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SEGURANÇA

E MEDICINA
DO
TRABALHO
INTRODUÇÃO
O QUE É O PCMSO – PROGRAMA DE CONTROLE MÉDICO DE SAÚDE
OCUPACIONAL
O QUE É O PCMSO – PROGRAMA DE CONTROLE MÉDICO DE SAÚDE OCUPACIONAL?

O PCMSO (Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional) é um dos programas legais estabelecidos pela CLT e regido
pela NR 07.
Tem como objetivo cuidar da saúde ocupacional dos trabalhadores empregados em um determinado contexto empresarial.
É por meio desse programa que são fornecidos os exames admissionais, demissionais e os demais exames periódicos que possam
vir a ocorrer, além de orientar outras diversas ações com o objetivo de prevenir, monitorar e controlar possíveis danos à saúde e
integridade do empregado, detecta riscos prévios, especialmente no que diz respeito às doenças relacionadas ao trabalho.
Como exemplo, o PCMSO pode exigir a análise do ambiente de trabalho de modo a identificar riscos que podem afetar o agravo
a saúde dos colaboradores, por conta disso pode ser solicitado uma série de exames clínicos e complementares específicos para
cada tipo de nível de risco da empresa.
Com a realização do PCMSO a empresa, além de cuidar da saúde do quadro de funcionários, também evita possíveis
consequências jurídicas que podem ocorrer pelo aparecimento de ocorrências relacionadas a doenças ocupacionais, como
processos criminais, processos cíveis e previdenciários.
Caso a empresa não elabore o PCMSO, estará sujeita a ter a penalidade de multa mínima de 2.114,37 reais e máxima de
2.367,62 reais
O EXAME
ADMISSIONAL
ENTENDA COMO FUNCIONA E QUAL A SUA IMPORTÂNCIA
AFINAL, O QUE É EXAME ADMISSIONAL?

O exame admissional é o teste médico realizado antes da contratação de um novo funcionário em uma empresa por um
profissional especialista em medicina do trabalho. O objetivo é contratar apenas funcionários saudáveis, que realmente estejam
em condições de trabalhar nos cargos que se candidataram.
Essa é uma ótima forma de evitar a rotatividade de funcionários pela incapacidade produtiva e também é uma garantia aos
funcionários, garantindo a estabilidade no emprego e dos colaboradores. Seria muito prejudicial para a empresa contratar
pessoas impossibilitadas de desempenhar a função e, depois de um tempo, precisar mandá-las embora.
Afinal, imagine que, depois de 6 meses de trabalho, o colaborador se machuque por falta de distribuição de equipamentos de
segurança para operar máquinas na empresa. Como ele pode provar que se machucou trabalhando e não tinha essa lesão,
ferimento ou trauma antes? Com a análise, o funcionário pode provar que era saudável ao ingressar na empresa.
Assim, existem vantagens para as duas partes: tanto para os contratantes quanto para os contratados.
PARA QUE SERVE UM EXAME ADMISSIONAL?

O exame admissional serve para verificar o estado de saúde do novo funcionário, a fim de identificar possíveis
doenças e sequelas que ele já apresenta, sejam elas provenientes de acidentes de trabalho ou não. Um bom modo
de exemplificar a finalidade do exame admissional é compará-lo aos testes realizados antes de um candidato ser
aprovado para receber sua carteira de motorista.
Somente com os resultados em mãos é possível provar que o indivíduo está apto para sair dirigindo com segurança.
O mesmo acontece com a análise de admissão. Por isso, é muito importante que esses
exames sejam feitos antes da admissão do funcionário. Afinal, ele também é parte do processo e pode reprovar um
candidato.
PRINCIPAIS VANTAGENS PARA A EMPRESA DO EXAME ADMISSIONAL

Apesar de cada cargo ou segmento poder exigir um conjunto específico de testes para o processo de admissão, as
vantagens são as mesmas em todas as áreas, como:
- Segurança para os contratantes, que trabalham a prevenção de possíveis processos trabalhistas, gerados por
alegações ilegítimas;
- Ficar em dia com a Justiça do Trabalho e a Legislação, que exige a realização do exame;
- Evitar o desperdício de recursos financeiros da empresa devido a pagamentos de indenização ou sanções.

