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Técnico em Radiologia

Módulo II
Física Aplicada II
Aula 1
Introdução à Disciplina
Apresentação da Ementa
Matéria
Introdução

A disciplina de Física Aplicada II para o Curso Técnico em Radiologia,


oferecido pelo Grau Técnico, visa ensinar aos estudantes em
aperfeiçoamento sobre: a matéria e energia, radiações, átomo e
suas partículas elementares, radioatividade, raios-X, interações das
radiações com a matéria, radiações Ionizantes e não ionizantes.

Os conteúdos abordados nesta apostila subsidiarão a prática do


profissional de radiologia e questões dela inerentes, cuja
explanação estimulará a busca por um aprofundamento dos
conteúdos que serão abordados nas disciplinas subsequentes a esta,
sendo prevalecida desta base teórica tão necessária para
entendimento de futuros conteúdos.
Matéria

A matéria é constituída de átomos, que são


constituídos de partículas (prótons e nêutrons), que
se encontram no núcleo atômico. (Modelo de
Thomson)

Núcleo
Átomo

 Todas as substâncias são feitas de matéria.


 A unidade fundamental da matéria é o átomo.
 O átomo constitui a menor partícula de um elemento.
 É composto de um núcleo central contendo prótons (com
carga +) e nêutrons (sem carga). Os elétrons (com carga -
e massa insignificante) revolvem em torno do núcleo em
diferentes trajetórias imaginárias chamadas órbitas.
Partículas do Átomo

 Próton - faz parte do núcleo de todos os elementos. Tem


carga elétrica +.
 Nêutron - eletricamente neutro, é uma partícula que
forma os núcleos, junto com os prótons.
 Elétron - representado como e-, é uma partícula que
circunda o núcleo.
 Átomo neutro - nº de prótons do núcleo é igual ao nº de
elétrons que o circundam.
 Indivisível
 Origem da Radiação
Nº Atômico e de Massa

Nº prótons = Nº elétrons = Nº atômico (Z)

Nº prótons + Nº nêutrons = Nº massa (A)


A=Z+N

Como no átomo de hidrogênio simples não existem


nêutrons, A = Z
Elemento Químico

ZMA
ou MA
S ou Z
A
M
M = símbolo do elemento.
A = nº de massa (superior à direita) ou (superior à
esquerda).
Z = nº de prótons (inferior à esquerda, mas pode ser
encontrado à direita).
 Ex.: 1H1 (Hidrogênio) 92U235 (Urânio) 8O16 (Oxigênio)
Massas das Partículas

Partícula Massa (g) Carga elétrica(C)

Próton (p): 1p1 1,6725 x 10-24 + 1,602 x 10-19

Elétron (e): -1e0 9,1080 x 10-28 - 1,602 x 10-19

Nêutron (n): 0n1 1,6748 x 10-24 0


Unidade de Massa Atômica (U.M.A.)

 1 U.M.A. = massa do átomo de Carbono. 6C12/12


= 1,659 x 10-27 Kg.

 1 U.M.A = 1,659 x 10-24g.


Conceito de Matéria
 Universo composto de matéria e energia.
 Matéria : rochas, água, ar e a multiplicidade de coisas vivas.
Tudo que é sólido, líquido ou gasoso é uma configuração de
matéria.
 A química desdobra a matéria para determinar seus
constituintes;
 A física mantém tais constituintes unidos.
Propriedades

 São divididas em duas categorias:


a) aquelas que podem ser determinadas sem alteração
essencial da substância; (ex: motor)
b) aquelas que só se evidenciam quando a substância sofre
interação com outra forma de matéria. ( ex :agua)
 A última classe de propriedades, que exigem uma mudança na
composição da matéria, inclui as chamadas propriedades
químicas, enquanto que as primeiras, em que não há
necessidade disto, são chamadas propriedades físicas.
Propriedades

 O número de propriedades, que pode ser enumerado para uma


substância, é virtualmente infinito. Os manuais especializados
em Física e Química dedicam centenas de páginas ao
relacionamento das propriedades de várias formas de matéria.
 No estudo da Física, é importante reconhecer o fato de que, se
uma propriedade não pode ser medida e comparada com
alguma espécie de padrão, não tem utilidade para o cientista:
sem medida não pode existir ciência, e quanto mais
precisamente se possa medir determinada propriedade, mais
completa será a descrição da matéria.
Propriedades
Massa e peso:
 É a medida da quantidade de matéria nela contida. Unidade:
quilograma (Kg)
 A massa de uma substância não varia com a temperatura;
pressão ou localização no espaço. Um objeto com a massa de
1kg terá esta massa na Terra, na Lua, em Marte ou quando
flutuando no espaço.
Propriedades

 Inércia - reação às forças.


 Força - algo que tende a modificar a posição do movimento de
um objeto.
 Matéria - oferece resistência à força.
Ex.: ao se empurrar um carro parado, o empurrão é a força, e o
automóvel resiste a ela. Se não resistisse, não precisaria do
empurrão para colocá-lo em movimento. O fato de resistir
mostra que o carro é formado de matéria.
Propriedades

 A resistência da matéria a qualquer alteração de seu estado de


repouso ou movimento é a inércia.
 Ela se manifesta não somente quando os objetos estão parados,
mas também durante seu movimento.
Ex.: uma bola em voo continuará se deslocando, a menos que
alguma coisa a impeça; quando interpomos a cabeça em sua
trajetória, estamos fornecendo uma força para levá-la ao
repouso.
Aula 2
Introdução à Disciplina
Apresentação da Ementa
Matéria
Propriedades
Isto indica a existência de duas espécies de inércia:
 Uma forma estacionária e outra de movimento, mas se trata,
na verdade, da mesma propriedade da matéria que se está
mostrando em circunstâncias diversas.

A inércia da matéria é a chave para a medida da massa. Uma que


dois objetos materiais, inteiramente livres para se moverem
ofereçam a mesma resistência a uma dada força, então diz-se que
estes possuem a mesma massa, isto é, contêm a mesma
quantidade de matéria.
Propriedades

Balança de inércia
Instrumento criado para a medida de massas por esta relação.
Se uma substância ou objeto é colocado na barra horizontal desta
balança, e o sistema posto em vibração, o objeto mover-se-á para
um lado e para o outro periodicamente, e a frequência deste
movimento dependerá da massa do objeto e da rigidez das
molas.
Propriedades

Balança de inércia
Como estas fornecem a força e a massa oferece a
resistência, a balança de inércia é independente de sua
localização no espaço. Se for conhecido o tempo de
vibração de uma massa padrão, outras massas podem ser
medidas determinando-se o tempo das vibrações que
ocasionam.
Propriedades

Balança de inércia
Isto pode ser feito locando-se em um gráfico as frequências de
várias massas conhecidas, e fazendo o mesmo com a frequência
da massa desconhecida, ou por meio da seguinte fórmula:

m1/m2 = T12/T22
Propriedades

m1/m2 = T12/T22

Descrevendo a fórmula, m1 é uma massa conhecida (inclusive a


massa da plataforma da balança), m2 é a massa desconhecida
(mais plataforma), T1 é o tempo para uma vibração completa (ida
e volta) de m1, e T2 é o tempo correspondente para m2. Um bom
método de determinar T1 e T2 é deixar a balança oscilar 100 vezes,
e dividir o tempo total por 100. Desta experiência, de pode
concluir que a massa é a medida da inércia de um objeto
Propriedades

Um termo que é muito confundido com massa é peso, que se


trata de uma medida da força gravitacional que atua sobre uma
substância. Como esta força varia com a distância entre dois
objetos, o peso de um corpo não é constante, e na ausência desta
força será nulo, mas sua massa permanece inalterada.
Uma unidade de força usada em Física é o Newton; o Newton e o
quilograma não são unidades equivalentes. Trata-se de
quantidades físicas diferentes, mas é correto dizer-se, por
exemplo, que a massa de 1,0 kg tem peso de 9,8 N no nível do
mar
Propriedades

Balança de inércia
Uma propriedade da matéria fortemente relacionada com a
massa é a massa específica, que se refere à quantidade de
matéria em dado volume, e que é definida como a massa de uma
substância por unidade de volume.
A fórmula matemática é

d=m/v.
Propriedades

Assim, se um corpo ocupa um volume de 15 m3 e tem a massa de


450 kg, sua massa específica é 30 kg/m3.

Ao se enunciar a massa específica de uma substância, é


importante incluir as unidades (quilogramas por metro cúbico,
gramas por centímetro cúbico, ou qualquer outra unidade de
massa por unidade de volume), para que se possa compará-la
com outros valores de massa específica
Condições da máteria

Devido a variações de condições de ambiente, as propriedades da


matéria não são constantes.

Neste sentido, a água congela quando está suficientemente fria, e


ferve quando é suficientemente aquecida. Em cada caso, as
propriedades físicas da água foram alteradas

Temperatura, pressão, concentração (no caso de soluções) e carga


elétrica entre outras coisas são condições ambientes da matéria.
Energia

É mais difícil de definir ENERGIA do que MATÉRIA, pois:


 não tem peso;
 Só pode ser medida quando está sendo transformada, ou ao
ser liberada ou absorvida.

Por isso, a energia não possui unidades físicas próprias, sendo


expressa em termos das unidades do trabalho que realiza. Em
outras palavras, energia é a capacidade de realizar trabalho.
Tipos de Energias

Os sentidos do homem o fazem perceber a presença de várias


formas de energia:
 VISÃO - energia luminosa;
 AUDIÇÃO - energia sonora;
 TATO - energia térmica e elétrica.

Além dessas energias, os cientistas descobriram outras


variedades, o que significou a necessidade do desenvolvimento
de instrumentos especiais de detecção e medida, para
registrarem seus efeitos.
Outras Energias

Os cientistas ampliaram o campo e a sensibilidade dos


sentidos humanos, por meio de dispositivos registradores
especiais. Dentre as formas de energia que se enquadram
nesta categoria "extra-sensorial" estão:
 Energia química,
 Energia nuclear e
 Energia eletromagnética, acima e abaixo da faixa de
frequências que os seres humanos podem perceber.
A Física e a Energia

O estudo da energia é o conceito unificador da Física, pois ela


acompanha e mede o curso da energia ao passar de uma forma
para outra, uma vez que as diversas formas de energia são
intercambiáveis.
E como a energia, da mesma maneira que a matéria, em geral,
não é criada nem destruída, segue um ciclo sem princípio nem
fim.
Ex.: a energia que gastamos em um passeio a pé a recebemos
dos alimentos que comemos.
Formas de Energia

As diversas formas de energia se classificam em duas


categorias:
 Energia de posição ou configuração (Também chama de
Energia Potencial).
 Energia de movimento (Também chama de Energia
Cinética);
Energia Potencial

Observe:
Ex.: se um livro for empurrado de cima de uma mesa, cairá ao
chão, e enquanto está caindo, poderá chocar-se com algum outro
objeto, e exercer uma força sobre ele. Neste processo, estará
havendo transferência de energia do livro para o objeto, e se
pesquisarmos a origem desta energia, verificaremos que estava
contida no livro, quando o mesmo repousava sobre a mesa.
Energia Potencial
Observe:
Isto posto, se pode concluir que a energia armazenada em um
corpo é chamada energia potencial, que, uma vez que convertida
em trabalho, empregam-se as unidades de trabalho para medi-la
e descrevê-la. Uma das unidades de trabalho é o newton-metro,
que combina as grandezas força e distância
Outra Energia Potencial

A energia química de uma bateria de acumuladores é outro


exemplo. A energia potencial interna não é tão fácil de calcular
como a gravitacional, pois exige a familiarização com as
transformações de várias formas de energia, e algumas, em
especial as relacionadas com o interior do átomo, podem levar o
problema até as fronteiras da física moderna.
Energia Cinética

Qualquer objeto em movimento possui energia cinética. Tudo tem


energia cinética, pois os cientistas estão convencidos de que tudo
que existe no universo está-se movendo de algum modo.
Em geral, a superfície da Terra é considerada como estacionária, e
um objeto nela em repouso é tomado como tendo energia cinética
nula.
Energia Cinética

 A energia cinética de um objeto


depende de sua massa e de sua
velocidade, e as unidades usadas
são o quilograma e o metro por
segundo.

 Em outras palavras, a energia


cinética de um objeto é a medida
de sua capacidade de realizar
trabalho sobre outros objetos;
quando é levado até o repouso.
Energia cinética e energia potencial

Consideremos um pêndulo:
quando está no ponto mais
alto de sua oscilação, fica
momentaneamente
estacionário, e neste ponto
toda sua energia é potencial,
exceto a energia cinética
interna.
Energia cinética e energia potencial

À medida que começa a descer, parte da energia potencial se


transforma em energia cinética, e no ponto mais baixo da
trajetória, que consideraremos como nível zero para a energia
potencial, a energia cinética do pêndulo é máxima, pois tem a
máxima velocidade.
À medida que sobe no outro lado do arco, o intercâmbio de
energia se inverte.
Durante todas estas transformações, a quantidade total de
energia é a mesma - trata-se somente da passagem de um tipo
para outro. Esta constância da energia total de um sistema é
chamada conservação da energia.
Energia cinética e energia potencial

A conservação da energia foi indiscutivelmente demonstrada a


partir das experiências de Conde de Rumford e por James
Prescott Joule, na primeira parte do século XIX, época na qual a
maior parte dos cientistas considerava o calor como um fluido,
chamado calórico, que podia entrar ou sair dos objetos, sem
afetar seu peso.
Energia cinética e energia potencial

Supervisionando a perfuração de barras de bronze, para a


fabricação de tubos de canhões, Conde de Rumford
observou que as aparas de bronze resultantes do trabalho
de perfuração ficavam tão quentes que podiam ferver a
água, quando jogadas dentro dela. Mas, de onde provinha
todo esse "calórico”?.
Energia cinética e energia potencial

Para a teoria calórica, este fluido era "espremido" do bronze


durante a perfuração, mas Rumford verificou que outras peças de
bronze, uma vez quentes, podiam aquecer a água com a mesma
eficiência que as aparas dos tubos dos canhões.

Disto resultou que não existia o calórico, e que o calor não era
uma substância, e sim, provavelmente, algo relacionado com o
movimento do processo de perfuração. Rumford raciocinou
também que a quantidade de calor que poderia ser obtida era
ilimitada.
Energia cinética e energia potencial

Joule, então, deu continuidade às investigações a respeito do


calor, e estabeleceu a relação exata entre ele e a energia
mecânica, observando que a quantidade de calor produzida é
determinada pelo trabalho mecânico consumido. Esta relação é
discutida em textos de Física Térmica.

Diante da equivalência entre calor e energia mecânica,


observaram-se fortes evidências de que o calor deve ser uma
forma de energia, o que, por sua vez, apoia também a teoria de
que a quantidade total de energia permanece constante quando
ela é transformada de uma espécie em outra.
Relação entre Matéria e Energia

Foi discutido sobre matéria e energia como se fossem duas


espécies inteiramente diversas de realidade. Contudo, as duas
estão, em geral, inseparavelmente relacionadas. Cada objeto
contém algum tipo de energia, e a ideia de energia quase sempre
não apresenta significado, se não puder ser descrita em termos
da substância com que está associada.
Relação entre Matéria e Energia

Por exemplo, a energia térmica não existe no vácuo perfeito, e a


energia elétrica, na grande maioria dos casos, reside em
partículas ou objetos.

Em 1905, Einstein exprimiu a relação entre matéria e energia por


meio da célebre fórmula:
 E = m.c2;
 Em que E representa unidades de energia (unidades de
trabalho), m é a massa e c a velocidade da luz.
Relação entre Matéria e Energia

Einstein desenvolveu esta fórmula a partir de considerações


totalmente teóricas, e na época não havia meios de verificá-la em
laboratório.
Experiências recentes, todavia, mostraram que a fórmula é
correta.
A fórmula de Einstein estabelece que haja uma proporcionalidade
entre massa e energia, isto é, quando uma cresce a outra também
aumenta, e quando uma diminui a outra decresce.
Relação entre Matéria e Energia

A fórmula pode ser interpretada como significando que


determinada quantidade de massa é equivalente a certa
energia. Assim, usando 3 X 108 m/s como velocidade da luz, a
massa de um quilograma é equivalente a :

E = m.c2 = 1 kg x (3 X 108 m/s)2 ou 9 X 108 J


Relação entre Matéria e Energia

 A massa de um objeto varia com a velocidade.


 Quando um objeto está em repouso em relação ao observador
e seus instrumentos de medida, dizemos que tem sua massa de
repouso.
 Estando o objeto em movimento, sua massa cresce,
aumentando rapidamente à medida que o objeto se aproxima
da velocidade da luz; é a massa relativística, assim chamada por
estar de acordo com a teoria da relatividade de Einstein.
 Na fórmula massa-energia, m é a massa relativística.
Relação entre Matéria e Energia

Quando lançamos uma bola, estamos lhe fornecendo energia,


isto é, há transferência de energia entre nós e a bola. A fórmula
massa-energia nos mostra que, enquanto a bola está em
movimento, sua massa será maior que no repouso. Tanto a
energia como a massa da bola aumentaram, e a massa e a
energia suplementares foram por nós fornecidas. Quando a bola
para, sua massa retorna ao valor de repouso, e sua energia
cinética é quase toda transformada em calor.
Relação entre Matéria e Energia

 Durante todos esses acontecimentos, tanto a massa como a


energia foram conservadas, não havendo criação ou destruição
de nenhuma delas.
 Tal fato é expresso pela lei da conservação da matéria e da
energia.
 Trata-se de uma das leis mais importantes da Física, mas não se
deve supor que a fórmula de Einstein é uma prova da mesma,
pois esta fórmula seria válida mesmo que a energia e a massa
totais do Universo variassem.
Aula 3
Radiações Corpusculares e
Eletromagnéticas
Radiações Corpusculares e
Eletromagnéticas
A radiação é a propagação de energia sob várias formas, sendo
dividida geralmente em dois grupos: Radiação Corpuscular e
Radiação Eletromagnética.

