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FUNDAMENTOS DE

ENFERMAGEM
Enfª Mirna Kathary
Um Pouco de História e definições :

■ Cuidado – É entendido como fenômeno resultante do processo cuidar.


■ As primeiras cuidadoras eram as mulheres que cuidavam das crianças, idosos
e pessoas incapazes.
■ Havia convicção de que as doenças eram castigos divinos ou efeitos do poder
diabólico.
■ As crenças levaram os povos a recorrer a seus sacerdotes e feiticeiros,
acumulando estes as funções de médico, farmacêutico e enfermeiro.
Florence Nightingale

■ Nascida em 12 de maio de 1820, segunda filha de uma família rica, foi


batizada em homenagem à cidade em que nasceu, Florença;
■ Em 1860 dedicou seus esforços para a criação de uma escola de enfermagem
no St. Thomas’ Hospital em Londres, financiado pelo Nightingale Fund.
■ Ela foi reconhecida em 1907 pela Rainha da Inglaterra com a condecoração da
Ordem ao Mérito. De diversas formas, Florence Nightingale projetou a
enfermagem como profissão.
■ Em 1901, completamente cega, parou de trabalhar. Morreu em Londres, em
13 de agosto de 1910, durante o sono, aos 90 anos.
Florence e sua abordagem
■ A enfermagem começou na metade do século XIX, sob a liderança de Florence
Nightingale. Antes de seu tempo, o trabalho de cuidar de doentes era realizado por
indigentes e bêbados, pessoas incapacitadas a qualquer espécie de trabalho.
■ Construíam-se hospitais em locais onde os pobres sofriam mais em decorrência do
ambiente do que à doença que os levara para lá. O que predominava em todo o lugar
eram cirurgias sem anestesia, pouca ou nenhuma higiene e a sujeira nos hospitais.
Teoria de Nightingale:
O enfermeiro manipula o ambiente do cliente para regular o nível adequado de ruídos,
nutrição, higiene, iluminação, conforto o, socialização e esperança. A enfermagem
deve aliviar e evitar dor e sofrimento desnecessário.
O Ser Humano Doente

Antes de abordar a parte técnica da assistência de enfermagem, salientamos que


o ser humano é o objetivo do cuidado. Precisamos sempre lembrar que o paciente
ou cliente é uma pessoa com passado, presente e futuro. Tem personalidade
própria, medos, angústias e preocupações e pelo fato de estar doente fica mais
emocionalmente fragilizado.
Todos os membros da equipe de saúde devem estimular a participação do cliente
ou paciente no seu tratamento e zelar para que a assistência seja o mais
individualizada possível. Ouvir e observar é essencial para uma comunicação
efetiva com as pessoas. Além do respeito aos direitos éticos e legais, devemos
valorizar a pessoa que está sob nosso cuidado, dando-lhe o máximo de atenção,
respeito e carinho.
Diagnóstico de Enfermagem e
diagnóstico Médico
O diagnóstico de enfermagem focaliza e define as necessidades de enfermagem
do cliente (Gordon, 1994). Ele reflete o nível de saúde do cliente ou a resposta a
uma doença ou processo patológico, um estado emocional um fenômeno
sociocultural ou um estagio de desenvolvimento.
Um diagnóstico médico identifica predominantemente um estado de doença
específico. O foco médico se faz sobre o diagnóstico e tratamento da doença.
Resumindo... objetivo do diagnóstico de enfermagem é o desenvolvimento de um
plano de cuidado individualizado, de modo que o cliente e a família sejam
capazes de lidar com as alterações e superar os desafios decorrentes dos
problemas de saúde. O objetivo do diagnóstico médico é prescrever o tratamento.
Etapas Processo de Enfermagem

■ Histórico – anamnese, exame físico e consulta ao prontuário.


