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INSTITUTO POLITECNICO

IBN IBN SINA-GURUÉ


CADEIRA: PEDIATRIA 1

PROCEDIMENTOS CLÍNICOS E DE ENFERMAGEM EM PEDIATRIA

Estudantes:
Alendrinha Bernardo
Celiana Cesar Curso: TMG11
Topicos da apresentação

Medição da Transfusão de sangue


temperactura
Colheita de amostra de
sangue
Administração de
injecções e acesso
endovenos
Administração de
medicamentos pela via
oral, rectal, oftalmica,
otologica e topica
Medição da Temperatura
Axilar, Oral e Rectal
Indicações
Em casos de alterações da temperatura, por

1.Aumento ou hipertermia;

2.Redução ou hipotermia

Equipamento necessário
Termómetro, que pode ser de mercúrio ou digital,
bandeja, solução antisséptica (álcool a 70% ou
solução iodada), bolas de algodão ou gaze, baldes
para lixo infeccioso e comum.
Para medição correcta é necessário
observar os seguintes princípios e medidas
gerais:

 Usar termómetros que funcionem e que estejam


limpos
Os locais habituais de medição da T° na criança são:
axila, boca, recto e mais raramente a prega inguinal e
canal auditivo.
Deve-se obedecer as normas de biossegurança para
prevenção e controlo de infecções (PCI)
Técnica:

Lavar as mãos e colocar luvas de exame.

Deve ser feita uma boa higiene no local de


medição (axilar, inguinal, rectal, cavidade bucal e
auditiva). Deve-se secar a humidade e suor em
caso de medição na axila. Ter em conta que o
excesso de pêlo, no adolescente, na área axilar
também pode alterar a medição.
 Fazer desinfecção do termómetro com algodão embebido
com solução anti-séptica e sacudi-lo cuidadosamente (com
movimentos circulares) até a coluna de mercúrio descer <
35°C.
 Após a medição voltar a limpar o termómetro com algodão
embebido com solução anti-séptica e voltar guardá-lo e
voltar a lavar as mãos.
 Anotar a temperatura no gráfico da temperatura no cardex
ou processo clínico.
 Fazer o descarte de lixo conforme as normas de
biossegurança (PCI).
Técnicas Específicas
Temperatura rectal é uma técnica utilizada em
lactentes mas não é muito prática, por ser um
incómodo e não aceite culturalmente. Usa-se
termómetro que possui bulbo arredondado e de
maior calibre, o que não está disponível nas nossas
US’s. Sempre observando os princípios de
biossegurança e medidas gerais descritas no ponto
anterior proceder da seguinte forma:
Colocar o paciente em decúbito lateral e proceder
com a limpeza da área (região peri-anal);
Lubrificar o termómetro com vaselina ou óleo e
introduzir 2 cm do termómetro incluindo a ponta,
dentro da ampola rectal. Em caso de criança,
instruir a mãe a segurar as pernas e as nádegas
da criança para que não se mexa;
Após 5 minutos (ou após o “bip”) retirar o
termómetro, ler e anotar o nível aonde chegou
a coluna de mercúrio ou ler a Tª que aparece
no termómetro digital;
A temperatura rectal normal é de 36-37,5°C e
é considerada a mais precisa.
Temperatura oral
Não é uma técnica comum por não ser muito prática.
Pode não ser higiénica e o resultado pode depender do
grau de colaboração do paciente (há risco do paciente
morder e romper o termómetro). É contra-indicada nas
crianças pequenas, adolescentes não colaborantes,
inconscientes, ou com lesões na boca.
Sempre observando os princípios de
biossegurança e medidas gerais descritas no
ponto anterior proceder da seguinte forma:

 Pedir ao paciente para abrir a boca. Verificar se


o paciente ingeriu há pouco tempo
alimentos/líquidos frios ou quentes, e neste
caso esperar 10 a 15 minutos antes de tomar a
temperatura. Verificar se o paciente tem
dispneia;
 Pedir ao paciente para levantar a língua, pôr a ponta do
termómetro na região sublingual posicionando-o no canto
do lábio e recomendar que fique com a boca fechada,
respirando pelo nariz e não movimentando a língua ao
redor do termómetro;