A radiação Corpuscular é constituída de um feixe de partículas


elementares ou núcleos atômicos, tais como: elétrons, prótons,
nêutrons, dêuterons, partículas alfa, etc.
Radiações Corpusculares e Eletromagnéticas
Radiação corpuscular.

K = ½ mv²

Energia Cinética V << C


Radiações Corpusculares e
Eletromagnéticas
Radiação eletromagnética:
 Constitui-se de campos elétricos e magnéticos oscilantes e se
propaga com velocidade constante c no vácuo. Exemplos: ondas
de rádio, luz visível, raios infravermelhos, raios ultravioletas,
raios X, raios gama, etc.

λf = V
Onde: λ = comprimento de onda; f = frequência; V = velocidade da onda.
Espectro Eletromagnético
Espectro Eletromagnético

 O espectro eletromagnético é o intervalo completo de todas as


possíveis frequências da radiação eletromagnética.
 Ele se estende desde frequências abaixo das frequências de
baixa frequência até a radiação gama.
 É muito usado em ciências como a Física e a Química. Por meio
da espectroscopia é possível estudar e caracterizar materiais.
Natureza Ondulatória da Radiação Eletromagnética

 A luz se desloca no espaço por meio de ondas


eletromagnéticas, que não necessitam de um meio físico
para serem transportadas e, portanto, diferem dos outros
exemplos de ondas encontrados na natureza, como ondas
na água, ondas sonoras, sísmicas, etc.
 Apesar dessa diferença fundamental, vamos ilustrar o
nosso estudo com um exemplo bem conhecido: o efeito de
uma pedra sendo atirada num lago tranquilo.
Natureza Ondulatória da Radiação

 Ondas serão formadas e uma folha que estiver nas


proximidades vai se deslocar, seguindo um movimento
ondulatório, que pode ser expresso por:
Natureza Ondulatória da Radiação

 A propagação ao longo de uma dada direção é representada


esquematicamente na Figura abaixo:
Natureza Ondulatória da Radiação

 No tempo inicial (t=0) a expressão para a altura será:

 Sendo que na posição inicial (x=0) a altura é zero. O primeiro


máximo será atingido em:
Natureza Ondulatória da Radiação

 Quando a altura coincide com a amplitude (h = H). Vamos então


estabelecer uma expressão genérica. Fixando:

 Teremos:
Natureza Ondulatória da Radiação

À medida que t aumenta, o movimento corresponde a uma


oscilação de amplitude H.
 Os máximos de altura (h = H).deverão ocorrer em t = 0 e
novamente quando:

 Definindo-se assim o período de oscilação, enquanto que a


frequência de oscilação é dada por:
Natureza Ondulatória da Radiação

Velocidade de propagação de ondas eletromagnéticas (variação


do campo elétrico (E) e do campo magnético (B) no vácuo). A
velocidade da luz c (da ordem de 300 000 Km/s), quando se refere
ao deslocamento da luz, sua frequência é expressa por:
Onda Eletromagnética

Na figura a seguir, podemos


observar a propagação dos
campos elétrico e magnético.

Os campos elétrico e
magnético vibram em planos
perpendiculares entre si.
Juntos, eles formam uma onda
eletromagnética que se move
através do espaço à
velocidade da luz.
Exercícios de Fixação sobre as teorias

Estrutura da matéria (Teoria):

Quais os componentes do átomo, e suas devidas cargas?

Quais modelos foram utilizados para descrever os Átomos?

Indique o número de prótons, nêutrons e elétrons que existem, respectivamente, no


átomo de mercúrio 80200Hg:

O átomo de um elemento químico possui 83 prótons, 83 elétrons e 126 nêutrons.


Qual é, respectivamente, o número atômico e o número de massa desse átomo?
Exercícios de Fixação sobre as teorias

Sabe-se que energia é a medida da capacidade de realizar um trabalho e que ela


pode ser de diversos tipos diferentes, dependendo do trabalho que foi realizado.
Assim sendo, marque a alternativa na qual o tipo de energia não corresponde ao
trabalho realizado:

a) Energia térmica: troca de calor entre o gelo e a água líquida em um copo.


b) Energia cinética: quando um corpo está em repouso.
c) Energia mecânica: capacidade de colocar um corpo em movimento.
d) Energia potencial: uma pedra sobre uma mesa.
e) Energia química: formação de uma ligação química.
Exercícios de Fixação sobre as teorias

julgue os itens abaixo, indicando aqueles que se referem a propriedades químicas


das substâncias e aqueles que se referem a propriedades físicas das substâncias.
1) A glicose é um sólido branco.
2) O etanol entra em ebulição a 78,5°C.
3) O éter etílico sofre combustão.
4) O sódio metálico é um sólido mole e de baixo ponto de fusão.
5) O metabolismo do açúcar no corpo humano leva à produção de dióxido de
carbono e água.
Exercícios de Fixação sobre as teorias

Calcule a energia cinética de uma bola de massa 0,6 kg ao ser


arremessada e atingir uma velocidade de 5 m/s.

Calcule a energia Potencial de uma bola de massa 0,6 kg que está a 8 metros de
altura.
Exercícios de Fixação sobre as teorias

As ondas são formas de transferência de energia de uma região para outra. Existem
ondas mecânicas – que precisam de meios materiais para se propagarem – e ondas
eletromagnéticas – que podem se propagar tanto no vácuo como em alguns meios
materiais. Sobre ondas, podemos afirmar corretamente que
a) a energia transferida por uma onda eletromagnética é diretamente proporcional à
frequência dessa onda.
b) o som é uma espécie de onda eletromagnética e, por isso, pode ser transmitido de
uma antena à outra, como ocorre nas transmissões de TV e rádio.
c) a luz visível é uma onda mecânica que somente se propaga de forma transversal.
d) existem ondas eletromagnéticas que são visíveis aos olhos humanos, como o
ultravioleta, o infravermelho e as micro-ondas.
e) o infrassom é uma onda eletromagnética com frequência abaixo da audível.
Exercícios de Fixação sobre as teorias

Uma pessoa toca no piano uma tecla correspondente à nota mi e, em seguida, a que
corresponde a sol. Pode-se afirmar que serão ouvidos dois sons diferentes porque as
ondas sonoras correspondentes a essas notas têm:
a) amplitudes diferentes
b) frequências diferentes
c) intensidades diferentes
d) timbres diferentes
e) velocidade de propagação diferentes

Uma determinada fonte gera 3600 ondas por minuto com comprimento de onda
igual a 10 m. Determine a velocidade de propagação dessas ondas.
a) 500 m/s
b) 360 m/s
c) 600 m/s
d) 60 m/s
e) 100 m/s
Exercícios de Fixação sobre as teorias

A respeito da classificação das ondas, marque a alternativa incorreta:


a) As ondas classificadas como longitudinais possuem vibração paralela à
propagação. Um exemplo desse tipo de onda é o som.
b) O som é uma onda mecânica, longitudinal e tridimensional.
c) Todas as ondas eletromagnéticas são transversais.
d) A frequência representa o número de ondas geradas dentro de um intervalo de
tempo específico. A unidade Hz (Hertz) significa ondas geradas por segundo.
e) Quanto à sua natureza, as ondas podem ser classificadas em mecânicas,
eletromagnéticas, transversais e longitudinais.
Exercícios de Fixação sobre as teorias

As ondas são formas de transferência de energia de uma região para outra. Existem
ondas mecânicas – que precisam de meios materiais para se propagarem – e ondas
eletromagnéticas – que podem se propagar tanto no vácuo como em alguns meios
materiais. Sobre ondas, podemos afirmar corretamente que
a) a energia transferida por uma onda eletromagnética é diretamente proporcional à
frequência dessa onda.
b) o som é uma espécie de onda eletromagnética e, por isso, pode ser transmitido de
uma antena à outra, como ocorre nas transmissões de TV e rádio.
c) a luz visível é uma onda mecânica que somente se propaga de forma transversal.
d) existem ondas eletromagnéticas que são visíveis aos olhos humanos, como o
ultravioleta, o infravermelho e as micro-ondas.
e) o infrassom é uma onda eletromagnética com frequência abaixo da audível.
Natureza Quântica da Luz

Além dos fenômenos puramente ondulatórios, ocorrem também


outros processos, como a interação da radiação com a matéria na
forma de átomos ou moléculas.

Tais processos requerem que a radiação eletromagnética tenha


características de pacotes discretos ou quanta (plural de
quantum) de energia.

No caso da luz visível, os quanta são chamados fótons, com sua


energia dada por E = hf, em que h=6,63.10-27 erg .s (constante de
Planck).
https://www.youtube.com/watch?v=-Sz-qtUPzm4&ab_channel=F
%C3%ADsicanaPr%C3%A1tica
Efeito Doppler

Quando a fonte emissora de luz se movimenta em relação ao


observador, ocorre uma modificação no comprimento de onda
(ou frequência), um fenômeno conhecido por efeito Doppler.
https://www.youtube.com/watch?
v=78WkQObqp3U&ab_channel=Ci%C3%AAnciaTodoDia
Efeito Doppler

Considere uma fonte em repouso, emitindo luz a um


comprimento de onda λ0.
Se a fonte se aproximar do observador, o comprimento de onda
observado será menor (λ1< λ0).
Se λ diminui, a frequência (ν) aumenta.
Por outro lado, se a fonte se afastar do observador o
comprimento de onda observado será maior (λ2> λ0).
Nesse caso, a frequência observada será menor que a emitida.
Efeito Doppler

Na Figura a seguir, podemos observar o efeito em função do


movimento da fonte emissora.
Onda Eletromagnética

A luz das estrelas nos chega em forma de ondas


eletromagnéticas, e essa radiação pode ser estudada em função
de sua intensidade, numa dada faixa de comprimentos de onda,
ou na forma de luz dispersada num espectro, conforme ilustrado.
Espectro Eletromagnético

O espectro eletromagnético na faixa do visível cobre


comprimentos de onda desde o violeta - 3900 Å (1 Å = 10-8 cm =
0,1 nm) até o vermelho - 7200 Å, a qual corresponde à radiação
da luz solar, que pode ser decomposta em diferentes frequências.
Espectro Eletromagnético

Observe-se a seguir o espectro completo e o espectro de luz visível


Curiosidades

- Wilhelm Conrad Rontgen (primeira raiografia) - 1895

-Antoine Henri Becqerel ( fenômeno que ajuda no tratamento do


câncer) 1896
Exercícios
 Um professor lê o seu jornal sentado no banco de uma praça e, atento às ondas sonoras,
analisa três eventos:
 I – O alarme de um carro dispara quando o proprietário abre a tampa do porta-malas.
 II –Uma ambulância se aproxima da praça com a sirene ligada.
 III – Um mau motorista, impaciente, após passar pela praça, afasta-se com a buzina
permanentemente ligada.
 O professor percebe o efeito Doppler apenas:
 a) no evento I, com frequência sonora invariável
 b) nos eventos I e II, com diminuição da frequência
 c) nos eventos I e III, com aumento da frequência
 d) nos eventos II e III, com diminuição da frequência em II e aumento em III
 e) nos eventos II e III, com aumento da frequência em II e diminuição em III
Exercícios
2) Dada a velocidade da luz c=3. km/s e a constante de Planck h=6,63 erg.s,
calcule a frequência (em Hz) e a energia (em eV) para cada comprimento de
onda, referente a diferentes regiões espectrais (1 eV = 1,60184 erg): E= h.f
Lembre-se das formulas do slides ( 61 e 62)
Angstrom
Micrometro
Exercícios

Considere uma onda produzida em um lago, cuja velocidade de


deslocamento é de 20 cm/s. A distância entre dois máximos
(cristas) é de 4 cm. Qual a freqüência de oscilação dessa onda?
Aula 5
Natureza Corpuscular das Radiações
Eletromagnéticas: Fótons, Energia
dos Fótons
Natureza Corpuscular das Radiações
Eletromagnéticas
 A radiação, em termos físicos, é definida como sendo a
transferência de energia no espaço por meio da
propagação de partículas ou campos.
 A radiação pode ser de natureza corpuscular ou
ondulatória.
 Quando a natureza da radiação é corpuscular, suas
características são determinadas pela carga, massa de
repouso e velocidade das partículas que a compõe.
Natureza Corpuscular das Radiações
Eletromagnéticas
 Prótons, nêutrons e elétrons ejetados de átomos ou núcleos
atômicos são exemplos de radiação corpuscular.
 A radiação de natureza ondulatória é constituída por campos
eletromagnéticos que variam no espaço e no tempo, e, na
maioria das vezes, é denotada por radiação eletromagnética.
 É definida pela amplitude e pela frequência de oscilação da
onda que a compõe.
Radiação Ionizante ou Não Ionizante

 Uma característica geral das radiações (corpuscular e


ondulatória) é que elas podem ser ionizantes ou não
ionizantes.
 Uma radiação é dita ionizante quando incidida em um
material, tem energia suficiente para arrancar elétrons do
material.
Radiação Ionizante ou Não Ionizante

 Se a radiação não tem esta energia, ela é dita não


ionizante.
 Neste caso, pode ocorrer a excitação do átomo, em que
elétrons são levados a níveis de energia mais altos no
átomo, sem serem ejetados.
 Quando retornam ao estado de menor energia, os elétrons
liberam radiação com frequência proporcional à diferença
de energia entre o nível no qual estava e o nível no qual
está depois do retorno.
Radiação Corpuscular

 Com velocidade de deslocamento inferior à da luz, a radiação


corpuscular foi inicialmente identificada por se comportar como
partícula.
 Apenas mais tarde se comprovou que esses raios se comportam
também como ondas.
 Um exemplo desse tipo de radiação é o elétron, cuja velocidade
varia entre 108 cm/s e a velocidade da luz.
Radiação Corpuscular

Entre outros entes comumente classificados como matéria


quando se deslocam a altas velocidades estão o núcleo
positivamente carregado do átomo de hidrogênio, ou próton;
o núcleo do deutério, ou dêuteron, também positivamente
carregado; e o núcleo do átomo de hélio, ou partículas alfa,
que têm carga positiva dupla.
Efeitos da Radiação Sobre a Matéria

As teorias atômicas elaboradas desde o final do século XIX


postulam que a matéria se compõe de átomos de diferentes tipos,
com uma estrutura interna comum:
 Um núcleo central formado de prótons e nêutrons e um
envoltório externo de forma variável, no qual circulam elétrons
em diferentes níveis energéticos.
Efeitos da Radiação Sobre a Matéria

Quando um feixe de radiação incide sobre um átomo,


transmite a ele uma parte de sua energia e induz uma
desestabilização capaz de produzir três tipos de resultados:
Efeitos da Radiação Sobre a Matéria

 1- uma excitação na qual um elétron absorve a energia


recebida e salta para um nível mais afastado do núcleo;
Efeitos da Radiação Sobre a Matéria

 2- uma ionização, na qual o elétron adquire energia


suficiente para se soltar do átomo, que fica carregado
positivamente;
Efeitos da Radiação Sobre a Matéria

 3- E uma reação nuclear, na qual a radiação incide sobre o


núcleo do átomo, desencadeando processos radioativos de
fissão nuclear, emissão de raios beta. etc.
Universo

 Alguns dos elementos que participaram da evolução do


universo não estavam originalmente presentes, mas foram
produzidos como resultado de bombardeamento externo de
altas energias.
 Por essa razão, a radiação deve ter desempenhado um papel
importante na evolução do universo e é, em última instância,
responsável não só pela existência da vida, mas também pela
variedade de suas formas.
Aula 6
Efeitos Biológicos da Radiação
Efeitos Biológicos da Radiação

A ação da radiação sobre os organismos vivos pode ter efeitos


benéficos ou nocivos, dependendo de sua natureza ou intensidade.
 Ex.: a luz sobre organismos produz a fotossíntese, o principal
mecanismo natural de produção de oxigênio. Além disso, a
radiação solar governa o metabolismo e o comportamento dos
animais e influencia o crescimento e a orientação espacial das
plantas.
Efeitos Biológicos da Radiação

 Uma excessiva exposição à radiação pode provocar graves


lesões nas células e nos tecidos.
 O poder ionizante das radiações depende da energia que elas
transmitem e do período de tempo durante o qual o organismo
fica exposto a elas.
 Os seres vivos podem reagir de forma diversa a uma mesma
quantidade de radiação ionizante. Enquanto os mamíferos, por
ex., podem ser mortos por uma radiação inferior a mil rads
(unidade de medida de exposição à radiação), certos insetos
podem suportar até cem mil rads.
Efeitos Biológicos da Radiação

 Entre as radiações não-ionizantes, as ondas hertzianas (na faixa


de rádio e radar) e os raios infravermelhos têm efeitos sobre o
organismo semelhantes aos do calor, como queimaduras.
 Registraram-se também efeitos não-térmicos da exposição às
micro-ondas, usadas em sistemas de radares e de radiodifusão.
 Pessoas que manipulam equipamentos de rádio de alta-
frequência podem ter seu sistema nervoso afetado e apresentar
sintomas como cansaço, excitabilidade e insônia.
Aplicações das Radiações

 Os usos da radiação no
diagnóstico e tratamento de
doenças se multiplicaram tão
rapidamente nos últimos
anos, que pelo menos uma
forma de radiação se tornou
indispensável para qualquer
ramo da medicina.
Aplicações das Radiações

 As muitas formas de radiação usadas incluem ondas


eletromagnéticas de diversos comprimentos de onda (ondas
sonoras, luz visível, radiação ultravioleta, raios X e raios
gama), assim como radiações corpusculares de vários tipos
(elétrons, nêutrons rápidos, prótons, partículas alfa etc.).
Aplicações das Radiações

 Entre os diferentes métodos


de obtenção de imagens do
interior do organismo para
diagnóstico de doenças estão
vários sistemas de raios X,
tomografia de emissão de
pósitrons e ressonância
magnética nuclear.
Fótons

 É a partícula elementar mediadora da força eletromagnética.