PRINCIPAIS VANTAGENS PARA O FUNCIONÁRIO DO EXAME ADMISSIONAL


E se engana quem pensa que este exame é apenas uma segurança para a empresa contratante. O funcionário
também possui vantagens garantidas ao realizá-lo:
- Em caso de doença ocupacional adquirida em exercício de sua função no futuro, o funcionário tem direito à
indenização;
- Realizar exames que, além de importantes para a sua função, são importantes também para a sua própria saúde;
- Evitar injustiças devido ao seu estado de saúde;
- Se proteger de trabalhos que possam afetar a sua saúde.
QUAIS PONTOS SÃO ANALISADOS EM UM EXAME ADMISSIONAL?

Durante o exame, o médico vai analisar o candidato como um todo, passando pela sua saúde física, mental e
emocional. Para isso, diferentes exames podem ser solicitados, variando de acordo com a função em questão.
Vale lembrar que o que reprova no exame admissional não são as doenças em si e sim a adaptação do funcionário
frente à sua ocupação. Se devido a alguma condição ou doença o trabalhador causar risco a si mesmo e a outras
pessoas a reprovação pode ocorrer.
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ENTENDA COMO FUNCIONA O EXAME ADMISSIONAL

Os procedimentos e principais pontos de um exame passam pelas seguintes etapas:


- Identificação do local de trabalho do colaborador. Esse procedimento pode ser feito por um médico do trabalho e
um engenheiro especializado em segurança do trabalho;
- Criação do Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR) (antigo PPRA).
- Criação do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) dentro da empresa. É a partir dele que
serão definidos os exames solicitados em cada função.
- A partir daí a empresa fará a solicitação dos exames admissionais sempre que houver a contratação de um novo
funcionário.
Após a aplicação do questionário, o médico contratado deve consultar o candidato, verificando suas características
físicas, como:
- Pressão arterial;
- Batimentos cardíacos;
- Condições ósseas;
- Status da coluna e articulação.
- Feito isso, o médico precisa oferecer o encaminhamento para a coleta de exames como:
- Hemograma e teste de glicemia;
- Urina 1 e triglicerídeos;
- Colesterol e outros, dependendo da função.
Com todos os resultados em mãos, o médico pode disponibilizar o Atestado de Saúde Ocupacional (ASO) ao
funcionário, alegando que ele está apto a realizar seu trabalho e iniciar as atividades.
CUIDADOS QUE DEVEM EXISTIR NO PROCESSO DO EXAME ADMISSIONAL
É importante ressaltar que, para as empresas, é preciso tomar cuidado com como, onde e quem aplicará o exame,
além de ter cautela sobre os testes laboratoriais solicitados depois.
Não são todos os profissionais que estão habilitados a aplicar o exame de admissão — apenas médicos
especialistas em Medicina do Trabalho podem realizá-lo.
Além disso, testes de gravidez, esterilização ou identificação de soro positivo (HIV), não podem ser solicitados em
hipótese alguma pelo empregador, como já foi dito.

ONDE É FEITO O EXAME ADMISSIONAL?


Deve ser realizado em uma clínica ocupacional de confiança da empresa.
É importante fazer a escolha com cuidado para que além de um bom custo-benefício, a clínica ofereça também bons
profissionais e todo o cuidado que o assunto merece.
A SSO Ocupacional oferece tudo o que a sua empresa precisa quando o assunto é a segurança dos seus
profissionais e da sua empresa.
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EXISTEM EXAMES QUE NÃO PODEM SER SOLICITADOS?
Alguns exames são considerados ilegais, pois podem ter caráter discriminatório pelas empresas. São eles:
- Teste de gravidez
- Teste de HIV
- Testes de esterilização (oclusão tubária e vasectomia).

E, SE O EXAME ADMISSIONAL NÃO FOR FEITO?


O que acontece se o exame admissional não for feito?
Essa não pode ser uma opção da empresa. O exame precisa ser realizado para evitar problemas futuros. Caso
contrário, a instituição coloca sua reputação e a saúde dos funcionários em risco.
Além disso, ela pode sofrer multas e penalidades da Justiça do Trabalho e outros órgãos legais, uma vez que há o
descumprimento da Lei.
O QUE DIZ A LEGISLAÇÃO SOBRE O EXAME ADMISSIONAL?
A Legislação obriga que as empresas realizem e ofereçam o exame aos funcionários tanto na admissão, quanto na
demissão, e de modo periódico.
Essa exigência é registrada na Lei nº 7.855, publicada em 24 de outubro de 1989, durante o Governo Sarney.
Essa Lei é uma alteração na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). No Artigo 168, ela garante que:
“Será obrigatório exame médico, por conta do empregador, nas condições estabelecidas neste artigo e nas
instruções complementares a serem expedidas pelo Ministério do Trabalho:
Na admissão;
Na demissão;
Periodicamente. ”
Isso mostra como é importante que esse procedimento seja realizado pelas empresas e também prova que quem
paga o exame admissional é o empregador.
A não realização do mesmo em casos de contratações CLT é ilegal.
QUAIS OS TESTES REALIZADOS NO EXAME?