 Após 5 minutos (ou após o “bip”) retirar o termómetro, ler e


anotar o nível aonde chegou a coluna de mercúrio ou ler a T
ª que aparece no termómetro digital;
 A temperatura bucal normal é de 36-37.4°C
Temperatura axilar
Mede-se na axila que é o local habitual para os adultos e
também para as crianças de qualquer idade. Sempre
observando os princípios de biossegurança e medidas
gerais da seguinte forma:
 Pôr a ponta do termómetro em contacto com a pele da
região axilar e solicitar ao cuidador da criança para
apertar o termómetro colocando a mão no braço e ombro
da criança. Se for uma criança mais velha pode
colaborar;
Durante a medição o paciente deve estar com o
braço parado para segurar que o termómetro
fique em contacto constante com a pele e para
impedir a caída do termómetro e uma medição
imprecisa;
Após 5 minutos (ou após o “bip”), retirar o
termómetro, ler e anotar o nível onde chegou a
coluna de mercúrio ou ler a Tª que aparece no
termómetro digital;
A temperatura axilar normal é de 35,5-37°C
Temperatura inguinal
O método é o mesmo que o da temperatura
axilar variando apenas o local onde o
termómetro é colocado - na região inguinal. É o
método mais apropriado para os recém-nascidos
e lactentes. Nestes casos deve-se pedir ao
cuidador/mãe da criança que mantenha a coxa
flexionada sobre o abdómen.
Temperatura auricular
Necessita um termómetro próprio de ouvido e deve-se:
 Ligar o termómetro de ouvido;

 Colocar o auricular e introduzir com suavidade no


ouvido;
 Esperar 1 segundo e fazer a leitura;

 A temperatura timpânica é de < 0.5 a 0.6 ºC que a


T.rectal, isto é 35.5 a 36,9°C

Apesar de ser um método rápido e não invasivo, o


termómetro auricular raramente está disponível nas US.
Potenciais complicações
Exposição acidental. Por isso a Academia Americana
de Pediatria recomenda que se evite o uso de
termómetros de mercúrio e recomenda o uso de
termómetros digitais.

Colheita de Amostras de Sangue


A colheita de sangue consiste na punção de uma veia de
grande calibre num membro, geralmente braço, utilizando
um garrote que se coloca durante todo o procedimento.
Indicações
Está indicado para colheita de sangue nos
seguintes casos:
 Hemograma;

 VS;

 Análises bioquímicas;

 CD4;

 Tipagem sanguínea pré-transfusão;

 Outros: carga viral, hemocultura etc.


Equipamento necessário
 Luvas de exame, garrote para colocar no braço e
almofada para apoio do braço.
 Agulha e seringa, tubos de laboratório estéreis secos
(usualmente usados nos testes de bioquímica) ou com
anticoagulante (hemograma).
 Bolas de algodão embebidas solução em anti-séptica e fita
adesiva.
 Baldes para descarte do lixo infeccioso e comum, e caixas
incineradoras (descarte de agulhas e outros perfuro-
cortantes).
Técnica
 Lavar as mãos e calçar as luvas de exame.

 Colocar o braço do paciente por cima da


almofada e em seguida o garrote apertado no
antebraço;
 Limpar a zona onde se vai puncionar com
algodão embebido na solução anti-séptica.
 Puncionar a veia e retirar o sangue aspirando a
seringa e depositá-lo nos tubos de laboratório.
 Desapertar o garrote.

