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Fatores de projeto que afetam a

ventilação

Atelier V
2008
Fatores de projeto que influenciam a
ventilação

Padrões do fluxo de ar

Distribuição de pressão ao redor do edifício


Inércia da massa de ar em movimento
Padrão do fluxo de ar através de um edifico dependerá
principalmente da direção inicial da corrente de ar que penetra
pela janela

Fonte:GIVONI, 1976
Fatores de projeto que influenciam a
ventilação
Distribuição de pressão ao redor do edifício

• Aberturas na parede do edifício que esta de face para o sentido do


vento a pressão interna sobe até a pressão externa mais alta

• Aberturas colocadas na parede oposta ao vento a pressão interna


cai até a pressão externa mais baixa

• Em ambos os casos as pressões externa e interna se equalizam,


apesar de alguma diferença existir ao longo do comprimento e da
altura da abertura

• Quando as janelas estão colocadas em ambas os lados do


edifício, um fluxo de ar é induzido através do edifício da pressão
mais alta para mais baixa

Fonte:GIVONI, 1976
Fatores de projeto que influenciam a
ventilação
Inércia da massa de ar
Linha da abertura de entrada com a de saída coincide com a
direção

fluxo continua inalterado em direção a saída

Abertura de saída não coincide com a direção da corrente de


ar penetrante

fluxo continua seu movimento original até ser obstruído por


uma parede ou até sofrer perdas por fricção, então a corrente
se modifica em direção a abertura de menor pressão

Fonte:GIVONI, 1976
Fatores arquitetônicos que influenciam
na ventilação
• Tipologia do edifício
• Orientação do edifício, principalmente das aberturas,
em relação a direção do vento
• Área total de aberturas em regiões de pressão e
sucção no envelope do edifício
• Tipologia de janelas e detalhes de
abertura/funcionamento
• Localização vertical das aberturas
• Obstruções internas ao fluxo do ar da abertura de
entrada a de saída
• Presença ou ausência de brises nas aberturas
• Detalhes arquitetônicos especiais que direcionam o ar
ao interior do edifício

Fonte:GIVONI, 1976
Influência da orientação das aberturas na
ventilação
Pensamento inicial
Boa ventilação – orientar as aberturas de
entrada na direção do vento
Correto para situações de edifícios alongados e isolados
implantados em campo aberto
Duas aberturas em paredes opostas, voltadas diretamente na direção do vento, fluxo
passa direto para saída, parte de turbulência na parede de saída e restante da
sala é levemente afetado

Fonte:GIVONI, 1976
Influência da orientação das aberturas na
ventilação
Pesquisa Givoni (1968)

Boa ventilação – condições melhores podem ser


obtidas quando a direção do vento está oblíqua
as aberturas

Quando o vento é obliquo até 45º em relação a abertura de


entrada, uma maior parte do volume do ar entre em
turbulência, movimentando-se em círculos ao redor da
sala, aumentando os fluxos nas paredes laterais e nos
cantos

Fonte:GIVONI, 1976
Influência da orientação das aberturas na
ventilação

Fonte:GIVONI, 1976
Influência da orientação das aberturas na
ventilação
• Melhores condições de ventilação são
obtidas quando o fluxo de ar mudar de
direção dentro da sala, do que quando o
fluxo de ar é direto da abertura de entrada
para saída sem alterar sua direção

• Importante em regiões onde predominam as


direções de vento leste e oeste, pois estas
orientações são as mais críticas do ponto de
vista do sombreamento

Fonte:GIVONI, 1976
Influência da orientação das aberturas na
ventilação
Duas aberturas em paredes adjacentes

melhor ventilação com vento perpendicular a


abertura de entrada, segundo a direção
entrada e saída

Fonte:GIVONI, 1976
Influência da posição da abertura na parede na
ventilação
• Uma janela central – baixa velocidade média
do fluxo de ar
• Duas janelas laterais na mesma parede –
quase mesma eficiência das salas com
ventilação cruzada

Há grande possibilidade de melhoria da


ventilação em edifícios que possuem apenas uma
parede externa, pressupondo que há uma direção
de vento predominante e a orientação escolhida é
tal que o vento fique obliquo a esta parede

Fonte:GIVONI, 1976
Ventilação cruzada

• Termo ventilação cruzada refere-se a


condições onde um dado espaço está
conectado por aberturas tanto para áreas de
pressão (+) como de sucção (-) do exterior

• Utilizado equivocadamente para denominar


espaços que tenham mais de uma abertura
para o exterior, independentemente da sua
posição em relação ao vento

Fonte:GIVONI, 1976
Ventilação cruzada

A existência de ventilação cruzada, mesmo sem aumento da


área total da abertura, mais que duplica tanto a velocidade
média como a máxima do fluxo de ar

Fonte imagens: GIVONI, 1998 Fonte:GIVONI, 1976


Ventilação cruzada

Casas independentes oferecem bom potencial para


ventilação natural cruzada devido a possibilidade
de terem janelas e portas em todos os lados da
edificação, em no mínimo quatro direções.