■ Diagnóstico – interpretar os dados obtidos
■ Planejamento – prioridades, metas, intervenções. Prescrição de enfermagem
■ Implementação – realizar o que foi planejado.
■ Evolução – avaliação, resultados, conferir o que foi obtido frente as metas.
Sinas vitais

■ Sinais vitais são aqueles que evidenciam o funcionamento e as alterações da


função corporal. Dentre os inúmeros sinais que são utilizados na prática diária
para o auxílio do exame clínico, destacam-se pela sua importância e por nós
serão abordados: a pressão arterial, o pulso, a temperatura corpórea e a
respiração. Por serem os mesmos relacionados com a própria existência da
vida, recebem o nome de sinais vitais.
Sinais vitais TEMPERATURA
A temperatura corporal é o equilíbrio entre a produção e a perda de calor do
organismo, mediado, pelo centro termo-regulador. Pode ser verificada na região
axilar, inguinal, bucal ou retal. A axilar é a mais comumente verificada ( embora
menos fidedigna) e o seu valor normal varia no adulto entre 36 e 37,8o C.

■ Termologia básica:

Afebril: 36,1°C a 37,2°C


Febril: 37,3°C a 37,7°C
Febre: 37,8°C a 38,9°C
Pirexia: 39°C a 40°C
Hiperpirexia: acima de 40°C
TEMPERATURA AXILAR
■ Lavar as mãos;
■ Explicar ao paciente o que vai ser feito;
■ Fazer desinfecção do termômetro com o algodão embebido em álcool a 70% e certificar-se que
a coluna de mercúrio está a baixo de 35o C;
■ Enxugar a axila com a roupa do paciente (a unidade abaixa a temperatura da pele, não dando
a temperatura real do corpo);
■ Colocar o termômetro com reservatório de mercúrio no côncavo da axila, de maneira que o
bulbo fique em contato direto com a pele;
■ Pedir o paciente para comprimir o braço em encontro ao corpo, colocando a mão no ombro
oposto;
■ Após 5 minutos, retirar o termômetro, ler e anotar a temperatura.
■ Fazer desinfecção do termômetro em algodão embebido em álcool a 70%
■ Lavar as mãos.
Contra indicações: - Furunculose axilar, pessoas muito fracas ou magras.
Observação : Não deixar o paciente sozinho com o termômetro.
TEMPERATURA INGUINAL

■ O método é o mesmo, variando apenas o local: o termômetro é colocado na


região inguinal; É mais comumente verificada nos recém- nascidos. Neste
caso, manter a coxa flexionada sobre o abdome;
TEMPERATURA BUCAL
■ Lavar as mãos; ■ Observação:
■ Explicar ao paciente o que vai ser O termômetro apropriado ( longo e chato)
feito; propicia mais segurança e rapidez de
aquecimento;
■ Colocar o termômetro sob a língua do
paciente, recomendando que o Não verificar temperatura bucal de paciente
conserve na posição, mantendo a em delírio, inconsciente, que estejam com
boca fechada por 7 minutos; lesões na boca, problemas nas vias
respiratórias.
■ Retirar o termômetro, limpar com
algodão, ler a temperatura e anotá- É contra indicado a verificação de
la, escrevendo a letra B para indicar temperatura bucal logo após a ingestão de
o local onde foi verificado; alimentos gelados ou quentes. Também não
se deve verificar a temperatura bucal em
■ Fazer o mercúrio descer e levar o
crianças e doentes mentais.
termômetro com água e sabão antes
de guardá-lo. O termômetro deve ser individual;
TEMPERATURA RETAL
■ Lavar as mãos;
■ Calçar as luvas; ■ Observação:

■ Colocar o paciente em decúbito lateral; - Este processo é mais usado nas


maternidades e serviços de pediatria,
■ Lubrificar o termômetro com vaselina ou devendo cada criança.
óleo e introduzir 2cm pelo ânus;
- É indicado também para pacientes
■ Retirar o termômetro depois de 7 adultos em estado grave ou
minutos e ler a temperatura; inconscientes;
■ Desinfetar o termômetro com algodão - - Se tratando de criança, segurar-lhe as
embebido em álcool a 70 pernas para evitar que se debata
■ Retirar as luvas; enquanto está sendo verificada a
temperatura.
■ Lavar as mãos;
- - É contra indicado verificar a
■ Anotar a temperatura escrevendo a letra temperatura retal em caso de
"R" para indicar o local onde foi inflamação, obstrução ou alteração do
verificado; reto.
PULSO