 Colocar a bola de algodão por cima do local de


inserção da agulha e retirar a agulha fazendo um pouco
de pressão.
 Manter a pressão durante 1 minuto e dobrar o braço da
criança. Depois colocar um penso com adesivo
apertado.
 Fazer o descarte do lixo obedecendo as normas de
biossegurança.
 Retirar as luvas, coloca-las no balde de lixo infeccioso
e lavar as mãos.
Pode-se também puncionar a veia jugular,
contudo ter atenção que esta técnica deve ser
usada somente como alternativa e por mãos
experientes.

Potenciais Complicações
 Hemorragias e/ou hematomas.

 Infecção do local da punção.

 Tromboflebite
Administração de Injecções e Acesso
Endovenoso

As injecções devem ser dadas somente em caso


de absoluta necessidade, pois para além de
aterrorizar as crianças podem ser muito perigosas.
Por isso antes da administração de qualquer
injecção é necessário saber se a criança tem
história de reacções alérgicas ou adversas a
fármacos.
Indicações
Via intramuscular (I.M.), é administrada no músculo, usa-
se para administração de medicamentos injectáveis que se
pretenda que sejam absorvidos rapidamente e que:
 Quando os tratamentos não podem ser efectuados
por via oral porque não existem medicamentos
orais nem fórmulas endovenosas (ex: Gentamicina);
 Quando o estado clinico da criança não permite a
via oral por estar grave e precisar que o
medicamento actue rapidamente, ou por estar
inconsciente ou com vómitos.
Via intradérmica (I.D.), é administrada na derme, e está
indicada na administração de vacinas como BCG e teste
cutâneos como o da toxina antitetânica e de tuberculina.

Via subcutânea (S.C.), é administrada no tecido


subcutâneo. Está indicada nos casos que se pretende uma
absorção lenta do fármaco para o sangue (ex: Insulina)

Via endovenosa (E.V.), é administrada na veia e está


indicada nos casos em que se pretende atingir rapidamente
altas concentrações no sangue, como acontece em:
 Administração de infusões para expansão
plasmática (desidratação grave e choque);
 Transfusões sanguíneas;

 Administração de antibióticos que existem


somente em formulação E.V.;
 Crianças extremamente doentes como em
infecções graves, (meningite e sépsis).
Equipamento necessário
 seringas, as que se usam mais frequentemente são as de
5ml, 2ml e 1ml.
 Nos casos em que se administra glicose ou se faz
preparação de medicamentos para infusão lenta, são
necessárias seringas de 10 ou 20 ml.
 São necessárias também agulhas, específicas
padronizadas para cada tipo de injecções,
 tabuleiros, bolas de algodão,
 solução antisséptica,
 caixa incineradora para objectos perfuro-cortantes, baldes
para lixo infeccioso e comum.
Técnica
Via intramuscular (I.M.), a técnica consiste em:
 Inserir a agulha de padrão 23 a 25G, no
músculo a um ângulo de 90º;
 Aspirar para garantir que não se aspira
sangue. Caso se aspire, significa que se
apanhou um vaso, retirar ligeiramente a agulha
e tentar aspirar de novo;
 Se não sair sangue administrar todo o fármaco
 Retirar a agulha e fazer pressão sobre o local
com algodão por alguns segundos;
 Certificar que não há saída excessiva de sangue
do local da injecção
 Para escolha do local da injecção deve-se ter
em conta a idade da criança e o estado
nutricional. Assim nas crianças de:
 Mais de 2 anos aplica-se a I.M. na face externa
da coxa ou no quadrante supero-externo da
nádega, para não correr o risco de lesão do
nervo ciático;
 Menos de 2 anos, malnutrição grave ou com >2
anos mas com desenvolvimento muscular
reduzido devem ser aplicadas na face externa
da coxa, a média distância entre o joelho e a
articulação coxo-femoral, ou no músculo
deltóide.
Via intradérmica (I.D.), a técnica consiste em:
 Seleccionar uma área cutânea não danificada ou sem
lesões como por exemplo o braço a nível do deltóide;
 Com uma mão esticar/apertar a pele entre o indicador e o
polegar;
 Com outra mão inserir a agulha, padrão 25G, cerca de
2mm lentamente com o bisel virado para cima e
paralelamente à superfície cutânea. Quando se faz isso
sente-se uma considerável resistência à injecção. A
formação de pápula indica que a injecção foi
correctamente administrada
Via subcutânea (S.C.), a técnica consiste em:
 Seleccionar o local de acordo com as mesmas indicações da
I.M. Inserir a agulha padrão 23 a 25G num ângulo de 45º por
baixo da apele, no tecido celular subcutâneo;
 Não se deve inserir demasiado pois corre-se o risco de
apanhar os músculos;
 Aspirar de forma a garantir que não se aspira sangue. Se
sim retirar ligeiramente a agulha e tentar de novo;
 Administrar o fármaco empurrando o êmbolo lentamente até
ao fim;
 Retirar a agulha e fazer pressão no local da injecção com
Via endovenosa (E.V.) pode ser utilizada para:
 Administração directamente na corrente sanguínea: o
medicamento é injectado directamente na veia por
punção na rede venosa periférica ou cateter central;
 Administração intermitente: os medicamentos são
administrados em preparações diluídas através de
sistemas de infusão; a solução é administrada durante
um período de tempo, e após a infusão o acesso venoso
é mantido fechado permeabilizado com solução
fisiológica 0.9%;
 Administração contínua: os medicamentos são
administrados por infusão contínua de soluções
durante várias horas, fluidos ou transfusões.
Também é conhecido como gotejamento
contínuo e é usado para infusão > 500 ml.
A técnica depende do local seleccionado, assim no caso
de:

Veia periférica da fossa cubital ou a 4ª


veia interdigital do dorso da mão
são as mais acessíveis em>2 anos e consiste em:
 Um ajudante deve manter o membro fixo, com
os dedos à volta do braço para funcionar como
torniquete, e ajudar a imobilizar a criança, ou
colocar um garrote para ajudar o retorno
venoso;
 Limpar a área que vai ser puncionada
com solução anti-séptica;
 Introduzir a maior parte da cânula na
veia;
 Fixar o cateter com adesivo;

 Colocar uma tala de forma a manter o


braço estendido e imobilizado de
forma correcta.
Veias do couro cabeludo
São frequentemente mais utilizadas em crianças com
<2 anos, mas funcionam melhor para lactentes, onde a
técnica consiste em:
 Encontrar a veia adequada (geralmente no meio da
testa, área temporal ou atrás por cima do pavilhão
auricular);
 Rapar o cabelo da área e limpar a pele com solução
anti-séptica. O ajudante deve ocluir a veia na região
proximal ao local da punção;
 Encher a seringa com soro fisiológico e encher o
cateter;
 Desconectar a seringa e deixar a cânula aberta.
Introduzir o cateter como explicado anteriormente. A
presença de sangue na cânula indica que a agulha se
encontra na veia;
 Ter a certeza que não se trata de uma artéria e isso
pode ser confirmado palpando. Se for pulsátil trata-se
de uma artéria. Nesse caso retirar a agulha
pressionando o local por alguns minutos até parar a
hemorragia. Em seguida procurar de novo uma veia.
Veia periferica da fossa cubital e veia do couro cabeludo
Potenciais Complicações
Via intramuscular (I.M.), as principais complicações são:
 Abcesso;

 Dor viva em caso de punção do nervo ciático;

 Parestesias, paralisias do membro puncionado (em caso


de punção do nervo ciático);
 Infecções ;

 Hematoma;

 Embolias no caso de injecções intravasculares.