Fonte: GIVONI, 1998


Ventilação cruzada e efeito chaminé

Fonte: GIVONI, 1998


Ventilação cruzada induzida
Espaços com apenas uma
parede externa
• Quando a direção do vento é
obliqua a parede externa há
fluxo de ar ao longo e paralelo ao
comprimento da parede, criando
uma pequena diferença de
pressão induzindo um fluxo de ar
da pressão mais alta para mais
baixa, com fluxo apenas
moderado
• Possível aumentar esta diferença
ajustando o projeto das
aberturas, colocando-se um
anteparo e criando uma pressão
artificial ao longo da parede
externa (parâmetro seria a
metade da distância entre o final
da abertura de entrada e o início
da abertura de saída)

Fonte: GIVONI, 1998


Ventilação cruzada induzida

Fonte: GIVONI, 1998


Ventilação cruzada induzida

Sacadas com paredes laterais em conjunto com


aberturas, podem criar efeitos similares

Fonte: GIVONI, 1998


Ventilação cruzada induzida

• Projeções nos dois lados o efeito se perde.


Simetria iguala a pressão na frente das duas
janelas

• A profundidade da projeção não deve ser


grande o suficiente a ponto de interferir na
ventilação das salas adjacentes

Fonte: GIVONI, 1998


Influência da subdivisão dos espaços internos
na ventilação

Fonte:GIVONI, 1976
Influência da subdivisão dos espaços internos
na ventilação
Subdivisões do espaço interno

• Reduzem a velocidade interna do vento

• As velocidades se apresentação menores quando


a divisória estava em frente e mais próxima da
abertura de entrada e o ar tem que mudar de
direção logo na entrada

• Melhores condições são obtidas quando a


divisória está mais próxima da abertura de saída

Fonte:GIVONI, 1976
Influência do tamanho das aberturas na
ventilação
• Experimentos de Givoni (1968) demonstram
matematicamente as relações entre velocidade
média de ar interno e tamanho das aberturas
(entrada e saída iguais)

• Relações aplicáveis a sala quadrada com janelas


de entrada e saída em paredes opostas

• Velocidade média do ar depende principalmente


do tamanho da menor abertura,
independentemente da ser de saída ou entrada

Fonte:GIVONI, 1976
Influência do tamanho das aberturas na
ventilação
• Aberturas apenas em uma parede –
dimensões da abertura tem pouca
importância

• Aberturas que geram ventilação cruzada –


dimensões das aberturas tem grande
influência na velocidade do ar – apenas
quando as duas aumentarem ou diminuírem
simultaneamente

Fonte:GIVONI, 1976
Influência da forma da abertura na
ventilação
Experimentos de Sobin (1983)
•Mediu efeitos do aumento do tamanho da janelas
(percentual da área de paredes) em três formas de
janelas: quadrada, tiras horizontais e tiras verticais
na velocidade média do fluxo de ar

•As diferenças eram relativamente pequenas. A


velocidade média mais baixa na altura da zona de
ocupação foi com as janelas verticais, e as mais
altas obtidas com as janelas horizontais.

Pesquisas posteriores CHANDRA et al (1983)


Fonte:GIVONI, 1998
Influência da tipologia das aberturas na
ventilação
• As aberturas e a forma com que elas abrem
tem considerável influência na ventilação de
um espaço, mais no padrão do fluxo do que
em sua velocidade

• Como o fluxo de ar é horizontal através de


todos os tipos de aberturas, é recomendável
que elas estejam localizadas no nível que
esta ventilação é necessária

Fonte:GIVONI, 1976
Influência da tipologia da abertura na
ventilação

Pesquisas desenvolvidas por Holleman no Texas

•estudo dos padrões de ventilação com fumaça

•sem considerar medições da velocidade do


vento

Fonte:GIVONI, 1998
Influência da tipologia da abertura na
ventilação

Fluxo segue horizontal na sua direção inicial (vento no edifício)


Área de ventilação corresponde ao total da área envidraçada

Fonte:GIVONI, 1998 Fonte imagens: CHING, 1999


Influência da tipologia da abertura na
ventilação

Fluxo segue horizontal na sua direção inicial (vento no edifício)


Área de ventilação corresponde apenas a metade envidraçada

Fonte:GIVONI, 1998 Fonte imagens: CHING, 1999


Influência da tipologia da abertura na
ventilação

Aberturas pivotantes horizontal - O fluxo de ar pode ser direcionado


para cima ou para baixo
Aberturas pivotantes vertical - O fluxo de ar pode ser direcionado
para direita ou para esquerda
Fonte:GIVONI, 1998 Fonte imagens: CHING, 1999
Influência de obstáculos nas aberturas na
ventilação

