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Realismo

brasileiro
Primeira aula
Professora: Mariana da Silva Santos
Índice

01 02
Realismo Realismo brasileiro
Pintura e Contexto Características e influências

03 04
Machado de Assis Memórias Póstumas de Brás
Vida e obra
Cubas
Leitura e exercícios
Realismo - Pintura
Pintura
Gustave Coubert (1819-1877) é considerado
um dos precussoressores da pintura realista.
Por retratar o cotidiano e a vida de pessoas
simples e comuns, algumas de suas telas
causaram escândalo e foram recusadas em
salões da época. A tela O ateliê do pintor
(1854-1855), por exemplo, foi recusada na
Exposição Universal de 1855. Coubert,
incoformado, expôs a obra em uma tenda
erguida por ele próprio.
Pinturas de Gustave Coubert

O homem desesperado (autorretrato)


Os britadores de pedra (1849) (1843-1845)
01
Contexto social
influências
Contexto social
Segunda Revolução Industrial e suas
consequências.

Influências
Na segunda metade do século XIX
surgiram novas teorias filosóficas e
científicas. O determinismo, o positivismo
e o evolucionismo são algumas das teorias
que influenciaram muitos pensadores e
escritores da época.
02
Realismo no
Brasil
Realismo e
Naturalismo
Os autores realistas rejeitaram a idealização
feita pelos românticos, mas conservaram certos
traços da escola literária prévia, como a
descriação da vida social e análise psicológica
das personagens.

O Naturalismo se distingue do Realismo por se


aproximar mais estreitamente das teorias do
evolucionismo de Darwin, do positivismo de
Comte e do determinismo de Taine, procurando
explicar as condutas humanas como resultado
de fatores biológicos e sociais.
Obras
Memórias Póstumas de Brás
Cubas (1880), de Machado
de Assis; O mulato (1881), de
Aluísio Azevedo; O Ateneu
(1888), de Raul Pompeia; O
missionário (1882), de Inglês
de Souza; e, O bom crioulo
(1895).
03
Machado de
Assis: vida e obra
Machado de
Assis
Filho de um pintor mulato e de uma lavadeira
de roupa açoriana, Joaquim Maria Machado
de Assis (1839 – 1908) nasceu no Rio de
Janeiro.
Dono de vasta cultura literária, adquirida
principalmente como autodidata, o escritor
exerceu o trabalho de tipógrafo na Imprensa
Nacional, foi revisor, redator, resenhista e
crítico teatral em jornais e revistas e alcançou
altos cargos da administração pública.
Obras machadianas
Memórias
Póstumas de
A mão e a luva Brás Cubas

1874 1880

01 02 03 04

1878 1891

Quincas
Iaiá Garcia
Borba
Obras machadianas

Dom Memorial de
Casmurro Aires
1899 1908

04 05 06

1904

Esaú e Jacó
A vira volta machadiana – R. Schwarz
1. De que maneira a ousadia machadiana se diferencia entre sua fase antes e pós o ano de
1880?
2. De que forma o narrador de Memórias póstumas se diferencia do típico narrador de até
então?
3. Segundo Schwarz, há um grande impasse do qual muitos autores americanos não
conseguem resolver, qual seria ele? Como ele é apresentado?
4. Como, de acordo com Schwarz, Machado de Assis resolve esse impasse?
5. Sucintamente, descreve e comente as fórmulas utilizadas por Machado de Assis para a
escrita dos romances da primeira fase.
6. Por que Schwarz afirma que “[...] a crispação moralista desses primeiros romances
contrapunha ao curso local do mundo uma tese que era aguda e conformista ao mesmo
tempo” (p. 24)?
A vira volta machadiana – R. Schwarz
7. De que forma os acontecimentos históricos entre o lançamento de Iaiá Garcia (1878) e
Memórias Póstumas (1880) influenciaram a perspectiva de M. de Assis, assim como, seu modo
de escrita?

8. Qual foi uma das grandes mudanças entre a primeira e a segunda fase dos romances
machadianos? Explique suas consequências.

9. Como Schwarz enxerga a revolução de Machado de Assis entre o escritor romântico e o


realista?

