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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS


DEPARTAMENTO DE FITOTECNIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA
Campus II – Areia – PB
PRODUÇÃO E TECNOLOGIA DE SEMENTES
ESTÁGIO DE
DOCÊNCIA

Profa: Dra. Edna Ursulino Alves

VIGOR DE SEMENTES
Guilherme Vinicius Gonçalves de
Pádua
guilhermegpadua@yahoo.com.br
FASE 1- Avaliação Individual
30 min

Responda agora
individualmente a avaliação
FASE 1- Garantia de Preparo - Teste
Individual 5 min

Instruções: cada questão vale quatro pontos e você deve assinalar um total de quatro
pontos em cada linha. Se estiver inseguro sobre a resposta correta, você pode
assinalar pontos em mais de uma casela, desde que a soma deles totalize QUATRO.

Nª Questão A B C D Pontos Pontos


Alternativa (Individual) (Equipe)
1 4
2 1 1 1 1
3 2 2 NÃO
4 3 1 PREENCHER
AGORA!
5
Total pontos
FASE 2- Formação das Equipes
FASE 2- Discussão em Equipe
30 min

 Discuta com seus colegas de equipe a resposta


correta para cada item da avaliação.

 Escreva a alternativa de consenso do grupo no lado


esquerdo do nª do item.

 Escolha a placa que representa a alternativa correta


para cada item.
FASE 2- Apresentação das respostas dos
grupos
FASE 2- Avaliação em Equipe
5 min

 Após a discussão das questões e decisão da equipe por uma única resposta
correta, retire a etiqueta correspondente a alternativa para saber se a equipe
acertou (na alternativa correta aparece uma estrela).

 Caso não apareça a estrela, retomem a discussão e decidam qual a outra


alternativa correta e assim por diante.
FASE 2- Instruções para Pontuação

 1 etiqueta retirada = 4 pontos


 2 etiquetas retiradas = 2 pontos
 3 etiquetas retiradas = 1 ponto
 4 etiquetas retiradas = 0 pontos

Nª Questão A B C D Pontos Pontos


Alternativa (Individual) (Equipe)
1 4
2 1 1 1 1 PREENCHER
3 2 2 AGORA:
Pontuação
4 3 1 individual e em
5 equipe (2 últimas
Total pontos colunas).
FASE 2- Feedback
1. O potencial fisiológico reúne informações sobre a germinação (viabilidade) e o vigor de sementes. Sua avaliação segura
permite identificar lotes de sementes que possuem maior probabilidade de apresentar o desempenho desejado durante o
armazenamento e em campo.

2. Identifique as afirmativas a seguir como VERDADEIRAS (V) ou FALSAS (F).

( ) Testes de germinação apresentam alto grau de confiabilidade para analistas e produtores de sementes, sob o aspecto
de reprodutibilidade dos resultados e utilização como base para a fiscalização do comércio.

( ) Enquanto o teste de germinação é realizado em condições ideais para cada espécie, os testes de vigor submetem a
semente a uma ampla faixa de condições ambientais, distante das favoráveis.

( ) Os resultados do teste de germinação não permitem detectar o progresso da deterioração das sementes, indicando
apenas os estádios finais do processo.

a) V, F, F.

b) F, V, V.

c) V, V, V.

d) V, F, V.
FASE 2- Feedback

2. Com relação aos problemas decorrentes do uso do teste de germinação analise as frases abaixo e escolha a
alternativa CORRETA.

I. Os resultados do teste de germinação não permitem detectar o progresso da deterioração das sementes.

II. Não há diferenciação de lotes segundo a velocidade de germinação.

III. Plântulas com deficiência são computadas como normais.

IV. Sementes com sintomas da ocorrência de dormência podem determinar o prolongamento do teste.

a) Apenas a afirmativa I está correta.

b) Apenas a afirmativa II está correta.

c) Apenas a afirmativa III está correta.

d) Todas as afirmativas estão corretas.


FASE 2- Feedback
3. A história dos testes de vigor teve início com o desenvolvimento do teste padrão de germinação.

Analise as frases abaixo e escolha a alternativa CORRETA.