Geralmente, durante o processo de avaliação, são realizadas uma série de perguntas através de um questionário
aplicado pelo médico responsável, como:
- Qual era a sua função na última experiência profissional?
- Sofreu algum acidente ou exposição a riscos e compostos prejudiciais?
- Já passou por operações cirúrgicas?
- Apresenta algum tipo de patologia ou doença crônica?
- Está realizando algum tipo de tratamento de saúde?
- Qual o histórico de saúde familiar?
- Essa conversa e coleta de dados médicos do paciente é um procedimento chamado de anamnese.
O EXAME ADMISSIONAL – ENCENAÇÃO
O EXAME
PERIÓDICO
O QUE SÃO EXAMES PERIÓDICOS E QUAL SUA IMPORTÂNCIA
Os exames periódicos são avaliações médicas promovidas por empresas para seus colaboradores. São garantidos
por lei, por isso, é obrigatório realizá-los regularmente, com intervalo variando de acordo com cada cargo. Em geral,
englobam anamnese ocupacional, além de exames físico e mental. Porém, dependendo da atividade exercida e dos
riscos envolvidos, outras checagens podem ser pedidas.
Essa é uma maneira eficaz de medir a saúde física e mental do colaborador de modo que se possa saber se ele
está apto para exercer suas funções com segurança.
As avaliações regulares garantem o estado atualizado da saúde dos funcionários de uma organização, gerando
vantagens tanto para os empregados quanto para o empregador. Através dessas verificações sistemáticas, os
colaboradores encontram-se mais resguardados em seus cargos, pois o impacto das atividades desempenhadas é
avaliado.
Portanto, é viável realizar ajustes ou até mesmo alterações substanciais caso algum problema seja detectado. Por
meio dos exames periódicos, as empresas obtêm pleno conhecimento sobre o bem-estar e a segurança de seus
quadros.
Isso é um dos fatores imprescindíveis na hora de gerir um negócio bem-sucedido. Afinal, a própria empresa se
resguarda de possíveis danos e ações judiciais advindas de negligência com relação à saúde de seus
colaboradores.
Que é ASO?
ASO (Atestado de Saúde Ocupacional) é uma declaração médica fornecida ao paciente de acordo com o prontuário
registrado no PCMSO (Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional)
Além do exame de admissão, o documento é obrigatório de acordo com a CLT, nas seguintes situações:
- Mudança de função;
- Admissional e demissional
- Periodicamente, de forma anual ou a cada dois anos;
- De retorno ao trabalho.
A lei considera que estes são os exames admissionais ASO, ou seja, que disponibilizam essa declaração médica
exigida pela CLT ao final das consultas.
EXAMES COMPLEMENTARES POR FUNÇÃO
Além dos exames regulares solicitados, existem alguns complementares de acordo com o trabalho exercido.
Se a visão é um ponto essencial, por exemplo, e pode colocar em risco o trabalhador e outros colegas de trabalho,
exames de vista podem ser solicitados.
De acordo com classificação do Ministério do Trabalho e de Emprego, os riscos dos trabalhadores de uma empresa
envolvem:
- Risco de acidente;
- Risco ergonômicos;
- Riscos físicos;
- Riscos biológicos.
É a partir desses riscos que os exames complementares podem ser solicitados.
Confira alguns exemplos de exames complementares:
ESPIROMETRIA: O teste de espirometria verifica a capacidade de ar dos pulmões e pode detectar possíveis anormalidades no
órgão. É realizado por meio de um aparelho chamado de espirômetro, no qual o paciente é orientado a soprar, expirar e inspirar. É
indicado a trabalhadores que são expostos a poeira, reagentes químicos, fumaças, etc.

ECG: O eletrocardiograma (ECG) analisa a capacidade do coração e pode detectar diversas doenças como hipertrofia, infarto,
arritmia, entre outras. É indicado para: Trabalhadores que trabalham em altura; Pessoas que dirigem veículos motorizados;
Pessoas que manipulam alguns tipos de máquinas; Trabalhadores que entram em contato com eletricidade.

