM NÃO
Fonte: a autora

Feneis (Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos) oferece cursos para profissionais, professores e
familiares.

No que diz respeito a formação em Libras, os voluntários destacaram que é uma língua muito difícil de ser aprendida.
Cardoso, Rodrigues e Bachion (2006) apontam essa dificuldade dos profissionais na prestação do serviço de assistência
ao surdo, devido à dificuldade na comunicação
Gráfico 3- Já atendeu ou atende pessoas surdas?

Series1; 60%

Series1

Series1; 40%

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70%

NÃO SIM
Fonte: a autora

“Se algum surdo procurar meu atendimento, faço encaminhamento ou tento atender com a ajuda de parentes do surdo”.

Segundo o estudo de Oliveira et al. (2012), dentre as estratégias utilizadas pelos psicólogos no atendimento a pessoa
com deficiência auditiva, estão o intérprete.

Voluntários apontaram, também, que se houvesse procura de seus serviços “procurariam atendê-los utilizando a leitura
labial, a escrita, ajuda de parentes e o intérprete, mas, este em último caso, devido ao sigilo e o vínculo com o paciente.”

Autores destacam que o interprete é um dos recursos importantes, mas não deixa de ser uma variável que pode interferir
na relação terapêutica.
Gráfico 4: Considera que o surdo tem acesso inclusivo?

NÃO
100%

SIM NÃO

Fonte: a autora

A resposta dos participantes foi negativa. Apontaram que os surdos não têm acesso aos atendimentos na área da saúde,
de maneira integral.

Autores pontuam que a aproximação desse público ocorrerá quando o psicólogo estiver capacitado em Libras.

“Como é difícil trabalhar em um local onde ninguém se comunica com ele.”

Sobre o atendimento inclusivo, autor pontua que o sofrimento psíquico dos surdos pode diminuir quando houver a
escuta por meio da Libras, podendo ajudar no desenvolvimento emocional, sendo a psicoterapia fundamental para
promoção da saúde.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os dados obtidos por meio das entrevistas evidenciaram
a carência de psicólogos com formação para atender os surdos,
destaca-se a falta de incentivo das faculdades de psicologia.
Isso aponta para a necessidade do cumprimento da resolução
relativa a formação do psicólogo, bem como o posicionamento
do CFP orientando as graduações na formação em Libras, desta
forma, garantir o acesso inclusivo dos surdos.

(BRASIL,2011)
CONTRIBUIÇÕES PARA PSICOLOGIA
Possibilitar um cenário de discussão acerca da
importância do uso de Libras no atendimento ao surdo,
apontar a importância da formação acadêmica em Libras
para que o atendimento psicológico seja de fato
inclusivo. Nessa direção contribuir com informações que
auxiliem nessa reflexão e possibilitem um acolhimento
pautado nos preceitos éticos e igualdade de direitos.
REFLEXÃO

“As mãos rompem o silêncio e fazem a


comunicação de quem não ouve, mas vê,
sente e se emociona.”

(Autor Desconhecido)
REFERÊNCIAS
• BRASIL. Ministério da Educação. Resolução CNE/CES nº 5, de 15 de março de 2011. Institui as
Diretrizes Curriculares Nacionais para os cursos de graduação em Psicologia, estabelecendo normas
para o projeto pedagógico complementar para a Formação de Professores de Psicologia. Diário Oficial
da República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 16 mar. 2011. Seção 1, p. 19-20.

• BUZAR, E. A. S. Da Libras ao silêncio: implicações do olhar winnicottiano aos sujeitos surdos em


sofrimento psíquico grave. 2015. Tese (Doutorado em Psicologia Clínica e Cultura)- Instituto de
Psicologia, Departamento de Psicologia Clínica, Programa de Pós-Graduação em Psicologia Clínica e
Cultura Universidade de Brasília, Brasília, 2015.

• CARDOSO, A. H.; RODRIGUES, K. G.; BACHION, M. M. Percepção da pessoa com surdez severa e/ ou
profunda acerca do processo de comunicação durante seu atendimento de saúde. Rev. Latino-Am
Enfermagem, São Paulo, v.14, n.4, p. 553-560, 2006.

• CHAVEIRO, N. et al. Atendimento à pessoa surda que utiliza a língua de sinais na perspectiva do
profissional da saúde. Cogitare Enferm. [S.l.], v. 15, n. 4, p. 639-645, out./dez. 2010.

• FERREIRA BRITO, L. (ed.). Geles: Grupo de estudos sobre linguagem, educação e surdez. Boletim 3,
Rio de Janeiro, ano 3, 1988.

• HONORA, M.; FRIZANCO, M. L. E. Livro Ilustrado de Língua Brasileira de Sinais: desvendando a


comunicação usada pelas pessoas com surdez. São Paulo: Ciranda Cultural, 2009

• OLIVEIRA, Y. C. A. de et al. A língua brasileira de sinais na formação dos profissionais de


enfermagem, fisioterapia e odontologia no estado da Paraíba, Brasil. Interface - Comunicação, Saúde,
Educação, [S. l.], v. 16, n.43, p.995-1008, out./dez. 2012.

• PIRET, B. A consulta psicoterápica com intérprete: vantagens, dificuldades e limites. [S.l: s.n.], 2007

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