 Também é o quantum da radiação eletromagnética (incluindo a
luz).
 O termo fóton foi criado por Gilbert N. Lewis em 1926.
 Fótons são bósons e possuem Spin igual a um.
 A troca de fótons entre as partículas como os elétrons e os
prótons é descrita pela eletrodinâmica quântica, a qual é a parte
mais antiga do modelo padrão da física das partículas.
Fótons

 Ele interage com os elétrons e o núcleo sendo responsável por


muitas das propriedades da matéria, tais como a existência e
estabilidades dos átomos, moléculas e sólidos.
 Em alguns aspectos um fóton atua como uma partícula.
1905 - por Albert Einstein - Efeito fotoelétrico.
 Em outras ocasiões, um fóton se comporta como uma onda, tal
como quando passa através de uma lente ótica.
Fótons

 Dualidade onda-partícula – mecânica quântica - é natural para


um fóton apresentar ambos os aspectos na sua natureza, de
acordo com as circunstâncias que se encontra.
 Normalmente, a luz é formada por um grande número de
fótons, tendo a sua intensidade ou brilho ligado ao número
deles.
 Para baixas intensidades, são necessários equipamentos muito
sensíveis, como os usados em astronomia, para detectar fótons
individuais.
Símbolo e propriedades do Fóton

 Um fóton é usualmente representado pelo símbolo (gama) ɣ,


embora em física de altas-energias, este símbolo se refira a
fótons de energias extremamente altas (um raio gama).
 Toda a radiação eletromagnética é quantizada em fótons: isto é,
a menor porção de radiação eletromagnética que pode existir é
um fóton, qualquer que seja seu comprimento de onda,
frequência, energia ou momento.
 São partículas que podem ser criadas e destruídas quando
interagem com outras partículas, mas é sabido que decaiam por
conta própria.
Símbolo e propriedades do Fóton

 Diferente da maioria das partículas, fótons não têm uma massa


intrínseca detectável, ou "massa restante" (que se opõem a
massa relativística). Eles estão sempre se movendo à velocidade
da luz (a qual varia de acordo com o meio no qual ela viaja) em
relação a todos os observadores.
 Em que pese a sua ausência de massa, fótons têm um momento
proporcional a sua frequência (ou inversamente proporcional ao
seu comprimento de onda), e seu momento pode ser
transferido quando um fóton colide com a matéria. A este efeito
dá-se o nome de pressão de radiação.
Criação de Fótons

São produzidos por átomos quando:


Um elétron de valência move-se de um orbital para outro orbital
com (menos ou mais) energia negativa.
Um núcleo instável decai por algum tipo de decaimento nuclear.
Sempre que partículas carregadas são aceleradas.
Criação de Fótons

A distribuição de Maxwell-Boltzmann prevê a possibilidade de um


fóton possuir um determinado comprimento de onda ao ser emitido
por uma coleção de átomos a uma dada temperatura. O espectro de
tais fótons geralmente se encontra entre a faixa da micro-onda e do
infravermelho, mas objetos aquecidos irão emitir luz visível também.

Rádio, televisão, radar e outros tipos de transmissores usados para


telecomunicação e monitoramento remoto, rotineiramente, criam
uma extensa variedade de fótons de baixa energia pela oscilação de
campos elétricos em condutores.
Criação de Fótons

Observa-se ainda que magnetrons emitem fótons coerente usado


em fornos micro-onda; tubos Klystron são usados quando as
emissões de micro-onda devem ser mais precisamente
controladas; masers e laser criam fótons monocromáticos por
emissão estimulada; e que fótons mais energéticos podem ser
criados por decaimento nuclear, aniquilação partícula-
antipartícula, e colisão de partículas de alta energia.
Energia dos Fótons

 De acordo com Kawa (2013), quando os fótons passam através


de material, tal como num prisma, frequências diferentes são
transmitidas em velocidades diferentes. A este efeito dá-se o
nome de refração, resultando na dispersão das cores, em que
fótons de diferentes frequências saem em diferentes ângulos.
Um fenômeno similar ocorre na reflexão onde superfícies
podem refletir fótons de várias frequências em diferentes
ângulos.
Energia dos Fótons

A relação de dispersão associada para fótons é aquele entre a


frequência, f, e comprimento de onda, λ. ou, equivalentemente,
entre sua energia, E, e momento, p. Isto é simples no vácuo, desde
que a velocidade da onda, v, é dada pela seguinte equação:
Energia dos Fótons

As relações quânticas do fóton são:

Em que h é a constante de Planck. Então nós podemos


escrever esta relação como:
Massa do Fóton

Teoria da relatividade - energia varia em função da massa


-> E = mc2.
Igualando a equação anterior a essa, podemos determinar a
massa do fóton emitido.
Observações importantes:
Fóton não tem uma massa de repouso, pois surge com
velocidade;
No instante que ele nasce, é constituído como tendo a
velocidade da luz;
A massa que determinar após igualarmos as equações é uma
massa em movimento, e um movimento bem rápido.
Massa do Fóton

Que é característica de uma partícula de massa zero. Desta forma


vemos como a notável constante de Planck relaciona os aspectos
de onda e partícula. O fóton, como qualquer partícula, possui
uma certa energia, e a relação energia (E) e frequência (f), é
proporcional e está relacionada por uma constante, a constante
de Planck (h), dada pela equação descrita anteriormente ( E=pc ).
Impulso do Fóton

Conhecidas a massa e a velocidade do fóton, determinar o seu


impulso:

Quanto maior for a frequência, maior será a energia, maior é o


impulso do fóton e mais evidentes são as propriedades
corpusculares da luz. Assim os cientistas puderam comprovar
que a fontes de luz emitidas de diferentes cores, possuem
fótons, porções de energias correspondentes com as
características daquela frequência.
Impulso do Fóton

A Figura ao lado ilustra fótons


fotografados em nanotubos
de carbono, usando pulsos de
elétrons de altíssima
velocidade. As imagens
mostram os campos
evanescentes em dois
momentos e em duas
polarizações diferentes
Exercicios
Analise as afirmativas abaixo, relativas à explicação do efeito fotoelétrico, tendo como
base o modelo corpuscular da luz.
I – A energia dos fótons da luz incidente é transferida para os elétrons no metal de
forma quantizada.
II – A energia cinética máxima dos elétrons emitidos de uma superfície metálica
depende apenas da frequência da luz incidente e da função trabalho do metal.
III – Em uma superfície metálica, elétrons devem ser ejetados independentemente da
frequência da luz incidente, desde que a intensidade seja alta o suficiente, pois está
sendo transferida energia ao metal.
Assinale a alternativa correta.
A) Somente a afirmativa II é verdadeira.

B) Somente as afirmativas I e III são verdadeiras.


C) Somente as afirmativas I e II são verdadeiras.
D) Somente a afirmativa III é verdadeira.
E) Todas as afirmativas são verdadeiras
Exercicios
Foi determinado experimentalmente que, quando se incide luz sobre uma superfície metálica, essa superfície emite elétrons. Esse fenômeno é conhecido como
efeito fotoelétrico e foi explicado em 1905 por Albert Einstein, que ganhou em 1921 o Prêmio Nobel de Física, em decorrência desse trabalho. Durante a
realização dos experimentos desenvolvidos para compreender esse efeito, foi observado que:
1. os elétrons eram emitidos imediatamente. Não havia atraso de tempo entre a incidência da luz e a emissão dos elétrons.
2. quando se aumentava a intensidade da luz incidente, o número de elétrons emitidos aumentava, mas não sua energia cinética.
3. a energia cinética do elétron emitido é dada pela equação Ec = ½ mv² = hf - W, em que o termo hf é a energia cedida ao elétron pela luz, sendo h a constante
de Planck e f a frequência da luz incidente. O termo W é a energia que o elétron tem que adquirir para poder sair do material, e é chamado função trabalho do
metal.
Considere as seguintes afirmativas:
I - Os elétrons com energia cinética zero adquiriram energia suficiente para serem arrancados do metal.
II - Assim como a intensidade da luz incidente não influencia a energia dos elétrons emitidos, a freqüência da luz incidente também não modifica a energia dos
elétrons.
III - O metal precisa ser aquecido por um certo tempo, para que ocorra o efeito fotoelétrico.
Assinale a alternativa correta.
Assinale a alternativa correta.
A) Somente a afirmativa II é verdadeira.
B) Todas as afirmativas são verdadeiras.
C) Somente as afirmativas I e II são verdadeiras.
D) Somente a afirmativa III é verdadeira.
E) Somente a afirmativa I é verdadeira.
Exercicios
Entre os vários trabalhos científicos desenvolvidos por Albert Einstein, destaca-se o efeito
fotoelétrico, que lhe rendeu o Prêmio Nobel de Física de 1921. Sobre esse efeito, amplamente
utilizado em nossos dias, é correto afirmar:

A) Trata-se da possibilidade de a luz incidir em um material e torná-lo condutor,


desde que a intensidade da energia da radiação luminosa seja superior a um
valor limite.

B) É o princípio de funcionamento das lâmpadas incandescentes, nas quais, por


ação da corrente elétrica que percorre o seu filamento, é produzida luz.

C) Ocorre quando a luz atinge um metal e a carga elétrica do fóton é absorvida


pelo metal, produzindo corrente elétrica.

D) É o efeito que explica o fenômeno da faísca observado quando existe uma


diferença de potencial elétrico suficientemente grande entre dois fios
metálicos próximos.

E) Corresponde à ocorrência da emissão de elétrons quando a frequência da


radiação luminosa incidente no metal for maior que um determinado valor, o
qual depende do tipo de metal em que a luz incidiu.
Exercicios
No final do século XIX e início do século XX, a Física se defrontou com vários problemas que não podiam ser
explicados com as teorias e modelos aceitos até esse período. Um desses problemas consistia em explicar
corretamente o fenômeno do Efeito Fotoelétrico. Sobre esse efeito, considere as seguintes afirmativas:
1. Esse efeito foi observado primeiramente por Henrich Hertz e sua explicação correta foi publicada em 1905 por
Niels Bohr.
2. A explicação correta desse efeito utilizou uma ideia de Max Planck, de que a luz incidente não poderia ter
energia com um valor qualquer, mas sim uma energia dada por múltiplos inteiros de uma porção elementar.
3. Segundo o modelo proposto, cada fóton, ao colidir com um elétron, transfere-lhe uma quantidade de energia
proporcional a sua velocidade.
Assinale a alternativa correta.
Assinale a alternativa correta.
A) Somente a afirmativa 1 é verdadeira.
B) Somente a afirmativa 2 é verdadeira.
C) Somente a afirmativa 3 é verdadeira.
D) Somente as afirmativas 1 e 3 são verdadeiras.
E) Somente as afirmativas 2 e 3 são verdadeiras.
Aula 7
O Átomo e suas Partículas
Elementares
Estrutura Eletrônica e Núcleo
Atômico
Átomo

 Unidade básica da matéria, consiste num núcleo central de


carga elétrica positiva envolto por uma nuvem de elétrons de
carga negativa.
 O núcleo é composto por prótons e nêutrons (exceto no caso do
átomo de hidrogênio, que é o único nuclídeo estável sem
nêutrons).
 Os elétrons de um átomo estão ligados ao núcleo por força
eletromagnética. Da mesma forma, um grupo de átomos pode
estar ligado entre si por meio de ligações químicas baseadas na
mesma força, formando uma molécula.
Átomo

Um átomo que tenha o mesmo número de prótons e elétrons é


eletricamente neutro, enquanto que um com número diferente
pode ter carga positiva ou negativa, sendo desta forma
denominada íon.
De acordo com o número de prótons no seu núcleo:
 O número de prótons determina o elemento químico e o
número de nêutrons determina o isótopo desse elemento.
 Isótopos são os elementos com números atômicos (Z) iguais,
mas com número de nêutrons (N) diferentes e,
consequentemente, número de massa (A) diferentes.
Átomo

Os átomos são objetos minúsculos, cujo diâmetro é de apenas


algumas décimas de nanômetros (10-9 m) e com pouca massa em
relação ao seu volume. A sua observação só é possível com
recurso a instrumentos apropriados, como o microscópio de
corrente de tunelamento.
Átomo

Kawa (2013) afirma que cerca de 99,94% da massa atômica está


concentrada no núcleo, tendo os prótons e nêutrons
aproximadamente a mesma massa. Cada elemento possui pelo
menos um isótopo com nuclídeo instável que pode sofrer
decaimento radioativo. Isto pode levar à ocorrência de uma
transmutação que altere o número de prótons ou nêutrons no
interior do núcleo.
Átomo

Os elétrons ligados a átomos possuem um conjunto estável de


níveis energéticos, ou orbitais atômicas, podendo sofrer
transições entre si ao absorver ou emitir fótons que
correspondam à diferença de energia entre esses níveis. Os
elétrons definem as propriedades químicas de um elemento e
influenciam as propriedades magnéticas de um átomo. A
mecânica quântica é a teoria que descreve corretamente a
estrutura e as propriedades dos átomos.
Partículas do Átomo

Apesar de o significado original do termo átomo corresponder a


uma partícula que não pode ser dividida em partículas menores,
cientificamente, do ponto de vista contemporâneo, o átomo é
constituído por várias partículas subatômicas: o elétron, o próton
e o nêutron. No entanto, um átomo de hidrogênio não tem
nêutrons e um íon hidrogênio não tem elétrons.
Partículas do Átomo

Lembrando: hidrogênio não tem nêutrons e um íon hidrogênio


não tem elétrons.
 Elétron - menor massa = 9,11 x10-31 kg; carga elétrica negativa
e dimensão de tal modo reduzida que não é possível a sua
medição com a tecnologia atual.
 Próton - carga positiva e massa 1836 vezes maior do que a do
elétron = 1,6726 x 10-27 kg.
 Nêutron - não possui carga elétrica e a massa 1839 vezes maior
do que a do elétron = 1,6929 x 10-27 kg.
 Nêutron e próton - possuem dimensões comparáveis, na ordem
de 2,5 x10-15 m.
Partículas do Átomo

No modelo padrão da física, os elétrons são partículas


verdadeiramente elementares sem qualquer estrutura interna.
Entretanto, tanto prótons quanto nêutrons são partículas
compostas, formadas por partículas denominadas quarks. Os
prótons se constituem de dois quarks up (cada um com carga +2⁄3)
e um quark down (com carga −1⁄3).
Partículas do Átomo

Os nêutrons consistem num quark up e dois quarks down.


Esta diferença é responsável pelos diferentes valores de
massa e carga entre as duas partículas, conforme ilustra a
Figura abaixo:
Partículas do Átomo

Os quarks mantêm-se unidos


por meio da força forte,
mediada pelos glúons. Por
outro lado, os prótons e
nêutrons mantêm-se unidos
mediante força nuclear, um
resíduo da força forte com
propriedades diferentes. O
glúon é um membro da família
dos bósons de calibre, que são
partículas elementares que
medeiam a forças físicas.
Estrutura Atômica e Núcleo Atômico

 Todos os prótons e nêutrons ligados num átomo formam um


pequeno núcleo atômico, sendo designados coletivamente por
núcleons.
 O raio de um núcleo é aproximadamente igual a FM, em que A
é o número total de nucleons. Este valor é muito inferior ao raio
do próprio odos átomo, que é da ordem dos 105 fm.
Estrutura Atômica e Núcleo Atômico

 Os núcleons mantêm-se unidos através de um potencial atrativo


de curto alcance denominado força nuclear residual.
 A distâncias inferiores a 2,5 fm, esta força é muito mais
poderosa que a força eletrostática, que faz com que os prótons
de carga positiva se repilam mutuamente.
Estrutura Atômica e Núcleo Atômico

 Átomos de um mesmo elemento químico têm sempre o mesmo


número de prótons, o qual é denominado número atômico.
 Entre cada elemento, o número de nêutrons pode variar,
determinando, desta forma, o isótopo desse elemento.
 O número total de prótons e nêutrons determina o nuclídeo. O
número de prótons relativamente ao número de nêutrons
determina a estabilidade do núcleo, havendo determinados
isótopos que são radioativos.
Estrutura Atômica e Núcleo Atômico

 Átomos com números atômicos baixos, um núcleo que tenha


um número de prótons diferente do de nêutrons pode decair
para um estado de energia inferior, por meio de radioatividade,
de forma que o número de prótons e elétrons seja igualado.
 À medida que o número atômico aumenta, a repulsa mútua
entre os prótons requer uma proporção cada vez maior de
nêutrons para manter a estabilidade do núcleo.
Estrutura Atômica e Núcleo Atômico

Neste sentido, não existem núcleos estáveis com o mesmo


número de nêutrons e prótons acima do número atômico 20
(cálcio) e, à medida que o valor aumenta, a razão entre nêutrons
e prótons necessária à estabilidade aumenta para cerca de 1,5.
Dá-se quando várias partículas atômicas se juntam para formar
um núcleo mais pesado, como o que ocorre quando dois núcleos
colidem.
 Ex.: no interior do Sol os prótons necessitam de energia na
ordem dos 3–10 keV para vencer a sua repulsa mútua – a
barreira de Coulomb - e se fundirem num único núcleo.
Estrutura Atômica e Núcleo Atômico

 Dois prótons dão origem a um núcleo de deutério com um


próton e um nêutron. Durante o processo, são emitidos um
pósitron (e+) – um elétron antimatéria – e um neutrino.
Estrutura Atômica e Núcleo Atômico

 O núcleo se divide em dois núcleos menores, normalmente por


meio de radioatividade.
 O núcleo também pode ser modificado por meio do
bombardeio com partículas subatômicas de elevada energia ou
fótons. Se isto modificar o número de prótons dentro do núcleo,
o átomo muda para um elemento químico diferente.
Estrutura Atômica e Núcleo Atômico

Fissão nuclear:
Estrutura Atômica e Núcleo Atômico

Se, depois de uma reação de fusão, a massa de um núcleo for


menor que a soma das massas das várias partículas, a diferença
entre estes dois valores pode ser emitida por meio de energia útil
(como raios gama ou a energia cinética de uma partícula beta), tal
como descrito na fórmula de equivalência massa-energia de
Einstein E = mc2, na qual m é a perda de massa e c é a velocidade
da luz.