ACUIDADE VISUAL: Um dos principais exames para identificar perdas iniciais da visão. O exame avalia a capacidade de
identificar o contorno dos objetos e é bastante simples de ser feito. Consiste na leitura de um quadro com símbolos e letras e é
medido em fração.

EEG: Analisa possíveis anormalidades nas ondas cerebrais do paciente. Este exame é solicitado para funcionários que precisam:
Trabalhar em altura; Dirigir veículos motorizados; Ficar em locais confinados.

AUDIOMETRIA: Identifica a capacidade auditiva do paciente que deve entrar em uma cabine com isolamento acústico e ser
examinado por meio de um equipamento chamado audiômetro. Devem realizar este exame os trabalhadores que exercem suas
atividades em ambientes cujos níveis de pressão sonora ultrapassem os limites de tolerância.
O QUE DIZ A LEI SOBRE OS EXAMES PERIÓDICOS?

A legislação trabalhista brasileira estabelece que todas as empresas têm a obrigação de realizar avaliações médicas
periódicas em seus colaboradores. Esses exames são regulamentados pelo artigo 168 da Norma Regulamentadora
07 (NR-07) da CLT, que determina: "Será necessário realizar exame médico, por iniciativa do empregador, conforme
as condições estabelecidas neste artigo e nas instruções suplementares a serem emitidas pelo Ministério do
Trabalho". Este artigo estipula, em seus três incisos, que os exames devem ser realizados no momento da
admissão, demissão e periodicamente, respectivamente. O intervalo entre os exames varia de acordo com o tipo de
emprego, geralmente não excedendo dois anos. Para estabelecer os prazos específicos, cada empresa deve seguir
o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO), conforme previsto na CLT. Cada empresa deve
designar um médico do trabalho como coordenador do PCMSO, incumbido de determinar a frequência das
avaliações dos funcionários.
O QUE ACONTECE SE A EMPRESA NÃO REALIZAR?

Quando as empresas omitem-se de realizar exames periódicos, ficam passíveis de sanções pecuniárias e
intervenções por parte das autoridades fiscais. Adicionalmente, caso um colaborador alegue que, em consequência
dessa negligência, contraiu uma doença ocupacional ou teve seu estado de saúde agravado, a empresa pode
incorrer em substanciais prejuízos financeiros.
Se for comprovado que o trabalhador não recebeu o devido acompanhamento - identificação do problema,
realocação para outra função, desligamento e encaminhamento ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), a
ação judicial trabalhista pode resultar em compensações financeiras significativas. Essas ações acarretam despesas
que podem atingir valores vultosos para uma organização. Portanto, é imprescindível que a empresa conduza os
exames de forma apropriada, além de manter toda a documentação relacionada em ordem.
Considerando que existem exames e procedimentos altamente específicos para distintas áreas, é fundamental
buscar assistência especializada. Mesmo uma pequena negligência, ainda que não intencional, pode acarretar
consequências graves tanto do ponto de vista humano quanto financeiro.
CONCLUSÃO

Quando uma empresa omite a realização de exames periódicos e não oferece recursos para que seus funcionários
os realizem no local de trabalho ou em uma instituição credenciada, ela pode se expor a diversos problemas
jurídicos. Portanto, é crucial que o departamento de Recursos Humanos da empresa mantenha todos os exames e
prazos organizados, a fim de manter-se atualizado sobre os direitos e deveres tanto da empresa quanto dos
colaboradores.
Além disso, é importante ressaltar que a realização do exame periódico não implica automaticamente em direito a
um dia de folga remunerada. Embora o colaborador tenha o direito de realizar o exame durante o horário de
trabalho, ele deve retornar ao local de trabalho após o término do exame e cumprir sua jornada normal de trabalho.
É fundamental destacar que a realização do exame periódico é do interesse mútuo da empresa e do empregado.
Portanto, o dia em que o exame é realizado não deve ser considerado um dia de descanso remunerado.
FORMULÁRIO – EXAME PERIÓDICO
O EXAME ADMISSIONAL – ENCENAÇÃO
O EXAME
DEMISSIONAL
O QUE É EXAME DEMISSIONAL E QUAL SUA IMPORTÂNCIA
O QUE É O EXAME DEMISSIONAL?