I. Nobbe estabeleceu, em 1869, o primeiro laboratório de análise de sementes na Alemanha.

II. O primeiro laboratório de análise de sementes dos Estados Unidos foi instalado no ano de 1876.

III. Durante vários anos a avaliação da qualidade fisiológica foi efetuada apenas através do teste padrão de germinação.

IV. A introdução do termo vigor foi, primeiramente, atribuída a Nobbe, em 1876, que utilizou a palavra “triebkraft”, com significado de “força motriz”
ou “energia de crescimento”, ao discorrer sobre o processo de germinação.

V. Atribui-se a Hiltner e Ihssen, em 1911, a paternidade da ideia atual sobre vigor, quando os mesmos desenvolveram o teste do “tijolo moído”.

VI. Em 1950, W. J. Frank, estabeleceu que testes conduzidos em substratos artificiais e condições ótimas fossem denominados testes de
germinação e que testes conduzidos em solo ou relacionados à percentagem de emergência das plântulas em campo e sob condições não
controladas deveriam ser chamados testes de vigor.

a) Apenas a afirmativa I está correta.

b) Apenas as afirmativas II, III e IV estão corretas.

c) Apenas as afirmativas V e VI estão corretas.

d) Todas as afirmativas estão corretas.


FASE 2- Feedback

4. De acordo com a AOSA (1983), vigor de sementes compreende as propriedades (ou características) da
semente que determinam o potencial para uma emergência rápida e uniforme e o desenvolvimento de
plântulas normais, sob ampla diversidade de condições de ambiente.
Assinale a afirmativa INCORRETA.

a) Não existe uma unidade de vigor, se faz um “ranqueamento” de lotes (alto, baixo e intermediário).
b) Para caracterizar o vigor de um lote de sementes é necessária a utilização de apenas um tipo de teste de
vigor.
c) É necessário mais de um teste de vigor para caracterizá-lo (pois cada teste utiliza características
fisiológicas, bioquímicas ou de resistência).
d) Comumente refere-se a “vigor de um lote”.
FASE 2- Feedback

5. São objetivos dos testes de vigor, EXCETO:

a) Avaliar ou detectar diferenças significativas na qualidade fisiológica de lotes com germinação


semelhante, complementando as informações fornecidas pelo teste de germinação.
b) Distinguir, com segurança, lotes de alto dos de baixo vigor.
c) Separar (ou classificar) lotes de diferentes níveis de germinação, de maneira proporcional ao
comportamento quanto à emergência das plântulas, resistência ao transporte e potencial de
armazenamento.
d) Separar (ou classificar) lotes de diferentes níveis de vigor, de maneira proporcional ao comportamento
quanto à emergência das plântulas, resistência ao transporte e potencial de armazenamento.
FASE 2- Feedback

6. São características desejáveis em um teste de vigor:

a) Simplicidade, rapidez, baixo custo, reprodutibilidade e objetividade.


b) Complexidade e baixo custo.
c) Resultados relacionados com a emergência das plântulas em campo e morosidade.
d) Alto custo e simplicidade.
FASE 2- Feedback

7. Os testes de vigor são classificados em físicos, fisiológicos, bioquímicos e de resistência. Assinale a


alternativa que contém exemplos de testes físicos e fisiológicos, respectivamente:

a) Teste de raios X e Velocidade de germinação.


b) Peso unitário das sementes e Teste de frio.
c) Primeira contagem de germinação e Teste de condutividade elétrica.
d) Teste de tetrazólio e Envelhecimento acelerado.
FASE 2- Feedback
8. Ainda com relação aos testes de vigor, analise as frases abaixo e escolha a alternativa CORRETA.

I) Testes físicos avaliam aspectos morfológicos ou características físicas das sementes possivelmente
associadas ao vigor.
II) Testes fisiológicos procuram determinar atividade fisiológica específica, cuja manifestação depende do
vigor.
III) Testes bioquímicos avaliam alterações bioquímicas associadas ao vigor das sementes.
IV) Testes de resistência avaliam o desempenho de sementes expostas a estresses.

a) Apenas a afirmativa I está correta.


b) Apenas a afirmativa II está correta.
c) Apenas as afirmativas III e IV estão corretas.
d) Todas as afirmativas estão corretas.
FASE 2- Feedback