Este déficit é parte da energia de ligação do novo núcleo, sendo a


perda irrecuperável de energia que faz com que as partículas
fundidas se mantenham juntas.
Estrutura Atômica e Núcleo Atômico

A fusão de dois núcleos que dão origem a núcleos maiores com


números atômicos inferiores aos do ferro e níquel (60) é
geralmente uma reação exotérmica que libera mais energia do
que aquela necessária para fundi-los. Este processo de libertação
de energia que faz da fusão nuclear em estrelas uma reação
autossustentável. Em núcleos mais pesados, a energia de ligação
por cada nucleon dentro do núcleo começa a ser cada vez menor.
Estrutura Atômica e Núcleo Atômico

Isto significa que os processos de fusão que produzam


núcleos com número atômico superior a 26 e massa
atômica superior a 60 são reações endergônicas. Estes
núcleos de maior massa não são capazes de dar origem a
uma reação de fusão produtora de energia que sustente o
equilíbrio hidrostático de uma estrela.
Estrutura Atômica e Núcleo Atômico

Nuvem de Elétrons:
 Elétrons são atraídos para os prótons do núcleo através de força
eletromagnética.
 Força que prende os elétrons no interior de um poço de
potencial eletrostático = significa que é necessária uma fonte de
energia externa para o elétron escapar.
 Quanto mais perto está o elétron do núcleo, maior a força de
atração.
 Assim, os elétrons que estejam ligados mais perto do centro do
poço de potencial requerem mais energia para escapar do que
aqueles que se encontram na periferia.
Nuvem de Elétrons

 Elétrons, tal como outras partículas, têm propriedades tanto de


partícula como de onda.
 Nuvem de elétrons é uma região no interior do poço de
potencial, na qual cada elétron forma um tipo de onda
estacionária tridimensional = onda que não se move em relação
ao núcleo.
 Comportamento definido por uma orbital atômica = caracteriza
a probabilidade de um elétron aparentar estar em determinada
localização quando a sua posição é medida.
Nuvem de Elétrons

 Há apenas um número limitado de orbitais em redor do


núcleo, posto que outros possíveis padrões de onda
rapidamente decaem para formas mais estáveis. As
orbitais podem ter um ou mais anéis ou nós, e diferem
entre si em termos de tamanho, forma e direção
 Cada orbital atômica corresponde a um determinado nível
de energia de um elétron.
Nuvem de Elétrons

 Um elétron pode alterar o seu estado para um nível de energia


superior ao absorver um fóton com energia suficiente para
impulsioná-lo para o novo estado quântico.
 De forma semelhante, por meio de emissão espontânea, um
elétron que se encontre num estado superior de energia pode
descer para um estado inferior ao emitir a energia em excesso
através de fótons.
Nuvem de Elétrons

 Estes valores de energia característicos, definidos pelas


diferencias de energia nos estados quânticos, são responsáveis
pelas linhas espectrais atômicas. A quantidade de energia
necessária para remover ou acrescentar um elétron,
denominada energia de ligação de elétrons, é muito inferior à
energia de ligação de núcleons.
 Como exemplo se observa que são necessários apenas 13,6 eV
para remover um elétron de um átomo de hidrogênio, em
comparação com os 2.23 milhões eV para dividir um núcleo de
deutério.
Nuvem de Elétrons

 Os átomos são eletricamente neutros quando têm um número


igual de prótons e elétrons. Os átomos que têm déficit ou
excesso de elétrons são denominados íons. Os elétrons mais
afastados do núcleo podem ser transferidos para outros átomos
ou partilhados entre átomos. A partir deste mecanismo, os
átomos são capazes de se ligar em moléculas ou outros tipos
decompostos químicos, como cristais iônicos ou covalentes.
Aula 8
Radioatividade
Radioatividade

 É um fenômeno natural ou artificial, pelo qual algumas


substâncias ou elementos químicos, chamados radioativos, são
capazes de emitir radiações, as quais têm a propriedade de
impressionar placas fotográficas, ionizar gases, produzir
fluorescência, atravessar corpos opacos à luz ordinária, etc.
 Radiações emitidas pelas substâncias radioativas são
principalmente partículas alfa e beta, e raios gama.
Radioatividade

 Radioatividade - forma de energia nuclear, consiste no fato de


alguns átomos, como os do urânio, rádio e tório serem
“instáveis”, perdendo constantemente partículas alfa, beta e
gama (raios X).
 O urânio, por exemplo, tem 92 prótons, porém no decorrer dos
séculos vai perdendo-os na forma de radiações, até terminar em
chumbo, com 82 prótons estáveis.
Radioatividade

Foi observada pela primeira vez pelo francês Henri Becquerel, em


1896, enquanto trabalhava em materiais fosforescentes. Pode ser:
 Natural ou espontânea - se manifesta nos elementos radioativos
e nos isótopos que se encontram na natureza e poluem o meio
ambiente.
 Artificial ou induzida - provocada por transformações nucleares
artificiais.
Radioatividade

 Fenômeno da desintegração
espontânea do núcleo de um
átomo com a emissão de
algumas radiações.
 A radioatividade transforma
núcleos instáveis, fazendo surgir
as radiações α, β e γ.
 A lei fundamental do
decaimento radioativo afirma
que a taxa de transformação de
núcleos radioativos é
proporcional ao número de
átomos dos núcleos, conforme
exemplifica a fórmula ao lado
Radioatividade
Unidade de Medida:
 Curie: definido como a quantidade de material radioativo
que dá desintegrações por segundo;

 Rutherford: quantidade de substância radioativa que


dá desintegrações por segundo.
Radioatividade

 Um elemento decai em substância radioativa que também é


radioativa.
 Na transformação radioativa sucessiva, se o número de
nuclídeos qualquer membro da cadeia é constante e não muda
com o tempo, é chamado em equilíbrio radioativo.
Radioatividade
A condição de equilíbrio é portanto:

Ou

 Em que os subscritos P, D e G indicam núcleo pai (do


Inglês parent), núcleo filha (do Inglês daughter) e núcleo
neta (do Inglês granddaughter) respectivamente.
Radioatividade

Aplicações
 1- Determinação da idade de materiais antigos com auxílio de
elementos radioativos.
 2- Análises para obtenção de vestígios de elementos.
 3- Aplicações médicas como diagnóstico e tratamento.
Aula 9
Raios X
Desintegração Alfa
Mecanismos de Desintegração

 A estabilidade de um núcleo atômico é resultado do


equilíbrio entre as forças nucleares e as de repulsão
eletrostática.
 Quando há um desequilíbrio entre essas forças, ocorre a
instabilidade do núcleo.
Mecanismos de Desintegração

 Nesta situação, o núcleo procura atingir o estado de maior


estabilidade, emitindo partículas (α, β, etc.) ou radiações
eletromagnéticas (radiação ɣ).
 Este processo de transmutação conhecida como desintegração
radioativa implica na diminuição gradual de massa e da
atividade radiativa.
Mecanismos de Desintegração

 Uma vez decaem, os núcleos radioativos, denominados


núcleos-pais, podem transformar-se em outro nuclídeo: o
núcleo filho. Este pode ser gerado no seu estado
fundamental, ou em um de seus níveis de excitação, caso
em que novas emissões radioativas são necessárias, para
que o estado fundamental seja atingido

 A desintegração nuclear pode fornecer informações sobre


as espécies nucleares, e seus esquemas de desintegração,
tais como os níveis de energia das transições, meias-vidas
e spins nucleares.
Lei da Desintegração

 As forças de interação próton-próton (p-p), nêutron-nêutron (n-


n) e próton-nêutron (p-n) são semelhantes, existindo uma forte
tendência para os núcleos apresentarem igual número de
prótons e nêutrons.
Lei da Desintegração

 Entretanto, existe uma repulsão Coulombiana nas interações p-p


e, consequentemente, em núcleos mais pesados, sempre há um
excesso de nêutrons, para garantir a coesão nuclear.
 Os núcleos contendo números pares de prótons e de nêutrons
são mais abundantes e mais estáveis do que aqueles contendo
números ímpares de prótons ou nêutrons.
Lei da Desintegração

 A instabilidade nuclear aumenta na mesma proporção do


crescimento do número de núcleons, e pode originar
desintegração ou fissão nuclear.
 A desintegração radioativa ocorre pela emissão de
partículas alfa (núcleos de hélio – 4He++), partículas beta
(elétrons originados no núcleo), fótons gama e X.
Lei da Desintegração

 Os núcleos que apresentam este processo foram


denominados radioativos, por Marie Curie. Como já vimos,
a desintegração radioativa obedece a uma lei exponencial,
do tipo:

 Em que: N0: é o número de átomos radioativos no instante


t=0; λ: é a constante de desintegração.
Lei da Desintegração

 Define-se a meia-vida do processo, t1/2, como o tempo


necessário para que a quantidade de átomos radioativos
reduza-se à metade. A partir desta definição, se conclui que:
Desintegração Alfa

 A partícula alfa é constituída de 2


prótons e 2 nêutrons (núcleo de
4
He), num total de 4 núcleons, e
grande quantidade de energia,
produzindo-se um novo elemento
situado no lugar Z-2 da Tabela
Periódica.
 Em geral, os núcleos alfa
emissores têm número atômico
elevado (Z maior que 82).
Desintegração Alfa

Consequências da emissão de partículas alfa para a


estrutura do átomo:
 Conforme se sabe, a emissão de radiação é um processo
que acontece a partir do núcleo – donde se origina o
termo reações nucleares. Portanto, envolve uma
variação da carga nuclear (positiva), causando
alterações na substância.
Desintegração Alfa

Consequências da emissão de partículas alfa para a


estrutura do átomo:
 No caso da emissão de uma partícula alfa (α), o número
atômico (quantidade de prótons) do átomo diminui duas
unidades (porque perdeu dois prótons) e seu número de
massa (quantidade de prótons e nêutrons no núcleo)
diminui quatro unidades .
Aula 10
Desintegração Beta
Desintegração por Captura
Eletrônica
Transições Gama
Desintegração Beta

 Corresponde à emissão de elétrons pelo núcleo.


 Estes elétrons podem ser negativos (β-) ou positivos (β+).
 Ao emitir uma partícula β-, um nêutron transforma-se em um
próton e o número atômico, Z, aumenta em uma unidade.
Desintegração Beta

 Na emissão β+, um próton


transforma-se em nêutron, com
a diminuição de Z, em uma
unidade.
 Em ambos os casos, o número
de massa permanece inalterado.
 Tal desintegração é
característica de núcleos leves,
sendo a mais comum entre os
elementos que buscam a
estabilidade.
Desintegração Beta

Emissão Beta Negativo (Β-)


 É comum em núcleos em que haja excesso de nêutrons.
Neste processo, um nêutron transforma-se em um próton,
uma partícula beta negativa e um antineutrino:
Desintegração Beta

 Como se pode observar, o número de prótons no núcleo


aumenta de uma unidade, enquanto que o número de
massa permanece o mesmo, pois deixa de existir um
nêutron:

 Em que: é o neutrino; Q é a energia liberada no


processo.
Desintegração por Captura Eletrônica

 Não é um processo essencialmente nuclear, é uma reação


de absorção, e pode ser tratada como desintegração
porque envolve o núcleo atômico.
 Este processo de desintegração ocorre quando um núcleo
instável, com excesso de prótons, captura um elétron
orbital, geralmente da camada K.
Desintegração por Captura Eletrônica

 Desta forma, um próton se transforma em nêutron:

 Esta desintegração pode ser assim esquematizada:

 Após esse processo, ocorre emissão de radiação


eletromagnética, em geral, raios-X em virtude do
preenchimento sucessivo de vacâncias eletrônicas por
elétrons de órbitas mais externas.
Transições Gama

 Quando um núcleo decai por emissão alfa ou beta, geralmente


o núcleo resultante tem seus núcleons fora da configuração de
equilíbrio, ou seja, contêm ainda um excesso de energia
temporário.
 Para atingir o estado fundamental, a energia excedente é
emitida sob a forma de fóton, denominado radiação γ.
Transições Gama

 A energia da radiação gama é bem definida e depende


somente dos valores inicial e final de energia da transição,
conforme expressão abaixo:

 Em que h = constante de Planck = 6,6252.10-34 J.s;


= frequência da radiação
Transições Gama

 Os raios γ não têm carga elétrica, sendo semelhantes aos raios


X, mas normalmente com comprimento de onda menor.
 As propriedades físicas dos raios gama, inclusive a sua interação
com a matéria, são similares àquelas dos raios X.
 A diferença fundamental está na origem de ambos.
 Enquanto os raios γ provêm do núcleo, os raios X se originam
das órbitas eletrônicas, não ocasionando alteração nos valores
de Z e A.
Aula 11
Conversão Interna
Poder de Penetração e Danos
Causados ao Ser Humano pela
Partículas α, β e γ.
Conversão Interna

 Compete com a emissão de radiação gama e consiste na


transferência da energia de excitação nuclear para elétrons das
primeiras camadas, por meio de interação coulombiana,
arrancando-os de seus orbitais com a energia dada pela
diferença entre a energia de excitação EEx do átomo e a energia
de ligação do elétron à eletrosfera EB.
Conversão Interna

Em que: EEX é a energia de excitação transferida ao elétron


ejetado, em forma de energia cinética; EB é a energia de
ligação na camada em que estava o elétron ejetado.
Conversão Interna

 Estes elétrons são monoenergéticos e a relação entre o número


de elétrons de conversão por segundo (Nec) e o número de
fótons por segundo (N γ) é chamada de coeficiente de
conversão interna total (α). O coeficiente de conversão interna
total (αT) é dado por:

 Em que: αK, αL, etc., são os coeficientes de conversão interna


para as camadas K, L, etc.
Poder de Penetração pelas
Partículas α, β e γ
 A velocidade das partículas alfa é baixa, sendo inicialmente de 3
000 km/s até 30 000 km/s.
 A sua velocidade média é de aproximadamente 20 000 km/s,
que é 5% da velocidade da luz.
 Por ser lenta, a alfa tem um poder de penetração muito baixo,
não atravessando nem mesmo uma folha de papel, roupas ou
pele.
Poder de Penetração pelas
Partículas α, β e γ
 Partícula beta - seu poder de penetração é médio, sendo de 50 a
100 vezes mais penetrante que as partículas alfa.
 Estas podem atravessar uma folha de papel, mas são detidas
por uma chapa de chumbo de apenas 2 mm ou de alumínio de 2
cm. Quando incidem no corpo humano, podem penetrar até 2
cm.
Poder de Penetração pelas
Partículas α, β e γ
 Gama - podem atravessar um corpo humano e causar danos
irreparáveis.
 Quando passa através da matéria, essa radiação interage com as
moléculas, resultando em íons e radicais livres, sendo que esses
últimos são prejudiciais às células vivas.
Poder de Penetração pelas
Partículas α, β e γ
Gama:
 Algumas células se mostram mais sensíveis, como as do
tecido linfático, as da medula, as das membranas mucosas
intestinais, as das gônadas e as do cristalino dos olhos.
Poder de Penetração pelas
Partículas α, β e γ
Poder de penetração:
Lei da Desintegração Radioativa
Meia-vida:
 Se não se pode falar de certezas, pode-se falar de
probabilidades:
 Se um nuclídeo é muito instável existe uma chance maior de
que ele se desintegre antes do que o faça um nuclídeo que seja
mais estável.
Lei da Desintegração Radioativa

 Somente um nuclídeo radioativo - não se pode falar em


probabilidades.
 Um grande número de átomos com um dado nuclídeo -
poderemos contar quantos se desintegram no primeiro
segundo, quantos no segundo seguinte e assim por diante.
 O que se constata, fazendo esta experiência, é que para um
dado nuclídeo, uma dada fração dos átomos radioativos sempre
decairá em um dado tempo.
Lei da Desintegração Radioativa

 Meia vida de 30 anos do Cs137.