Via intradérmica (I.D.), são os abcessos e as úlceras

Via subcutânea (S.C.), são:


 Dor à palpação;

 Hematoma;

 Embolias no caso de injecções intravasculares;

 Infecções;

 Abcesso;

 Aparecimento de tecido fibrótico e/ou de nódulos


Via endovenosa (E.V.), são:
 Reacções alérgicas;

 Embolia: devido à injecção de ar ou medicamento


oleoso;
 Esclerose da veia: por injecções repetidas no
mesmo local ou por efeito do próprio medicamento;
 Necrose tecidual: devido a administração de
substâncias irritantes fora da veia;
 Hematomas: por rompimento da veia e
extravasamento do sangue nos tecidos.
Administração de medicamentos pelas
vias: Oral, Rectal, Oftálmica, Otológica,
Tópica
Indicações
Via oral
Está indicado para administração de medicamentos para
tratar desde infecções, alergias a tumores em crianças
cujo estado geral permita usar esta via (sem vómitos, sem
irritabilidade, sem letargia). Usa-se em forma de:
 Comprimidos, drageias, pilulas, ou capsulas

 Xaropes ou misturas, que são mais facilmente


administrados nas crianças sobretudo se tiverem um
paladar agradável
Vantagens:
 os medicamentos são mais baratos, a via é
mais segura e mais prática

Desvantagens:
 são de acção moderada a lenta, pode ser
inactivada pelo suco gástrico, os alimentos
e bebidas podem ter interferência na sua
absorção e podem ser auto-administrados
Via Recta
Está indicada para o tratamento de pacientes que
não toleram o medicamento por via oral ou
pacientes inconscientes.

Via Oftalmológica
Está indicada para tratamento tópico de patologia
do olho como a conjuntivite
Via Otológica
Está indicada para tratamento tópico de patologia
do ouvido externo e do ouvido médio.

Via tópica
Rstá indicada em geral em patologias da pele,
como eczema, mucosas como a estomatite e
patologias músculo-esqueléticas, como no caso de
hematoma.
Técnica
Não necessita nenhuma técnica especial,
contudo é necessário garantir que:
 A mãe/cuidador entendeu para que serve o
medicamento;
 Qual a via de administração a ser usada;

 Como vai dar em termos de doses;

 Horário, bem como número de vezes por dia e


por quanto tempo;
 No casos dos xaropes lembrar que é
necessário agitar os frascos antes da
administração;
 Alguns xaropes apresentam-se em forma de
pó e devem ser reconstituídos usando água
limpa à temperatura ambiente;
 Nos casos de medicamento em pomada para
tratamento oftálmico garantir que a pomada é
aplicada na mucosa conjuntival;
No caso dos tópicos para as mucosas como na estomatite
garantir que a mãe/cuidador tenha as seguintes
precauções:
 Lavar bem as mãos;

 Molhar uma compressa ou pano limpo em água com sal (na


proporção de meia colher de chá de sal num copo de água).
Enrolar a compressa num dedo e limpar a boca da criança
gentilmente;
 Com outra compressa ou espátula e algodão molhar com
Violeta de Genciana a 0.25% e aplicar na boca da criança;
 Lavar de novo as mãos.
Transfusões de Sangue: Dosagem,
Velocidade de Infusão e Prevenção das
Reacções Alérgicas
Indicações
A transfusão está indicada em caso de anemia resultante
de diferentes mecanismos, a saber:
 Anemia grave resultante de hemorragias massivas
(ex: traumas, hemorragia digestiva) em que há
redução do volume (hipovolémia) de sangue em
circulação em cerca de 20 a 30%.
 Nestes casos está indicado fazer transfusão de
sangue total fresco na dose de 20ml/kg de peso
corporal a correr em 3 a 4 horas.
 Anemia grave resultante de anemia hemolítica por
malária por exemplo, definida como: toda a criança
com Hb ≤ 4g/dl e hematócrito ≤12%, ou se a
criança esta com sinais de descompensação
independentemente dos valores
 Nestes casos está indicada fazer transfusão de
concentrado de glóbulos, também chamada papa
de glóbulos, na dose de 10 ml/kg de peso corporal
a correr em 3 a 4 horas. Caso não haja papa de
glóbulos disponível dar 20 ml/kg de sangue total
fresco durante 3 – 4 horas.
 Anemia menos grave, definida como: toda a criança
com Hb entre 4 a 6g/dl e hematócrito entre 13 a
18% acompanhada de um dos seguintes achados
clínicos:
• Desidratação clinicamente detectável;

• Choque;

• Alterações da consciência;

• Insuficiência cardíaca;

• Respiração profunda e dificultada;

• Parasitémia da malária muito elevada.