■ É a onda de expansão e contração


das artérias, resultante dos
batimentos cardíacos. Na
palpação do pulso, verifica-se
frequência, ritmo e tensão. O
número de pulsações normais no
adulto é de aproximadamente 60
a 80 batimentos por minuto
(POTTER,1998). As artérias mais
comumente utilizadas para
verificar o pulso: radial, carótida,
temporal, femoral, poplítea ,
pediosa (POTTER,1998).
COMO VERIFICAR?
■ Higienizar as mãos;
■ Aquecer as mãos antes de tocar no paciente/ cliente;
■ Orientar o paciente/ cliente quanto ao procedimento;
■ Colocar o paciente/ cliente em posição confortável, sentado ou deitado, porém sempre com o braço apoiado;
■ Realizar o procedimento de acordo com a técnica descrita abaixo:
■ Utilizar os dedos indicador e médio sobre a artéria e palpar suavemente a artéria escolhida;
■ Sentir as pulsações através da polpa digital;
■ Contar a pulsação durante um minuto (60 segundos);
■ Se necessário repetir a contagem;
■ Deixar o paciente/ cliente confortável.
■ Higienizar as mãos;
■ Realizar as anotações de enfermagem no prontuário do paciente, rubricar e carimbar.
OBSERVAÇÃO
■ Não usar o polegar para verificar o pulso, pois a própria pulsação pode ser confundida com a pulsação do paciente/ cliente;
■ Em caso de dúvida, repetir a contagem;
■ Não fazer pressão forte sobre a artéria, pois isso pode impedir de sentir os batimentos do pulso.
■ O pulso braquial e o pulso apical são os melhores locais para avaliar a pulsação de um bebê ou de uma criança pequena,
porque os demais pulsos são profundos e difíceis de palpar com precisão (POTTER, 2013).
RESPIRAÇÃO

É o ato de inspirar e expirar promovendo a troca de gases entre o organismo e o ambiente. A


frequência respiratória normal do adulto oscila entre 16 a 20 respirações por minuto.
Em geral, a proporção entre frequência respiratória e ritmo de pulso é, aproximadamente
de 1: 4. Ex: R=20 / P=80 . - Como a respiração, em certo grau, está sujeito ao controle
involuntário, deve ser contada sem que o paciente perceba: observar a respiração
procedendo como se estivesse verificando o pulso.
Procedimentos:

■ Deitar o paciente ou sentar confortavelmente.


■ Observar os movimentos de abaixamento e elevação do tórax. Os 2
movimentos (inspiração e expiração) somam um movimento respiratório.
■ Colocar a mão no pulso do paciente a fim de disfarçar a observação.
■ Contar durante 1 minuto.
■ Anotar no papel.
■ Lavar a mão.
Observação: não permitir que o paciente fale, não contar a respiração logo após
esforços do paciente
PRESSÃO ARTERIAL
É a medida da pressão exercida pelo sangue nas paredes das artérias. A pressão
(PA) ou tensão arterial (TA) depende da força de contração do coração, da
quantidade de sangue circulante e da resistência dos vasos. Ao medir a PA
consideramos a pressão máxima ou sistólica que resulta da contração dos
ventrículos para ejetar o sangue nas grandes artérias e a pressão mais baixa ou
diastólica, que ocorre assim que o coração relaxa.
A pulsação ventricular ocorre em intervalos regulares. A PA é medida em mmHg.
Difícil defini r exatamente o que é pressão arterial normal. Fatores constitutivos e
ambientais interferem na PA. Aumenta com a idade e é considerada normal para o
adulto entre 130/80, 130/70, 120/80, 120/70.
Termologia básica:
■ LIVRO “COMO MEDIR A PRESSÃO ARTERIAL”
NECESSIDADES
HIGIÊNICAS - TIPOS DE
BANHO
ENFERMAGEM CLÍNICA
■ A higiene refere-se às práticas que promovem a saúde através da limpeza
pessoal. É incentivada atividades como o banho, a escovação de dentes, a
limpeza dos pés e das mãos, a lavagem dos cabelos e o pentear -se.
■ Necessidades Higiênicas:
■ Restauração da limpeza;
■ Eliminação de odores desagradáveis do organismo;
■ Redução do potencial de infecções;
■ Estimulação da circulação;
■ Oferecimento de uma sensação refrescante e relaxante;
■ Melhora da auto-imagem;

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