 Tempo inicial - No átomos radioativos de Cs137.
 Passados 30 anos, teremos No/2 átomos radioativos.
 Mais 30 anos teremos a metade de No/2, que é No/4. E assim
por diante.
 Esse tempo necessário para que a metade dos átomos tenham
se desintegrado é chamado meia-vida do nuclídeo em questão.
Lei da Desintegração Radioativa
Meia Vida de Alguns Elementos:
Constante de Decaimento e Atividade de
Fontes Radioativas
 O decaimento de qualquer um dos núcleos tem igual
probabilidade de ocorrer.
 O decaimento de um único átomo radioativo é um fenômeno
aleatório.
 Há núcleos que terão um longo tempo de vida e outros que
terão vida curta.
Constante de Decaimento e Atividade de
Fontes Radioativas
 O número de núcleos que decaem aumenta com o número
total de núcleos radioativos no qual o decaimento ocorre.
 O número ΔN de núcleos decaindo durante um intervalo
de tempo Δt é proporcional ao número No de núcleos
existentes no início do decaimento e ao intervalo Δt.
Constante de Decaimento

 O sinal negativo indica que o


número de núcleos
radioativos diminui como um
resultado do decaimento.

 λ é chamada constante de
decaimento e é característica
de cada núcleo.
Lei Fundamental do Decaimento

 Obtemos, assim, o número N


de partículas que permanecem
radioativas depois de um
tempo t.
Tempo de Meia Vida

 Podemos, então, calcular o


tempo t no qual o número
N de núcleos radioativos é
igual à metade do número
inicial de núcleos
radioativos No (N = No/2),
donde:
Tempo de Meia Vida

 O tempo t é chamado meia-vida (T1/2).


 Tempo que deve transcorrer para que a intensidade da fonte
radioativa se torne a metade da existente no tempo inicial.
 A constante λ tem dimensão de 1/s e caracteriza a fração de
núcleos que decaem na unidade de tempo, isto é, determina a
taxa de decaimento radioativo.
Vida Média

 A quantidade Ƭ = 1/ λ é
chamada vida média de
um isótopo radioativo,
pois expressa o seu tempo
médio de vida, isto é:
Atividade

 O número de desintegrações que ocorrem em dada amostra


radioativa durante um segundo, chamado ATIVIDADE da
amostra, é medido em Bequerel (Bq).
Atividade

 Decaimento radioativo pode ser


representado por meio de
gráfico, em que o nº de núcleos
radioativos da amostra está
relacionado a sua atividade.
Observando o Gráfico ilustrado
ao lado, temos o decaimento
radioativo.
Exercício
Baseado no gráfico anterior, responda:

 Qual o tempo t transcorrido para que a atividade seja Ao/2?


 Qual o tempo t transcorrido para que a atividade seja Ao/4?
 Qual o tempo t transcorrido para que a atividade seja nula?
Aula 12
Sistema Elétrico dos Raios X
Sistema Elétrico de um Raio-X
Sistema Básico:
De acordo com Pereira (2012), desde a fabricação dos primeiros
equipamentos radiográficos até os modernos equipamentos
telecomandados, o que mais evoluiu foi, realmente, o sistema
elétrico de alimentação da ampola e o sistema de autocontrole de
tensão, corrente e tempo. Nos primeiros diagnósticos médicos
por imagem, o equipamento radiográfico era constituído
unicamente da ampola de raios-X, e seu suporte, e do gerador de
alta tensão.
Sistema Elétrico de um Raio-X
Sistema Básico:
O controle de tempo era realizado pelo próprio médico ou
operador que desligava o gerador de alta tensão quando julgava
ter atingido o tempo ideal, ás vezes controlado por um relógio de
pulso.

A partir do advento das válvulas, em 1920, e dos transistores, em


1950, os equipamentos puderam ser aperfeiçoados com a
inclusão de temporizadores automáticos e controles precisos de
tensão e corrente.
Sistema Elétrico de um Raio-X
Sistema Básico:
Em seguida, os sistemas totalmente mecânicos, foram substituídos
por chaves eletromecânicas e as tensões deixaram de ser alteradas
unicamente por transformadores. Depois, a tensão estabelecida na
ampola foi alterada de monofásica para trifásica, e, mais
recentemente, gerada através de pulsos de alta frequência.
Anexaram-se posteriormente controles microprocessados de ajuste
automático de tensão, corrente e tempo foram anexados as mesas
de comando com a revolução do computador a partir da década de
80.
Sistema Simplificado
Esquema elétrico simplificado:
Sistema Simplificado

 Transformador de entrada, que tem por função elevar a tensão


da rede elétrica hospitalar de 127 ou 220 volts para 1.000 a
2.000 volts.
 O primeiro ajuste que se pode fazer é quanto ao real valor da
tensão elétrica disponível para o aparelho. É comum que a
tensão no hospital varie, quando vários equipamentos estão em
funcionamento.
 Como a qualidade da imagem está diretamente ligada à técnica
utilizada, é importante termos a certeza de que o valor ajustado
na mesa de comando será efetivamente aplicado na ampola.
Sistema Simplificado

 Para isso, há um monitor de linha (voltímetro) que nos informa


a tensão real disponibilizada ao aparelho.
 Caso a tensão não seja exatamente 220 V, a correção é feita por
meio do botão de compensação de linha.
 Assim, se for assegurado que o primário do transformador
recebe exatamente a tensão para que foi construído (127 ou
220 V), a técnica escolhida na mesa de comando, no que diz
respeito a tensão kV, será a que realmente estará presente na
ampola.
Sistema Simplificado
Para o ajuste do kV na ampola, temos dois botões:

 Grosso - permite uma variação da ordem de dezenas de kV,


através de grandes deslocamentos do tap superior do
secundário do transformador.
 Fino - o deslocamento no tap do secundário é muito menor,
permitindo ajustes das unidades de kV na técnica escolhida.
Assim, torna-se mais rápida e precisa a alteração dos valores de
tensão na ampola.
Sistema Simplificado

 Há um circuito de tempo responsável pela real aplicação da alta


diferença de potencial entre ânodo e cátodo.
 É propositadamente localizado após a seleção de tensão para
que se tenha a certeza de que a radiação será gerada apenas
durante o tempo pré-estabelecido, nem mais nem menos.
 Assim, uma vez findo o tempo programado, o circuito irá cortar
a tensão e a ampola não produzirá mais radiação X.
Sistema Simplificado

 É o verdadeiro gerador da grande diferença de potencial na


ampola.
 Enquanto que normalmente o transformador de entrada se
encontrava na própria mesa de comando, o transformador de
alta tensão muitas vezes era colocado à parte da mesa de
comando e do pedestal de suporte do cabeçote.
Sistema Simplificado

 A relação de transformação é fixa, da ordem de 1:1000, pois a


regulagem do kV já foi realizada no transformador primário.
 Nos primeiros aparelhos construídos no tempo da Segunda
Guerra Mundial, o transformador de alta tensão era incluído no
próprio cabeçote.
 Porém, está em desuso, pois o cabeçote torna-se muito pesado.
Tensão Retificada
Após o transformador de alta tensão, é colocado um sistema de
retificação de tensão.
Sistema Simplificado

 A retificação é necessária para garantir que a tensão do ânodo


seja sempre positiva em relação ao cátodo.
 Tem por função medir a corrente elétrica que circula entre
ânodo e cátodo e serve para confrontar com o valor ajustado
pelo técnico para o mA.
 Nos aparelhos modernos, este medidor foi suprimido porque os
tempos de funcionamento da ampola são tão curtos que é
quase impossível acompanhar o movimento do ponteiro do
amperímetro e conseguir se fazer uma leitura confiável.
Sistema Simplificado

 Para a regulagem e controle do filamento, o circuito elétrico


possui dois seletores e um transformador de corrente. O
primeiro seletor controla a corrente que irá circular no
filamento por meio do controle da corrente no primário do
transformador, já que a tensão aplicada é sempre a mesma.
 A corrente é escolhida mediante seleção de um resistor
apropriado que, a partir da tensão fixa aplicada, irá resultar
numa corrente proporcional. No secundário do transformador, a
corrente amplificada é então aplicada diretamente ao filamento
do cátodo.
Sistema Simplificado

 Pode parecer estranho controlar a corrente do filamento ao


invés da corrente da ampola, porém esta é a única maneira, já
que não há controle sobre os elétrons que são produzidos pelo
efeito termiônico.
 No entanto, há uma relação direta entre corrente aplicada no
filamento e corrente resultante no tubo entre ânodo e cátodo.
 O segundo seletor de corrente serve para realizar-se a escolha
entre o foco fino e o foco grosso.
Sistema Simplificado

 A opção apresentada é a de um transformador onde se escolhe


o enrolamento primário que receberá a tensão e por
conseguinte, estará se escolhendo o filamento a ser utilizado.
 Deve-se sempre lembrar que a corrente que passa na ampola é
apenas uma fração da corrente que passa no filamento, porém,
são diretamente proporcionais entre si (PEREIRA, 2012).
Sistema Retificado

 O sistema apresentado anteriormente é conhecido como


monofásico de meia onda, porque utiliza apenas uma onda
senoidal, e meia onda porque aproveita apenas a parte
positiva desta. Este sistema há muito foi abandonado pela
indústria, já que desperdiça a metade da energia disponível
ao aproveitar apenas a metade da tensão, ou seja, apenas a
parte positiva.
 O sistema monofásico atualmente utilizado é o de onda
completa, que aproveita toda a onda senoidal. Este
aproveitamento total se dá pela transformação da parte
negativa da onda senoidal em tensão positiva.
Sistema Retificado

Tensão alternada e a retificada completa


Sistema Retificado

 Para que se possa realizar esta


transformação, há a necessidade
de utilizar um circuito retificador
de meia ponte ou ponte
completa. Observe na ilustração
ao lado a alteração na saída do
transformador de alta tensão
necessária para a introdução do
circuito retificador de meia
ponte.
Sistema Retificado

 Comparando-se as curvas de tensão retificada dos dois circuitos,


é possível perceber a nítida melhoria na qualidade da onda.
 Em circuitos de meia onda, a tensão entregue à ampola
permanece metade do tempo nula, sem qualquer contribuição
para a geração de fótons.
 Na outra metade do tempo, a tensão varia de zero até seu valor
máximo, o que provoca a geração de um feixe de fótons
também variável.
Sistema Retificado

A Figura ao lado mostra esta


situação para o caso do retificador
de onda completa onde o feixe de
radiação só é eficiente em torno
de um terço do tempo. Esta
condição deve ser levada em
consideração quando estamos
escolhendo a técnica em
aparelhos distintos (PEREIRA,
2012).
Sistema Retificado

 Como no equipamento com retificador de meia onda só há


tensão metade do tempo total, o tempo a ser escolhido deve
ser o dobro daquele utilizado para um aparelho que utiliza
retificador de onda completa. Se comparados a circuitos que
mantenham a tensão constante o tempo todo entre os
eletrodos da ampola, este tempo (dos circuitos monofásicos de
onda completa) deveria ser 3 vezes maior.
 Atualmente, os geradores de alta tensão monofásicos só são
utilizados em equipamentos móveis e portáteis, em função da
facilidade em ligá-los em tomadas simples de parede, que são
monofásicas.
Sistema Trifásico

 Sempre buscando proporcionar a alta tensão o mais constante


possível para a ampola, o gerador de alta tensão sempre foi um
item em constante desenvolvimento.
 A rede elétrica de uma cidade é distribuída em três ondas
senoidais de tensão, defasadas de 120° uma da outra.
 Para ondas de 60 Hz, significa que cada onda está atrasada em
5,55ms em relação à outra.
 Um Hospital, por utilizar muita energia, recebe da companhia de
distribuição a tensão por meio de três fases.
Sistema Trifásico

 Todos os aparelhos de grande porte de um hospital são


trifásicos.
 A maior vantagem dos equipamentos trifásicos, aqueles que
utilizam as 3 fases, é que a corrente elétrica, e o consumo de
energia, é distribuída nas 3 fases, o que resulta em
equipamentos menores, com fios mais finos, e que aproveitam
melhor a energia total recebida.
 No caso dos sistemas retificadores trifásicos, a tensão nunca
chega a atingir zero volts, como ocorre nos sistemas
monofásicos.
 A Figura a seguir mostra o resultado final da retificação
individual de cada fase.
Sistema Trifásico
Sistema Trifásico

 Existem dois tipos de retificadores trifásicos: de 6 pulsos e de 12


pulsos. O primeiro é mais simples, porém a tensão resultante
apresenta uma variação de 13% entre o valor máximo e mínimo.
 O segundo é mais complexo de ser construído, pois necessita de
dois transformadores para que se consigam as tensões
hexafásicas, que são defasadas de 60% entre si.
 Porém, há a vantagem da tensão de saída apresentar apenas
uma variação em torno de 4% do valor máximo. Atualmente, a
maioria dos equipamentos fixos é construída utilizando
geradores trifásicos de alta tensão.
Sistema de Alta Frequência
 O gerador de tensão de alta frequência para ampola é o
dispositivo mais moderno disponível e utiliza um complexo
sistema de transformação da tensão alternada em tensão
praticamente contínua.
Sistema de Alta Frequência

 Este tipo de gerador retifica a onda senoidal disponível,


monofásica ou trifásica de 60 Hz, em tensão quase contínua,
porém de baixo valor, em torno de 300 V.
 Depois, esta tensão contínua é transformada em tensão
alternada novamente, porém com uma frequência muito alta,
mais de 10 000 Hz.
 A tensão alternada de alta frequência é então aplicada num
transformador que irá elevá-la para os milhares de volts
aplicados à ampola.
Sistema de Alta Frequência

 Porém, deve ser novamente retificada, pois a ampola só


funciona com tensão contínua.
 Esta última retificação não difere das utilizadas nos sistemas
monofásico ou trifásico, porém, como a frequência de oscilação
da tensão é muito maior, a variação da tensão máxima retificada
é quase nula.
 Pode-se, então, considerar a tensão constante dentro da
ampola, o que consequentemente, irá provocar um feixe de
radiação também constante ao longo do tempo de exposição. A
variação obtida com estes sistemas é menor do que 1%, o que
representa menos de 1 kV numa técnica de 100 kV, por
exemplo.
Sistema de Alta Frequência

 Alguns fabricantes desenvolveram geradores de alta frequência


que podem ser acoplados a equipamentos antigos. Composto
do sistema de geração de tensão e da mesa de controle, donos
de clínicas e hospitais podem adaptar este novo sistema aos
seus aparelhos radiográficos antigos.
 Se comparado ao equipamento antigo, o novo sistema permitirá
melhoria na qualidade de imagem e diminuição no tempo de
exposição, implicando numa ampliação da vida útil da ampola
existente.
Sistema de Alta Frequência

 É uma forma de se recondicionar aparelhos antigos, que


poderiam estar desativados, e colocá-los na ativa novamente. O
aço utilizado para a manufatura da mesa, pedestal, cabeçote,
etc., não desgasta, e representa uma boa parte do custo final do
equipamento.
 A própria ampola não precisa ser trocada. Assim, a substituição
do gerador, numa análise global, é uma boa opção para
melhoria da qualidade do serviço radiológico.
Sistema Capacitivo

 Devido a necessidade de mobilidade e baixo peso, sem um


grande compromisso com a qualidade e flexibilidade de exames,
este sistema é o mais indicado. Seu funcionamento é muito
semelhante ao do equipamento radiográfico convencional ou
fixo, com pequena alteração apenas no circuito de alta tensão.
Sistema Capacitivo

 Os equipamentos móveis e portáteis são os que mais se utilizam


do disparo de tensão por armazenamento capacitivo, como
ilustra a Figura abaixo:
Sistema Capacitivo

 O sistema elétrico capacitivo é muito semelhante ao


funcionamento de uma bateria de carro. Assim como a bateria
armazena energia para que o carro possa utilizá-la quando
necessita dar partida no motor, o capacitor irá armazenar a
energia necessária quando a ampola necessitar produzir a
radiação. E para obter esta energia, a bateria precisa de um
circuito elétrico que a forneça, no caso, o alternador e o
regulador do carro. Para o sistema capacitivo, a energia é
retirada da instalação normal do hospital, em qualquer tomada
de 127V ou 220V.
Sistema Capacitivo

A diferença entre utilizar armazenamento de energia a partir de


um capacitor ou uma bateria está em dois pontos, conforme se
observa a seguir:
 a) a bateria perde energia mais devagar com o passar do tempo
do que o capacitor; por isso é utilizada em carros, que muitas
vezes passam alguns dias parados;
 b) o capacitor tem capacidade de fornecer energia mais
rapidamente que a bateria; que é conveniente na produção do
feixe de fótons, que dura apenas alguns poucos segundos.
Sistema Capacitivo

A produção de fótons em função do tipo de gerador é ilustrada na


Figura abaixo:
Aula 13
Qualidade do Feixe de Raios X
Interações das Radiações
Eletromagnéticas com a Matéria
Qualidade do Feixe de Raios X

 O desenvolvimento de vários tipos de geradores de alta tensão


tem dois objetivos básicos: a questão eletroeletrônica e a
questão radiográfica.
 Do ponto de vista eletroeletrônico, sistemas de alta frequência
são mais confiáveis e precisos na produção de uma tensão
quase contínua.
Qualidade do Feixe de Raios X