10. De que maneira a vira volta machadiana desafia o leitor e estimula a sua reflexão?
Memórias
Póstumas de
Brás Cubas
“Ao verme
que primeiro roeu as frias carnes
do meu cadáver
dedico como saudosa lembrança
estas
MEMÓRIAS PÓSTUMAS”
—Machado de Assis
Características

Personagens Tempo Enredo

Conflito Clímax Desfecho


II - O EMPLASTO
Com efeito, um dia de manhã, estando a passear na chácara, pendurou-se-me uma ideia no
trapézio que eu tinha no cérebro. Uma vez pendurada, entrou a bracejar, a pernear, a fazer as
mais arrojadas cabriolas de volatim, que é possível crer. Eu deixei-me estar a contemplá-la.
Súbito, deu um grande salto, estendeu os braços e as pernas, até tomar a forma de um X:
decifra-me ou devoro-te.
Essa ideia era nada menos que a invenção de um medicamento sublime, um emplasto anti-
hipocondríaco, destinado a aliviar a nossa melancólica humanidade. Na petição de privilégio
que então redigi, chamei a atenção do governo para esse resultado, verdadeiramente cristão.
Todavia, não neguei aos amigos as vantagens pecuniárias que deviam resultar da distribuição
de um produto de tamanhos e tão profundos efeitos. Agora, porém, que estou cá do outro lado
da vida, posso confessar tudo: o que me influiu principalmente foi o gosto de ver impressas nos
jornais, mostradores, folhetos, esquinas, e enfim nas caixinhas do remédio, estas três palavras:
Emplasto Brás Cubas. Para que negá-lo? Eu tinha a paixão do arruído, do cartaz, do foguete de
lágrimas. [...]
II - O EMPLASTO
Talvez os modestos me arguam esse defeito; fio, porém, que esse talento me hão de
reconhecer os hábeis. Assim, a minha ideia trazia duas faces, como as medalhas, uma virada
para o público, outra para mim. De um lado, filantropia e lucro; de outro lado, sede de nomeada.
Digamos: — amor da glória.
Um tio meu, cônego de prebenda inteira, costumava dizer que o amor da glória temporal era a
perdição das almas, que só devem cobiçar a glória eterna. Ao que retorquia outro tio, oficial de
um dos antigos terços de infantaria, que o amor da glória era a cousa mais verdadeiramente
humana que há no homem, e, conseguintemente, a sua mais genuína feição.
Decida o leitor entre o militar e o cônego; eu volto ao emplasto.

Trecho de: Machado Assis. “Memórias Póstumas de Brás Cubas – Edição Exclusiva Amazon, p.
36-38.
Exercícios

1. No início do texto, Brás Cubas emprega uma alegoria para descrever a maneira como
se deu a ideia do emplasto anti-hipocondríaco. Em que consistia essa alegoria? Qual o
efeito gerado por ela no texto?
2. Qual a verdadeira intenção de Brás Cubas com a venda do seu emplasto? Esse desejo
revela quais traços da personagem? De que maneira esses traços se alinha à “vira volta
machadiana”?
3. De que maneira é possível perceber a superação do Romantismo e perceber as
características do Realismo, no capítulo lido?
4. Apesar de partir do ponto particular de um indivíduo, é possível perceber o tratamento
de questões universais dentro do texto reproduzido?
Referências
BÁSICA:
ASSIS, Machado. Memórias Póstumas de Brás Cubas. Amazon, 2019.
SCHWARZ, Roberto. A viravolta machadiana. Disponível em:
https://www.literaturabrasileira.ufsc.br/documentos/?action=download&id=107303. Acesso em: 29 nov. 2021.

COMPLEMENTAR:
BELSEY, Catherine. A prática crítica. Tradução: Ana Isabel Sobral Carvalho. Porto: Edições 70, 1982.
BOSI, Alfredo. História Concisa da Literatura Brasileira. São Paulo: Cultrix, 2006.
CANDIDO, Antonio. Formação da Literatura Brasileira: momentos decisivos. 11.ed. Rio de Janeiro: Ouro
Sobre Azul, 2007.
WELLEK, René, WARREN, Austin. Teoria da literatura.4a ed. Lisboa: Europa - América, s.d.
Obrigada

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