9. Os testes de vigor são utilizados com várias finalidades, mas a razão fundamental é a determinação
do potencial fisiológico de um lote de sementes. É INCORRETO afirmar que:

a) Os diferentes métodos não foram desenvolvidos para predizer o número exato de sementes que
germinará em campo, sob variadas condições de ambiente.
b) Um resultado de 85% no teste de frio significa que 85% das plântulas vão sobreviver no campo.
c) Um resultado de 85% no teste de frio não significa que 85% das plântulas vão sobreviver no campo,
mas sim que um lote com 85% de germinação, após o teste de frio, tem maior probabilidade de
sobreviver em campo, sob estresse, que um lote onde o resultado tenha sido de 70%.
d) Mesmo sabendo que um lote apresenta alto vigor, não há garantia total de um desempenho superior
ou favorável. Há, apenas, maior probabilidade de um melhor desempenho em relação a lotes menos
vigorosos.
FASE 2- Feedback

10. Condições ambientais desfavoráveis durante a maturação podem determinar a formação de


sementes com potencial fisiológico deficiente. Com relação aos fatores que afetam o vigor de sementes
é CORRETO afirmar que:

a) O vigor é definido geneticamente, por isso não sofre influências das condições ambientais.
b) Qualquer condição ambiental adversa que atinja as plantas não irá interferir no vigor das sementes.
c) Quanto maior for a reserva de nutrientes na semente, maior será o vigor da plântula dela resultante,
bem como seu potencial de sobrevivência.
d) O vigor das sementes atacadas por insetos ou infectadas por microrganismos normalmente não é
afetado.
POTENCIAL FISIOLÓGICO
O potencial fisiológico reúne informações sobre a germinação (viabilidade) e o vigor
de sementes. Sua avaliação segura permite identificar lotes de sementes que possuem
maior probabilidade de apresentar o desempenho desejado durante o armazenamento
e em campo.

O conjunto de aptidões para a manifestação dos


processos vitais da semente.
POTENCIAL FISIOLÓGICO
Tabela 1. Exemplo hipotético da germinação e emergência de plântulas, sob
diferentes condições de ambiente (Adaptado de Van der Venter, 2000).
Emergência em campo (%)

Lotes de Campo 1 Campo 2 Campo 3


Germinação (%)
sementes Condições Pouco desfavoráveis Muito
favoráveis desfavoráveis

A 90 88 80 70

B 90 87 60 40
EFICIÊNCIA DO TESTE DE
GERMINAÇÃO
 Testes de germinação apresentam alto grau de
confiabilidade para analistas e produtores de
sementes, sob o aspecto de reprodutibilidade
dos resultados e utilização como base para a
fiscalização do comércio.

 PORÉM, o mesmo não ocorre quando se trata


da utilização de lotes para a semeadura em
campo, pois os resultados de emergência das
plântulas podem ser consideravelmente
inferiores aos observados para a germinação
em laboratório.
PROBLEMAS DECORRENTES DO
USO DO TESTE DE GERMINAÇÃO

Figura 1. Germinação e emergência das plântulas em campos de 94 amostras provenientes de lotes submetidos
a fiscalização do comércio de sementes de soja no estado do Mississippi, USA. (Adaptado de Delouche, 1974).
PROBLEMAS DECORRENTES DO
USO DO TESTE DE GERMINAÇÃO

Figura 2. Germinação inicial e após armazenamento durante 18 meses, de 07 lotes de sementes de feijão, em
condições normais de ambiente. (Adaptado de Delouche e Baskin, 1973).
POR QUE OCORREM ESTAS
DIFERENÇAS?
 Enquanto o teste de germinação é realizado em
condições ideais para cada espécie, os testes de
vigor submetem a semente a uma ampla faixa de
condições ambientais, distante das favoráveis.

 Os resultados do teste de germinação não


permitem detectar o progresso da
deterioração das sementes, indicando apenas
os estádios finais do processo.
PROBLEMAS DECORRENTES DO
USO DO TESTE DE GERMINAÇÃO
 Os resultados do teste de germinação NÃO permitem detectar o progresso da
deterioração das sementes.

 Não há diferenciação de lotes segundo a velocidade de germinação.

 Plântulas com deficiência são computadas como normais.

 Sementes com sintomas da ocorrência de dormência podem determinar o


prolongamento do teste.

Superestimativa do potencial fisiológico das


sementes!
Condições
Gerais
VIGOR DE SEMENTES
 1869: Primeiro laboratório de análise de sementes – Alemanha

 1876: Primeiro laboratório de análise de sementes – EUA

A avaliação da qualidade fisiológica foi efetuada apenas


através do teste padrão de germinação!