 Também são mais fáceis de controlar na questão do tempo de


exposição e corrente que circula na ampola.
 Por outro lado, também ocupam menos espaço e são mais
fáceis de fazer manutenção, além de permitirem mais recursos e
opções para o técnico, inclusive exposição automática.
Qualidade do Feixe de Raios X

 Do ponto de vista radiográfico, a melhoria nos geradores trouxe


também uma melhoria na qualidade do feixe de fótons
produzidos.
 Como os geradores de alta frequência mantêm a tensão
constante por mais tempo, são gerados mais fótons de alta
energia do que nos geradores trifásicos, e às vezes quase o
dobro que um gerador monofásico.
Qualidade do Feixe de Raios X
Qualidade do Feixe de Raios X

 Esta melhoria da qualidade do feixe resulta num exame que


pode ser executado de forma mais rápida e com menor dose
para o paciente, já que são reduzidos, proporcionalmente, os
fótons de baixa energia.
 Por outro lado, a repetibilidade da técnica, ou seja, a dose e a
tensão escolhidas na mesa de comando será sempre
corretamente executada pelo aparelho a cada novo exame,
diminuindo a necessidade de repetição do exame por causa do
desgaste da ampola.
Interações das Radiações Eletromagnéticas
com a Matéria
 No processo de interação de partículas carregadas com a
matéria, a energia é perdida em decorrência de um grande
número de colisões, a maioria com elétrons orbitais, processo
esse que não ocorre na interação da radiação gama ou X com a
matéria.
 Nesta, em princípio, os fótons são absorvidos ou desviados de
sua trajetória original por meio de uma única interação.
Interações das Radiações Eletromagnéticas
com a Matéria
 O fóton, quando produz ionização, o faz em uma única vez,
sendo que o elétron pode ser arrancado de um átomo por
diversos mecanismos.
 Este elétron liberado, denominado elétron secundário,
pode possuir quase tanta energia quanto um fóton inicial
e, por sua vez, produzir novas ionizações até consumir
toda sua energia.
Interações das Radiações Eletromagnéticas
com a Matéria
 Em outras palavras, pode-se considerar que a ionização da
matéria, quando atravessada por fótons, é consequência de
elétrons secundários, já que cada fóton, em princípio, produz
muito pouca ou, às vezes, só uma ionização.
 Os principais efeitos decorrentes da interação das radiações γ e
X com a matéria são observados a seguir.
Interações das Radiações Eletromagnéticas com a Matéria

Efeito Fotoelétrico – EFE:


Interações das Radiações Eletromagnéticas
com a Matéria
Caracterizado pela transferência total de energia de um fóton
(radiação X ou gama), que desaparece, a um único elétron orbital,
o qual é expelido com uma energia cinética bem definida, T, qual
seja:

T = hν - Be

*Em que h é a constante de Planck, ν é a frequência da radiação


e Be é a energia de ligação do elétron orbital.
Efeito Fotoelétrico

 Como T expressa a energia do fóton, a menos de um valor


constante Be, a transferência dessa energia para o material de
um detetor pode ser utilizada como mecanismo de identificação
do fóton e respectiva energia.
 O fato de a transferência de energia do elétron de ionização
para o material produzir uma ionização secundária
proporcional, faz com que a amplitude do pulso de tensão ou
intensidade de corrente proveniente da coleta dos elétrons, ou
íons, no final do processo expressem a energia da radiação
incidente.
Interações das Radiações Eletromagnéticas
com a Matéria
 A direção de saída do fotoelétron, com relação à de incidência
do fóton, varia com a energia.
 Para altas energias (acima de 3 MeV), a probabilidade de ser
ejetado para frente é bastante grande.
 Para baixas energias (abaixo de 20 keV), a probabilidade de sair
para o lado é máxima para um ângulo de 70 graus.
Interações das Radiações Eletromagnéticas
com a Matéria
 O EFE é predominante para baixas energias e para elementos
químicos de elevado número atômico Z, decrescendo
rapidamente com o aumento de energia.
 No caso do chumbo, o EFE é maior para energias menores que
0,6 MeV e, no caso do alumínio, para energias menores do que
0,06 MeV.
Interações das Radiações Eletromagnéticas
com a Matéria
Efeito Compton
 Aqui, o fóton interage com um elétron periférico do átomo, mas
cede apenas parte de sua energia, resultando na emissão de um
fóton com energia menor e que continua sua trajetória dentro
do material e em outra direção.
Interações das Radiações Eletromagnéticas
com a Matéria
 Como a transferência de energia depende da direção do elétron
emergente e sendo esta aleatória, de um fóton de energia fixa
podem resultar elétrons com energia, variando de zero até um
valor máximo.
 Assim, a informação associada ao elétron emergente é
desinteressante, sob ponto de vista da detecção da energia do
fóton incidente.
Interações das Radiações Eletromagnéticas
com a Matéria
 Quando a energia de ligação dos elétrons orbitais se torna
desprezível face à energia do fóton incidente, a probabilidade
de ocorrência de espalhamento Compton aumenta
consideravelmente.
 O efeito Compton é predominante para energias intermediárias
(100keV - 1MeV).
Interações das Radiações Eletromagnéticas
com a Matéria
Formação de Pares.
 Uma das formas predominantes de absorção da radiação
eletromagnética de alta energia, também chamada de formação
de par elétron-pósitron, ocorre quando fótons de energia
superior a 1,02 MeV passam próximos a núcleos de elevado
número atômico, interagindo com o forte campo elétrico
nuclear.
 Nesta interação, a radiação desaparece e dá origem a um par
elétron-pósitron, por meio da reação:
Resumindo a Interação da Radiação Gama
(Fótons) com a Matéria
Formação de Pares.
 Como os fótons não possuem carga elétrica, são capazes de
atravessar porções consideráveis de matéria sem sofrer
interações. Isto é particularmente válido para fótons de alta
energia (radiação gama).
 A absorção e a detecção de raios γ envolvem a interação inicial
do fóton, que constitui o raio γ, com a matéria, por meio de um
dos seguintes processos principais.
Resumindo A Interação da Radiação Gama (Fótons) com
a Matéria

Os 3 efeitos:
Resumindo

 1) EFE - um fóton é completamente absorvido e o elétron orbital


é ejetado com energia cinética E. Este elétron orbital ejetado é
chamado fotoelétron.
 2) Efeito Compton - o fóton interage com um elétron orbital
fracamente ligado ao átomo. Como resultado, outro fóton de
menor energia é produzido e o elétron, originalmente
estacionário, é colocado em movimento com energia E.
Resumindo

 3) Efeito Produção de Pares - o fóton incidente possui energia


maior que 1022 keV, equivalente ao dobro da massa de repouso
do elétron.
Ao contrário dos outros dois fenômenos, a produção de pares é
originada da interação do fóton com o campo elétrico do núcleo
do átomo.
Nesta interação, toda a energia do fóton é transformada num
par elétron-pósitron, que vai perdendo a energia cinética
adquirida via excitação e ionização. Para que o fenômeno
ocorra, três grandezas devem ser conservadas: energia, carga e
momento.
Aula 14
Interações de Partículas Carregadas
com a Matéria
Radiações Ionizantes e não
Ionizantes
Interações de Partículas Carregadas
com a Matéria
Em seus estudos, Xavier; Moro; Heilbron (2006) afirma que as
radiações são processos de transferência de energia sob a forma
de ondas eletromagnéticas que, ao interagirem com a matéria,
resultam na transferência de energia para os átomos e moléculas
que estejam em sua trajetória.

No que se refere à física, as radiações, ao interagirem com um


meio material, podem provocar ionização, excitação, ativação do
núcleo ou emissão de radiação de frenamento, conforme descrito
a seguir.
Interações de Partículas Carregadas
com a Matéria
Ionização:
Processo de formação de átomos eletricamente carregados, ou
seja, íons, pela remoção ou acréscimo de um ou mais elétrons.

Ionização:
Adição de energia a um átomo, elevando-o do estado
fundamental de energia ao estado de excitação. Os elétrons são
deslocados de seus orbitais de equilíbrio e, ao retornarem,
emitem a energia excedente sob a forma de radiação (luz ou
raios-X característicos).
Interações de Partículas Carregadas
com a Matéria
Ativação do núcleo:
Interação de radiações com energia superior à energia de ligação
dos núcleons e que provoca reações nucleares, resultando num
núcleo residual e na emissão de radiação.

Radiação de frenamento (Bremsstrahlung):


Radiação, em particular raios-X, emitida em decorrência da
perda de energia cinética de elétrons que interagem com o
campo elétrico de núcleos de átomos-alvo, com elevado número
atômico, ou mesmo que interagem com a eletrosfera. Em
decorrência das diferenças existentes entre as partículas e
radiações, em suas cargas e suas massas, cada um deles interage
de modo diferente com a matéria).
Interações de Partículas Carregadas
com a Matéria
O conhecimento das propriedades das radiações e de seus efeitos
sobre a matéria é de grande importância,
destacando-se:
 A) a detecção de substâncias radioativas, uma vez que se baseia,
sempre, em alguns dos efeitos produzidos pela radiação na
parte sensível do equipamento de medida;
 B) a maior facilidade na interpretação das diversas aplicações
dos materiais radioativos;
 C) a adoção das medidas preventivas mais apropriadas, de
modo a proteger o corpo humano dos efeitos nocivos da
radiação.
Interações de Partículas Carregadas
com a Matéria
O conhecimento das propriedades das radiações e de seus efeitos
sobre a matéria é de grande importância,
destacando-se:
 A) a detecção de substâncias radioativas, uma vez que se baseia,
sempre, em alguns dos efeitos produzidos pela radiação na
parte sensível do equipamento de medida;
 B) a maior facilidade na interpretação das diversas aplicações
dos materiais radioativos;
 C) a adoção das medidas preventivas mais apropriadas, de
modo a proteger o corpo humano dos efeitos nocivos da
radiação.
Interações de Partículas Carregadas
com a Matéria
Quando as partículas carregadas ou a radiação eletromagnética
atravessam a matéria, o mecanismo que mais contribui para a
perda de energia é a interação com os elétrons. Isto se justifica
pelo fato do raio do núcleo ser da ordem de 10.000 vezes menor
que o raio do átomo (XAVIER; MORO; HEILBRON, 2006).
Deste modo, é de se esperar que o número de interações com
elétrons seja muito maior do que com núcleos, uma vez que o
número de interações é proporcional à área projetada, ou seja, ao
raio elevado ao quadrado.
Interações de Partículas Carregadas
com a Matéria
Para o caso específico de partículas carregadas, este fenômeno é
facilmente evidenciado a partir da dispersão que elas
experimentam ao interagir com a matéria. As partículas mais
pesadas são pouco desviadas de sua direção original quando
interagem, perdendo energia.
A partícula beta, que é menos pesada, é desviada com ângulos
muito maiores ao interagir com o meio. As perdas de energia
resultante de colisões com núcleos resultam em várias ordens de
grandeza menores que na interação com elétrons.
Interações de Partículas Carregadas
com a Matéria
Interação de Partículas Carregadas (10 KEV a 10 MEV):
Uma partícula carregada, ao passar por meio de uma substância
(alvo), pode interagir com elétrons carregados negativamente e
núcleos de átomos ou moléculas carregados positivamente.
Devido à força coulombiana, a partícula, em função de sua carga,
tenta atrair ou repelir os elétrons ou núcleos próximos de sua
trajetória, perdendo parte de sua energia, esta tomada pelos
átomos alvo próximos a sua trajetória.
Interações de Partículas Carregadas
com a Matéria
Tais partículas, à medida que penetram na matéria, sofrem
colisões e interações com perda de energia até que, a uma dada
espessura do material, toda energia é dissipada e a partícula,
portanto, para de se deslocar. Denomina-se alcance a distância
média percorrida por uma partícula carregada, em dada direção,
que depende de vários fatores. De acordo com os autores (Op.
Cit.), os quatro fatores mais importantes são descritos a seguir.
Interações de Partículas Carregadas
com a Matéria
Energia:
Diz-se do alcance de determinada partícula, que se amplia com o
aumento da energia inicial.

Massa:
Partículas mais leves têm alcance maior que partículas mais
pesadas de mesma energia e carga. A dependência do alcance em
relação à massa é, algumas vezes, expressa como função da
velocidade da partícula.
Interações de Partículas Carregadas
com a Matéria
Carga:
Uma partícula com menos carga possui alcance maior que uma
partícula com mais carga.

Densidade do meio:
Quanto mais alta a densidade do meio, menor é o alcance da
partícula, sendo este muito maior em gases do que em líquidos
ou sólidos.
Interações de Partículas Carregadas
com a Matéria
As partículas α, por exemplo, pelo fato de serem pesadas e
possuírem carga +2, interagem muito intensamente com a
matéria. Seu poder de ionização é muito alto, fazendo com que
perca toda a energia em poucos micrômetros de material sólido
ou em alguns centímetros de ar, o que significa que o poder de
penetração das partículas alfa é muito pequeno, sendo a
espessura de uma folha de papel suficiente para blindar todas as
partículas emitidas por uma fonte alfa.
Interações de Partículas Carregadas
com a Matéria
Por sua vez, as partículas β, pelo fato de possuírem massa
muito menor do que a das partículas α e, ainda, uma carga
menor, também apresentam poder de ionização mais baixo.
Isto significa que seu poder de penetração é maior do que o
das partículas α e, portanto, é necessária uma espessura
maior de material para que ocorra a perda de toda sua
energia.
Interações de Partículas Carregadas
com a Matéria
A Tabela 1 a seguir apresenta o alcance aproximado de partículas
carregadas.
Interações de Partículas Carregadas
com a Matéria
A Tabela 2 mostra o poder de penetração de partículas carregadas
em diferentes meios.
Radiações Ionizantes e não Ionizantes

As radiações constituem uma forma de energia que, de acordo


com a sua capacidade de interagir com a matéria, se podem
subdividir em radiações ionizantes, que são aquelas que possuem
energia suficiente para ionizar os átomos e moléculas com as
quais interagem (raios-X e raios gama (radiações
eletromagnéticas) e raios alfa, raios beta, nêutrons, prótons
(radiações corpusculares)); e não ionizantes, que são as que não
possuem energia suficiente para ionizar os átomos e as moléculas
com as quais interagem, sendo as mais conhecidas (luz visível,
infravermelho, ultravioletas, micro-ondas de aquecimento, etc.).
Radiações Ionizantes e não Ionizantes

Radiações Ionizantes
Diversos autores denominam a matéria como sendo constituída
por átomos que correspondem às unidades estruturais dos
elementos químicos conhecidos. Trata-se de entidades que
resultam da associação de três tipos de partículas: próton,
nêutron e elétron.
Designa-se por radioatividade a propriedade que determinados
nuclídeos (naturais ou artificiais) possuem de emitir
espontaneamente radiações corpusculares ou eletromagnéticas.
Radiações Ionizantes e não Ionizantes

As radiações ionizantes têm tido crescente utilização em inúmeras


atividades, desde a medicina à indústria. Na indústria de material
elétrico e eletrônico têm nomeadamente aplicação em aparelhos
de radiografia para controle de qualidade, podendo ainda os
raios-X ocorrer como emissão parasita em certos aparelhos
(tubos de raios catódicos, reguladores de tensão).
Radiações Ionizantes e não Ionizantes

Efeitos no organismo humano:


Os efeitos das radiações ionizantes podem ser classificados em
somáticos, quando aparecerem no indivíduo exposto e em
hereditários, se afetarem os descendentes. Os efeitos das
radiações ionizantes podem ainda classificar-se de outra forma,
como se observa a seguir.
Radiações Ionizantes e não Ionizantes

Efeitos probabilísticos ou estocásticos :


São aqueles que são tanto mais prováveis quanto maior for a
quantidade de radiação recebida. Ainda que não existam certezas
absolutas, se aceita que, por muito pequena que seja a
quantidade de radiação recebida, poderá ocorrer algum tipo de
efeito, o qual, uma vez que apareça, será sempre grave. Nestes
casos, são induzidas modificações na estrutura de uma ou mais
células do corpo humano que conduzem a alterações genéticas
(mutações cromossômicas) e ao aparecimento de diversos tipos
de neoplasias, tais como, leucemia, cancros do pulmão, pele,
estômago, cólon, bexiga, mama e ovário, etc.
Radiações Ionizantes e não Ionizantes

Efeitos deterministas ou não estocásticos :


São aqueles que só ocorrem quando a dose de radiação excede
um determinado valor ou limiar e cuja gravidade depende da
dose e do tempo de exposição. Os órgãos e sistemas mais
afetados são os olhos (cataratas), a pele (queimaduras) e os
órgãos reprodutores (infertilidade). Como se poderá
compreender, grande quantidade de informação a este respeito é
proveniente da experiência da radioterapia no tratamento do
cancro.
Radiações Ionizantes e não Ionizantes

Controle das radiações ionizantes:


