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J O Ã O G O U L A RT

por Luis Eduardo


ORIGENS
João Belchior Marques Goulart nasceu na cidade de São Borja,
no Rio Grande do Sul, no dia 1º de março de 1919. Conhecido
desde a infância como Jango, era filho de Vicente Rodrigues
Goulart e Vicentina Marques Goulart. Ele foi o primeiro filho do
casal, que teve o total de oito filhos.
Depois de concluir seu ensino básico, João Goulart seguiu o
desejo de seu pai e se matriculou, em 1935 foi para Porto Alegre,
para formar-se em Direito. Apesar disso, seu desejo era o de
ajudar seu pai na administração das fazendas e dos negócios de
sua família.
Jango assumiu todos os negócios de sua família em 1941 e
rapidamente prosperou.
João Goulart na Política

A entrada de João Goulart na política teve como grande influência uma figura muito
influente do período: Getúlio Vargas. Antes mesmo de se matricular na universidade, Jango
já conhecia Vargas e havia se tornado amigo de Manuel, um dos filhos do presidente.
Foi somente depois da deposição de Getúlio Vargas, em 1945, é que João Goulart ingressou
na política. Seu ingresso aconteceu em um momento de acomodação dos quadros políticos
do país em diversos partidos políticos, que surgiam por conta da democratização do Brasil.
Após a morte de Vargas, João Goulart considerou
deixar a vida pública, mas continuou na política.
Candidatou-se a senador em 1954 pelo PTB, sendo
derrotado. Costurou uma aliança PTB-PSD para a
eleição de 1955, com Juscelino Kubitschek como
presidente e Goulart como vice. Após a eleição,
houve tentativas de golpe militar, impedidas pelo
ministro da Guerra Henrique Teixeira Lott.
Em 1959, o PTB apoiou Henrique Teixeira Lott na
eleição de 1960. Durante a campanha, surgiu a
proposta de voto Jan-Jan (JANio-JANgo),
resultando na eleição de Jânio Quadros como
presidente e João Goulart como vice, devido à
votação separada em 1946.
• Em julho de 1961, a relação tensa entre Jânio Quadros e João

CAMPANHA Goulart agravou-se devido a divergências ideológicas. Jango


foi convidado para uma viagem à China. Durante a visita,

DA Jânio renunciou, precipitando uma crise política intensa. Os

LEGALIDADE
ministros militares se opuseram à posse de Jango, iniciando a
Campanha da Legalidade.
• Diante da ameaça militar, Jango encontrou apoio em Leonel

Brizola, governador do RS, que mobilizou as forças


estaduais em defesa da posse. Brizola criou a Rádio da
Legalidade, defendendo a Constituição e distribuindo armas.
A crise quase resultou em guerra civil, mas a resistência
popular, o apoio de Mauro Borges de Goiás e a pressão
internacional levaram a uma solução: Jango assumiu a
presidência em um sistema parlamentarista, limitando seus
poderes.
GOVERNO
JANGO
Após a crise de sucessão, João Goulart assumiu a presidência do Brasil em 7
de setembro de 1961. Seu governo teve duas fases distintas: a parlamentarista,
de setembro de 1961 a janeiro de 1963, durante a qual os poderes
presidenciais foram diluídos, e a presidencialista, de janeiro de 1963 a abril de
1964, restaurando os plenos poderes presidenciais. A fase parlamentarista foi
uma solução temporária aceita pelos militares, mas um plebiscito em 1963
determinou o retorno ao presidencialismo.
GOVERNO JANGO
O governo de João Goulart ocorreu durante um período de radicalização
política no Brasil, marcado por ameaças de golpe militar e oposição de
setores conservadores, incluindo grandes empresários, a UDN e a mídia.
Goulart, considerado progressista, enfrentou resistência interna e externa,
especialmente dos Estados Unidos, que agiam para derrubar líderes
progressistas na América Latina durante a Guerra Fria.
O presidente propôs as Reformas de Base para abordar questões
estruturais, como a reforma agrária, mas encontrou forte oposição.
Grupos conspiratórios, como o Instituto de Pesquisa e Estudos Sociais
(Ipes), desestabilizaram seu governo, organizando um golpe militar em
março de 1964. Diante das crises e da radicalização, João Goulart foi
deposto em 2 de abril de 1964, iniciando a Ditadura Militar, com
Humberto Castello Branco sucedendo-o por via indireta.
ÚLTIMOS ANOS
DE
JOÃO GOULART

Após o golpe civil-militar de 1964, João Goulart fugiu do Brasil e se exilou no Uruguai, dedicando-se à sua
fazenda. Em 1966, ingressou na Frente Ampla, um movimento político de oposição liderado por Carlos Lacerda,
um antigo crítico de Jango. O ex-presidente mudou-se para Buenos Aires, Argentina, durante seu exílio, período
marcado pela piora de sua saúde devido a problemas cardíacos e um estilo de vida sedentário.
Jango faleceu em 6 de dezembro de 1976, oficialmente devido a um ataque cardíaco. A ausência de uma autópsia
deu origem a especulações sobre envenenamento por agentes da ditadura militar, embora investigações
subsequentes não tenham conseguido comprovar essa alegação.

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