O exame demissional consta de uma consulta médica a ser realizada pelo profissional que está sendo demitido
da companhia, onde ele é submetido a uma série de avaliações, a exemplo de exame de pressão arterial, visão,
exame de sangue, audiometria, entre outros, sendo bem semelhante ao exame admissional, apresentando
apenas alguns pontos de distinção.
O médico especializado em saúde ocupacional é o responsável por fazer a emissão de um laudo, que é emitido em duas vias,
chamado de Atestado de Saúde Ocupacional (ASO), sendo que nele constam os dados do registro do colaborador demitido, e
se ele está apto ou inapto.
Empresas que não possuem um departamento de saúde ocupacional podem terceirizar o serviço com uma clínica especializada,
que possuem médicos capacitados para realizar os exames admissionais e demissionais.

Para que serve o exame demissional?


Basicamente, o exame demissional serve para garantir que o profissional que está deixando a empresa possui boas condições de
saúde e, com isso, pode ser reinserido no mercado de trabalho.
O exame demissional é uma obrigação que consta na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), que rege que os exames devem
acontecer tanto na contratação (exame admissional), quanto no desligamento do trabalho (exame demissional). A regra consta
no artigo 168 da CLT.
Os pacotes de exames ainda podem ser solicitados em outros momentos, como nos exames periódicos, quando a pessoa relata
sintomas (físicos ou psicológicos), ou quando ocorre algum acidente de trabalho.
O exame demissional, além de resguardar a empresa de ser processada com a alegação de prejuízos à saúde do trabalhador,
ainda resguardo o profissional, pois é uma garantia de que ele está apto para se recolocar profissionalmente.
Nesse cenário, o exame demissional assegura algumas vantagens tanto para o empregador quanto para o empregado. Confira!
•Adequação com uma obrigatoriedade da legislação trabalhista;
•assegura que o profissional demitido possui boas condições de saúde;
•redução de eventuais custos com indenizações desnecessárias ou concedidas erroneamente.
Além disso, o exame demissional ganha ainda mais relevância para aquelas atividades que envolvem riscos, como
atividades intermitentes em indústrias ou em ambientes com rotinas exaustivas, por exemplo, pois resguarda a empresa de
possíveis questionamentos. Também é uma prova para o trabalhador que ele pode continuar exercendo determinada função em
outra empresa, se assim desejar.
O que é avaliado no exame demissional?
É avaliado no exame demissional a saúde do trabalho em amplos aspectos. De modo geral, são analisadas as condições de saúde
mental, física e emocional do trabalhador e, para isso, o médico especialista faz uma série de perguntas e também uma espécie
de “comparativo” entre como ele estava antes da admissão e como se apresenta atualmente.
De acordo com a CLT, os exames que devem ser realizados de forma obrigatória são:
•audiometria;
•espirometria;
•anamnese completo;
•radiografia;
•hemograma completo.
Existem outros exames complementares que podem ser solicitados pelo médico responsável, a exemplo de:
•teste de visão;
•quadro psicológico;
•toxicológico;
•exames específicos feitos em laboratório conforme necessidade de avaliação do paciente e alinhados com a
sua profissão.
Como já comentamos, caso a empresa não possua um departamento de saúde ocupacional, com um médico especializado, é
possível realizar os exames demissionais e admissionais em clínica terceirizada.
No exame demissional ainda são analisadas as condições de saúde mental do paciente, aferidas a pressão arterial, verificada as
condições de peso, altura, batimentos cardíacos e situação da coluna.
Estudo de patologias
No momento do exame admissional ainda são avaliadas as patologias antigas ou a ocorrência de novas, bem como o uso ou
suspensão de medicamentos tarjados. Ainda são verificados se o trabalhador passou por alguma intervenção cirúrgica, e como
está o seu estado de saúde geral.
Portanto, no exame demissional são avaliados amplos fatores da saúde do trabalhador, sendo um exame de fundamental
importância para averiguar as condições gerais da saúde psicológica e física do empregado.
Logo, diversos fatores são analisados para assegurar a todos os envolvidos que tudo está bem com a saúde do funcionário, e ele
pode ser reinserido no mercado de trabalho no futuro, sem prejuízos.
É importante que você saiba que os exames podem variar, em especial devido às funções exercidas pelo trabalhador, mas a
grande maioria acaba realizando os mesmos exames.
Os exames solicitados no demissional devem constar no Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) da
empregadora.
Entre eles, destacam-se:
•avaliação de eventuais problemas ósseos ou de lombar;
•análise de dores musculares como um todo;
•anamnese ocupacional;
•exames de sangue de rotina;
•avaliação neurológica (sistema nervoso central);
•avaliação do quadro emocional/psicológico;
•controle e comparativo da pressão arterial;