Influência das barreiras (brises verticais ou horizontais)


1- Fluxo penetra em direção ao forro devido as altas pressões
existentes na parte superior da abertura de entrada
2 - Fluxo penetra horizontalmente no ambiente

In PRATA, 1998
Influência de obstáculos nas aberturas na
ventilação

Persianas internas como obstáculos


1- Fluxo de ar sem presença de persianas
2- Fluxo de ar com presença de persianas

In PRATA, 1998
Influência da localização das aberturas em
relação ao plano vertical
• Direção do vento exterior varia consideravelmente no plano
horizontal, as variações no plano vertical são bem menores.

• O vento livre, acima do nível dos edifícios, está, na maioria


dos casos praticamente horizontal e as mudanças na
direção vertical dos ventos próximo a um edifico é quase
sempre a mesma para dada configuração estrutural ou
ambiental

• Como resultado, a distribuição vertical das velocidades do


ar interno é muito mais constante para cada combinação de
aberturas no edifício, do que sua distribuição horizontal

Fonte:GIVONI, 1976
Influência da localização das aberturas em
relação ao plano vertical
• Através do controle de projeto e da altura das aberturas é
possível obter razoável controle sobre a velocidade vertical
• Considerando as forças de inércia, a localização vertical e o
projeto da aberturas de entrada são mais importantes que as
características de aberturas de saída
• A altura da janela tem apenas um leve efeito no padrão e
velocidade do fluxo de ar, mas na região da abertura de saída
há um queda abrupta na velocidade do ar abaixo do nível do
peitoril. Em espaços com ventilação cruzada, a velocidade
principal do fluxo do ar pode cair 25% abaixo do nível do
peitoril.
• A mudança na altura o peitoril pode alterar significativamente a
velocidade em certos níveis, apesar da velocidade media do
fluxo de ar ser apenas sensivelmente alterada(ex do nível de
ocupantes, dormitório, escolas etc)

Fonte:GIVONI, 1976
Influência da localização das aberturas em
relação ao plano vertical

Altura da abertura de entrada determina o nível do fluxo de ar interno

Fonte: VAN LENGEN, 2004


Influência da localização das aberturas em
relação ao plano vertical

Fonte: VAN LENGEN, 2004


Influência da localização das aberturas em
relação ao plano vertical

Fonte: VAN LENGEN, 2004


Coberturas e ventilação

Fonte: VAN LENGEN, 2004


Influência do planejamento e implantação das
cidades na ventilação
Planejamento das cidades

Padrões de insolação e sombreamento


Grau de proteção da radiação solar e da
chuva
Grau de concentração de poeira
Ventilação ao redor e dentro dos edifícios

Fonte:ROMERO, 2000
Influência do planejamento e implantação das
cidades na ventilação

Planejamento das cidades

Objetivo é o controle e adaptação climáticas


Fonte:ROMERO, 2000
Influência do planejamento e implantação das
cidades na ventilação
Planejamento das cidades
Potencial de ventilação natural depende

Dimensões e altura das estruturas da cidade


Espaçamento entre os edifícios
Homogeneidade ou variabilidade dos tamanhos e
alturas
Orientação da malha urbana
Distribuição e extensão dos espaços abertos e
verdes

Fonte:ROMERO, 2000
Influência do planejamento e implantação das
cidades na ventilação

Esquemas do efeito da topografia na distribuição local dos


ventos (Carmona 1984)

Fonte: GIVONI, 1998


Influência do planejamento e implantação das
cidades na ventilação

As variações locais de topografia afetam


significativamente as condições do vento

Fonte:ROMERO, 2000
Influência do planejamento e implantação das
cidades na ventilação

Ruas e outros espaços abertos permitem a passagem de


ventos entre os edifícios, melhorando as condições de
ventilação nas partes mais internas da cidade

Fonte:ROMERO, 2000
Influência do planejamento e implantação das
cidades na ventilação
Quando os edifícios em uma
cidade estão aproximadamente
na mesma altura e próximos, há
uma separação entre o fluxo de
ar livre sobre os edifício e o da
área construída

A relação quantitativa entre o


fluxo de ar livre e a restrição de
velocidade do ar na zona
edificada depende do tamanho,
altura e espaçamento do
edifícios

A velocidade do vento acima do


bloco de edifícios da cidade é
sempre mais alta

Fonte:ROMERO, 2000
Influência do planejamento e implantação das
cidades na ventilação

Um edifício colocado em aberto cria uma sombra


de vento em seu lado oposto a direção do vento
principal, reduzindo a velocidade do ar nos
edifícios atrás dele, quando houver.

