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PROBLEMAS URBANOS

AS CONDIÇÕES DE VIDA URBANA

AS MEDIDAS
DE RECUPERAÇÃO DO PARQUE HABITACIONAL

AS MEDIDAS
DE RECUPERAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA
ÁREAS URBANAS

CONDIÇÕES DE VIDA URBANA

Problemas urbanos Valorizar a


Reabilitação
urbana qualidade
Urbanísticos
Qualidade de vida

Requalificação
urbana Revitalizar
as cidades

Estratégias
Ambientais Renovação
urbana
Humanizar
os espaços
Socioeconómicos Prevenção de vivência

Resolução
Sociais
Instrumentos

Planeamento urbano
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• O excessivo crescimento da população nas áreas urbanas, sobretudo
nas grandes aglomerações e a formação e expansão dos subúrbios,
não permite responder/ajustar permanentemente as infraestruturas
às necessidades da população que aí se fixou. Daí resultarem
problemas urbanísticos, ambientais, socioeconómicos e sociais que
afetam a qualidade de vida urbana. O papel do planeamento torna-
se fundamental na prevenção e resolução desses problemas, assim
como na humanização dos espaços de vivência.

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• Embora ofereçam condições de vida vantajosas para a
população, de um modo geral , na maioria das cidades,
surgem problemas que, em muitos casos, resultam do
excessivo crescimento e da ausência de planeamento. Dá-se,
assim, um desequilíbrio entre as infraestruturas urbanas e as
necessidades da população, colocando em risco a
sustentabilidade e a qualidade de vida.

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A qualidade de vida urbana nas cidades
resulta de um cruzamento de qualidades que
contemplam não só o que se passa no
espaço urbano, mas também na vida
individual e social dos seus habitantes.
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• As cidades concentram:
– um conjunto de infraestruturas;
– de equipamentos e serviços;
– implicam uma forte mobilidade;
– dinamizam uma ampla variedade de eventos
desportivos e de negócios;
– e geram emprego,
ou seja, proporcionam qualidade de vida aos
qua aí vivem.
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A avaliação da qualidade de vida da população baseia-se na apreciação de indicadores agrupados em quatro domínios:

Domínios da qualidade de vida


Condições materiais
Condições ambientais Condições económicas Condições sociais
coletivas
Espaços verdes
Equipamentos sociais Rendimento e consumo População
Ruído
Clima Equipamentos Mercado de trabalho Educação
Qualidade do ar
desportivos Mercado de habitação Dinâmica cultural
Resíduos
(...) Equipamentos educativos Dinamismo económico Saúde
Equipamentos sociais e (...) Segurança
de saúde Problemas sociais
Mobilidade (...)
Comércio e serviços
(...)

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Alojamento;
Mobilidade;
Saúde;
Desporto e lazer;
Integração multicultural;
Acesso a bens e serviços;
Alguns direitos
proclamados Participação na vida da cidade,
nesse Cultura;
documento:
Solidariedade;
Bem estar individual;
Fruição das riquezas naturais;
Segurança;
Trabalho;
(...)
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O CRESCIMENTO URBANO E OS PROBLEMAS
URBANOS
As cidades maiores continuam a expandir-se,
devorando terras de cultivo e povoações circundantes,
o que acarretará consequências...

O excessivo crescimento das cidades acompanhado pela


ausência de planeamento vão dando origem a um conjunto de
problemas que colocam em risco a sustentabilidade e a
qualidade de vida, que aumentam e que se agravam à medida
que a população urbana aumenta.

AS CIDADES CRESCEM
E CRESCEM OS PROBLEMAS!
PROBLEMAS URBANOS

Urbanísticos
Ambientais
Socioeconómicos
Sociais
PROBLEMAS URBANÍSTICOS
Degradação do
parque habitacional
e existência de
construção de Despovoamento dos
Elevada pressão
bairros clandestinos, CBD e degradação
urbanística;
de barracas ilegais e dos bairros antigos;
bairros residenciais
degradados e
sobrelotados;

Saturação/Carências
Crescimento
muito graves de
excessivo dos
infraestruturas e Aumento dos preços
perímetros urbanos
congestionamento do imobiliário.
e consumo de solo
das redes viárias e
agrícola e natural;
de transportes;
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Degradação do parque habitacional

Apesar dos processos de


reabilitação urbana ocorridos na
última década, os centros históricos
das cidades portuguesas
continuam, na sua maioria,
ocupados por prédios muito antigos
e degradados, onde normalmente
habita uma população com parcos
recursos económicos, onde se
combinam situações sociais de
extrema pobreza. Esta situação
resulta de vários fatores:

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Fatores

O arrendamento
predominante na Os moradores que,
maioria dos prédios, nalguns casos são os
não permite aos proprietários do imóvel,
proprietários proceder são sobretudo pessoas A saída da
a obras de idosas que não têm população para as O
recuperação, pois as capacidade financeira periferias ou envelhecimento
rendas, fixas e de para realizar obras de outras cidades da população
longa duração, são melhoria ou de e/ou para o que vive nos
debaixo valor conservação. estrangeiro, onde centros
procuram históricos e a
melhores diminuição da
condições de vida. natalidade.

