Você está na página 1de 65

Arte e ciência:

transformações na
cultura artística
durante o Renascimento
ARGAN, Giulio Carlo. História da arte italiana vol. 2: de Giotto a Leonardo.
São Paulo: Cosac Naify, 2003.

BLUNT, Anthony. “Leonardo”, in Teoria artística na Itália: 1450 – 1600. São


Paulo: Cosac Naify, 2000, pp. 39-57.

FREUD, Sigmunt. “Leonardo da Vinci e uma lembrança de sua infância”, in


Cinco lições de psicanálise, Leonardo da Vinci e outros trabalhos. São Paulo:
Imago, 1996, pp. 73-142.

KOYRÉ, Alexandre. Do mundo fechado ao universo infinito. Rio de Janeiro:


Editora Forense Universitária, 1979.

ROSSI, Paolo. “Leonardo e a aurora da ciência”, in A ciência e a filosofia dos


modernos. São Paulo: Editora Unesp, 1992, p. 49-58.
Leonardo da Vinci, 1452 – 1519

Autorretrato, 1512
Leonardo da Vinci

O homem vitruviano, 1492


Piero di Cosimo, Vulcano e Eolo mestres da humanidade, 1505
Piazza del Campo, Siena
Hannah Arendt, A condição humana (1958)

Segundo o pensamento grego, a capacidade


humana de organização política não apenas difere,
mas é diretamente oposta à associação natural cujo
centro é constituído pela casa (oikia) e pela
família. O surgimento da cidade-estado significava
que o homem recebera, além de sua vida privada,
uma espécie de segunda vida, um bios politikos.
Agora cada cidadão pertence a duas ordens de
existência; e há uma grande diferença em sua vida
entre aquilo que lhe é próprio (idion) e aquilo que
é comum (koinon).
Filippo Brunelleschi, Hospital dos inocentes, Florença, 1419 – 1427
Filippo Brunelleschi, Hospital dos inocentes, Florença, 1419 – 1427
Giorgio Martini, 1485, Cortona

Santa Maria delle Grazie al Calcinaio


Saint-Chapelle, Paris, 1241 – 1248
Catedral de León

Espanha, 1205 – 1302


Cimabue, 1280

Majestade de Nossa Senhora


Giotto, 1296, Assis

Renúncia dos bens paternos


Francisco de Assis

1181 – 1226 (Assis)

Giotto di Bondone

1267 (Vichhio) – 1337 (Florença)


Giotto, Lamentação, 1304, Capella degli Scrovegni, Pádua
Andrea Mantegna, Crucificação, 1457
Rafael, 1504

O Casamento da virgem
Canaletto, Piazza San Marco, 1735
Leonardo da Vinci, 1452 – 1519 (Vinci, Itália)

Nicolau Copernico, 1474 – 1543 (Prússia Real, Polônia)

Galileu Galilei, 1564 – 1642 (Pisa, Itália)

Johannes Kepler, 1571 – 1630 (Weil der Stadt, Alemanha)

René Descartes, 1595 – 1650 (La Haye en Touraine, França)

Blaise Pascal, 1623 – 1662 (Clermont-Ferrand, França)

Isaac Newton, 1643 – 1727 (Woolsthorpe Manor, Inglaterra)


Leonardo da Vinci, Estudo para a adoração de Magi, 1481
Leonardo da Vinci

Codex do vôo dos pássaros, sem data


Leonardo da Vinci, 1490-1504

Estudo de um perfil e dois corredores


Leonardo da Vinci

Estudos anatômicos, 1510


Leonardo da Vinci

Torso de mulher, sem data


Leonardo da Vinci

Estudo de embriões, 1509


Leonardo da Vinci, Estudo de um carro, 1478 | Máquina voadora, 1487
O silêncio eterno desses espaços
infinitos me apavora.