 1876: Nobbe » “triebkraft” – “força motriz” ou “energia de Friedrich Nobbe


crescimento”

 1911: Hiltner e Ihssen » Ideia atual sobre vigor » “Tijolo moído”


Condições
Gerais
VIGOR DE SEMENTES
 1950: Discrepância » Resultados testes de “germinação”
conduzidos na Europa e EUA.

 1950: W. J. Franck

 Teste de germinação: substratos artificiais » condições


ótimas » parâmetros para comercialização.

 Testes de vigor: % de emergência das plântulas em solos.

A habilidade de um lote de sementes estabelecer plântulas em campo


deveria ser denominada vigor.
O QUE É VIGOR?
Vigor

Depende não apenas do


genético, mas também das
Genético Fisiológico condições a que são
submetidas as plantas e as
sementes que estas irão
produzir.

Observado na heterose ou Observado entre lotes de


nas diferenças de vigor uma mesma linhagem
entre duas linhagens. genética, cultivar ou
espécie.
Aspectos de interesse do produtor
O QUE É VIGOR? Associação Internacional de Tecnologistas de Sementes -
ISTA

Potencial de Potencial de
armazenamento produção
Capacidade de
emergência Capacidade de
sobrevivência
O QUE É VIGOR?
Vigor é a soma das propriedades da semente, que determinam o nível de atividade e
desempenho da semente ou do lote de sementes, durante a germinação e a emergência
das plântulas.

Associação Internacional de Tecnologistas de Sementes - ISTA (1981)

Vigor de sementes compreende as propriedades (ou características) da semente que


determinam o potencial para uma emergência rápida e uniforme e o desenvolvimento
de plântulas normais, sob ampla diversidade de condições de ambiente.

Associação Oficial de Analistas de Sementes - AOSA (1983)


VIGOR DE SEMENTES
 Não existe uma unidade de vigor, se faz um “ranqueamento”
de lotes (alto, baixo e intermediário).

 É necessário mais de um teste para caracterizá-lo (pois cada


teste utiliza características fisiológicas, bioquímicas ou de
resistência).

 Comumente refere-se a “vigor de um lote”.


FATORES QUE AFETAM O
VIGOR DE SEMENTES
Maior ocorrência
Genético
 O comportamento das
sementes tem sua base
Híbridos fundamentada no
genótipo!
Plantas poliploides
 Há cultivares que
produzem sementes
com melhor
 Germinação e crescimento mais desempenho
rápido fisiológico, dentro de
 Taxa respiratória maior
 Conservação de energia uma mesma espécie.
FATORES QUE AFETAM O
VIGOR DE SEMENTES
Durante a produção
Condições climáticas

Tabela 2. Relação entre época de semeadura e potencial fisiológico de sementes


de ervilha, avaliado pelos testes de germinação e de condutividade elétrica
Influência direta sobre o (Hampton, 2002).
potencial fisiológico Época Ano 1 Ano 2
Semeadura
Germinação Condutividad Germinação Condutividad
(%) e (%) e
Época adequada para a (µmho/cm/g) (µmho/cm/g)
semeadura! 1 90 15,2 92 13,2
2 96 11,8 93 7,4
FATORES QUE AFETAM O
VIGOR DE SEMENTES
Durante a produção
Disponibilidade de água durante o período de
transferência de matéria seca para as sementes Condições climáticas

 Reduz a probabilidade da formação de


sementes defeituosas  Sementes de baixo
vigor
 Não ocorre a
Temperaturas elevadas durante a maturação deposição natural
de carboidratos,
lipídios e proteínas.
 Reduz a translocação de fotossintatos para as
sementes (combinado com baixos índices pluviais)
Durante a produção
FATORES QUE AFETAM O
VIGOR DE SEMENTES
Formação da flor e
fertilização
Tabela 3. Vigor de sementes (%) de diferentes rácemos de três cultivares de
mamoneira (Zink et al., citados por Sichmann et al., 1978)

Vigor (Primeira contagem de germinação - %) A formação das flores em


Cultivares uma planta ou em uma
Primário Secundário Terciário Quaternário inflorescência, não se dá ao
IAC-38 98 85 85 95
mesmo tempo, mas
gradativamente, o mesmo
Guarani 99 98 76 78 ocorrendo com a
fertilização.
Campinas 98 85 91 -
Durante a produção
FATORES QUE AFETAM O
VIGOR DE SEMENTES
Desenvolvimento da
semente