 Choque séptico, nos casos em que os fluidos são
insuficientes para manter a circulação adequada e
em adição à terapêutica antibiótica.
 Para fornecer factores de coagulação, casos que
serão diagnosticados e manejados por médicos
especialistas.
 Exsanguíneo-transfusão na icterícia grave do RN,
casos a serem manejados por médicos
especialistas,
Equipamento Necessário
 Sangue armazenado, que tenha sido rastreado, que seja
negativo para infecções transmissíveis por transfusões,
tais como hepatite B e C e HIV. Não se deve usar sangue
que esteja fora do prazo ou que tenha estado fora da
geleira por mais de 2h.

 Sistemas de sangue adequados para crianças.

 Canalização de uma veia periférica consoante a idade da


criança e estado e gravidade
Técnica
 Canalizar a veia periférica. No caso do membro
superior, imobilizar bem o braço para evitar flexão
 Garantir que o sangue é do grupo correcto, que o
nome e o número do paciente estão ambos na
amostra, no rótulo e no impresso.
 Certificar que a embalagem de sangue não está
danificada.
 Verificar se não há coágulos Em caso de qualquer
sinal de insuficiência cardíaca administrar Furosemida
na dose de 1-2mg/kg E.V. de peso corporal (dose
 Efectuar registo de Tª , FC e FR antes da transfusão
para ter parâmetros de base.
 Se disponível usar um dispositivo para controlar o
ritmo da infusão.
 Confirmar e controlar que o sangue corre a uma
velocidade correcta.
 Vigiar os sinais de reacção transfusional,
controlando o estado e aparência geral da criança, a
temperatura, FC e FR de 30/30 minutos.
 Registar a hora de início e fim da transfusão, o
volume de sangue transfundido e a presença ou
 Após a transfusão avaliar a criança e se a
Hb após 2 horas se mantiver e se estiver
clinicamente pálido, repetir a transfusão na
mesma dose e Furosemida se tiver sido
dada anteriormente.
 Em casos de crianças gravemente
malnutridas o excesso de fluidos risco é
uma complicação frequente e grave, por
isso deve-se:
• Dar a transfusão mais lentamente, em 3 horas, e menos
volume;
• Quando indicado sangue total, administrar 10ml/kg de
sangue total fresco (em vez de 20ml/kg);
• Se a criança apresentar sinais e sintomas de insuficiência
cardíaca administrar papa de glóbulos, na dose de
10ml/kg, em vez de sangue total;
• Administrar Furosemida na dose de 1mg/kg E.V. de peso
corporal (dose máxima 20mg) no inicio da transfusão;
• Avaliar a frequência cardíaca e respiratória a
cada 15 minutos. Se uma delas estiver
aumentada transfundir ainda mais lentamente;
• Controlar Hb após 2 horas, contudo mesmo que
a Hb estiver baixa NÃO repetir a transfusão nos
próximos 4 dias, tendo o cuidado de avaliar
rigorosamente os sinais de descompensação.
Potenciais complicações

 Transmissão de infecções (Hepatite B, HIV, Malária, Sífilis);

 Sobrecarga de volume (por transfusões de quantidade


elevada sangue ou hemoderivados);
 Reacções transfusionais: podem ser agudas e crónicas, de
causa imune ou não imune. As reacções agudas são as
mais preocupantes, devem ser identificadas e tratadas
precocemente. São as seguintes:
• Hemólise Intravascular Aguda;
• Choque Séptico;
• Anafilaxia;
• Reacção febril não hemolítica;
• Lesão pulmonar aguda relacionada à transfusão
(edema agudo do pulmão)
Obrigado a todos pela
atenção dispensada

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