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Saturação das
infraestruturas e
equipamentos

O contínuo crescimento
nas áreas urbanas
conduz, geralmente, à
saturação do espaço e à
incapacidade de
resposta das
infraestruturas físicas e
dos equipamentos.

Deste modo, as cidades


deparam-se com vários
problemas:

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PROBLEMAS AMBIENTAIS
Ausência de
espaços
Elevado grau
verdes.
de Construção em
impermeabiliza leitos de cheia
ção dos solos - inundações
urbanos.

Aumento da Construção em
poluição, solos de
provocada pelo elevada
lixo doméstico aptidão
e industrial. agrícola

- Maiores riscos
para a saúde
Aumento da humana; Aumento da
poluição - Possível temperatura –
ocorrência de
atmosférica, catástrofes
“Ilhas urbanas
sonora, visual. naturais com de calor”
consequências
mais graves.

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Poluição sonora

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Poluição atmosférica
A qualidade do ar nas grandes aglomerações urbanas é,
igualmente, um importante indicador da qualidade de vida
urbana.

A poluição atmosférica produzida pela excessiva


concentração de população, pelas atividades económicas,
pelos transportes, pela produção de resíduos e pelo modo
de vida urbano compromete a qualidade do ar e coloca, do
mesmo modo, em perigo a saúde humana, especialmente dos
grupos mais sensíveis como as crianças e os mais idosos.

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Poluição
atmosférica
Índice de qualidade do ar
(IQAr) em algumas
aglomerações de Portugal,
em 2020

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Ocupação e Para dar resposta à elevada procura de
habitação, a construção foi invadindo áreas e
impermeabilização ocupando solos com várias aptidões

dos solos (agrícola, florestal, entre outras), leitos de


cheia, encostas íngremes e zonas ribeirinhas,
ou seja, solos sensíveis do ponto de vista
ambiental. Como consequência da falta de
ordenamento do território, assistimos à
diminuição da infiltração e ao aumento do
escoamento superficial que aumentam, por
sua vez, o risco de inundações e põem em
perigo as populações.

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Aumento de temperatura – “ilhas urbanas de calor”
A pressão construtiva nas
cidades tem contribuído
para a redução
significativa de espaços
verdes e a concentração
de gases poluentes,
resultantes da atividade
humana. Como
consequência, verifica-se
uma subida da
temperatura (do ar e da
superfície), sobretudo na
área central, que afeta
negativamente o
conforto térmico
Perfil térmico concêntrico das cidades – a temperatura dentro de uma cidade
humano. é, normalmente, mais elevada do que nas áreas rurais e arborizadas
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Este padrão térmico, - modificações na própria geometria urbana, isto é, nas
principais entradas e saídas energéticas da cidade, bem

designado por “ilha


como na densidade de edifícios que contribuem para a
diminuição da velocidade do vento devido ao aumento da
rugosidade;
urbana de calor”
(IUC), resulta da(s): - impermeabilização dos solos;

- utilização de materiais de construção (alcatrão, betão,


fibrocimento) que tendem a reduzir a refletividade das
cidades e, consequentemente, contribuem para o
aumento da quantidade de energia solar absorvida pelo
solo e reduzem a evapotranspiração;

- poluição causada pela atividade humana (transportes,


indústrias, resíduos urbanos);

- climatização artificial e iluminação de edifícios diversos e


ruas.