Quanto maior for a reserva de nutrientes na semente, maior


será o vigor da plântula dela resultante, bem como seu
potencial de sobrevivência.
Durante a produção
FATORES QUE AFETAM O
VIGOR DE SEMENTES
Desenvolvimento da
semente

ÁGUA TEMPERATURA ENERGIA


LUMINOSA
Todos esses
fatores são muito
importantes no
vigor das
Composição química sementes

Processos de Eficiência
desenvolvimento fotossintética
Durante a produção
FATORES QUE AFETAM O
VIGOR DE SEMENTES
Desenvolvimento da
NUTRIENTES semente

FOTOPERÍOD
O

 Durante o desenvolvimento das sementes


é importante uma nutrição equilibrada
para a obtenção de sementes vigorosas.
Durante a produção
FATORES QUE AFETAM O
VIGOR DE SEMENTES
Maturidade da semente Sementes que não se
encontram
completamente
maduras podem
germinar

Diferentes estágios de maturação


Não resultando
Exposição de efeitos climáticas plântulas tão
vigorosas como
aquelas colhidas no
ponto certo.

Crescimento indeterminado
Durante a produção
FATORES QUE AFETAM O
VIGOR DE SEMENTES
Maturidade da semente

Tabela 4. Efeito da época de colheita sobre a germinação e o vigor de sementes de pepino


(Nandeesh et al., 1995).
Dias após a antese Germinação (%) Condutividade Emergência de
elétrica (µmho/cm/g) plântulas (%)
20 27 339 21
30 86 80 79
40 98 54 94
50 75 94 86
FATORES QUE AFETAM O
VIGOR DE SEMENTES
Danos mecânicos

 Um dos problemas mais sérios redução do vigor

 Colheita, processamento e manuseio que sofrem até o instante da próxima semeadura


Sementes com teor de
água alto ou muito
baixo
Máquinas ou
equipamentos
desregulados
Danos no embrião
ou endosperma
FATORES QUE AFETAM O
VIGOR DE SEMENTES
Danos mecânicos

Tabela 5. Efeitos de injúrias mecânicas em sementes de milho sobre a germinação, emergência de plântulas,
desenvolvimento de plantas e produção (Andrews, 1971).
Injúrias (%) Germinação Emergência de Altura de plantas (cm) Redução da
(%) plântulas (%) Produção (%)
20 40
11,5 98 87 59,1 164,9 0,0
17,0 95 86 57,7 162,9 3,2
23,0 95 79 52,6 156,7 3,8
40,0 96 78 51,8 155,0 15,5
FATORES QUE AFETAM O
VIGOR DE SEMENTES
Microrganismos e insetos

Incidência no campo ou durante o


armazenamento
• Consumo dos materiais de reserva
Insetos • Intensa respiração, que leva a
deterioração das sementes

Fungos • Principais responsáveis pela


destruição das sementes durante
o armazenamento
Tratamento Químico Adequado!
FATORES QUE AFETAM O
VIGOR DE SEMENTES
Microrganismos e insetos

Tabela 6. Germinação, vigor e viabilidade (%) de sementes de soja com diferentes tipos de danos, da cultivar Viçosa
(Adaptado de Maeda et al., 1977).

Teste de germinação Teste de tetrazólio


Tipo de dano Plântulas Plântulas Plântulas Sementes Índice de
Viabilidade
normais anormais infectadas mortas vigor
Percevejo  25% 26,5 d 19,0 b 22,0 32,5 a 3 24
Percevejo  25% 60,0 bc 20,5 b 10,0 9,5 b 23 73
Depressões* 70,0 20,0 5,0 5,0 14 77
Mancha púrpura 76,5 abc 20,5 b 2,5 0,5 c 59 92
Mancha café 77,5 ab 19,0 b 3,0 0,5 c 69 96
Danificação climática 46,0 cd 47,0 a 5,0 2,0 c 71 99

Danificação mecânica 11,5 d 72,0 a 7,5 9,0 b 63 95

"Cracking"* 54,0 30,0 13,0 3,0 64 100


Sementes sem danos 83,5 a 11,5 b 4,5 0,5 c 78 98

DMS 5% 21,3 26,4 NS


7,2 - -
FATORES QUE AFETAM O
VIGOR DE SEMENTES
Condições ambientais durante o
armazenamento