•avaliação da saúde pulmonar e cardíaca por meio de ausculta;
•avaliação da pele e mucosas.
Exames complementares
No exame demissional ainda são realizados exames complementares, e esses precisam estar relacionados às atividades exercidas
pelo trabalhador na empresa empregadora.
Por exemplo, quando a atividade exercida envolve a exposição a ruídos, como ocorre em indústrias ou fábricas, por exemplo, é
recorrente que o trabalhador seja submetido ao exame de audiometria, cujo exame é responsável por avaliar as condições de
escuta do trabalhador.
Já o exame de acuidade visual é comum de ser solicitado para aqueles trabalhadores que trabalham muitas horas em frente ao
computador,como motoristas ou atuam com montagem de equipamentos, por exemplo.
É importante que você saiba que existem alguns exames que não podem ser solicitados pela empregadora por serem
considerados discriminatórios. Os mais comuns são testes de HIV, esterilização e exames de gravidez.
Caso a empresa incorra no erro de reivindicar esses exames, o trabalhador pode requerer seus direitos judicialmente, o que pode
gerar grandes prejuízos para a empregadora. Logo, é preciso estar atento.
Informações obrigatórias no exame demissional
De acordo com a CLT e as suas Normas Reguladoras, no laudo médico do exame demissional é necessário que seja evidenciado
algumas informações obrigatórias, essas especificamente estão expostas na NR 7.4.4.3, alterada em 1996 pela Portaria SST de
número 8. A regra determina que o Atestado de Saúde Ocupacional (ASO) precisa conter, de forma obrigatória:
•nome completo do trabalhador, assim como sua função e número do registro de identidade;
•indicação de eventuais procedimentos médicos que o trabalhador possa ter sido submetido, assim como data
dos mesmos e exames complementares;
•definição de aptidão ou inaptidão para execução das funções que o colaborador exerceu;
•identificação do médico responsável pela avaliação e seu CRM, assim como forma de contato ou endereço do
mesmo;
•riscos ocupacionais existentes pelo exercício da atividade ou ausência deles, de acordo com normativas
técnicas indicadas pela Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho (SSST).
•data da avaliação.
Quando e onde deve ser feito o exame demissional?
O exame demissional é realizado logo após a comunicação de desligamento do funcionário e deve ser feito no departamento de
saúde ocupacional da empresa ou em clínica credenciada.
Como se trata de uma obrigação legal da empresa, o empregador deve arcar com os custos do exame demissional, ou seja, esse
tipo de exame não representa nenhum custo para o funcionário. Dessa forma, fica sob responsabilidade da empresa também
decidir sobre o horário, local e data de onde o empregado deve se submeter ao mesmo.
É comum que as empresas terceirizem esse serviço com as clínicas de saúde ocupacional, já que essas organizações são
responsáveis por contar com toda a estrutura para a realização dos exames, o que torna todo o processo mais ágil e também
eficiente, e essa ação é prevista na legislação, não acarretando em nenhum dano para empresas e empregados, desde que a
terceirizada seja apta para prestar o serviço.
Depois que o trabalhador passa pelos testes do exame demissional, o mesmo recebe duas vias do Atestado de Saúde Ocupacional
(ASO), sendo que uma deve ser entregue à empresa e a outra deve ficar com ele. Geralmente, essa entrega é feita juntamente
com as demais documentações relacionadas à demissão ou rescisão de contrato.
O que acontece se não entregar os exames?
Quando não ocorre a entrega do exame demissional, temos duas situações, sendo que a primeira é quando a empresa não se
compromete com a solicitação do exame e a segunda o trabalhador não o realiza.
Caso isso ocorra, a empresa fica sujeita às penalidades impostas pelo Ministério do Trabalho e também fica passível de ser alvo
de ações trabalhistas por parte do empregado, no caso dele se sentir lesado de alguma forma.
Acompanhe, a seguir, o que acontece em caso do exame demissional não ser entregue!
O que acontece se o empregador não solicitar o exame demissional
Quando o empregador deixa de solicitar o exame demissional, fica passível de ser multado. Isso porque essa é considerada uma
infração administrativa grave. Além disso, esse equívoco pode acarretar vários transtornos, como a ação judicial do trabalhador
solicitando a reparação de danos.
Assim, ao acionar a justiça, o trabalhador desligado pode alegar doença ou sequelas que não podem ser comprovadas, e se a
empresa não apresentar o exame demissional, ele ganha grande vantagem frente aos juízes do trabalho.
Além disso, deixar de cumprir essa obrigação legal ainda afeta o clima organizacional da empresa, já que os funcionários podem
se sentir desconfortáveis com a decisão do empregador, pois revela que ele não se preocupa da forma como deveria com a saúde
de seus trabalhadores. Como consequência, é comum que haja uma queda na produtividade e até mesmo o aumento do turnover.