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3 – PROBLEMAS SOCIOECONÓMICOS

Pobreza e Insegurança
exclusão e
social criminalidade
Aumento do Aumento da
desemprego mendicidade

Aumento da
criminalidade
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Pobreza e exclusão social
As crises económicas, como a que atingiu Portugal em 2008, provocam o encerramento de empresas, o
desemprego (sobretudo, de longa duração) e a precariedade do emprego. O desemprego é, particularmente,
agravado nas cidades dado que as famílias vivem exclusivamente dos salários para se alimentarem e
cumprirem os seus compromissos financeiros. É, nestas fases, que assistimos ao aumento das bolsas de
pobreza que impedem o acesso a bens e serviços essenciais e, que por sua vez, geram situações de exclusão
social. Estas afetam, sobretudo, os grupos com menos recursos económicos, tais como:

- os idosos, que vivem com parcas reformas ou pensões;

- os trabalhadores mal remunerados, que possuem fracas qualificações;

- as minorias étnicas e imigrantes ilegais, que vivem em condições precárias;

- as famílias monoparentais, cuja privação de recursos agrava a condição familiar;

- os jovens em risco, toxicodependentes, entre outros que, por abandono familiar,


se veem obrigados a viver na rua, engrossando as listas de sem-abrigo. 25
A degradação das condições socioeconómicas das
Insegurança e populações e o aumento das desigualdades sociais,

criminalidade como consequência da crise económica, geram um


aumento de insegurança, da mendicidade, da
prostituição e da toxicodependência nas cidades. Estes
inibem a circulação da população em espaços públicos,
como parques verdes, parques infantis, áreas pouco
policiadas ou mal iluminadas, áreas degradadas ou
conotadas pelo tráfico de droga, entre outras.

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PROBLEMAS SOCIAIS
gentrificação
turistificação
fadiga e stresse
despovoamento, envelhecimento e solidão
aumento da prostituição
aumento da toxicodependência
aumento da marginalidade
segregação espacial
formação de ghetos

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O modo de vida urbano, cujo ritmo é cada vez mais
intenso, é responsável pelo agravamento da
qualidade de vida das populações urbanas. Em

Fadiga e consequência dos movimentos pendulares e das


longas horas que passam nas filas de trânsito, da falta
stresse de tempo para as refeições, da ausência de estreitas
relações sociais e da demora no acesso aos serviços
públicos, assistimos ao aumento dos sinais de fadiga,
de irritação e de stresse nos cidadãos.

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A expansão da terciarização nas áreas centrais das cidades ditou o
Despovoamento, aumento do valor do solo e, consequentemente, a expulsão dos

envelhecimento e seus residentes mais jovens que encontraram, nas periferias,

solidão melhores condições de vida, ao nível da habitação e das


acessibilidades. Paralelamente ao abandono das áreas centrais,
assistiu-se à degradação do edificado e ao envelhecimento
populacional daqueles que permaneceram nessa área. O
despovoamento e o envelhecimento dos centros das cidades assim
como a diminuição de espaços verdes (que favorecem o lazer e o
convívio social) são também responsáveis pelo aumento de casos
de solidão, por abandono e/ou exclusão social deste grupo.

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Possíveis Medidas:
Combater a pobreza

A constatação do aumento da pobreza tem


levado ao desenvolvimento de projetos de
“Luta Contra a Pobreza” que juntamente com
diversas associações não governamentais
desenvolvem ações relacionadas com:
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ações de
inserção criação de
formação
social; emprego;
profissional;

combate ao
insucesso Rendimento
apoio à
escolar e Social de
terceira idade
ocupação dos Inserção
e à infância;
tempos (RSI).
livres;

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Recolha e tratamento
dos resíduos

A degradação do
ambiente, causada pelos
lixos sólidos urbanos
(RSU), deverá ser
combatida com a urgência
e eficácia, quer na
recolha, quer no
tratamento que o
problema merece.

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A implementação do serviço de recolha e tratamento de resíduos
sólidos urbanos (RSU) é importante pelas razões:

de salubridade pública: os RSU podem provocar efeitos nefastos na


saúde através da contaminação dos recursos superficiais e subterrâneos, por
substâncias químicas presentes nos resíduos, e levar à proliferação de
agentes transmissores de doenças;

de estética e bem-estar: o despejo indevido de RSU gera incómodo


à população, odores, poluição e impacto visual negativo;

de sustentabilidade económico-financeira e da qualidade de


vida: os RSU, uma vez recolhidos, podem ser aproveitados e valorizados,
através da reutilização e reciclagem de materiais recuperáveis (papel/cartão,
embalagens de plástico e metal, vidro, etc.).
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Melhoria da mobilidade
sustentabilidade nas vertentes: ambiental, social e económico-financeira;

articulação coordenada de políticas transversais e a promoção de


comportamentos mais ecológicos, por exemplo: Dia Europeu sem Carros (22 de
setembro);
implementação dos transportes públicos que apresenta muitos benefícios para o
incremento de uma mobilidade sustentável, a nível local e global, ao promover:

redução dos custos do transporte;

poupança no consumo de combustíveis;

redução da poluição;

redução da fatura energética;

segurança;

melhoria da qualidade de vida;

criação de emprego e a inclusão social.


