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ESCOLA SUPERIOR DE BOMBEIROS

DIREITO PENAL MILITAR

Aula 3 e 4 - Interpretações e
particularidades arts 13, 15, 20 a
24, 53, Parágrafos 4º e 5º do
CPM. Penas principais e penas
acessórias

Aula III e
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RESERVA E REFORMA

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RESERVA E REFORMA
Art. 13. O militar da reserva, ou
reformado, conserva as
responsabilidades e prerrogativas do
pôsto ou graduação, para o efeito da
aplicação da lei penal militar, quando
pratica ou contra a ele é praticado crime
militar.
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RESERVA

“Reserva é a situação da inatividade do


militar sujeito à reversão ao serviço
ativo”.
É uma forma de inatividade transitória, sujeita à reversão ao
serviço ativo em casos específicos (ver artigos 26 e 26-A do Dec-lei
260/70), que perdura até os 65 anos sendo então automaticamente
REFORMADO (ex officio).

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RESERVA

Na PMESP o militar pode permanecer no serviço ativo


até os 60 anos, desde que outro motivo de inatividade
não o alcance.

60 anos de idade é o limite estabelecido por lei para


qualquer policial militar passar à condição de RESERVA
na PMESP, nos termos do artigo 18, I combinado com o
artigo 19, ambos do Dec-lei 260/70.

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REFORMA

Reformados são aqueles policiais


militares em situação de inatividade
definitiva. (idade-limite, saúde, invalidez
definitiva, etc).

Artigo 27 - Reforma é a situação de inatividade do militar


definitivamente desligado do serviço ativo, com a manutenção
do vínculo estatutário com a Polícia Militar do Estado de São Paulo.

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Importante:

o militar, mesmo desligado


definitivamente (REFORMADO) do
serviço ativo, manterá o vínculo
estatutário com a PMESP, ou seja,
mantém sua condição de militar
para fins de aplicação do
Regulamento Disciplinar da Polícia
Militar. (fim do assunto)

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Tempo de guerra Art. 15.

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Tempo de guerra Art. 15.

O tempo de guerra, para os efeitos da


aplicação da lei penal militar, começa
com a declaração ou o reconhecimento
do estado de guerra, ou com o decreto
de mobilização se nele estiver
compreendido aquele reconhecimento;
e termina quando ordenada a cessação
das hostilidades.
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O conceito de GUERRA:

“todo conflito armado entre dois ou


mais Estados, durante um certo
período de tempo e sob a direção de
seus respectivos governos, com a
finalidade de forçar um dos
adversários a satisfazer a(s)
vontade(s) do(s) outro(s).”
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Declaração de guerra

A declaração de guerra e a
celebração da paz são
competências privativas do
Presidente da República,
autorizado pelo Congresso
Nacional.
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Declaração de guerra

A declaração e o reconhecimento do
estado de guerra se darão
exclusivamente “no caso de agressão
estrangeira”, uma vez que o Brasil rege-
se pela “defesa da paz” e pela “solução
pacífica dos conflitos”.

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Crimes praticados em
tempo de guerra

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Crimes praticados em tempo de


guerra

Art. 20. CPM Aos crimes praticados


em tempo de guerra, salvo
disposição especial, aplicam-se as
penas cominadas para o tempo de
paz, com o aumento de um terço.
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Art. 10. CPM Consideram-se crimes


militares, em tempo de guerra:
I - os especialmente previstos neste Código para o tempo de
guerra;
II - os crimes militares previstos para o tempo de paz;
(...)
a) em território nacional, ou estrangeiro, militarmente ocupado;

b) em qualquer lugar, se comprometem ou podem comprometer a


preparação, a eficiência ou as operações militares ou, de qualquer
outra forma, atentam contra a segurança externa do País ou
podem expô-la a perigo;

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A partir da leitura do referido artigo, percebe-se
que:

em tempo de guerra, serão considerados


crimes militares não apenas os que estão
definidos no livro específico na parte especial,
e, inclusive, os previstos na Lei Penal Comum
ou Especial, mas todos os outros crimes do
CPM, os previstos para tempo de paz,
quando praticados em zona de efetivas
operações militares ou em território estrangeiro,
militarmente ocupado. (fim do assunto)
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Assemelhado Art. 21.

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Assemelhado Art. 21.