Qualidade das
sementes
armazenadas

Umidade
Temperatura
Relativa do Ar

Governa a ocorrência dos


Afeta a velocidade dos
diferentes processos
processos bioquímicos
metabólicos
FATORES QUE AFETAM O
VIGOR DE SEMENTES
Condições ambientais durante o
armazenamento

 Casa de vegetação
 Temp: 18 ºC e 25 ºC
 > 90%

 Câmara de crescimento
 Temp: 15 ºC e 25 ºC
 < 80%

Figura 2. Padrões característicos da distribuição da emergência de plântulas de milho provenientes de


amostras de sementes com diferentes níveis de vigor, em dois ambientes (Adaptado de Egli e Rucker, 2012).
FATORES QUE AFETAM O
VIGOR DE SEMENTES
Densidade e tamanho da semente

Tabela 7. Potencial fisiológico de sementes de mostarda classificadas pelo


Sementes de maior tamanho e tamanho (Adaptado de Kant e Tomar, 1995).
de maior densidade Característica Tamanho (mm)
> 2,4 1,8 – 2,4 < 1,8
Germinação 90 89 82
Embriões bem formados e com (%)
maiores quantidades de Comp. Raiz 15,1 11,2 5,9
reservas primária (cm)
Comp. de 22,4 18,5 12,9
plântulas (cm)
Germinação/ 89 86 75
Mais vigorosas armazenament
o (%)
FATORES QUE AFETAM O
VIGOR DE SEMENTES
Idade da semente

Mat • Maior Viabilidade


urid
ade • Maior Vigor
Fisio
lógic
a • Mudanças
Fisiológicas
Dete
riora
• Mudanças
ção Bioquímicas
Figura 3. Perdas de viabilidade e vigor das
Perda do Vigor! sementes com o decorrer do tempo
(Delouche e Caldwell, 1960).
FATORES QUE AFETAM O
VIGOR DE SEMENTES
Idade da semente

Tabela 8. Relações entre germinação e vigor de sementes de couve-flor e repolho com o estabelecimento do
estande e desenvolvimento inicial de plântulas (Adaptado de Powell et al., 1991).
Espécie Lotes Germinação Det. Contr. Dias para Emergência Altura de
(%) (%) emergência de plântulas plântulas
(cm) no
estádio de 1ª
folha
Couve-flor 1 98 99 4,4 92 26,7
2 90 37 6,2 88 19,8
Repolho 3 98 95 4,4 98 21,8
4 93 66 5,3 92 18,2
FATORES QUE AFETAM O
VIGOR DE SEMENTES
Baixas temperaturas durante a embebição

Sementes de espécies de cultivo de


verão

 Susceptíveis à injúria causada por


baixas temperaturas Redução na Redução no porte da
sobrevivência; planta;
 No momento da embebição e Redução no acúmulo Frutificação tardia;
durante os primeiros estádios de de matéria seca; Redução da
desenvolvimento das plântulas Redução na altura qualidade da fibra.
das plântulas. (Christiansen e
(Obendorf e Hobbs, Thomas, 1969)
1970)
FATORES QUE AFETAM O
VIGOR DE SEMENTES
Baixas temperaturas durante a embebição

25 ºC
18 ºC

Figura 4. Emergência de melão originadas de sementes expostas ou não a estresse térmico pós-semeadura
(Marcos-Filho et al., 2006).
MÉTODOS PARA TESTAR O
VIGOR
Objetivos básicos

 Avaliar ou detectar diferenças significativas na qualidade


fisiológica de lotes com germinação semelhante,
complementando as informações fornecidas pelo teste de
germinação.

 Distinguir, com segurança, lotes de alto dos de baixo vigor.

 Separar (ou classificar) lotes de diferentes níveis de vigor, de


maneira proporcional ao comportamento quanto à emergência
das plântulas, resistência ao transporte e potencial de
armazenamento.
MÉTODOS PARA TESTAR O
VIGOR
Dificuldades

Quantificação do vigor.
O vigor reflete de um
conjunto de características.

Que característica é avaliada


por determinado teste?
Padronização.