O objetivo principal da proteção contra as radiações
ionizantes é impedir os feitos não estocásticos e limitar ao
máximo os efeitos estocásticos. Como princípios gerais,
todas as atividades que envolvam exposição a radiações
ionizantes deverão processar-se da seguinte forma:
Radiações Ionizantes e não Ionizantes

a) que os diferentes tipos de atividades que impliquem uma


exposição sejam previamente justificados pela vantagem que
proporcionam;
b) que seja evitada toda a exposição ou contaminação
desnecessária de pessoas e do meio ambiente;
c) que os níveis de exposição sejam sempre tão baixos quanto
possível em cada instante e sempre inferiores aos valores-limite
fixados por lei. Assim, para determinar o risco e estabelecer as
medidas de controle é necessário contemplar os seguintes
aspectos;
Radiações Ionizantes e não Ionizantes

d) avaliar as condições de exposição (habituais ou acidentais),


com o estudo ambiental dos locais de trabalho e respectiva
classificação atualizada das diferentes zonas de risco de acordo
com os níveis potenciais de exposição;
e) autorização prévia, licenciamento e parecer favorável para o
uso de fontes radioativas;
Radiações Ionizantes e não Ionizantes

f) determinação das doses limite. A título exemplificativo,


poderemos dizer que a dose equivalente ao limite anual para os
trabalhadores expostos é de 50 mSv *(5 rem1) para os efeitos
estocásticos e para os não estocásticos é de 500 mSv, com
exceção do globo ocular (150 mSv); para as pessoas em geral é
recomendado que não se exceda a dose anual de 5 mSv (de
referir que a radioatividade média anual de origem natural é
cerca de 3 mSv);
g) manutenção rigorosa de todos os registros efetuados durante
pelo menos um período de 30 anos, devendo ser facultados às
entidades oficiais competentes;
Radiações Ionizantes e não Ionizantes

h) as proteções coletivas e individuais a instituir, bem como o


acompanhamento da dosimetria individual, deverão ser da
responsabilidade de técnicos especialistas na matéria, com
qualificação pelos serviços do Ministério da Saúde. A vigilância
de saúde é fundamental para os trabalhadores expostos às
radiações ionizantes, quer nos exames de admissão e
periódicos, quer nos ocasionais, nomeadamente em caso de
exposição acidental, obedecendo a manutenção dos registros
clínicos a critérios rigorosos (igualmente por um período
mínimo de 30 anos);
Radiações Ionizantes e não Ionizantes

h) (Continuação) 1 Sv ("sievert") - unidade equivalente de dose,


no Sistema Internacional; dada a sua grande divulgação,
expressa-se também o equivalente de dose em "rem", sendo
que 1 Sv = 100 rem. De cada exame médico resultará a
respectiva "Ficha de Aptidão" não devendo em caso algum o
trabalhador exercer funções se o parecer médico for negativo.
Os trabalhadores expostos a radiações ionizantes deverão ter
formação contínua específica, de forma a cumprirem todos os
procedimentos de segurança exigíveis. Deverão ainda ser
informados acerca dos níveis de radiação a que se encontram
sujeitos, bem como do resultado dos exames médicos de
vigilância de saúde a que são submetidos.
Radiações Ionizantes e não Ionizantes

Radiações ultravioleta:
Os autores (Op. Cit.) afirmam que na indústria, no que se refere à
emissão deste tipo de radiações, temos as operações de
soldadura por corte oxiacetilênico e a soldadura por arco elétrico.
O poder de penetração das radiações ultravioleta é relativamente
fraco, e os seus efeitos no organismo humano se restringem
essencialmente aos olhos e à pele, nomeadamente:
Radiações Ionizantes e não Ionizantes

a) inflamação dos tecidos do globo ocular, em especial da córnea


e da conjuntiva (a queratoconjuntivite é considerada uma doença
profissional nos soldadores); em regra, a profundidade de
penetração é maior de acordo com o aumento do comprimento
de onda, assim, o cristalino e a retina só poderão ser atingidos em
casos extremos;
Radiações Ionizantes e não Ionizantes

b) queimaduras cutâneas, de incidência e gravidade variáveis, de


acordo também com a pigmentação da pele; os ultravioletas
produzem envelhecimento precoce da pele e podem exercer
sobre ela, o efeito carcinogênico, em especial nas exposições
prolongadas à luz solar;
c) foto sensibilização dos tecidos biológicos.
Radiações Ionizantes e não Ionizantes

A gravidade da inflamação da córnea e conjuntiva por


"queimadura por flash" ou "clarão de soldadura" depende de
vários fatores, tais como a duração da exposição, o comprimento
da onda e o nível de energia.
As medidas de proteção consistem fundamentalmente em:
a) atuação em primeiro lugar sobre a fonte, mediante desenho
adequado da instalação, colocação de cabines ou cortinas em
cada posto de trabalho, sendo preferencial a utilização de cor
escura;
b) redução do tempo de exposição;
Radiações Ionizantes e não Ionizantes

c) proteção da pele através de vestuário adequado, luvas ou


cremes protetores;
d) proteção dos olhos através de óculos ou viseira equipados com
filtro adequado em função do tipo de ultravioleta emitido.
Mesmo em curtas operações de soldadura, como o "pingar", o
trabalhador não deverá retirar a proteção;
e) não esquecer que as lâmpadas fluorescentes de iluminação
emitem geralmente radiações ultravioletas que podem, em
alguns casos, contribuir para a dose anual recebida pelo
trabalhador.
Radiações Ionizantes e não Ionizantes

A vigilância de saúde é importante na detecção precoce de


alterações nos órgãos-alvo (por exemplo, nos olhos refere-se a
"sensação de areia", intolerância à luz, lacrimejo e inchaço das
pálpebras). Do mesmo modo, é fundamental a formação e
informação dos trabalhadores expostos à radiação ultravioleta de
forma a utilizar quotidianamente os procedimentos mais
corretos.
Radiações Ionizantes e não Ionizantes

Radiações infravermelho:
A exposição à radiação infravermelha poderá sempre ocorrer
desde que uma superfície tenha temperatura mais elevada que o
receptor, podendo ser utilizada em qualquer situação em que se
queira promover o aquecimento localizado de uma superfície. Na
indústria, este tipo de radiação poderá ter aplicação
nomeadamente na secagem de tintas e vernizes e em processos
de aquecimento de metais.
Radiações Ionizantes e não Ionizantes

A radiação infravermelha é perceptível como uma sensação de


aquecimento da pele, dependendo do seu comprimento de onda,
energia e tempo da exposição, podendo causar efeitos negativos
no organismo, tais como queimaduras da pele, aumento
persistente da pigmentação cutânea e lesões nos olhos. Neste
sentido, recomenda-se a proteção adequada (vestuário de
trabalho, óculos e viseiras com filtro para as frequências
relevantes).
Radiações Ionizantes e não Ionizantes

Laser:
Laser significa Light Amplification by Stimulated Emission of
Radiation e se caracteriza, principalmente, pela alta
direcionalidade do feixe e pela elevada energia incidente por
unidade de área. O conceito começou a ter aplicação prática nos
anos 70 em várias áreas, desde a medicina à indústria, passando
pelas áreas militar e de comunicações.
Radiações Ionizantes e não Ionizantes

Na indústria metalomecânica e de automóveis, o laser se


aplica em operações de soldadura, perfuração e corte,
permitindo:
a) menor tempo de operação;
b) qualidade superior da superfície tratada;
c) aumento da espessura do corte;
d)maior variedade de materiais que podem ser trabalhados.
Radiações Ionizantes e não Ionizantes

Observam-se a seguir os componentes e processos comuns a


todos os lasers:
a) meio emissor ou meio laser: gasoso (ex.: CO2) sólido (ex.:
cristal de rubi) ou líquido (ex.: corantes orgânicos);
b) excitação ou "sistema de bombagem": o meio emissor pode ser
excitado quer óptica, química ou eletricamente, o que origina
emissões estimuladas de energia sob a forma de luz;
c) amplificação: a luz emitida é amplificada através do meio por
um sistema de espelhos que permite obter um feixe de luz
unidirecional de elevada energia e intensidade.
Radiações Ionizantes e não Ionizantes

A utilização dos lasers pode ter efeitos negativos no organismo


humano, nomeadamente em nível do globo ocular e da pele, de
acordo também com a gama de comprimento de onda da
radiação emitida (de infravermelhos a ultravioletas), tais como:
a) queimadura da córnea;
Radiações Ionizantes e não Ionizantes

b) lesão grave da retina (não se pode esquecer que o poderoso


feixe de luz do laser é concentrado por focagem cerca de 100.000
vezes na retina);
c) queimaduras da pele, dependendo do poder de densidade e de
focagem (um foco mais desfocado poderá provocar queimaduras
mais extensas, um foco focado queimaduras localizadas, mas
significativamente mais profundas).
Radiações Ionizantes e não Ionizantes

Os limites de exposição a este fator de risco não se encontram


definidos consensualmente, de acordo com os autores, uma vez
que se baseiam em múltiplos critérios como, por exemplo,
comprimento de onda, duração da exposição, potência do pico,
frequência de repetição, etc. Desta forma, as medidas de
proteção deverão ser escrupulosamente cumpridas, como listado
a seguir:
a) munir os equipamentos de laser com adequados sistemas de
ventilação e de exaustão, uma vez que durante as operações de
corte existe a libertação de fumos, gases e vapores provenientes
dos materiais trabalhados;
Radiações Ionizantes e não Ionizantes

b) uso imprescindível do equipamento de proteção individual


(óculos com proteção em todo o redor e em conformidade com
as frequências relevantes) bem como vestuário e luvas
adequados;
c) instalação de túneis no dispositivo laser;
d) evitar superfícies refletoras nas instalações;
Radiações Ionizantes e não Ionizantes

e) providenciar que a iluminação na instalação seja suficiente e


homogênea de forma a limitar a abertura da pupila do olho;
f) evitar a exposição direta dos olhos em relação ao feixe laser e
aos espelhos;
g) permanecer alerta durante as operações de ajustamento,
lembrando-se sempre que o feixe permanece perigoso mesmo a
longas distâncias;
h) restringir o acesso à área de trabalho e implantar sinalização de
segurança adequada.
Radiações Ionizantes e não Ionizantes

Será ainda necessário outro tipo de precauções uma vez que,


aliadas ao processo, existem outras situações perigosas, a saber:
a) riscos elétricos: dado que são sempre necessárias altas
voltagens para excitar o meio emissor, as operações de
manutenção deverão ser feitas por pessoal especializado e
sempre com a corrente desligada;
b) riscos de incêndio e de explosão: dependendo da natureza e da
pressão dos gases utilizados como meio emissor.
Radiações Ionizantes e não Ionizantes

Sinalização de segurança e saúde pública:


As radiações ionizantes e não ionizantes apresentam sinalizações,
com vistas à segurança e à saúde pública, conforme ilustra a
Figura abaixo:
Aula 15
Os Raios X e sua Produção
História – Raios X

 Roentgen (1845-1923) - no seu laboratório, sob os olhares


atentos do seu servente.
 Enquanto Roentgen se ocupava com a observação da condução
de eletricidade através de um tubo de Crookes, o servente, em
alto estado de excitação, chamou-lhe a atenção: "Professor, olhe
a tela!".
 Nas proximidades do tubo de vácuo havia uma tela coberta com
platinocianeto de bário, sobre a qual se projetava uma
inesperada luminosidade, resultante da fluorescência do
material.
História – Raios X

 Roentgen girou a tela, de modo


que a face sem o material
fluorescente ficasse de frente
para o tubo de Crookes. Ainda
assim, ele observou a
fluorescência. Foi então que
resolveu colocar sua mão na
frente do tubo, vendo seus
ossos projetados na tela.
Observava, pela 1ª vez, aquilo
que passou a ser denominado
de Raios X.
Roentgen

 Estudou as propriedades físicas dos cristais e da física aplicada.


 Sobre os Raios X publicou 3 trabalhos, e ao final da sua vida não
chegou a ultrapassar a marca dos 60.
 Detentor do Prêmio Nobel de Física.
 Era rigoroso no critério de avaliação dos resultados obtidos,
jamais teve que revisar suas publicações.
Fatos Curiosos

 Crookes chegou a se queixar da fábrica de insumos fotográficos


Ilford, por lhe enviar papéis "velados". Esses papéis, protegidos
contra a luz, eram geralmente colocados próximos aos seus
tubos de raios catódicos, e os Raios X ali produzidos (ainda não
descobertos) os velavam.
 Lenard "tropeçou" nos Raios X antes de Roentgen, mas não os
percebeu.
Raios Catódicos e Lenard Versus Raios X

 Faraday - realizou experimentos com descargas elétricas em


gases rarefeitos, ligando seu nome à descoberta dos raios
catódicos. Todavia, devido às dificuldades técnicas de produzir
vácuo de boa qualidade, seus trabalhos só tiveram novo impulso
20 anos depois.
Raios Catódicos e Lenard versus Raios X

 Plücker - produziu resultados que desafiaram a inteligência


humana durante quase 40 anos, até que um bom entendimento
do fenômeno fosse obtido.
 A denominação raios catódicos foi introduzida por Goldstein,
que apresentou a interpretação de que esses raios eram ondas
no éter.
Raios Catódicos e Lenard versus Raios X

 Crookes - os raios catódicos eram moléculas carregadas, as quais


constituíam o 4º estado da matéria (hoje é usada quando nos
referimos ao plasma, que é exatamente o que se tem quando se
produz uma descarga elétrica num gás rarefeito!).
Raios Catódicos e Lenard versus Raios X

 Thomson - encerrou a polêmica, demonstrando que os raios


catódicos eram elétrons.
 Ao longo de 40 anos, diversas observações, comentários e
hipóteses sugerem que vários pesquisadores andaram
"rondando a porta da descoberta dos Raios X".
Raios Catódicos e Lenard versus Raios X

 Entre todos os pesquisadores, Lenard parece ter sido aquele


que mais se aproximou da descoberta de Roentgen.
 Dando continuidade aos trabalhos do seu professor, Hertz,
Lenard realizou experiências para verificar se os raios catódicos
produzidos no interior de um tubo de Crookes poderiam ser
observados no exterior.
Raios Catódicos e Lenard Versus Raios X

 Lenard - construiu um tubo de Crookes com uma pequena


janela de alumínio (espessura de ≈ 0,0025 mm) no lado
oposto ao cátodo, e passou a observar os raios catódicos
fora do tubo, através da sua interação com materiais
fosforescentes. Esses raios ficaram conhecidos como raios
Lenard.
A Produção dos Raios X

 Podem ser produzidos a partir de um feixe de elétrons,


que são acelerados bombardeando um alvo, de material
com elevado número atômico. Isso é a chave na produção
de radiação. Para serem acelerados, os elétrons
necessitam de uma grande diferença de potencial, que é
fornecida por um gerador ou fonte de alta tensão, através
de dois eletrodos.
A Produção dos Raios X
A Produção dos Raios X

 Um canhão de elétrons lança-os a partir de um eletrodo contra


o outro.
 O choque entre elétrons faz com que ocorra a ionização do
material bombardeado, a partir das camadas K e L da eletrosfera
de seus átomos.
A Produção dos Raios X

 Ocorre, então, a reocupação dos espaços deixados nestas


camadas (K e L) pelos elétrons de camadas mais energéticas,
com liberação de energia eletromagnética de alta frequência e
grande poder de penetração: os raios X.
Processos de Produção dos Raios X

 Radiação de freamento ou Bremstrahlung e radiação


característica.
 O aparelho de emissão de Raios X é um equipamento que
necessita ter um dispositivo com capacidade de acelerar elétrons
e de dirigi-los para o choque com um alvo.
Espectro Contínuo ou Bremsstrahlung

 O choque do feixe de elétrons (que saem do cátodo com energia


de dezenas de KeV) com o anodo (alvo) produz 2 tipos de raios
X.
 Um deles constitui o espectro contínuo ou bremsstrahlung, em
alemão, e resulta da desaceleração do elétron durante a
penetração no anodo.
Raios X Característico

 O outro tipo é o Raio X característico do material do anodo.


Assim, cada espectro de Raios X é a superposição de um
espectro contínuo e de uma série de linhas espectrais
características do anodo.
Espectro Contínuo ou Bremsstrahlung

 É uma curva de contagens por segundo, versus o comprimento


de onda do Raio X.
 Um fóton de radiação, com frequência f, transporta uma
energia hf = hc/λ, em que λ é o comprimento de onda da
radiação.
 Portanto, o Raio X emitido deverá ter energia máxima igual à
energia do elétron incidente.
Espectro Contínuo ou Bremsstrahlung

 Assim, o espectro contínuo é limitado por este valor. No Gráfico


a seguir, vamos observar alguns espectros contínuos obtidos
com um anodo de tungstênio.
 Os potenciais usados para acelerar o feixe de elétrons são
indicados ao lado da curva correspondente no Gráfico.
Espectro Contínuo ou Bremsstrahlung
Espectro Contínuo ou Bremsstrahlung

 A partir das relações E = hf = hc/λ, o comprimento de onda (ou a


frequência) inferior (ou superior) deve diminuir (ou aumentar)
com o potencial acelerador.
 O comprimento de onda mínimo é dado por λmin=1.24 x 104/V Å,
em que V é o potencial acelerador.
Raios X Característico

 Agora vamos substituir o alvo de tungstênio (Z = 74) por


um de molibdênio (Z = 42), e manter as outras condições
experimentais constantes. Observe o que acontece no
Gráfico apresentado a seguir!
Raios X Característico
Raios X Característico

 Observa-se que as diferenças entre os Gráficos são os picos


existentes no Gráfico anterior, em torno de 0.6 Å e 0.7 Å.
 Como a única diferença entre uma medida e a outra foi a
substituição do alvo, é razoável admitir que os picos sejam
devidos ao anodo de molibdênio.
 Estes picos constituem o espectro de Raios X característico do
molibdênio.
Raios X Característico

 Baseado no modelo de átomo de Bohr, podemos entender


como são gerados os raios característicos, e porque o espectro
obtido com o tungstênio apresenta apenas espectro contínuo.
 Observemos o gráfico a seguir.
Raios X Característico
Raios X Característico

 Quando o elétron proveniente do cátodo incide no anodo, ele


pode expulsar um elétron orbital.
 A órbita de onde o elétron será expulso depende da energia do
elétron incidente e dos níveis de energia do átomo do anodo.
 A lacuna deixada por este elétron será preenchida por um
elétron mais externo, que, ao ser preenchido, provoca a
emissão de Raios X característico.
Componentes Básicos de um Raios X

 Subsistema gerador - geração do feixe de radiação;


 Subsistema elétrico - alimentação do gerador de Raios X e
controles do equipamento;
 Subsistema mecânico - arquitetura do equipamento e proteção
e controle no direcionamento do feixe de Raios X gerado.
6 Módulos Básicos de um Raios X

 Cabeçote - de onde se origina o feixe de Raios X;


 Estativa - onde fica fixado o cabeçote e que permite fazer o
direcionamento do feixe;
 Mesa - permite acomodar o paciente e posicioná-lo para a
aquisição das imagens;
 Mural - mesma função da mesa, mas é utilizado para
posicionamentos verticais do paciente;
 Gerador de alta-tensão - função de elevar a tensão da rede a um
valor necessário para gerar o feixe de Raios X;
 Painel de comando – onde é feita a seleção de parâmetros de
controle e o acionamento do feixe de Raios X para a aquisição
da imagem.
Localização dos Módulos do Raios X

 A mesa, o mural e o cabeçote são localizados na sala de exames.