Blaise Pascal, 1623 - 1662


O mundo envolvido pelo rio Okeanos
Nicolau Copérnico, Da revolução de esferas celestes, 1543
H. James Draper, Ulisses e a sereia, 1909
Tiziano Vecellio, 1548

Prometeu acorrentado
Leonardo da Vinci, Anunciação, 1475
Leonardo da Vinci

Anunciação, 1475 (detalhe)


Andrea del Verrocchio

O Batismo de Cristo, 1475


Leonardo da Vinci, Paisagem do Arno, 1473
Sandro Botticelli, Primavera, 1478
Leonardo da Vinci

Ginevra de Benci, 1478


Leonardo da Vinci, 1503

Mona Lisa (A Gioconda)


Giulio Carlo Argan, História da arte
italiana (1968)

É inútil interrogar o famoso sorriso da


senhora para saber quais sentimentos
traz na alma: nenhum em particular,
mas o sentimento difuso do próprio
ser. Ser plenamente e em uma
condição de perfeito equilíbrio no
mundo natural.
Leonardo da Vinci, Tratado sobre pintura
(1509)

A luz cortada pelas sombras de forma muito


evidente não é apreciada pelos pintores. Então,
para escapar desse inconveniente, se você pintar
os corpos em campos abertos, fará as figuras não
iluminadas diretamente pelo sol, mas irá fingir
que alguma qualidade de neblina ou nuvens
transparentes seja interposta entre o objeto e o
sol. Assim, não sendo a figura do sol claramente
visível, também não serão visíveis os limites das
sombras em contraste com os termos das luzes.
Leonardo da Vinci

A virgem dos rochedos, 1483


Leonardo da Vinci, Tratado sobre pintura
(1509)

Pela variedade do ar podemos conhecer as


diversas distâncias dos diferentes edifícios
que apareçam dispostos na mesma linha.
(...) Em um ar de densidade uniforme as
coisas últimas vistas através dele, como as
montanhas, parecem, por causa da grande
quantidade de ar interposta entre teu olho e
a montanha, azuis.
Leonardo da Vinci, 1510

A virgem com a criança e Sant’Ana


Parece que já era meu destino
preocupar-me tão profundamente com
abutres; pois guardo como uma das
minhas primeiras recordações que,
estando em meu berço, um abutre
desceu sobre mim, abriu-me a boca
com sua cauda e com ela fustigou-me
repetidas vezes os lábios.

Leonardo da Vinci
Muqi Fachang, Oito vistas dos rios Xiao e Xiang (China), século XIII
Hasegawa Tohaku, Pinheiros, 1580
William Turner, Tempestade de neve, 1842
William Turner, Alvorada no castelo de Norham, 1845
Mark Rothko

White center, 1950


Mark Rothko, 1956

Orange and yellow


Hiroshi Sugimoto, Ligurian Sea, 1993
Heatherwick Studio, Pavilhão Britânico na Expo Shanghai 2010
Sou Fujimoto, Pavilhão da Serpentine Gallery, Londres, 2013
Diller Scofidio, Blur Building, Expo 2002, Nêuchatel
Olafur Eliasson, 2001

The mediated motion, Bregenz


Laura Vinci, No ar, MuBE

Fotos: Nelson Kon, 2017


Carlito Azevedo, Morro mundo (2017)

O poeta francês Stéphane Mallarmé dizia fumar para


colocar um pouco de fumaça entre ele e o mundo. Como
se ela, fumaça, fosse uma espécie de lente ou escama,
cabana ou anti-cabana mágica, mas sempre algo entre.
Laura Vinci, cujos trabalhos sempre foram sensíveis aos
diferentes estados e vibrações da matéria, sabe, porém,
que tudo é fumaça, cerração, névoa, nevoeiro. E a
neblina um contorno espiritual. Não há um fora da
neblina. Diadorim era a minha neblina, escreveu Rosa.
Tudo névoa-nada, o Eclesiastes. Todos os homens, por
serem homens, estão na neblina, queiram ou não
queiram, Vilém Flusser. Uma neblina que aqui, em
Morro Mundo, tem marés altas e marés baixas. E nos
submete a constante flutuação do ponto de vista. É
quando a matéria do mundo em ondas nos dança.
Quem diz cerração, diz limiar.
(...)
A forte tensão interna entre a necessidade ou
obrigação de orientação, de peso e medida, e a
tentação ou castigo do perder-se, às cegas, tensão entre
levitação e desabamento, cria uma espécie de
movimento aqui, que tem algo de prova de resistência.
Tudo é fumaça, mas, parafraseando D. H. Lawrence,
qualquer bússola, qualquer balança, somos nós
tocando o inaudível sinete de nossa presença no caos.

Você também pode gostar