A classificação “ranqueamento”
de lotes de acordo com a
qualidade fisiológica pode variar,
conforme o teste utilizado.
MÉTODOS PARA TESTAR O
VIGOR
Dificuldades

Tabela 9. Emergência e crescimento de plântulas de amendoim, influenciadas pelo


vigor das sementes (Carvalho e Toledo, 1977).
Nível de Vigor Emergência de Comprimento Comprimento
Plântulas (%) do Hipocótilo do Epicótilo
(mm) (mm)
Alto 89 a 33,9 a 17,3 a
Baixo 20 b 30,8 a 7,9 b
MÉTODOS PARA TESTAR O
VIGOR
Características de um teste de vigor

Testes
de Vigor

Resultados
Simplicidade Rapidez Baixo custo Objetivo Reproduzível relacionados
com a
emergência
das plântulas
em campo
MÉTODOS PARA TESTAR O
VIGOR
Testes que avaliam características Físicas

Tamanho das Coloração Teste de


Sementes Densidade das Raio X
Peso das Sementes
unitário Sementes
das
Sementes
McDonald, 1975
MÉTODOS PARA TESTAR O
VIGOR
Testes que avaliam características Fisiológicas

Velocidade de
Classificação do Primeira contagem germinação/emergênci
vigor de plântulas de germinação a
(ISTA/AOSA) Taxa de crescimento
de plântulas
McDonald, 1975
(ISTA/AOSA)
MÉTODOS PARA TESTAR O
VIGOR
Testes que avaliam característica Bioquímicas

Condutividade
elétrica
(ISTA/AOSA)
Teste de
tetrazólio(ISTA/AOS
McDonald, 1975
MÉTODOS PARA TESTAR O
VIGOR
Testes que avaliam características de
Resistência

Envelhecimento Teste de frio


acelerado (ISTA/AOSA)
(ISTA/AOSA)

McDonald, 1975
MÉTODOS PARA TESTAR O
VIGOR
Utilização dos Resultados

 Determinação do potencial fisiológico de um lote de sementes.

Os diferentes métodos não foram desenvolvidos para predizer o número exato de


sementes que germinará em campo, sob variadas condições de ambiente.

Um resultado de 85% no teste de frio não significa que 85%


das plântulas vão sobreviver no campo, mas sim que um lote
com 85% de germinação, após o teste de frio, tem maior
probabilidade de sobreviver em campo, sob estresse, que um
lote onde o resultado tenha sido de 70%.
MÉTODOS PARA TESTAR O
VIGOR
Comprimento da plântula

Objetivo
Princípio

Amostras que apresentam os Determinar o vigor relativo do lote, avaliando o


maiores valores do comprimento médio das plântulas normais ou de
comprimento médios das uma das suas partes quando postas a germinar sob
plântulas normais ou das condições controladas de ambiente em laboratório,
partes destas são as mais em geral idêntica às empregadas no teste padrão de
vigorosas. germinação.
MÉTODOS PARA TESTAR O
VIGOR
Comprimento da plântula

Materiais e equipamentos

Teste de germinação Comprimento de


plântulas
Câmara de
germinação
MÉTODOS PARA TESTAR O
VIGOR
Comprimento da plântula

Interpretação dos resultados

 O comprimento médio da plântula ou da sua parte eleita é obtido somando as


medidas tomadas de cada plântula normal, em cada repetição, e dividindo, a
seguir, pelo número de plântulas normais mensurados.

 Os resultados são expressos em mm, com uma casa decimal.

 Plântulas ou partes delas que apresentarem maior comprimento (mm) são as mais
vigorosas.
MÉTODOS PARA TESTAR O
VIGOR
Teste de Tetrazólio

Princípio

 Baseia-se na atividade das enzimas desidrogenases;


 As quais catalisam as reações respiratórias nas mitocôndrias, durante a glicólise e o ciclo de
Krebs;
 As enzimas (desidrogenase do ácido málico), reduzem o sal de tetrazólio (2,3,5-trifenil cloreto de
tetrazólio ou TCT) nos tecidos vivos;
 Quando a semente é imersa na solução incolor de TCT, esta é difundida através dos tecidos,
ocorrendo nas células vivas a reação de redução que resulta na formação de um composto
vermelho, estável e não-difusível (trifenilformazan).
MÉTODOS PARA TESTAR O
VIGOR
Teste de Tetrazólio

Interpretação dos resultados

Vermelho carmin
Tecido vigoroso
claro

Tecido em deterioração Vermelho mais intenso

Tecido não viável Não colorido (branco)