 O painel de controle pode ser posicionado em sala adjunta com
janela de vidro de alto teor de chumbo que permita visualizar o
paciente, ou na sala de exames, desde que haja um biombo de
chumbo com janela protegida que permita ao operador
visualizar o paciente e se proteger da radiação espalhada.
O Aparelho de Raios X
Aula 16
Aquisição de uma Imagem
Radiográfica
Fatores que Alteram a Produção dos
Raios X
Imagem Radiográfica
Imagem Radiográfica

 1) Cabeçote do equipamento;
 2) Sistema de colimação interna do feixe;
 3) Feixe primário;
 4) Faixa de compressão do paciente;
 5) Mesa de exames;
 6) Grade antidifusora;
 7) Filme radiográfico;
 8) Porta-chassi;
 9) Radiação secundária;
 10) Estativa (não está no desenho).
Fatores que Afetam a Produção dos Raios-X:

 Corrente no tubo;
 Tensão;
 Suprimento de alta voltagem;
 Filtração.
Ampola

 Vamos estudar cada componente e os fatores que afetam a


produção dos raios X.
 A ampola é o elemento do aparelho radiográfico onde é
produzida a radiação.
 Pode ser descrita como um espaço evacuado em que dois
eletrodos são colocados para que haja a circulação de corrente
elétrica.
Ampola

 No passado, era um tubo de vidro, com algum gás rarefeito em


seu interior, com dois pedaços de metal inseridos em lados
opostos.
 Nas primeiras experiências feitas por Roentgen, os eletrodos
eram ligados a um gerador de alta tensão, formando, assim, um
circuito elétrico.
Ampola

 Neste circuito, e através dos eletrodos, uma corrente elétrica


circulava dentro da ampola, passando pelos fios ligados ao
gerador.
 Os elétrons, acelerados pela grande diferença de potencial
(tensão) aplicada pelo gerador aos eletrodos, acabavam por
vezes chocando-se com o gás e a parede de vidro da ampola.
Ampola

 Assim, por meio do fenômeno de freamento (Bremsstraulung) e


da colisão com os elétrons dos átomos do gás e do vidro
(radiação característica), os elétrons da corrente elétrica
produziam a radiação X.
 Hoje, é feita geralmente de vidro temperado evacuado, cuja
pressão interna é de 10-5mm Hg, e contém dois eletrodos, o
ânodo e o cátodo.
Ampola

 O vácuo é necessário para que os elétrons ali acelerados não


percam energia nas colisões com partículas gasosas. Assim,
chegam com energia total para se chocarem com o alvo. Logo,
pode-se dividir a ampola em três partes principais: cátodo,
ânodo e envelope.
O Cátodo, Ânodo e o Envelope

 O cátodo e o ânodo são os eletrodos por onde a corrente


elétrica, gerada pela grande diferença de tensão, irá circular
dentro da ampola.
 O envelope é o invólucro, a estrutura de vidro ou metal que irá
dar sustentação aos eletrodos e garantir o vácuo necessário
para a circulação dos elétrons.
Líquido Refrigerante

 Sabe-se que da colisão dos elétrons com o alvo, 99% da energia


é convertida em calor, e apenas 1% será transformado em
radiação X.
 Normalmente, um óleo mineral de boa viscosidade é utilizado
como refrigerante da ampola.
 Há ampolas onde o ânodo é oco e a água circula por seu interior
para refrigerá-lo.
Tipos de Ampolas

São geralmente referenciadas segundo duas características


principais: tipo de ânodo e número de focos. Existem dois tipos
de ânodos:
 Fixo - usado na odontologia e em equipamentos de pequeno
porte, portáteis ou móveis;
 Rotatório - mais utilizado por sua eficiência e durabilidade,
quando do envolvimento de grandes quantidades de energia.
Focos de Ampolas

Com relação ao nº de focos, ou alvos no ânodo, as ampolas


podem ser construídas com:
 Um foco - quase todos os equipamentos móveis ou portáteis,
odontológicos e industriais;
 Dois focos - o mais comum em radiodiagnóstico;
 Três focos - o mais raro, pois é mais complexo de ser construído.
Envelope

 É o componente da ampola que dá sustentação mecânica aos


eletrodos.
 Cria o ambiente evacuado necessário para que os elétrons
possam adquirir energia suficiente para que gerem
radiação X.
Envelope

 Garante, mesmo que de forma ineficiente, a contenção dos


fótons X dentro de si, permitindo que apenas alguns possam
sair da ampola por uma região conhecida por Janela.
 Isto é necessário para que o usuário da ampola possa se
assegurar que a radiação por ela produzida tenha uma direção
principal de emissão.
Janela

 A interação dos fótons com a matéria produz sempre muito


calor, além de ionizar os átomos.
 No caso da ampola, tem-se uma direção preferencial para o
caminho que os fótons devem percorrer.
 Este caminho inclui a passagem através do envelope.
Janela

 Para que estes fótons não sejam atenuados em demasia


(desapareçam ou percam energia) e para que o envelope possa
resistir o calor gerado pela passagem dos fótons, a região por
onde eles passam são especialmente desenhadas.
 Esta região, Janela, muitas vezes é identificada pela diferença na
textura, espessura ou cor.
Janela

 Nos envelopes que não a possuem, nota-se que a região por


onde passam os fótons acaba sofrendo uma reação físico-
química, o que lhe altera a cor, textura e lhe deixa muitas vezes
susceptível a rachaduras ou trincamentos.
Cátodo

 É um dos dois eletrodos necessários para que seja aplicada uma


diferença de potencial entre dois pontos e seja estabelecida
uma corrente elétrica.
 Entre os dois eletrodos, o cátodo é o que apresenta o potencial
elétrico mais baixo, ou mesmo, pode ser considerado nulo. No
linguajar comum, é conhecido como o eletrodo negativo.
Cátodo
Cátodo

 O antigo eletrodo de cobre das primeiras ampolas foi


substituído por um canhão de elétrons.
 O canhão garante a emissão dos elétrons necessários para o
bombardeio da placa-alvo, o ânodo.
 Os elétrons emitidos são produto do efeito termoiônico que se
obtém com o aquecimento de um filamento.
Cátodo

 Com o calor gerado no filamento, os elétrons dos seus


átomos têm energia suficiente para escaparem da
eletrosfera e viajarem em direção ao ânodo.
 Como o átomo perde um elétron e se transforma em íon,
o efeito recebe o nome de termoiônico (termo = calor e
iônico = íon).
Cátodo

 O cátodo é um complexo sistema mecânico e elétrico.


 O eletrodo se encontra situado dentro do copo catódico.
 O copo é deslocado do eixo da ampola por uma peça
chamada suporte do copo.
Cátodo

 Há um eixo que sustenta o suporte e que atravessa o próprio


envelope e serve para sustentação e fixação da ampola no
cabeçote.
 Por dentro deste eixo são passados os fios que irão alimentar
eletricamente o filamento.
Copo Catódico

 Dar proteção ao filamento(s), dependendo do número de


foco(s) que o ânodo possui.
 Possui boa condutividade térmica, pois o filamento aquece até
cerca de 2400oC para que haja o efeito termoiônico.
 O material usado é metálico ou cerâmico, com ligas que
misturam alumínio, tungstênio e molibdênio.
Copo Catódico
Filamento

 É um componente fundamental para o dispositivo de geração


dos Raios X;
 Nele são produzidos os elétrons que serão acelerados em
direção ao ânodo.
 O fio enrolado de tungstênio aumenta a concentração de calor e
garante uma uniformidade na geometria da produção do feixe
de elétrons.
Filamento

 A utilização do tungstênio se dá por 2 motivos: é um átomo que


possui grande nº de elétrons (74) e com ponto de fusão acima
dos 3400oC.
 Quando o filamento é aquecido pela passagem de uma corrente
elétrica, isso faz com que os elétrons se "soltem" do metal, e
possam ser acelerados pela grande diferença de potencial entre
cátodo e ânodo.
Tipos de Filamento

 Simples:

 Bipartido:

 Duplo separado:
Colimador de Foco

 É uma estrutura de níquel, colocada em volta do filamento e


possui a função de fazer com que o feixe de elétrons se dirija
somente para o foco anódico.
 Durante a liberação dos elétrons, o colimador do foco
permanece com o mesmo potencial negativo do filamento,
evitando, dessa forma, que o feixe se disperse para fora do foco
anódico.
Colimador de Foco
Correntes na Ampola

 Uma confusão comum que acontece entre os técnicos


radiologistas é a compreensão das correntes elétricas que
circulam na ampola.
 Quando o técnico ajusta a corrente a ser utilizada no exame em
alguns miliampères, ele acredita estar alterando a corrente que
passa pelo filamento do cátodo.
Correntes na Ampola

 Na realidade, a corrente que o técnico ajusta é a corrente que


circula entre o cátodo e o ânodo.
 Ou seja, o técnico ajusta o número de elétrons que irão ser
arrancados do cátodo e irão colidir com o ânodo.
 Porém, para que isso possa ocorrer, é necessário que outra
corrente, muito maior, circule pelo filamento para que este se
aqueça e possa, então, pelo efeito termoiônico, gerar a corrente
de elétrons que irá em direção ao ânodo.
Correntes na Ampola
Correntes na ampola

Com a figura anterior podemos verificar que, para que a corrente


elétrica na ampola não desapareça, a equação das correntes deve
ser cumprida:
Ifilamento-entra = Ifilamento-sai + Iampola

Ou seja, a corrente que entra no filamento tem que ser igual a


soma da corrente da ampola com a corrente que sai do filamento.
Aula 17
Fatores que Alteram a Produção dos
Raios X – continuação...
Ânodo

 É o eletrodo positivo do sistema de alta tensão que produz a


radiação X.
 Por ser um eletrodo, e por isso conduzir corrente elétrica,
normalmente é feito de uma liga metálica, onde está colocado o
alvo a ser atingido pelos elétrons.
Ânodo

 O alvo ou o ponto onde os elétrons se chocam pode ser fixo ou


pode ser rotatório, cujas utilizações são função da produção de
calor.
 A estrutura do ânodo é composta de material com ótima
capacidade de dissipação térmica.
 O corpo do ânodo é constituído por metais como cobre,
molibdênio ou rênio e, em alguns casos, grafite ou ligas
metálicas dos metais citados.
Ânodo

 Sobre o corpo metálico é colocado um revestimento sobre a


área que sofrerá o impacto com os elétrons acelerados vindos
do cátodo.
 Este revestimento pode ser de tungstênio (W), o mais usado em
radiografia convencional, ou de molibdênio (Mo), para
mamografia, entre outros, além das ligas metálicas.
Ânodo

 Este revestimento dará origem ao ponto focal, que é o alvo de


colisão dos elétrons e o local de produção dos raios X.
 O material utilizado para o ponto focal é o que dará a
característica aos raios X produzidos.
Ânodo Fixo

 A ampola de ânodo fixo é muito simples e fácil de ser


construída.
 Possui uma pequena dimensão, justamente para facilitar a
condução e irradiação de calor.
 Este calor deve ser rapidamente retirado e dissipado para que a
alta temperatura não cause a fissura do ânodo ou o
derretimento de sua cobertura.
Ânodo Fixo

 Assim, com o pequeno tamanho, fica mais fácil do calor chegar


ao líquido refrigerante a qual a ampola está submersa.
Ânodo Fixo

 Na figura anterior tem um bloco metálico de cobre, é o ânodo,


no qual está inserido o foco real de tungstênio (metal mais
escuro que aparece na forma de uma mancha circular).
 Na área de tungstênio, ocorre o choque dos elétrons para a
produção da radiação X.
Ânodo Fixo

 A peça anódica não é feita toda de tungstênio, porque apenas


uma pequena região será atingida pelos elétrons acelerados.
 Portanto, a peça de cobre é impregnada de tungstênio apenas
para formar o foco real.
 Esta construção ajuda a diminuir os custos da peça anódica.
Ânodo Rotatório

 Para superar os problemas gerados pelo calor em excesso, foi


desenvolvido esse tipo de ânodo que permite que este seja
dissipado de forma eficiente.
 A diferença básica é que a região de impacto é diluída em uma
área maior, conforme mostra a Figura a seguir.
Ânodo Rotatório
Ânodo Rotatório

 O segredo está em girar o disco anódico para que durante a


emissão dos elétrons pelo filamento, o feixe eletrônico encontre
sempre um novo ponto focal.
 Desta forma, há tempo para que a região dissipe o calor até ser
atingida novamente, após uma volta completa do disco.
Tipos de Pistas do Ânodo Rotatório

 Pista simples - constituído de um disco metálico onde é


construída uma pista anódica, que irá receber o impacto dos
elétrons acelerados pelo cátodo.
 O impacto dos elétrons é feito sempre com a mesma área (foco
real), mas como o disco gira a grande velocidade, se obtém um
grande aumento na região de impacto, demarcado pela área
escurecida.
Tipos de Pistas do Ânodo Rotatório

 Pista simples - com isso, se obtém melhor distribuição do calor


gerado no processo de impacto e, como consequência, é
possível aumentar a potência do equipamento;
 Pista dupla separada – igual ao anterior, mas existem duas pistas
anódicas: uma para foco fino e outra para foco grosso;
Tipos de Pistas do Ânodo Rotatório
Pista dupla separada
Tipos de Pistas do Ânodo Rotatório

 Pista dupla separada – a partir de um filamento duplo


bipartido, obtém-se duas regiões distintas de colisão dos
elétrons.
 O efeito obtido é o de aumentar ainda mais a área sobre a
qual os elétrons se chocam, produzindo uma redução
considerável no efeito térmico sobre ela.
Tipos de Pistas do Ânodo Rotatório

 Pista dupla sobreposta - neste tipo de ânodo, também composto


por um disco metálico, são montadas pistas de focos fino e
grosso, que se sobrepõem.
 Não existe distinção entre as pistas para um ou outro foco.
Tipos de Pistas do Ânodo Rotatório

 Pista dupla sobreposta - o filamento duplo separado, com sua


construção paralela, direciona os elétrons para cada um dos
focos de forma a concentrar o feixe em maior ou menor grau.
 Com há sempre uma mesma região do disco anódico sendo
bombardeada, a durabilidade do equipamento é menor se
comparada com as pistas separadas.
Tipos de Pistas do Ânodo Rotatório
Pista dupla sobreposta
Cabeçote

 Tem por função conter o óleo refrigerante onde está


imersa a ampola.
 Além disso, serve de barreira para a radiação emitida pela
ampola, só permitindo que aqueles fótons que saem pela
janela da ampola continuem seu caminho em direção ao
paciente.
Cabeçote

 A radiação que ainda assim sai do cabeçote é conhecida


como radiação de fuga, e aquela que se dirige ao paciente
é chamda radiação ou feixe útil.
Cabeçote
Exercícios

 1- Descreva como o equipamento de Raios X faz para produzir o feixe


de fótons.
 2- Cite todas as partes que compõem um cabeçote de Raios X.
 3- Quantos eletrodos possui uma ampola? Explique.
 4- Por que a ampola possui uma janela?
 5- O que acontece se a ampola não possuir janela?
 6- Corrente no filamento e corrente no tubo são a mesma coisa?
Explique.
 7- Para que serve o colimador do foco?
 8- Qual a razão de a ampola trabalhar com tensões de 100 mil Volts?
 9- Quais os tipos de ânodos existentes?
 10- O que é foco anódico?
Exercícios

 11- Por que o foco é inclinado?


 12- O que é pista anódica ou pista focal?
 13- Por que se usa o tungstênio como alvo?
 14- O que é foco real e foco efetivo?
 15- Explique o que é foco fino e foco grosso.
 16- Por que e quando se utiliza o ânodo giratório?
 17- Qual é o gás que se encontra dentro da ampola?
 18- Qual o papel do motor dentro da ampola?
 19- Como ocorre a produção e a transferência de calor na ampola?

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