Isso sem contar que, no caso do profissional que decidiu mover uma ação contra a empresa conseguir comprovar que
desenvolveu uma doença ocupacional na empresa, ela automaticamente será obrigada a admiti-lo, o que também contribui para a
piora do clima organizacional, gerando desmotivação na equipe.
O que acontece se o funcionário não comparecer ao exame
Há casos em que o empregador segue as regras e orienta o trabalhador para fazer o exame demissional, mas o profissional pode
se recusar a comparecer para fazer o exame.
Apesar de ser uma situação muito rara, há probabilidade de acontecer e, nesse caso, a companhia precisa buscar maneiras de
tentar reforçar com o trabalhador a importância de realizar o exame demissional.
Uma forma de formalizar o pedido de realização do exame junto ao trabalhador é enviar um telegrama para a residência do
profissional. Além disso, uma comunicação por telefone ou pessoalmente pode ajudar a elucidar o trabalhador sobre a
importância da realização do exame.
Vale reforçar que é altamente indicado uma comunicação humana e respeitosa, além de empática para entender o momento do
profissional. Isso também pode ajudar a reduzir o mal-estar dos funcionários, além de proteger a empresa.
Ainda há os casos em que o trabalhador, por não apresentar sintomas de doenças e se sentir bem, acredita que não precisa
empregar o seu tempo para fazer o exame demissional. Contudo, é dever o DP apresentar a ele os benefícios de fazer o exame
demissional e falar sobre a legislação.
Uma forma de convencer o funcionário a fazer o exame é explicar que, ainda que ele não tenha sintomas, pode estar com alguma
questão de saúde que ainda não identificou e, nesse caso, os exames podem resguardá-lo da demissão, adiando-a.
Além disso, deve ser reforçado que o exame médico é um direito de todo trabalhador e ajuda que ele não seja prejudicado no
futuro. Vale reforçar que o recebimento da rescisão é um direito do trabalhador, e esse não está atrelado à apresentação do exame
demissional.
O que acontece se o funcionário não for considerado apto no exame demissional
Caso o exame demissional do trabalhador apresente alguma alteração, e essa situação for relacionada ao trabalho, essa
informação deve constar no atestado demissional. Com isso, o empregador deve fazer contato com o médico responsável pelo
atestado e solicitar orientação de como proceder.
Uma das recomendações do profissional de saúde ocupacional pode ser o de realizar o afastamento do trabalhador até que a
situação de saúde do trabalhador melhore. Nesse caso, a demissão será adiada.
Dependendo da questão de saúde que acomete o trabalhador, o caso pode resultar em um afastamento pelo pelo Instituto
Nacional de Seguro Social, o INSS, e a situação deve ser informada no e-social pelo empregador. Nesse caso, o Departamento
Pessoal da empresa deve solicitar ao governo pagamento de benefício ao colaborador em questão.
É importante que você saiba que, nesse caso, algumas situações de afastamento do trabalho asseguram ao trabalhador um
período de estabilidade. Com isso, mesmo depois do trabalhador se restabelecer e conseguir a liberação médica para o exercício
das atividades, pode ser que o empregador não consiga realizar a demissão de forma imediata.
Caso não haja esse período de estabilidade, ou também não seja necessário um período de afastamento, o trabalhador apenas
poderá ser desligado da empresa quando um novo exame demissional atestar que sua saúde do trabalhador está em dia.
Nesse caso, ainda será necessário observar prazos estabelecidos na CLT ou em Convenção Coletiva de Trabalho. Vale destacar
que a constatação da boa saúde do trabalhador é a comprovação de que o funcionário já não possui doenças que tenham relação
com a sua atividade laboral, e está apto a voltar a atuar às atividades normais, o que, em tese, o possibilita ser inserido no
mercado de trabalho.
Que tipo de assistência o empregador deve ao trabalhador que não passou no exame demissional
O empregador deve prestar assistência ao funcionário em sua recuperação, caso a doença identificada durante o exame
demissional esteja relacionada às atividades profissionais exercidas.
No caso da indicação não ser o afastamento pelo INSS, a empresa deve reintegrar o trabalhador às atividades laborais,
encontrando para ele uma atividade que não torne mais grave seu quadro clínico. A empresa também pode ter de fazer o custeio
do tratamento do trabalhador em seu processo de recuperação.
A empresa também deve fazer um levantamento da situação que causou a enfermidade no trabalhador. Com isso, pode-se
encontrar soluções para reduzir os riscos e evitar que outros funcionários sejam prejudicados.
Qual é o tempo estipulado para manter o ASO nos arquivos da empresa
Quando da concretização do desligamento do trabalhador, o empregador deve guardar a documentação atrelada ao processo,
sendo o ASO um desses documentos. Ele deve ser arquivado por 20 anos, a contar da rescisão contratual, servindo de prova para
assegurar a proteção jurídica ao empregador.