Considera-se assemelhado o servidor,


efetivo ou não, dos Ministérios da
Marinha, do Exército ou da Aeronáutica,
submetido a preceito de disciplina militar,
em virtude de lei ou regulamento

Não existe atualmente

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Pessoa considerada militar Art.


22.
É considerada militar, qualquer pessoa
que, em tempo de paz ou de guerra,
seja incorporada às forças armadas, para
nelas servir em posto, graduação, ou
sujeição à disciplina militar.

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O presente artigo deve ser


entendido de forma extensiva
aos militares estaduais,
destacando que a qualidade de
MILITAR ESTADUAL está
consignada nos artigos 42 e 144,
§§ 5º e 6º, ambos da CRFB/88.
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Art. 42 Constituição Estadual

“Os membros das Polícias Militares e


Corpos de Bombeiros Militares,
instituições organizadas com base na
hierarquia e disciplina, são militares
dos Estados (...)

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Art. 144. CF
A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade
de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da
incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes
órgãos: (...)

V - polícias militares e corpos de bombeiros militares. (...)

§ 5º Às polícias militares cabem a polícia ostensiva e a


preservação da ordem pública; aos corpos de bombeiros
militares, além das atribuições definidas em lei, incumbe a
execução de atividades de defesa civil.

§ 6º As polícias militares e corpos de bombeiros militares, forças


auxiliares e reserva do Exército, subordinam-se, juntamente com
as polícias civis, aos Governadores dos Estados (...) fim de assunto

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Equiparação a comandante

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Equiparação a comandante
Art. 23. Equipara-se ao comandante,
para o efeito da aplicação da lei penal
militar, toda autoridade com função de
direção.

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COMANDANTE, para fins penais
militares, no âmbito da PMESP, será
entendido como
comandante de uma OPM, normalmente
comandada por Cel PM, ou, no mínimo,
T-Cel PM.
*Mesmo assim, não se descarta a hipótese de
haver Major PM e Capitão PM, como
comandante interino.

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Conceito de superior

Art. 24. O militar que, em virtude da


função, exerce autoridade sobre
outro de igual posto ou graduação,
considera-se superior, para efeito da
aplicação da lei penal militar.

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O critério estabelecido no
CPM está atrelado à
FUNÇÃO, quando ocupam o
mesmo posto ou graduação.

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Assim, o 2º Sgt PM, na função de
graduado de dia em uma unidade
escola, é superior funcionalmente aos
outros 2º Sgt PM, superior hierárquico
aos militares na graduação de 3º Sgt PM,
Cb PM e Sd PM,

O MESMO OCORRE COM O ALUNO DE


DIA E O CHEFE DE TURMA!
Fim de assunto

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Coautoria e Cabeças

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Co-autoria e Cabeças – conceito legal

Art. 53.CPM Quem, de qualquer modo, concorre


para o crime incide nas penas a este cominadas.
(...)
§ 4º Na prática de crime de autoria coletiva
necessária, reputam-se cabeças os que dirigem,
provocam, instigam ou excitam a ação.

*Sempre será considerado CABEÇA o oficial


desde que na presença de ao menos 2 inferiores
hierárquicos fim do assunto
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PENAS PRINCIPAIS (ART. 55) e


PENAS ACESSÓRIAS (ART. 98)

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PENAS PRINCIPAIS e PENAS ACESSÓRIAS

As penas principais são doutrinariamente divididas


em:

*privação da vida (pena de morte)

**privativas de liberdade (reclusão, detenção e


prisão)

***restritivas de direitos (impedimento, suspensão


do exercício do posto, graduação, cargo ou função
e reforma).
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Já as penas acessórias, nos dizeres de


Jorge Romeiro:

“são penas complementares e


ligadas à
natureza do crime. Formas de
repressão mediata, dependentes de
outras”

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Art. 98. CPM
São penas acessórias:

I - a perda de posto e patente;


II - a indignidade para o oficialato;
III - a incompatibilidade com o oficialato;
IV - a exclusão das forças armadas;
V - a perda da função pública, ainda que eletiva;
VI - a inabilitação para o exercício de função
pública;
VII - a suspensão do pátrio poder, tutela ou
curatela;
VIII - a suspensão dos direitos políticos. fim
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Muito obrigado!

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