MÉTODOS PARA TESTAR O
VIGOR
Teste de Tetrazólio

Dano por Dano por Dano por


picada de umidade injúrias
percevejos mecânicas

Teste de tetrazólio em sementes de soja


MÉTODOS PARA TESTAR O
VIGOR
Teste de Tetrazólio

Alto vigor Médio vigor Baixo vigor

Teste de tetrazólio em sementes de milho


MÉTODOS PARA TESTAR O
VIGOR
Teste de Envelhecimento Acelerado

Princípio

 Amostras com baixo vigor apresentam maior queda de sua viabilidade


quando submetidas a níveis muito adversos de temperatura e umidade
relativa.

Objetivo

 Distinguir, com segurança, lotes com maior ou menor probabilidade de


apresentar bom desempenho após a semeadura e/ou durante o
armazenamento.
MÉTODOS PARA TESTAR O
VIGOR
Teste de Envelhecimento Acelerado

Materiais e equipamentos

Teste de germinação
Gerbox (Brasil, 2009)
 (Amostras de 40 a 45
g (42 g) de sementes);
Câmara de
germinação  40 mL de água.
(T = 40 a 45 ºC e UR = 90 a 95%).
MÉTODOS PARA TESTAR O
VIGOR
Teste de Envelhecimento Acelerado

Tabela 10. Períodos indicados para a exposição das sementes ao


envelhecimento acelerado (Marcos-Filho, 1999).
Espécie Períodos (horas/temperatura ºC)
Alface 72/42
Algodão 60/42
Arroz 120/42
Capim colonião 36/42
Cebola 72/42
Feijão 72/42
Girassol 48/42
Milho 96/42
Rabanete 48/42
Soja 48/41
Sorgo 72/43
Trigo 60/42
REFERÊNCI
AS
BEWLEY, J.D.; BRADFORD, K.J.; HILHORST, H.W.M.; NONOGAKI, H. Seeds - physiology of development,
germination and dormancy. Springer: New York, ed.3, 2013. 392p.

CARVALHO, N.M.; NAKAGAWA, J. Sementes: ciência, tecnologia e produção. FUNEP: Jaboticabal, 5.ed, 2012.
590p.

FERREIRA, A.G.; BORGHETTI, F. Germinação: do básico ao aplicado. Porto Alegre: Artmed, 2004.

FRANÇA-NETO. Testes de tetrazólio para determinação do vigor de sementes. In: KRZYZANOWSKI, F.C.;
VIEIRA, R.D.; FRANÇA NETO, J.B. (Eds.) Vigor de sementes: conceitos e testes. Londrina: ABRATES, Comitê
de Vigor de Sementes, 1999. cap.8, p.1-7.

MARCOS-FILHO, J. Fisiologia de sementes de plantas cultivadas. Londrina: ABRATES, 2ed. 2015. 660p.

MARCOS FILHO, J. Testes de vigor: importância e utilização. In: KRZYZANOWSKI, F.C.; VIEIRA, R.D.;
FRANÇA NETO, J.B. (Eds.) Vigor de sementes: conceitos e testes. Londrina: ABRATES, Comitê de Vigor de
Sementes, 1999. cap.1, p.1-21.
REFERÊNCI
AS

MARCOS FILHO, J. Teste de envelhecimento acelerado. In: KRZYZANOWSKI, F.C.; VIEIRA, R.D.; FRANÇA
NETO, J.B. (Eds.) Vigor de sementes: conceitos e testes. Londrina: ABRATES, Comitê de Vigor de Sementes,
1999. cap.3, p.1-24.

NAKAGAWA, J. Testes de vigor baseados no desempenho das plântulas. In: KRZYZANOWSKI, F.C.; VIEIRA,
R.D.; FRANÇA NETO, J.B. (Eds.) Vigor de sementes: conceitos e testes. Londrina: ABRATES, Comitê de Vigor
de Sementes, 1999. cap.2, p.1- 24.
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
DEPARTAMENTO DE FITOTECNIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA
Campus II – Areia – PB
PRODUÇÃO E TECNOLOGIA DE SEMENTES
Profa. Dra. Edna Ursulino Alves
ESTÁGIO DE
DOCÊNCIA

VIGOR DE SEMENTES

Guilherme Vinicius Gonçalves de


Pádua
guilhermegpadua@yahoo.com.br

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