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Algumas condições dos utentes
para essa implementação :

serem mais mais mais


rápidos; frequentes; cómodos;

serem
mais oferecerem
menos
seguros; serviços;
poluentes;
serem
criação de
criadas
mais
estações ...
“corredores
intermodai
BUS”
s;
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construção de vias rápidas providas de viadutos e
túneis:
evitar os cruzamentos.
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Construção de
autoestradas e
vias rápidas
periféricas:
trânsito que não se destina à
cidade não passa por dentro dela.

38
Proibição da circulação
automóvel em certas
zonas:
áreas pedonais.

39
Limitação do tempo
de estacionamento:

PARQUÍMETROS; ESTACIONAMENTO
SUBTERRÂNEO E
SUBAÉREO.

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Implementação de
medidas de
ordenamento do
território citadino:
através dos planos de
urbanização.

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Combater a poluição ambiental:

• através da implantação de atividades económicas,

sociais e administrativas nos centros populacionais

da periferia urbana:
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pelo uso de
dispositivos que pela localização
impeçam a correta de
disseminação dos determinados
fumos, gases e tipos de
poeiras pelas indústrias;
fábricas;

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pela fiscalização
rigorosa sobre construção de uso da chamada
os veículos espaços verdes; gasolina verde.
motorizados;

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Estratégias de recuperação dos espaços verdes
dentro do perímetro urbano:
os espaços verdes constituem importantes espaços de lazer (refúgios do stresse citadino) para os residentes das áreas urbanas, ao
mesmo tempo que reforçam o equilíbrio urbanístico e a proteção ecológica/ambiental do meio.

a recuperação de parques;

a arborização das ruas;

a manutenção dos jardins existentes e a criação de mais jardins:

produção de oxigénio e purificação do ar;

amenização do climática;

redução do impacto das chuvas;

redução da poluição sonora;

atração da avifauna.

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entre o Estado e as
Autarquias Locais
(Municípios e Juntas
de Freguesia);

em parceria com:

Política de
desenvolvimento os moradores;
socio urbanística
dos bairros
os proprietários do
bairro – Política de Bairro;

as instituições
particulares de
solidariedade social -
IPSS; 46
permitem que as pessoas:

realizem o seu potencial de bem-estar


físico, social e mental ao longo da vida;

participem na sociedade;

Políticas de
envelhecimento proporcionam:

ativo:
proteção;

segurança;

cuidados adequados quando


necessitam.

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Criação de emprego e atração de jovens:

o desemprego sentido, na atualidade, nas cidades


portuguesas poderá ser combatido através:

- de programas de apoio ao empreendedorismo jovem,


concedendo oportunidades de criação de empresas, muitas
delas situadas no centro da cidade, contribuindo também para a
sua revitalização demográfica;
- atividades relacionadas com o turismo - hotelaria,
restauração, comércio, serviços para a criação de empregos nas
grandes cidades.

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Melhoria da segurança e da
integração social:

as instituições e
organizações sociais,
a atuação dos recursos
especialmente as
policiais permite
responsáveis pela saúde e
restabelecer o sentimento
reinserção social, devem
de segurança e boa
promover ações com
vivência nas cidades,
objetivos de integração e
salvaguardando direitos e
coesão sociais, visando o
liberdades;
desenvolvimento social
urbano.

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Construção de áreas de lazer e complexos desportivos:

na humanização dos espaços


de vivência urbana é
importante construir
concretamente, o desporto
complexos desportivos, áreas
pode ser um meio de mudança
de lazer, bibliotecas
e progresso locais.
municipais e outros espaços
que promovam o bem-estar e
o convívio saudável;

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Desenvolvimento urbano
sustentável:

simultaneamente,
verificam-se iniciativas,
atualmente por toda a
incluindo URBACT e
Europa, verifica-se um
EUROCITIES,
crescente interesse pela
destinadas a promover
implementação de
o intercâmbio de boas
políticas urbanas
práticas no
sustentáveis.
desenvolvimento
urbano sustentável.

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EUROCITIES - é uma plataforma
política constituída pelas maiores
cidades europeias (com mais de
250 mil habitantes), que se fazem
URBACT - permite que várias
representar pelos governos locais e
cidades europeias possam trabalhar
municipais eleitos. o principal
em rede na procura de soluções
objetivo é aproximar as cidades da
para inúmeros desafios urbanos.
estrutura governativa comunitária,
para que esta possa corresponder
aos desafios que se colocam aos
cidadãos europeus.

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