Qual é o prazo para a realização do exame demissional


Quando do desligamento de um funcionário, o prazo para o exame demissional ser realizado é de até 10 dias contados a partir do
término do contrato. Caso o trabalhador tenha sido submetido a exame periódico recente, a empresa pode considerar este como o
exame demissional. A regra para o prazo da realização do exame demissional consta na NR 7.
Qual a importância do exame demissional?
Quando a empresa se empenha para que os trabalhadores realizem o exame demissional, ela se resguarda de possíveis
questionamentos judiciais que podem gerar multas para a empresa.
Além disso, é uma garantia para o trabalhador de que ele possui as condições físicas, mentais e emocionais para continuar no
mercado de trabalho no futuro e seguir a sua carreira.
Também é uma garantia para o empregado de que ele está saindo da empresa com as mesmas condições de saúde que ingressou
na companhia, ou seja, que as suas atividades laborais durante o tempo que permaneceu na empresa não causaram prejuízos à
sua saúde.
Caso o trabalhador desenvolva algum tipo de doença, o empregador é obrigado a pagar uma indenização a ele. Logo, trata-se de
uma questão relevante para a empresa estar atenta, pois ela deve assegurar que exames admissionais e demissionais sejam
realizados.
No caso do exame demissional não ser realizado, isso abre margem para questionamentos futuros, o que pode ser um fator muito
negativo para as empresas em caso de ação judicial.
O colaborador que se negar a fazer o exame demissional ainda corre o risco de perder a oportunidade de ser indenizado, no caso
de ter adquirido alguma doença no decorrer do seu contrato de trabalho.
Logo, o exame demissional é relevante para ambas as partes envolvidas: empresa e trabalhador, e também é uma forma de
proteger os envolvidos de questões eventuais que possam ser causadas pelos exercícios das atividades.
É comum que profissionais que exerçam movimentos repetitivos, por exemplo, sejam acometidos por Lesão por Esforço
Repetitivo (LER). Além disso, as doenças emocionais têm crescido consideravelmente, principalmente devido ao clima
organizacional ruim, advindas com problemas com a gestão, sendo comum os casos de estresse, ansiedade e até
Síndrome de Burnout.
Portanto, ao incentivar os trabalhadores a realizarem o exame demissional, a empresa consegue saber se essas doenças
decorreram do cotidiano das atividades laborais na empresa.
Também é preciso estar atento ao fato de que, quando um profissional ingressa na empresa, ele faz o exame admissional e,
quando nenhuma anormalidade na saúde foi diagnosticada na admissão, isso significa que o colaborador foi acometido com a
doença durante as suas atividades laborais.
Nesse cenário, documentar todos os processos envolvendo os exames admissional e demissional resguarda a empresa em caso de
processos trabalhistas, que podem causar grandes prejuízos financeiros para a companhia.
Como vimos ao longo desta leitura, o exame demissional é uma exigência legal que traz benefícios tanto para a empresa quanto
para o trabalhador, e deve ser realizado sempre quando há um desligamento na empresa. Ao seguir essas dicas, é possível
realizar os processos com maior precisão, afastando o risco de contestações na justiça.

FONTE: BLOG FORTES TECNOLOGIA


Exame demissional: veja como funciona e quais são as regras (fortestecnologia.com.br)
FORMULÁRIO – DEMISSIONAL
O EXAME ADMISSIONAL – ENCENAÇÃO
CONCLUSÃO
Percebeu como é fundamental e a existência do PCMSO (Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional) em
uma empresa e a realização dos exames admissional, periódico demissional, pois são itens primordiais para a
segurança dos colaboradores
Elem devem ser realizado sempre, conforme os padrões legais e conforme as últimas atualizações da lei.
Além de serem obrigatórios, os exame apresentam benefícios para ambos os lados e devem ser solicitados de
acordo com os riscos de cada ocupação.

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