Fonte imagens: GIVONI, 1998 Fonte:ROMERO, 2000


Influência do planejamento e implantação das
cidades na ventilação
Sombra de vento segundo a forma
H = altura L = largura do edifício

Fonte Evans e Schiller (1998)


In PRATA, 1998
Influência do planejamento e implantação das
cidades na ventilação

A velocidade do vento próximo ao nível do solo, em


frente a edifício de grande altura, é aumentada,
ajudando na diluição ao nível da rua dos poluentes
do ar

Fonte imagens: GIVONI, 1998


Barreiras e ventilação

Fonte: VAN LENGEN, 2004


Barreiras e ventilação

Fonte: VAN LENGEN, 2004


Barreiras e ventilação

Fonte: VAN LENGEN, 2004


Vegetação e ventilação

Fonte: VAN LENGEN, 2004


Vegetação e ventilação

Fonte: VAN LENGEN, 2004


Vegetação e ventilação

Fonte: VAN LENGEN, 2004


Bibliografia

VAN LENGEN, J. Manual do arquiteto descalço. Porto Alegre: Livraria do Arquiteto, 2004. 724 p.

CORBELLA, O.; YANAS, S. Em busca de uma arquitetura sustentável para os trópicos - conforto
ambiental. Rio de Janeiro: Revan, 2003. 288 p.

ALLARD, F. ED. Natural Ventilation in Buildings. London: James & James, 1998. 356 p.
Bibliografia

ROMERO, M.A.B. Princípios bioclimáticos para o desenno urbano. 2 ed. São Paulo: Pro E, 2000. 128

BRUMBAUGH, J. E. Heating, Ventilating and Air Conditioning Library. New York: Macmillan Publishing
Company, 1984. 582 p. v. 3.

GIVONI, B. Climate Considerations in Building and Urban Design. New York: Van Nostrand Reinhold,
1998. 464 p.
Bibliografia
PRATA, A. R. Uma Ferramenta Computacional de
Avaliação da Ventilação Natural em Projetos
Arquitetônicos. Campinas, 1998. 154 f. Dissertação
(Mestrado em Engenharia Civil) - Faculdade de Engenharia
Civil, Universidade de Campinas.

CHING, F.D.K. [TRAD.JÚLIO FISCHER]. Dicionário


Visual de Arquitetura. 1 ed.. São Paulo: Martins
Fontes, 1999. 319 p.

GIVONI, Man, climate and architecture. 2nd ed..


Essex: Apllied Science Publishers, 1976
Bibliografia

FLORENSA, R.S.;ROURA, H.C. Arquitectura y energía natural 1 ed. Barcelona: Edicions de la Universitat
Politécnica de Catalunya, 1995. 395 p.

AWBI, H. B. Ventilation of Buildings. London: E & FN Spon, 1991. 313 p

CLEMENTS-CROOME D. ED. Naturally Ventilated Buildings. 1 ed. London: E & FN Spon, 1997. 187 p.
Bibliografia sugerida
ASHRAE Handbook of Fundamentals, Chapter 26 by American Society of Heating, Refrigeration and Air
Conditioning Engineers (ASHRAE). Atlanta, GA, 2001.
A good discussion of natural ventilation equations and a basic source for the contemporary practice of fan-forced
ventilation.

Design with Climate by Victor Olgyay. Princeton, NJ: Princeton University Press. 1963.
The human thermal comfort zone is defined and methods for providing expanded comfort using natural means are
investigated.

Guide to Energy Efficient Ventilation by Martin W. Liddament. Air Infiltration Ventilation Centre, 1996.

How Natural Ventilation Works


http://www.vet.ed.ac.uk/animalwelfare/natural_ventilation.htm by Steven J. Hoff and Jay D. Harmon. Ames, IA,
Department of Agricultural and Biosystems Engineering: Iowa State University, November 1994.

Inside Out, Design Procedures for Passive Environmental Technologies by G.Z. Brown, B. Haglund, J. Loveland, J.
Reynolds, and M. Ubbelohde. New York, NY: John Wiley & Sons, Inc., 1992.
A basic discussion of natural ventilation issues aimed at architecture students.

Passive Building Design: A Handbook of Natural Climatic Control by Narenda Bansal, Narenda, Gerd Hauser, and
Gernot Minke. The Netherlands: Elsevier Science BV, 1994.
Contains information on the physics of natural ventilation including a discussion of the equations associated with
wind and buoyancy ventilation effects.
“ Its essential that buildings can
be adjusted to serve people. It
should not be the people who are
required to adapt to the building.
The building should be the server,
not the master.”

P.Ole Fanger

Fonte: CLEMENTS E CROOME, 1997

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